De:
Lee
Magrock
Para:
KT
Weasley
Título:
Digressões
Classificação:
NC
– 17
Betas:
Tachel Black e Nicolle Snape
Personagens:
Ron
Weasley, Harry Potter e Draco Malfoy
Disclaimer:
Essa
história é baseada nos personagens e situações
criadas pela J.K. Rowling, várias editoras e Warner Bros. Não
há nenhum lucro, nem violação de direitos
autorais ou marca registrada.
Avisos:
Há
subliminares referências ao último livro. Mas acho que
apenas quem já o leu, vai entender.
Notas:
Não
conheci KT Weasley da forma que gostaria, e é muito triste
pensar que passei dias pensando dela, sem que ela pudesse saber quem
eu era. Mas escrevi essa fic imaginando que ela gostaria. Se ela pode
nos ver, sentir, ela sabe que é de coração.
Digressões
By Lee Magrock
Talvez
fosse o dia, que parecia tanto com outro qualquer - como há
muito não sentia. Ou, quem sabe, fosse apenas a inesperada
monotonia de seus pensamentos, velejando sem saber para onde. Talvez
ele estivesse entorpecido pela falta de Hermione retumbando em seus
ouvidos, a bagunça abissal que se tornara seu quarto e uma
leveza estranha de quem nada tivesse a esperar.
Ele não se
lembra. Durante os minutos que Harry dispôs todo o seu arsenal
de desculpas esfarrapadas, ele só se lembra de permanecer
calado, de querer dormir, e de responder tudo com uns mal pensados
"sins". Deu-se conta de que dividiria o apartamento com um
Malfoy, dois dias depois, quando o próprio entrou de malão
e varinha no quarto que antes fora de sua namorada.
Era claro e
simples o ódio que nutriam um pelo outro. Harry não
ajudava ficando entre os dois. Hermione piorava não
respondendo às suas cartas. O treinamento de Auror lhe ferrava
os dias de sol, a esperança na paz interior e a vontade de
arrumar a bagunça que se encontrava sua cama e sua cabeça.
E Malfoy zumbia grosserias entre-dentes cada vez que se encontravam
no corredor. Harry passava mais tempo com ele, em seu quarto,
reclamando do treinamento que vivendo. Não foi nada estranho o
que acometeu os três naqueles dias de outono.
-x-
Depois
da guerra, homens voltaram a ser homens e heróis começaram
uma nova guerra para se tornarem homens também. As lembranças
estariam para sempre maculadas, mas todos precisavam crescer. Como
apagados pelos ventos da vitória, os acontecimentos passados
deram lugar a realidade habitual; Alunos voltaram à escola,
professores às suas lousas, e em três anos, Harry Potter
nada mais era que um sombrio estudante de Defesa Contra as Artes das
Trevas, na academia de Aurores do Ministério. Ron Weasley e
Draco Malfoy estudavam Feitiços e Hermione Granger treinava
para ser uma Healer. Cada um buscando o tal caminho ao qual estavam
destinados.
Nunca haviam se sentido mais perdidos na vida.
Então
Harry comprou um apartamento e convidou seus dois melhores amigos
para morar com ele. A idéia era egoísta, ele estava
cansado de ser sozinho e de contar suas dores para os quadros na
parede. Walburga Black, que Merlin lhe perdoe, era mais agradável
que o silêncio que oprimia sua mente, ou as vontades que ele
dera de sentir.
-x-
O
mundo é uma caixa de surpresas, diria algum insano conhecedor
da realidade. As provas vinham todos os dias visitar os quartos dos
três grifinórios. Cada um, em sua redoma de descanso e
frustração, percebia, a cada minuto, que não se
tornavam pessoas às quais tinham se preparado para se
tornar.
Hermione queria mais que ser uma dona de casa amável
e protetora dos filhos. Não queria ter filhos. Negava-se a
visualizar seu futuro manchado de gordura, ao som de crianças
chorando, onde só pudesse usar - na vastidão de
feitiços que conhecia - os feitiços de limpeza.
