Disclaimer: Esta história é uma tradução autorizada e, portanto, não me pertence. Todos os créditos vão para Blade Redwind, a autora original em inglês. Apenas a tradução me pertence, e nada mais.


Resumo: Sakura Haruno tinha tudo o que ela poderia ter. O cara perfeito, a casa perfeita, os amigos populares e... isso não era o que ela realmente desejava. Ela só ainda não sabia ao certo o que queria. Até que um garoto artista de cabelos e olhos negros lhe mostrou como sorrir... verdadeiramente.

Ele não era popular. Nem muito conhecido ou querido, mas Sai era feliz. Ele não escondia de ninguém quem ele era ou do que gostava, e fodam-se as conseqüências. Irritava-o profundamente ver seu irmão não sendo honesto consigo mesmo. Na maior parte do tempo, Sai não se metia no assunto. Conhecendo Sasuke, era melhor assim.

Ele não estava apaixonado por ela, mas ele desenhava sua imagem constantemente. Aquele sorriso... havia algo nele que ele queria desvendar. Era algo misterioso e cheio de segredo. Ele ficava extasiado e não sabia o porquê. Quando sua professora de artes e o destino lhe dão uma mão para aproximá-los, ele irá aprender mais sobre aquele sorriso do que esperava? Ou ela é realmente aquilo que demonstra ser... Apenas um rascunho em seu caderno com um... sorriso de Mona Lisa?


..Capítulo Um..

..

Do you smile to tempt a lover, Mona Lisa?

Or is this your way to hide a broken heart?

Many dreams have been brought to your doorstep

They just lie there and they die there

Are you warm, are you real, Mona Lisa?

Or just a cold and lonely lovely work of art?

..

A primeira vez que ele a viu, ele foi traçado quase que de imediato. Romanticamente falando, diriam que foram os olhos dela. Homens diriam que foram a bunda, os quadris, porra – todo o pacote exterior que a fazia ser notada. Outros podiam dizer que foi a risada dela ou como ela parecia se dar tão bem com tanta gente que acabava incluindo você.

Mas, para Sai, não foi nada disso. Naquele primeiro dia de aula do colégio dois anos trás, não haviam sido os olhos, a risada ou o corpo dela. Não, para Sai, tinha sido o modo que ela... sorria. Foi o jeito que os lábios se curvavam quando alguém dizia algo para ela, e ela queria que soubessem que estava se divertindo. Foi o jeito que aquele sorriso não parecia alcançar as bochechas ou os olhos dela. Era discreto e misterioso, como se ela não estivesse realmente sorrindo, ou talvez aquilo para ao qual sorria o tempo todo não tinha nada a ver com o assunto da conversa.

O que ela estava escondendo atrás daquele sorriso?

Em uma vã tentativa de entender aquela expressão facial tão simples e mágica, ele teve o cuidado de gravar aquela imagem em seus pensamentos. Ele permitia que suas mãos fizessem a mesma pergunta enquanto rabiscava a fisionomia dela, página após página, em seu caderno de desenho naquele primeiro ano.

Paixão adolescente, sua mãe falou um dia ao ver o caderno de desenho. Hormônios, seu irmão falou antes de, então, dizer para ele encontrar uma garota e transar logo de uma vez. Seu pai não disse uma palavra a respeito. No fim, ele ergueu uma sobrancelha para o caderno, deu de ombros e voltou a ler o jornal enquanto sua mãe sorria para ele.

O primeiro ano veio e se foi. E exatamente assim, no segundo ano, ele pareceu amadurecer um pouco mais. Ele não diria que a curiosidade minguou. Ainda a desenhava de vez em quando, mas ele não era obcecado. Não tinha certeza se o fora antes.

No entanto, havia aqueles momentos... em que ele ficava de frente o próprio armário, enchendo a mochila com livros quando ela passava por perto com o grupo dos populares e o loiro namorado, e ele observava. Ele olhava para ela, e ela só sorria... sorria quando alguém dizia algo engraçado. Ela ria suavemente, cobrindo a boca no meio do caminho e continuava com o seu dia. E ele se lembrava daquele primeiro ano em que ele sentia algo por uma pessoa que nem ao menos sabia o nome dele.

