N/T (nota da tradutora/translator's note): Cá estou eu com mais uma fic. Dessa vez, não é produção minha, mas sim de uma ótima fic-writer chamada czarina-kathryn. Mas, como ela só escreve fics em inglês (porque ela é nativa), então, eu resolvi traduzir essa aqui dela, que se chama Sunshine in the Darkness, no original. Lógico, ela tem muitas mais no profile dela; quem souber ler em inglês, confira: www . fanfiction . net / czarinakathryn (sem os espaços). Então, vamos à fic.


Um Raio de Sol na Escuridão

Capítulo Um: No qual Lily está deprimida

Lily Evans suspirou ao olhar pela janela; estava chovendo. Ela odiava a chuva. Ela costumava adorá-la. Era tão fluida e cuidadosa; diminuía as inibições dela e a permitia dançar como se ela não tivesse preocupações no mundo. Não, não havia nada mais satisfatório do que dançar na chuva. Pelo menos seria isso que ela teria dito se você a perguntasse no ano anterior. Agora ela odeia a chuva. É tão fria e abusiva; ela gostaria de nunca mais vê-la. Lily suspirou novamente, dessa vez não pela chuva, mas por si mesma. Ela mudara muito e honestamente a velha Lily era melhor.

"O que é isso?" Sua melhor amiga Ally perguntou de onde ela estava espichada na cama.

"Oh, nada," Lily respondeu, "Só está chovendo."

"O que há de errado com a chuva? Você costumava adorar a chuva." Ally disse se sentando e olhando Lily com olhar penetrante.

Lily odiava quando Ally fazia coisas como essa; ela odiava mentir pra Ally, mas quando as conversas seguiam esse rumo ela sempre era forçada a isso.

"Eu não gosto mais."

"Lily, me diga o que está errado. Você não tem sido você mesma desde que você voltou das férias de verão. O que houve? E eu não quero ouvir você dizer que você não mudou porque eu sei que você mudou."

"Eu não ia dizer isso," É claro que ela ia, mas ela obviamente não iria mais depois do que Ally disse.

"Então o que está te preocupando? O que aconteceu nesse verão?" Ally perguntou com uma expressão tão interessada em seu rosto que Lily estava quase tentada a contar a ela o que acontecera; o que ela estava pensando, e porque ela não achava energia para rir mais. Quase. Tão rápido quanto veio, a vontade desapareceu; Ally seria feliz sem saber. Ela não precisava carregar os problemas de Lily. Ally apenas não entenderia; a coisa mais presente em sua mente era o teste de Transfiguração que estava próximo e quem seria a próxima garota de Sirius Black.

"As pessoas mudam você sabe!" Lily gritou, mais furiosa consigo mesma do que com Ally. "Só porque eu não sou exatamente a mesma não significa que tem alguma coisa errada comigo. Sabe de uma coisa? Pare de correr atrás de mim pra falar sobre isso. Não é de sua conta."

"Quer saber de uma coisa Lily? Estou cheia disso," Ally gritou de volta, "Estou cheia de você negando que tenha alguma coisa errada quando tem. Você nunca mais riu e, Deus, eu não me lembro de te ter visto sorrindo essa semana. E eu nem sei como vai indo entre você e o Potter. Vocês dois geralmente se divertiam muito incomodando um ao outro e agora tudo o que você faz é responder pra ele. É uma das coisas pra não se falar pra sua melhor amiga porque eu estarei aqui com você sem problemas e eu posso esquecer que um dia conheci você, e eu me preocupo com você, mas é outra coisa ignorar e gritar com o homem que te ama. NÃO se atreva a desviar a visão de mim Lily Evans! Você sabe tão bem quando eu que Potter te ama! Você deve a ele uma explicação, assim como a mim. Ugh! Você quis assim. Se você não quer falar, tudo bem. Se você decidir contar, você sabe onde me encontrar." Com um último insulto Ally voltou a se enraivecer e atravessou a porta do dormitório.

"Ótimo Lily," ela pensou, "Agora você está sozinha e sem amigos. Está feliz agora?" A coisa mais triste era que Ally estava certa. Lily devia a Potter uma explicação. No ano passado ela praticamente prometeu sair com ele e agora não queria mais. O problema com certeza era que Potter não fosse entender suas razões. Não que isso não fosse uma boa razão, era, mas não era uma que podia parar alguém como James Potter. Não, as coisas estavam bem do jeito que estavam. Ela ficaria sozinha, mas pelo menos ninguém mais morreria por causa dela.