"Eles
sempre escolhem mulheres como suas mães", ela pensou. E saiu
batendo a porta do quarto de Ron, que, perplexo, nem considerou fazer
algum movimento.
"Hermione se foi, Harry", ele disse, duas
semanas depois, quando Harry pediu onde estava a porcaria do café.
Harry abriu um sorriso confortador, abraçou Ron com toda a sua
força e lhe beijou a face. "Era o melhor para ela, Ron. Ela
estava se sentindo sufocada e cansada. No fundo, foi melhor para
ambos, não é?!".
Sufocada e cansada fizeram
sentido para Ron apenas um mês depois da partida de Hermione:
Quando ele mal conseguiu entrar no seu quarto devido à
bagunça. Postergou a arrumação para o dia
seguinte, e no dia seguinte para o próximo e no próximo...
No sexto dia, ele retirou o lixo e as sobras de comida, com um toque
de varinha.
"Vai nessa Weasley, pior que isso não pode
ficar", espiou Draco Malfoy, seu nariz torcendo para a visão
do que ele chamou "o apocalipse do pobretão".
"Ele
chama isso de quarto?", quis saber o loiro azedo. Harry deu de
ombros, mas não sorriu. Fez o café naquela quinta, e
ordenou que sextas, segundas e quartas fossem dias de Draco fazer
café. "E o Weasley?". "Acredite Malfoy. Você vai
preferir fazer".
-x-
Harry
amava a dor de suas lembranças. As reminiscências sem
finais felizes, lembrar de rostos que ele nem mais conhecia e das
perdas inevitáveis de cada época de sua vida. "Só
podia mesmo amar", concluía Draco, ouvindo as conversas dos
dois amigos no quarto ao lado. Todas as noites os dois ficavam
remoendo fatos do passado e o sonserino inevitavelmente os escutava.
Todos queriam saber mais uns dos outros, mas a barreira imposta pelas
memórias infantis de Ron e de Draco impedia o bom convívio
entre eles.
Para Harry, ao contrário de Ron, aquelas
sessões de nostalgia flagelada tinham uma função
menos nobre: ele desejava manter-se perto de Malfoy; mas não
sabia lidar com esses sentimentos.
Ele dera de sentir saudades dos
homens de sua vida. De uma maneira impura e homossexual. Tentava
todos os dias dizer isso para Ron, mas a verdade não saia.
Estava entalada, como ficara o amor que ele sentiu por Sirius, depois
por Remus e no fim pela imagem de Snape. Amores platônicos e
incertos.
Por que desejar o inalcançável era mais
fácil? Olhar pela janela das lembranças e encontrar o
conforto da paixão, apenas para não encarar a
realidade? Ele precisava de sexo, até Ron admitia isso. Mas
ele não apreciava ter que repartir aquela parte estranha de
suas vontades com o amigo.
"Gay?". "Sim, gay Weasley. Como
uma gazela alada no inferno de Dante". E a imagem do loiro
cavalgando e sendo cavalgado começou a povoar os pensamentos
de Ron. "Inconcebível" pensava, assim como a necessidade
de voltar com Hermione sem ter motivos melhores que "organizar
outra vez sua vida".
-x-
Houve
uma ligação para Malfoy mais de dois meses depois de
ele se mudar para o apartamento de Harry. Ron atendeu e ouviu a voz
macia de um homem, e sem querer, ficou ouvindo a conversa dos dois. A
voz do loiro se suavizou para falar com o rapaz do outro lado da
linha. Mas foi engrossando e se tornando áspera no final da
conversa. Uma magoa velada era audível, quando ele finalizou
dizendo "que seja tão bom para você, quanto será
para mim".
Sem permissão, acabara de sentir seu inimigo
alguém como ele. Tão passível de decepções
quanto ele. Tão magoado e deixado de lado quanto ele também
fora. Alguém que, como ele, merecia a compreensão
alheia. Serviu-se de uísque de fogo, e ofereceu ao loiro com
um meio sorriso. Aos trancos e grosserias, os dois iniciaram uma
trégua caseira. Dentro do espaço do apartamento, nos
poucos momentos que lá se encontravam, tratavam-se com
respeito. Meses depois, com cordialidade. Mais algumas semanas, com
afeição. E a bola de fogo aumentando.
