Patrick Jane segura a xícara azul entre as duas mãos, como se segurasse algo extremamente frágil. E era. Para ele, aquela xícara significava muito. O lembrava dele mesmo, tantos anos atrás. Ele estava quebrado, com o coração em pedaços. E a incrível Teresa Lisbon foi lá e o consertou. Assim como ela fez com a xícara. E agora estavam os dois ali, inteiros. Ele sorri quando se lembra do momento em que ela devolveu a xícara para ele. Nunca pensou que ela iria guardar os pedaços durante todo o tempo. Dentre todos os palpites que ele poderia ter tido sobre o seu presente de aniversário, ele nunca teria adivinhado que seria isso. Ela pegou os pedaços de sua xícara favorita, consertou-a e a guardou consigo. Aquilo significou mais para ele do que qualquer outra coisa que ela poderia ter dito. Ele não tinha noção, até aquele momento, do quanto ela o amava. Lisbon não era exatamente o tipo de mulher que gostava de expor seus sentimentos de uma maneira direta. Ela, no entanto, provava com pequenos gestos o quanto ele significava para ela. Ele sorri, pensando no quanto a ama.
Teresa entra no Airstream, e encontra Patrick sentado em sua cama, com a xícara azul em suas mãos. Ela o observa em silêncio, e percebe quando uma lágrima desce por seu rosto. Preocupada, se aproxima.
- O que aconteceu? – ele olha para ela, surpreso. Não tinha notado que ela estava ali. Estica a mão para ela, que senta ao seu lado.
- Eu te amo. – é tudo que ele diz. – Você sabe disso, não sabe?
Lisbon sorri, e coloca sua mão em cima da dele, os dois segurando a xícara.
- Sim. E eu te amo. – ela diz as palavras pela primeira vez, e Jane sorri. – Acho que não falo isso com a frequência que deveria. – ele se inclina e a beija.
- É sempre bom ouvir. Mas as coisas que você faz por mim, - ele ergue a xícara, olhando-a nos olhos. Eles sorriem um para o outro. – significam mais do que qualquer palavra. – agora ela é quem se inclina para beijá-lo.
- Posso perguntar o que você estava fazendo?
- Pode. – ele levanta e coloca a xícara dentro do armário novamente. Abre a porta e espera Lisbon sair para fechá-la. Eles vão andando lado a lado, sem dizer nada.
- E então? – ela olha para ele, esperando.
- O que? Eu disse que você poderia perguntar. – sorri e ela revira os olhos. Ele se inclina na direção dela, e sussurra em seu ouvido. – Nunca disse que iria responder.