No café da manhã seguinte, Lily sentou-se sozinha; era melhor do que se ela encorajasse aproximações entre ela e Ally. Lily não teve coragem para acabar com a amizade delas antes, mas agora que a oportunidade se fez presente ela decidiu usá-la. Sua vida havia mudado muito nos últimos meses. Ela tinha deixado Hogwarts tão feliz. Agora ela estava completamente arruinada, deprimida, cabisbaixa, e à beira de uma recaída. Ela tinha aprendido bastante sobre escuridão nos últimos meses e sabia que não iria fazer nada com aquilo, mas às vezes, quando ela deixava sua mente pensar sobre aquilo, ela imaginava se depois de estar imersa na escuridão por tanto tempo ela estaria apta a sair. Tinha que ter um jeito, ela tinha que acreditar nisso, era a única coisa que ela podia se apegar, aquele pequeno raio de esperança. Se ela o perdesse, ela iria se afogar completamente. Lily estava tão imersa em seus pensamentos que não ouviu alguém se aproximar dela por trás, então quando alguém colocou a mão em seu ombro ela deixou escapar um choro de surpresa e ficou tão feliz quanto se estivesse esperando uma brisa.

"Lily?"

"Droga de reflexos," Ela pensou. Claro que isso seria um reflexo útil se isso fosse há um mês, mas de volta a Hogwarts isso estava decididamente fora de cogitação. Ela realmente teria trabalho para controlá-lo. De fato ela estava fazendo isso bastante bem; ontem ela se controlou para não se desesperar ao desviar-se enquanto Flitwick a ajudava com um complicado movimento da varinha, mas isso tinha sido uma coisa pequena. Virando-se ela disse uma palavra, "Potter".

"Você está bem? Você parece nervosa."

"Estou bem," Lily respondeu rispidamente, "Então se afaste!"

"Me desculpe. Eu não achei que estivesse tão perto," James murmurou se afastando um pouco com uma carinhosa expressão de preocupação em seu rosto. Lily não viu isso, ela desviou o olhar. "Posso dar um passo à frente flor Lily?" A referência dele ao jogo de infância favorito dela, Mãe May, deixou muita surpresa que não a tenha ajudado a explodir em risadas. Ela não ria há séculos. Parecia tão bom. Quando ela olhou para James ele estava sorrindo e trazendo uma ótima impressão de preocupação em fingir dar um passo, o que apenas a fez rir. Ela finalmente conseguiu parar quando James deslizou sobre o banco pra perto dela e disse, "É bom ouvir você rir de novo Lily, isso ilumina meu mundo." Gentilmente ele afastou uma mecha de cabelo do rosto dela. "Você é tão linda quando está feliz. Eu queria poder te ajudar a rir mais."

As palavras dele trouxeram Lily de volta para a realidade, de volta à ela mesma. Ela deixaria James construir um sonho de felicidade em volta dela por aqueles breves segundos, mas ela sabia que isso era uma ilusão. Ela nunca seria feliz; ela nunca estaria junto dele.

"Eu não preciso de sua ajuda, Potter," Ela respondeu tentando fazer com que isso parecesse que ela queria dizer isso mesmo.

"Por que você sempre me corta Lily? É tão óbvio que há alguma coisa errada e eu quero ajudar a consertar isso. Por favor, só me dê uma chance," Ele disse entrelaçando a mão dela com a dele.

"Eu não preciso de ajuda," Lily repetiu. Era quase como um mantra; se ela repetisse isso tantas vezes quanto fosse o bastante poderia se tornar realidade. Ela precisava de ajuda mais do que ela precisava de sua respiração, mas ela não podia ceder. Ela não podia machucá-lo, ainda que isso a matasse.

"Sim, você precisa! E eu vou tentar e ajudar você mesmo que isso me mate," um sentimento tão parecido com o dela própria. Haviam lágrimas nos olhos dele. Ela queria isso tão maldosamente. Ela pulou, tirando sua mão da dele; ela tinha que sair dali. Quando ela passou pela porta do Salão Principal ela olhou pra trás e por um flamejante segundo seus olhos encontraram os de James. O mundo todo parecia cair. Era como se ela estivesse parada à frente dele sem as mentiras dela, sem suas paredes cuidadosamente construídas e sem a máscara dela. Era muito; ela voltou e saiu correndo. Ela finalmente parou perto da sala de Transfiguração e pegou ar enquanto esperava suas lágrimas pararem de cair. Ela não estava pronta para se esconder por muito tempo se isso ficasse mais forte. Ele era tão doce e maravilhoso e perfeito. Ela queria ele para ajudá-la; ela queria ele para dizer que ela não iria machucá-lo, mas aquele era um risco que ela não podia correr.