― Sabe, se você apenas colocasse isso tudo pra fora, você não ficaria tão preso a ela ― uma voz à esquerda disse.

Sai piscou, saindo de seus devaneios e domando suas expressões. Ele observou um pouco mais as costas dela, não admirando realmente algo físico... apenas ela, antes de virar para o armário e voltar a pegar os livros para a próxima aula.

― É verdade. Fazer sexo pode colocar sua mente em uma nova perspectiva, idiota. Porra, encontre alguém mais acessível.

Sai sorriu presunçoso, parando brevemente para olhar para o seu irmão. Era a imagem que ele havia desenhado muitas vezes antes em casa: rapaz de cabelos escuros apoiado contra a parede, braços cruzados sobre o peito, com um olhar de vago desinteresse adornando o rosto. Raivoso, pronto para dar o bote e, ainda assim, totalmente confortável em sua própria pele. Ele representava bem a essência dos dias de delinquente. Mas, como qualquer delinquente, ele tinha seu próprio passado conturbado, sonhos perdidos e intenções descabidas.

Ele se virou novamente para o armário a procura do seu caderno de desenho.

― Quem disse que estou interessado?

― Você olha pra ela como se estivesse. Você sempre faz isso quando ela passa por perto. É um tanto óbvio que você a quer, não é? – ele suspirou, lábios pálidos abrindo apenas um pouco enquanto seus orbes de carvão se fechavam por um instante. O palito de dente entre os lábios rolou para o outro lado da boca.

Sai deu de ombros.

― Ela é fácil de desenhar ― ele sugeriu.

― Sim, e a Madonna era mesmo fácil de fotografar. Isso não significa que o cara com a câmera não ficava excitado fazendo isso. Você realmente acha que ele não deu um jeito naquilo com alguém que estava disposto a transar?

Sai rolou os olhos por trás da porta do armário e falou com sinceridade.

― Sexo não é tudo.

― Diz o cara que nunca fez sexo na vida ― ele bufou.

― Eu deveria me sentir insultado?

― Duvido que você se sentiria, mesmo se isso fosse meu objetivo, idiota.

Sai sorriu.

― Pelo menos você aprende rápido. Acho que essa é a única coisa significativa em ser seu parente, viado ― ele ouviu um rosnado direcionado à palavra, mas ignorou. ― Me diz, a―

― Sasuke... ― uma voz ronronou.

"... Karin não devia estar te catando agora?" estava na ponta da língua quando ele fechou o armário. Ele jogou a mochila sobre o ombro e encarou os dois. Ergueu a sobrancelha diante do comportamento usual da ruiva quando o assunto era seu irmão. A vadia estava praticamente transando com Sasuke a seco enquanto se esfregava em cima dele. Porém, o irmão dele nunca parecia se importar muito com isso. Na verdade, ele dificilmente reagia à exagerada obsessão física dela de tocá-lo.

A mão dela se espalhava sobre o peito dele, e ela sorria penosamente.

― Vamos pra aula juntos? ― sussurrou.

Pela primeira vez, ele não disse nada de imediato. Na realidade, seus olhos pareciam ter aumentado um pouco enquanto observava um flash amarelo e laranja passando com um sorriso na cara. Sai se virou para ver Naruto Namikaze andando pelo corredor. Ele voltou e olhou para seu irmão exatamente quando ele recompunha sua feição. Mas, como sempre, quando o loiro estava envolvido, ele podia ver aquele vestígio de angústia se revelando nos olhos de obsidiana.

― Parece que seu conselho não funciona tão bem assim ― Sai comentou antes de ir em direção à próxima aula do dia. Ele mal podia ouvir Karin perguntando sobre o que ele estava falando com Sasuke. Ele nunca iria contar para ela, obviamente. Porque, afinal, não era bem o Sai quem estava tentando escapar daquilo que achava que não poderia ter.

ooo

― Como foi seu encontro?

Ino deu de ombros enquanto rabiscava em seu caderno, em frente à Sakura.

― Foi bem, eu acho ― o nariz dela torceu. ― Se você acha que ver um filme sanguinário e comer dentro do carro é um bom encontro.

Sakura rolou os olhos enquanto repousava sua bochecha sobre a palma da mão com o cotovelo apoiado sobre a longa mesa entre elas.