"Gay?".
"Sim, Ron. Espero que você entenda, eu...". Ele entendia
claro. Havia pouca coisa que ele não compreendia, mas essa
definitivamente não era uma delas.
-x-
A
necessidade faz um homem, afinal. Homem perigoso, diria outro insano
desconhecido, é um homem com fome. Do que quer que seja.
No
caso de Ron, era uma coisa mais física, e envolvia partes
fálicas que ele bem conhecia. E carnes loiras que ele não
conhecia tão bem. Eles se cruzavam no corredor e se provocavam
com palavras, gestos e roçar de corpos. Ambos precisavam
esquecer. A cozinha ficava abafada e pequena quando ficavam sozinhos
lá. Tudo demorava a ficar pronto, inclusive as aulas de
preparação de café que Malfoy resolvera dar, de
perto, para Ron.
Harry observava de camarote as evoluções
dos garotos. Eles se desejavam e isso era tão evidente, que
Harry resolveu se abstrair do dia-a-dia deles. Isso fez dele mais
sozinho e de Draco e Ron mais próximos. Era o loiro agora que
passava as noites conversando sobre o seu presente com Ron. E o ruivo
se ria, chorava de tanto rir da falácia do sonserino, enquanto
Harry ouvia de seu quarto, emaranhado às suas cobertas e seus
sonhos.
Sirius o pôs nu uma noite. Enquanto tomado pelas
mãos ásperas do padrinho em devaneio, suas mãos
esfregaram seu membro e ele gemeu alto, sem pudor. Várias
batidas na porta de seu quarto o puserem de pé.
"Harry,
você está bem?". "Não", pensou, "preciso
trepar urgente com alguém, importa-se que seja você?".
Enrubesceu, e de olhos baixos apenas disse: "Desculpa, Ron, se te
acordei, eu tive um pesadelo".
-x-
Deitado,
Ron observava o teto mofado de seu quarto quando sentiu um peso sobre
a cama. Não se moveu enquanto sentia o peso engatinhar sobre
ele. Face a face com Draco (na falta de fôlego, chamá-lo
até em pensamento de Malfoy parecia impossível), ele
arregalou os olhos, mas continuou imóvel. Mãos macias
deslizaram sobre seus ombros, desenhando seus braços e
terminando por tocar com os polegares suas mãos. Eles não
desviavam o olhar. Capturavam cada reação, ainda que
ínfima, com precisão fotográfica. Seria
delicioso lembrar-se depois.
Para Ron era como ser tocado pela
primeira vez. Para Draco, era como tocar pela primeira vez. Acariciou
com os dedos a face corada do ruivo, deixando que os dedos da mão
esquerda entremeassem os fios sedosos. Inspiraram fundo, juntos, e os
lábios se tocaram levemente, com certo receio, ainda que a
respiração demonstrasse urgência. Uma vez mais, e
outra. Ron enrodilhou os braços na cintura bem desenhada do
loiro, que recebeu o ato como uma autorização para
tomar sua boca, e preenchê-la com sua língua.
Ofegavam,
gemiam, os corpos ondulando no ritmo que aquecia o desejo e com o
beijo desesperado que compartilhavam. Nenhum som ouviam, mas a cama
começara a ranger. Ron virou o corpo para ter Draco embaixo de
si, e provou de seu perfume caro com os dentes, na pele suave do
pescoço, abrindo a camisa do pijama, sem perder os beijos
oferecidos, o peito alvo sufocado de tesão se expandia ao
toque de sua língua.
Draco se contorcia, imergindo no
prazer que o grifinório lhe proporcionava. Ah, como ele era
gostoso, como lambia bem, oh... Assim, com os dentes... Como ele era
forte e o jeito que o tomava! Estava tão fora de si, que nem
percebia que estava coordenando os atos do outro.
Ron nunca havia
feito Hermione gemer daquela forma. Entregue, envolvido na rede de
gemidos e pedidos de seu colega de classe, tirou os shorts de pijama
dos dois, e deslizou sobre o outro, permitindo-se gemer
luxuriosamente e cavalgar naquela fricção até o
ponto de ambos implorarem mentalmente por mais.
