Nota do Autor: Olá! Como estão? Então, esse é o primeiro capitulo dos 4, espero que gostem. Ele conta os últimos momentos do Garoto do Distrito 9, cujo nome eu não sei se foi revelado em Catching Fire ou MockingJay... enfim, espero que gostem.


Estou com medo quando ouço Claudius Templesmith dizendo:

"Senhoras e Senhores, está aberta a septuagésima quarta edição dos Jogos Vorazes."

Tremo. Disponho apenas de um minuto para pensar até que o gongo soe e somos liberados a sair dos nossos círculos dourados. Aguardo, ainda tremendo. Não quero estar aqui e imagino que boa parte dos meus adversários também não. Ainda não consigo decidir o que fazer. Correr para a floresta? Viveria no máximo uma semana sem comida, mas duraria muito menos tempo sem água. Para o lago? Exposto demais. Eu seria massacrado pelos carreiristas em segundos. O único modo de conseguir uma mísera chance de sobreviver era a Cornucópia. Tento ver o que seria útil para mim ali. Lanças, facas, um arco com uma aljava e algumas flechas, containeres, barracas, alguns poucos sacos de dormir e meia dúzia de mochilas com o conteúdo desconhecido. Sei que armas não adiantariam para mim, já que não tenho nenhuma habilidade com elas. Os containeres parecem muito pesados, então os risco de minha lista. Tenho medo daquelas armas. Definitivamente. Lembro rapidamente dos carreiristas manuseando lanças e facas e mostrando seus músculos. Percebo que nunca ganharei os Jogos, mas prometi que morreria tentando. Perdido em meus pensamentos, ouço o gongo. Droga! Soou rápido demais. Perdi uns 3 ou 4 segundos e estou muito assustado. Corro como se não houvesse amanhã (e provavelmente não haveria) e decido pegar uma mochila amarelo-alaranjada que me chama a atenção. Tenho tempo pra olhar em volta. Mortos. Sangue. A carnificina já começou. Tenho medo. Não é essa, afinal, a intenção dos Jogos? Percebo uma resistência enquanto puxo a mochila. Aquela garota do Distrito 12 também foi atraída pela cor da mochila, imagino. Por um breve momento lutamos contra a mochila, e percebo que ela vê minha expressão amedrontada. Estou desesperado. Não quero morrer, não estou pronto ainda. Então eu sinto uma forte pressão nas minhas costas. O líquido quente começa a subir por minha garganta e eu engasgo. O sangue escuro e vermelho mancha o rosto da garota que briga pela mochila. Ela se afasta. Sinto minhas forças sendo sugadas. Não há dor. Caio no chão, ciente que deixarei o mundo para sempre. Devo ter sido esfaqueado. Sim, tenho certeza que é uma faca. Não poderia ser uma lança ou uma flecha. Agora eu vejo que não tenho medo. Em algum lugar da minha mente eu já sabia que não duraria muito. A escuridão estava a minha volta, mas ainda não tinha me alcançado. Imagens do meu passado apareciam em frente aos meus olhos. Despeço-me em silêncio (pois além de tudo, não tenho forças para falar, ou mesmo sussurrar) de todos que amo. A dor finalmente me alcança e eu anseio pela escuridão. Aposto que a garota já está longe há uma hora dessas. Sinto o sangue passando pela minha garganta e ele me deixa sem ar então começo a querer morrer. Por que a morte não vinha logo e acabava com tudo? Mas eu podia senti-la. Sentia que estava chegando. Uma única lágrima escapa de meus olhos quando a escuridão finalmente me toca, e então eu já não tenho pulsação.


Foi um capitulo sem parágrafos, porque a morte dele é bem rápida mesmo, e ele estava bem desesperado apesar de tudo. Obrigado por ler :)