― Você é uma adolescente, Ino. O que esperava? Um jantar num restaurante francês?

A loira à sua frente fez bico.

― Nós não somos tão sortudas como você, guria. Algumas de nós temos que dar duro pelos nossos namorados.

Sakura bufou.

― Naruto me levou para comer lámen em nosso primeiro encontro. Nós compramos em uma loja de conveniência e fomos comer no parque ― ela sorriu enquanto recordava. ― Isso tudo não é sobre o encontro em si, mas sobre a pessoa.

― É o que você diz ― ela retrucou com um sorrisinho. ― Se o cara não pode te levar para um lugar legal, isso não é o reflexo do que ele sente por você?

― Se é o que ele pode pagar, não.

― Há! Como se o Naruto não pudesse pagar por algo melhor.

Sakura deu de ombros, jogando algumas mechas de seu cabelo claro tingido para trás.

― Eu acho que sim...

― Mas ele é engraçado, como você sempre diz. Um cara legal com um bom humor.

Sakura sorriu.

― É, ele é uma pessoa cheio de vida. É contagiante e eu gosto disso. Ele... ele me faz rir.

Ino deu uma risadinha.

― Ah, sim, a chave para o notório coração de Sakura Haruno. Faça-a sorrir e ela fica caidinha.

Sakura apenas sorriu como sempre fazia. Ino foi rápida em mudar de assunto, naturalmente, enquanto esperavam pela professora de artes do sétimo período chegar. Geralmente era sempre assim. Sakura começava a conversa, Ino comentava, Sakura falava mais algumas coisas e, então, deixava que sua amiga continuasse a falar sobre o que tinha em mente. Sakura, em geral, se encontrava ouvindo ou divagando na maior parte do tempo. Isso funcionava muito bem para ela. Sakura nunca gostou realmente de ficar falando muito. Até mesmo o namorado dela, a estrela da escola, mantinha a maior parte da conversa quando estavam juntos.

No entanto, Sakura não era invisível. Ela era bem popular e havia sido antes mesmo de começar a namorar Naruto. Dificilmente alguém ficou surpreso quando eles começaram a sair no primeiro ano. Ambos vinham de famílias abastadas, eram incrivelmente talentosos e queridos por todos. Nenhum dos dois tinha algo ruim para dizer sobre alguém em particular. Na verdade, isso era umas das coisas que ela gostava em seu namorado. Era como um acordo entre eles, considerando que todos os amigos dela eram fofoqueiros.

― Oh, meu deus ― Ino sussurrou mal-humorada com uma careta e um rolar de olhos ao mesmo tempo. Deve ser algo mesmo ruim para ela conseguir fazer isso, Sakura pensou.

― O que foi?

Ino franziu a testa.

― É aquele maldito bicha emo. Eu juro que, se não fosse pelo 10 fácil, eu nem estaria na mesma sala que ele. Ugh...

Sakura piscou e se virou para olhar para a porta da sala do outro lado. O garoto que entrava pela porta, ela supôs, parecia mesmo um emo. Sua pele era terrivelmente pálida. Era como se ele nunca tivesse visto a luz do dia uma vez se quer na vida. Seus olhos, escuros como carvão e piche, eram adornados por cílios quase perfeitos. Seu cabelo não era muito longo e caia sobre as orelhas e um pouco em cima dos olhos, chegando até o meio do pescoço. Até mesmo seus lábios pareciam esbranquiçados.

Ele estava vestido de preto dos pés à cabeça. Uma regata preta, uma blusa arrastão por cima, uma calça larga parecendo ser da Hot Topic, e sapatos Vans escuros. Ele possuía uma expressão sem emoção em seu rosto quando se sentou em uma carteira longe dela e da Ino.

Ele não era o tipo de pessoa que o seu grupo normalmente se relacionava. Ela já o tinha visto várias vezes antes, mas nunca conversara com ele. Ela nem tinha certeza se sabia o nome dele.

Ela voltou para a Ino, erguendo uma sobrancelha.

― Por que você não gosta dele? ― como se a Ino precisasse de um motivo.

― Você se lembra daquela festa no começo do ano que você não pôde ir por causa do seu compromisso como modelo no dia seguinte? Você tinha que acordar cedo ou algo do tipo...

