Capítulo 1 – O telefonema

Neste imenso universo existe um sistema um pouco mais afastado dos outros sistemas. O sistema Dego. Nesse sistema existem oito planetas e um sol bastante grande. Desses oito planetas existe um que se encontra quase no fim do sistema, mas ainda consegue receber a luz vinda do sol, Lati.

Na principal cidade desse planeta, Lati 1, vivia Ailleen. Para ela este dia era um dia chovoso como outro qualquer, não fosse o facto dela ter recebido um telefonema.

Ailleen encontrava-se em casa quando o seu telefone tocou. Levantou-se e foi atendê-lo.

- Sim? – perguntou Ailleen quando atendeu o telefone.

Alguém respondeu do outro lado da linha.

- Mas olha lá, tu achas que eu tenho a tua vida? – disse Ailleen, irritada, para a pessoa que estava do outro lado da linha.

Essa pessoa respondeu e a Ailleen continuou, ainda mais irritada.

- Tu deves pensar que a minha vida é feita segundo a tua, não? Eu tenho a minha vida, os meus amigos. Eu não tenho de estar disponível quando tu queres.

A pessoa respondeu outra vez. A expressão na cara da Ailleen mudou de irritada para uma de puro choque.

- Olha Derek, já estou farta dessas tuas afirmações machistas, por isso o melhor é acabarmos.

Derek grita qualquer coisa do outro lado da linha e a Aailleen começa, também, a gritar.

- Óptimo. Esquece-me que é o que eu vou fazer.

E ao dizer isto, a Ailleen, desliga o telefone, sai de casa, para a rua e para a chuva. Mal a chuva entrou em contacto com a pele de Ailleen, esta acalmou-se instantaneamente.

A Ailleen era uma rapariga de estatura média-alta, com cabelos castanhos-escuros, com um corte diferente do normal: tinha cinco madeixas de cabelo pintadas de azul que lhe chegavam aos ombros e o resto do cabelo estava tão curto como o de um rapaz, que normalmente estava espetado com gel. Tinha os olhos verdes que estavam a mudar de cor para azuis, devido à chuva. Tinha 20 anos e já vivia sózinha.

A casa de Ailleen era uma casa simples, com dois quartos, para o caso de haver visitas a irem lá dormir a casa, mobilados com o minimo e o indispensável. Uma sala de estar com dois sofás pequenos e um móvel com uma televisão velha. Uma cozinha pequena e uma casa de banho, que mal cabiam duas pessoas lá dentro, ao mesmo tempo, sem que uma estivesse na banheira. A casa era no rés-do-chão e a renda era barata, por isso a Ailleen não se queixava das condições em que vivia, já que o seu salário dava para as despesas da casa e pouco mais.

Passado algum tempo de estar à chuva a Ailleen decidiu voltar para casa. Como estava completamente encharcada e não se queria constipar, decidiu ir tomar um duche quente. Poucos minutos depois Ailleen sai do banho enrolando-se numa toalha, dirigiu-se ao quarto para ir vestir umas calças e um top para se ir deitar.

Antes de se ir deitar, Ailleen, decidiu ir à cozinha, beber água, e ao passar pela sala deu-lhe a sensação de ter visto um vulto mas quando olhou mais atentamente não viu nada. Deixou isso passar como sendo imaginação sua por ter passado alguma nave que tenha alterado a luminosidade que entrava, na sala, pela janela. Quando voltou da cozinha, Ailleen prestou mais atenção ao passar pela sala e reparou que, realmente, se encontrava alguem na sua sala. Voltando, discretamente, à cozinha para ir buscar uma faca, Ailleen, depois, entrou na sala e antes que pudesse acender a luz, foi encostada à parede com uita força, uma faca foi-lhe encostada à garganta e a sua foi-lhe arrancada das mãos e atirada para fora do seu alcance. A única coisa que eloa conseguiu ver foi um bocado da silhueta de um homem bem constituído e dois pontos prateados, onde os seus olhos se deveriam de encontrar, como se de olhos de gato se tratassem.