Ela assistiu às aulas daquele dia ignorando todo mundo e se escondendo no trabalho. Até em História da Magia, onde eles não fazem nada, ela se ocupou terminando outro trabalho. Se manter ocupada trazia sua mente pra fora da bagunça que ela chamava sua vida. Lily jogou-se sobre a fluente bolsa de livros em sua cama e pegou sua velha e gasta capa. Ela devia a si mesma um trato. Saindo do castelo, Lily começou a andar sem rumo pelo jardim, aproveitando a vigorosa brisa que penetrava sua capa. Talvez seja a neve do Natal. Depois de amanhã, todos os estudantes estariam indo embora para o feriado. Nada que ela pudesse celebrar, mas ainda seria legal ter um Natal. Depois de tudo, esse seria o primeiro Natal dela em Hogwarts e a neve a fazia ficar um pouco menos sozinha quando todos os seus amigos forem pra casa para o Natal. Não, não, todos os seus antigos amigos. Sua própria mente estava conspirando contra ela. Ela não podia ser amiga deles; ela teria que aceitar isso. Talvez o isolamento total no qual ela está pensando e é necessário no início não seja tão crucial quanto ela tinha suposto. Provavelmente isso seria certo para ter relações pessoais. Sim, relações pessoais poderiam ser muito legais realmente. Mesmo porque Ele não poderia ir atrás deles. Poderia? Lily não podia colocar em risco o valor da amizade. Oh, mas que bênção seria se ela finalmente tivesse alguém que soubesse o que ela tinha passado. Alguém pra quem ela pudesse falar sobre seus pesadelos e pudesse confortá-la de seus medos. Sentando perto do lago o frio vento do inverno deu um sabor particularmente áspero e a açoitava através da sua fina capa como uma gelada faca. Arrepiando-se, Lily se abraçou. Ela fechou os olhos e inclinou sua cabeça para trás, deixando a corrente de vento em volta dela embaraçar seus cabelos. Sacudindo sua cabeça, ela tentou bloquear a imagem da água fria e negra que estava marcada em seu cérebro. Era tão tentadora. Ela teria de apenas afogar seus problemas e nunca mais precisaria que encarar o mundo novamente.

"Frio?" murmurou uma voz quando braços quentes a envolveram por trás.

Primeiramente ela se debateu, outro reflexo, e ela imaginou quem poderia ser, "James."

"Se você vai ficar parada aqui fora no frio cortante então pelo menos vista uma capa decente, então eu não precisarei me preocupar com você." Enquanto ele falava ele acomodou as pontas de sua capa em volta dela, trazendo-a para perto de seu peito.

"Você é tão quentinho" Lily disse, imaginando o calor no qual ela podia estar sem desde esse verão. Ela pôde sentir o sorriso dele subindo através dele quando ele cochichou em seu ouvido.

"Bem, eu estou vestindo uma capa de inverno. E isso provavelmente não machuca já que eu estava agora no treino de Quadribol." O sorriso deixou a voz dele e aprofundou o que Lily podia chamar apenas de sedução, "Você vê, eu não posso ajudar mas eu notei que um lindo anjo estava parado aqui perto da água. Então eu tive que vir investigar. Imagine a minha surpresa quando percebi que a linda feiticeira que me enlaçou era mortal." Quando as últimas palavras dele saíram ele pressionou os lábios contra a bochecha dela e disse, "Eu quero te ajudar."

"Não, Potter, você não pode. O que está errado comigo levaria anos de ajuda para ser superado. Eu sei que você tem outros planos para o seu futuro, James. Não há necessidade de jogar tudo pro alto por mim." Lily deixou escapar um riso molhado. Ela não podia explicar porque, mas ela começou a chorar. "Jogador de Quadribol de nível mundial, James Potter," ela sussurrou. "Eu vou entrar no seu fã-clube e vou aplaudir na arquibancada quando você pegar o pomo. É tudo o que eu quero. É tudo o que eu peço."

James a virou então ela estava o encarando, "Isso pode ser uma surpresa pra você, mas isso não é tudo que eu quero que você peça. Eu não quero jogar Quadribol depois de Hogwarts. Não que haja alguma coisa errada nisso, mas não é o que eu quero." Os olhos dele deixaram os dela e ele olhou por cima do ombro dela, como se estivesse visualizando um futuro que só ele pudesse ver. "Eu quero ser Auror, como meu pai, e espero contornar o fã-clube. Eu quero me casar e começar uma família," Os olhos dele voltaram a se encontrar com os dela, "Com a mulher que eu amo."

Lily olhou para os lados.

"Lily, eu sei que você está mau, mas eu quero que você saiba que eu nunca vou te machucar. Me dê uma chance; me deixe te amar."

"James," ela murmurou, sua voz falhando desigualmente com a emoção, "Eu não quero te perder."