Sakura pensou um pouco, tentando lembrar.

Ino suspirou impaciente.

― Você queria ir porque o Naruto tinha te chamado para ir com ele...? Foi antes do baile de boas-vindas, guria. Era como uma versão sem supervisão e com bebida.

Ela piscou duas vezes mais antes que caísse a ficha.

― Oh! Certo, ok ― ela estalou os dedos enquanto falava. ― Aquela festa em que você ficou agonizando por horas sobre o que vestir, já que ia tentar ficar com o Kiba?

― Sim, e a fila já andou faz tempo ― ela murmurou. ― Mas, sim, essa festa.

― Então...

Então ― ela enfatizou como sinal do início da história. ― Eu fui nela, óbvio.

― Óbvio ― Sakura não conseguiu não se intrometer.

― Eu estava me divertindo. A música soando alto. As bebidas estavam ótimas, já que o Kiba era o bartender. Eu estava tendo uma ótima conversa com ele naquela hora. Ele queria saber se eu queria dançar. Dançamos por um tempo. As coisas esquentaram e fomos subir as escadas...

― Ok...

― Bem, eu não queria ter o risco de acabar dormindo com as lentes de contato, certo? Então eu disse ao Kiba para me esperar no quarto e fui ao banheiro tirá-las. O problema era que havia só um maldito banheiro na casa toda. Pelo menos quando não se pode contar com o banheiro do quarto dos pais. Esse estava bem trancado.

Sakura não ficou surpresa em ouvir aquilo. Se não lhe falhava a memória, Shino foi o escolhido para dar a festa. Ele não era o cara mais popular da escola, mas um chapado total e um ótimo organizador de festas. Ele vinha fazendo isso desde o início do colégio e sabia como ter tudo sobre controle.

― Então, lá estou eu batendo na porta porque estava trancada. Alguém estava lá dentro, certo? E caralho... e eu esperei e esperei. Me disseram para esperar mais um pouco porque alguém estava passando mal. Tá, eu esperei mais. Mas, droga, eu sabia que o Kiba estava bêbado pra caramba e eu não queria que ele desmaiasse em cima de mim. Eu não consigo tirar minhas lentes sem um espelho, sabia? E eu não tinha levado a minha bolsa na festa, pois aprendi minha lição na primeira vez que fiz isso. Então, sem espelhinho...

Sakura acenou com a cabeça, esperando que ela chegasse no que interessava na história.

― Finalmente, quando esse imbecil abriu a porta, ele ficou me encarando primeiro e depois sorriu pra mim. Sorriu! Como se eu fosse algum tipo de piada pra ele ― ela resmungou. ― Era ele, é óbvio.

― É óbvio.

― Pra falar a verdade, isso não teria me irritado muito se não fosse pelo bêbado que ele estava ajudando ter saído do banheiro e vomitado em cima de mim!

Sakura estremeceu visivelmente.

― Bem em cima do meu vestido Chanel de quinhentos dólares, Sakura!

Como se o preço realmente importasse, Sakura disse a si mesmo. Ela não tinha coragem de falar isso alto.

― Eu estava furiosa, sabia? Eu perguntei pra ele quem ia pagar pelo maldito vestido. Sabe o que ele me disse?

― Hm?

― Ele disse: "Como se ouvir você guinchando na porta já não foi o suficiente, esnobe. Agora, você quer que meu irmão vomite de novo em você? Ou vai deixar a gente passar?" Consegue acreditar nisso? Por que ele tinha que falar daquele jeito? Imbecil.

Sakura teve que segurar a risada ao imaginar alguém esnobando a Ino daquele jeito. A maioria tremia diante a sua ira. Bem, a maioria dos homens.

― Bem... talvez porque você estava agindo como uma idiota, pra começar?

― É claro que eu estava. O amigo dele vomitou em mim! Ele me fez esperar! ― ela disse entre os dentes. ― Irmão, uma ova. Provavelmente era a porra do namorado dele.

Sakura achava que não. Embora, ela não tinha certeza o quão brava ela ficaria se algum cara desconhecido vomitasse nela em uma festa.

― De qualquer jeito, que tipo de pessoa normal usa preto todo o tempo? Tipo, todo dia ― ela continuou um tanto irritada. ― Você já reparou?