Então o
ruivo desceu, para não finalizar tão rápido.
Ajoelhou-se em volta das pernas de Draco, e o puxou para outro beijo
ofegante. Olhou-o com os olhos avermelhados desejosos e foi até
o membro rijo e gotejante que o aguardava. Sem reservas lambeu-o da
base à ponta, para então chupar firme, uma, duas, três
vezes, cada vez mais rápido, mais forte.
"Ah! Me fode,
Weasley. Por favor, assim... Oh, me deixa rebolar em cima de você,
ah...!". Ron parou e olhou Draco em resposta. O loiro pegou sua
varinha e fez um feitiço lubrificante em si mesmo. Beijou
salivante o grifinório a sua frente. Desceu os lábios e
o chupou deliciosa e rapidamente. Subiu então ao colo do
ruivo, que se ajeitou para recebê-lo.
E o inferno se fez
paraíso naquele quarto revirado. "Merlin, que apertadinho,
que... Céus!", pensava Ron, em êxtase. Draco gemia e
cavalgava maravilhado.
Tudo era bom. Os braços apertando
seu pescoço, as mãos erguendo seu corpo sobre seu colo,
a respiração descompassada, os gemidos gritados ao pé
do ouvido, o cabelo sendo puxado, a pele arranhada por dentes, as
línguas invadindo, colhendo saliva, cada vez mais rápidas,
mais desesperadas, numa simbiose colorida, brilhante e explosiva.
-x-
Harry
acordou semanas a fio, com uma dor de cabeça terrível.
Não conseguia mais dormir tranquilamente à noite. Ron e
Malfoy pareciam determinados a conhecer todas as formas possíveis
de se fazer sexo, e as descobertas pareciam cada vez melhores, a
julgar pelo barulho.
Encontrou-os, uma manhã de sábado,
quase deitados sobre a mesa do café. Pigarreou para avisar da
sua presença, mas não conseguiu disfarçar a
inveja. Repartiram entre eles sorrisos amarelos, e seguiram para suas
atividades. A de Harry, infelizmente, era apenas deitar na cama e ler
um livro.
Perto do meio-dia, resolveu improvisar algo para matar a
fome, e foi até a cozinha. Esbarrou em Draco Malfoy no
corredor.
"Você concorda que esses corredores são
muito apertados, Potter?". Ah, sim, ele concordava. Principalmente
se ele promovesse um encaixe de quadris como aquele. "Onde está
o Ron, Malfoy?". "Visitando a família. Parece que é
aniversário da mamãe dele". Uma pontada no peito
lembrou a Harry que ele também deveria estar lá. "E
porque você não foi com ele, Malfoy? Vocês,
afinal, não estão namorando?". O loiro malvado
achegou-se nele, e encaixou de vez suas partes íntimas. Harry
gemeu em pensamento. "Namorados? Só se for no pensamento
mais obscuro dele. Tudo que estamos fazendo é aproveitar a
vida, enquanto jovens, Potter. Ele não me quer para apresentar
aos seus parentes, pode acreditar."
Fazia muito calor naquele
corredor. O sol incidia de uma janela aberta, com as cortinas
escancaradas. Não havia vento, nem brisa sequer. Só o
abafado que soltava de dois corpos presos a uma fricção
gostosa e proibida.
"E o Ron, Malfoy?". "Ah, Potter. Pare de
ser tão ajuizado. Sexo não tem espaço para
isso". O atrito se acelerava. "Me diz, Potter... por que você
me fez entender que me queria, quando me convidou para morar aqui?".
"Porque eu queria... ah, não pára!".
Parando o
movimento e se aconchegando no peito do grifinório, Draco
Malfoy disse: "Era isso que eu precisava ouvir". E foi puxando o
menino-que-sobreviveu para seu quarto e lá passaram a tarde,
entre conversas fáceis e outras ações de língua.
-x-
"Gay?".