"Eu nunca vou te deixar Lily. Eu te amo."

Se afastando, Lily tropeçou pra trás e seus pés foram molhados quando ela tocou a borda da água gelada do lago. "James, você não quis dizer isso."

"Eu quis. Lily, me ouça, por favor. Eu não sei por que você mudou seu pensamento sobre nós durante o verão, eu não sei por que você simplesmente sorri, e eu não sei por que suas notas estão abaixando. Droga, eu nem sei porque você está aqui parada tentando buscar sua morte, mas sabe do que eu sei? Eu sei que a Lily Evans pela qual eu me apaixonei está em algum lugar aí dentro de você e eu a quero trazer de volta. Eu sei que você também a quer de volta. Você não gosta da pessoa na qual você se tornou, eu posso ver isso todas as vezes em que você faz caretas para o seu reflexo. Eu não estou pedindo muito Lily. Eu não estou pedindo seu amor ou amizade, eu não estou nem pedindo para que você goste de mim. Tudo o que eu quero é uma chance pra te ajudar. Por favor, por favor, dê essa chance pra mim."

Por alguma razão inexplicável Lily estava confusa. Talvez fosse porque tudo o que ele dissera era verdade, mas seja qual fosse a razão, a fez gritar, "Você quer uma confissão James! Tudo bem, aqui está uma, vamos ver se você gosta disse! O Lorde das Trevas está atrás de mim. Oh, e com certeza, não só de mim, oh não, é de toda e qualquer pessoa que eu estiver próxima. Bem, acredite nisso James, não há algo pelo qual eu espere. Eu não vou deixar ninguém se machucar por minha causa. Eu planejei fazer ficar claro que ele não tenha mais ninguém para matar, só eu! E você está fazendo o meu plano ir por água abaixo!"

James se aproximou um passo. Provavelmente não foi a idéia mais brilhante porque ela estava tão confusa que ela sentiu como se estivesse meio que se segurando nele. "Ele está realmente atrás de você?"

"Ah, não, eu estava brincando," ela disse sarcasticamente, "É lógico que ele está atrás de mim."

James, perturbado pela irritação dela, estava olhando pra ela como se tivesse acabado de se esclarecer. "Então é por isso que você não quer me deixar ajudar você. Você está com medo que ele vá me machucar."

Lily assentiu olhando para seus pés; a raiva tinha desaparecido tão rapidamente quanto tinha vindo. Inesperadamente ela estava envolvida num abraço que a fez sair totalmente do foco de seus pés.

"É verdadeiramente doce Lils. Significa muito pra mim."

"James, eu não quero te machucar. Eu já perdi muito; por favor, eu não quero perder mais. Eu não quero te perder."

"Eu não vou a lugar algum," Ele disse a sentando sobre os pés dela.

"Mas você não pode controlar a morte James."

"Lily, que tipo de vida nós vamos viver se nós vivermos no constante medo da morte? Se você me perguntar, não seria muito boa." Se afastando, ele a olhou nos olhos, "A morte virá para todos nós Lily. Eu quero morrer sabendo que vivi a vida por completo. Eu quero saber que saboreei cada dia. Você sabe, 'viva cada dia como se fosse o último', esse tipo de coisa. A vida é uma aventura Lils, e eu quero você nessa aventura comigo."

Tremendo, Lily se aproximou de James, escondendo seu rosto no peito dele. Ela nunca quis deixá-lo ir. Mas mesmo assim, ela deve fazer isso? Ela deve deixar-se amá-lo? Ela deve se expor ao risco de outro coração partido? Para sua surpresa ela já sabia a resposta, e não era o que ela pensava que seria. "Sim!" Seu coração e sua mente gritaram tão escandalosamente que seus lábios se sentiram obrigados a expor pela voz esse sentimento.

"Obrigado, obrigado." James suspirou, a puxando mais pra perto. Lily enlaçou seus braços em volta dele, aconchegando-se em seu calor. Eles ficaram ali pelo que podia ser um minuto ou uma hora, isso não importava. Eles estavam juntos.

Finalmente James se afastou, "Eu acho melhor nós entrarmos antes que eu tenha como companhia uma Lily doente." Colocando um braço seguramente em volta dela, ele a puxou pelo castelo. Estava quieto exceto pelo barulho de seus sapatos, molhados pela água do lago.

Quando eles entraram no Salão Principal Lily olhou para os lados, "Que horas são?"

"Tarde."

"Obrigada Senhor Óbvio."

"Por nada Senhorita Sarcástica."

Ambos riram. Eles sempre se divertiam muito zombando um do outro. As coisas quase voltaram ao normal, exceto por uma coisa. James a estava segurando fortemente contra ele. Isso era ótimo.