― Que ele usa preto todo dia?

― É.

― Eu nunca preparei de verdade nele antes.

― Bem, lhe digo uma coisa, ele é esquisito. Ele nunca namorou ninguém, nenhuma vez. Ele nunca deu em cima de ninguém. E você sabe o que isso significa? ― ela não esperou por uma resposta. ― Ele é gay. Tem que ser. Por que razão ele não teria uma namorada? Sabe, algumas pessoas dizem que ele mexe com algum tipo de bruxaria ou vodu. E que ele é todo pálido porque ele acha que é um vampiro ou algo assim...

Sakura escutou Ino fofocar sobre o cara que ela dizia odiar. Ela falou sobre a esquisitice dele, como ela achava ele um perdedor, como ele nunca saia com ninguém além do Sasuke ― o delinquente mais-legal-e-incrível-da-bunda-gostosa do colégio. Ela disse que o corte de cabelo dele era o pior de todos os tempos, parecendo algo que algum cantor de metal usaria enquanto gritava ao microfone. Ela foi até o ponto de afirmar que ele era mais perdedor que Choji, que tinha a única fama de ser o melhor amigo do Shikamaru. Shikamaru era conhecido como o cara que conseguia a melhor erva. Traficar automaticamente o faz ser popular em alguns aspectos, mesmo se você não fizer parte da nata da escola.

Neste ponto, ela já estava divagando. Essa era a única coisa que Sakura realmente não gostava na Ino. Ela sempre fofocava sobre tudo e sobre todos. Ela podia arruinar qualquer pessoa da escola em menos de trinta minutos com aquela boca, dez se ela estiver enérgica no dia. Sakura achou que seria melhor se tornar a melhor amiga dela do que sua inimiga. Não quer dizer que ela teve a chance de escolher...

A porta fechando do outro lado da sala fez com que ela abandonasse seus pensamentos e que Ino calasse a boca quase que de imediato. Rin, a professora de artes que ela só conhecia de primeiro nome desde o começo do ano, tinha finalmente chegado. Na verdade, ela descobriu o sobrenome dela antes, mas o esqueceu desde que ela pediu para a sala apenas chamá-la de Rin ou Sra. Rin. Sra. Rin soava muito estranho para ela. Parecia muito quando se está no jardim de infância e você não consegue pronunciar o sobrenome da professora. Por que todos os sobrenomes de professores de jardim de infância eram tão impronunciáveis?

― Olá, classe. Desculpa pelo atraso. Eu tive que buscar algumas coisas na minha sala ― ela sorriu calidamente enquanto colocava uma pilha de papéis sobre a mesa. Ela se virou para um dos estudantes. ― Sai, poderia desligar a luz pra mim, por favor?

Sakura observou o garoto de quem Ino ficou falando por quase quinze minutos sem parar se levantar e desligar a luz. Sai, huh? Bem, agora ela não podia mais dizer que não sabia o nome dele.

Segundos mais tarde, o projetor foi ligado. Sakura viu Rin colocar uma folha fina de plástico transparente sobre o projetor. Em instantes, ela se tornou visível na tela branca pendurada na frente da lousa, atrás dela.

― Logo eu estarei passando um handout para cada um de vocês com esta mesma folha. Eu só queria mostrar isso tudo primeiro. Me acompanhem enquanto eu explico o projeto do semestre, ok?

Alguns alunos da classe podiam ser ouvidos resmungando algo sobre "muita coisa para ser um 10 fácil". Sakura tinha quase certeza que Ino era uma dessas pessoas. Ela não pôde evitar em sorrir um pouco ao pegar a pilha de papéis que passava pela longa mesa. Ela deu um para a Ino, pegou outro para ela e passou para a próxima pessoa.

Ela voltou a se virar para escutar Rin explicar sobre o projeto.

― Ano passado, quando pedi esse projeto, eu dei bastante liberdade para os meus alunos. Eles podiam retratar qualquer casal da literatura, real ou fictício, contanto que eles demonstrassem de forma correta a emoção da obra e a explicasse bem para a classe. Infelizmente, muitos alunos não se dedicaram ao projeto e isso foi evidente. Fiquem sabendo, como foi dito anteriormente nessa sala, eu não dou nota pela sua capacidade. Eu dou nota pela dedicação. É óbvio que se você dedicar pouco tempo ao trabalho, ele terá uma nota ruim. Gente, não precisa ser um Michelangelo. É só isso que eu peço a vocês. Eu preciso sentir o que vocês sentiram ao fazer o trabalho.