"É Hermione, gay. E estamos pensando em nos tornar sede de
alguma ordem GLSBTTH, porque deve ser raro três gays morarem
juntos!". Essa foi a conversa dos ex-namorados, dois anos e meio
depois que o namoro terminou. Assustada, Hermione ficou uns dois
minutos sem fala. Depois passou a freqüentar o apartamento dos
três, munida de grandes doses de tequila.
A convivência
só não era totalmente pacífica porque Harry
sabia o que o Draco Malfoy fazia quando Ron não estava em
casa. Indiferente à situação que criava, o
sonserino continuava suas investidas no
"garoto-propaganda-grifindor", como ele o chamava.
Ele
resistia. Todos os dias ele resistia e dizia a si mesmo, "Hoje
estou à três meses sem Malfoy. É mais um dia que
ficarei sem ele". Ron parecia apaixonado, apesar de nunca ter dito
nada a ele. E ele não queria ferir seu melhor amigo.
Enquanto
isso, Ron sentia a falta de Harry. Parava todas as noites na porta de
seu quarto, tomando coragem para bater. Ele gostava de Draco, mas o
relacionamento dos dois era puramente sexual. Sentia a ausência
de seu melhor amigo, mas achava que ele, de alguma forma, gostava de
Draco e que culpava Ron por tê-lo tirado dele.
"Será,
Weasley? Já parou para pensar se ele também não
é apaixonado por você, como você é por
ele?". "Não sou apaixonado pelo Harry. Ele é meu
melhor amigo, Malfoy, mesmo que você não compreenda
isso".
-x-
Sentados
na sala de estar, bebendo as tequilas que Hermione deixara de sua
última visita, os três riam falando do passado e do
presente. Era bom não estar sozinho, Harry concluíra,
pois ali estavam, inevitavelmente, os homens da sua vida. Como
comemoração aos três anos de parceria entre os
moradores, o apartamento ganhara cortinas novas, mais arejadas.
A
bebida liberando os ânimos causou um surto de verdades
indevidas, que começaram com Malfoy relatando a beleza do
traseiro de Potter e este o beijando de língua. Ron observou
enciumado, e ao perceber os olhos do amigo, pediu desculpas. "Por
ter roubado Draco de você, Harry". Percebendo que Ron não
se importava tanto com o loiro quanto ele pensava, partiu para cima
do amigo, e, por culpa exclusiva da bebida, também o beijou.
E
o beijo desceu direto da boca para o coração, que
palpitou descompassado no peito do ruivo. Encostado confortavelmente
no sofá, percebeu o peso do amigo se instalando perfeito sobre
ele. O gosto da bebida virou sua mente do avesso, e suas mãos
escorregaram pelas costas de Harry com carinho, proteção
e desejo. Delineou a orelha dele com a língua, sentindo o
mundo girar em uma dimensão desconhecida. Ergueram-se juntos,
ficando de frente um para o outro, cessando os beijos.
Draco
Malfoy, de frente para eles, já havia tirado a camiseta e
deslizava a mão sobre o short do pijama. "Não
precisam parar por minha causa!".
Riram juntos, a vida era
afinal uma comédia, com pequenos atos infelizes, que logo
seriam esquecidos. Terminaram aquela noite por ali, estavam bêbados
demais para continuar.
-x-
Harry
e Ron passaram juntos adoráveis trinta e sete anos. Draco
Malfoy nunca conseguiu os convencer de fazer sexo à três,
mas nos primeiros dez anos de namoro dos amigos, ele ficava
esporadicamente com um e com outro. Depois ele mesmo encontrou alguém
para chamar de seu.
Talvez fossem os dias, que nunca pareciam
comuns ou rotineiros. Ou quem sabe a certeza de já terem
crescido. Poderia ser a necessidade de esquecer ou apenas arrefecer
os momentos ruins da vida. Eles não se lembram.
Lembram
somente de terem sido felizes enquanto era tempo.
Para
KT Weasley, com carinho, onde quer que esteja.
"É
tão estranho, os bons morrem jovens
Assim parece ser quando
me lembro de você
Que acabou indo embora cedo demais"
Love
in the afternoon – Renato Russo