"Feita a explicação, o projeto de vocês consistirá em escolher um livro. Pode ser qualquer livro que quiserem, excluindo aqueles considerados impróprios pela regulamentação escolar, é claro. A história pode ser real ou não. Não importa. Vocês devem ler o livro e criar uma obra de arte antes do fim do semestre escolar baseado em um casal do livro. Eu prefiro que seja um casal romântico... mas não há necessidade disso. Os personagens tem que ter algum tipo de relacionamento. A obra deve expressar uma ou todas as emoções envolvidas nesse relacionamento.

"Eu vou precisar saber qual livro vocês escolheram em até duas semanas, para que eu tenha tempo para ler sobre o assunto e fazer anotações. Com a intenção de diminuir a quantidade de trabalho que vou ter, irei separá-los em dupla. Agora, ― ela disse um pouco mais alto quando a classe começou a conversar. ― Não fiquem tão entusiasmados. Eu já escolhi quem serão as duplas para este projeto ― alguns gemeram ao ouvirem isso. ― E vocês não podem trocar de dupla com outra pessoa. Eu selecionei vocês de acordo com a capacidade criativa e interesses em comum que eu pude ver até agora... e em alguns casos, a falta de motivação. Lembrem-se, se vocês não fizerem a sua parte do trabalho e eu descobrir... bem, não será nada agradável. Duvido que algum de vocês quer fazer o trabalho sozinho, hm?"

Houve vários balançar de cabeça.

― Certo, bem, com isso eu vou começar a chamar os nomes das duplas ― Rin pegou um prancheta e se sentou na beira da mesa. Ela puxou as pernas para cima e as colocou em posição cruzada, uma posição que Sakura já se acostumara em vê-la. ― Assim que eu terminar, vocês estão livres para sair e começar a trabalhar. Eu já conversei com a diretora. No entanto, se vocês forem pegos indo para qualquer lugar que não seja a biblioteca ou a cantina, vocês vão ter que lidar com algo pior que uma bronca. Essa é uma boa classe e eu coloquei minha mão no fogo por vocês... então não estraguem tudo.

― Não poder escolher nossa dupla já estragou tudo ― Ino resmungou quando Rin começou a chamar os nomes.

Sakura não comentou. Na verdade, ela estava um tanto feliz por não precisar escolher. Ino iria querer fazer dupla com ela e, de alguma forma, Sakura sabia que ela terminaria fazendo tudo sozinha. Ela realmente sentia pena de quem fosse ficar com a loira.

― Sakura Haruno e... ― Rin virou algumas páginas da prancheta, analisando. ― Sai Uchiha, vocês são uma dupla. Estão livres para sair.

Sakura piscou ao olhar para o jovem de cabelos escuros como ébano. Ela quase nem percebeu a Ino fazendo sons de descrença ao fundo.

Sakura não sabia o que pensar. Ele era quieto, sombrio e não namorava. Ele não era o tipo de pessoa que ela andava, mas era o tipo de pessoa que seus amigos normalmente tiravam sarro. Ele era aquele tipo que ela nunca deu importância ou nunca se relacionou a fim de que alguém pensasse mal dela. Sua mãe provavelmente teria um ataque se a visse sentada ao lado dele, imagine então trabalhando junto em um projeto escolar. Ino, ela imaginou, podia até mesmo ter o que falar sobre isso. Até amanhã de manhã toda a escola estaria sabendo que Sakura estava "se encontrando" com um perdedor.

Perfeito.


Nota da Tradutora: Eis aqui mais uma tradução! E como sempre é uma SaixSakura com um toque de NarutoxSakura e, como deu para perceber, SasukexNaruto. Esta história está completa, então não tem perigo de ser descontinuada como outras traduções que fiz. As atualizações serão lentas, mas prometo que não vou abandonar o projeto até completá-lo.

Espero que curtam esta nova história, e deixem reviews apontando erros, ou para que eu possa dar um feedback à autora original.

Até mais!

Nyuu-neechan