N/a: Minha primeira fiic! Li tantas histórias diferentes que resolvi me arriscar por aqui também. Espero que gostem e comentem por favor; necessito saber se a história está agradando ou não. Críticas são bem vindas. ;*
Capítulo 1 - Lembranças
Ela já havia recebido ameaças antes. Também já havia sido mantida refém e já tinha visto pessoas próximas se complicarem por causa dela. A verdade é que nunca havia, de fato, dado vazão a todos os sentimentos que cercavam esses acontecimentos. Mas ela estava mudada. Uma dose cavalar de humanidade havia sido injetada em sua corrente sanguínea – se algo parecido pudesse acontecer, explicar-se-ia assim – aumentando sua percepção e fazendo seu músculo cardíaco (como ela gostava de salientar) aparentar um tamanho cem vezes maior.
O último caso foi, de longe, um dos casos mais complicados dos quais o laboratório já havia visto. Não se tratava de um serial killer. Não havia nada de pessoal nas vítimas em potencial. Não eram Brennan, Booth, Angela, Hodgins, Cam os alvos em questão. Eram quatro empregados do Instituto Jeffersonian, não importavam os quais.
Os squints investigavam o caso de uma garota brutalmente estuprada, até a morte. Partes do corpo em falta – incluso os mamilos e as pontas de todos os dedos -, rosto desfigurado, mãos e pés sem pele. O assassino queria, de qualquer forma, evitar que sua vítima fosse identificada. Brennan entregou o crânio partido para Angela, de forma que ela pudesse tentar reconstruí-lo de alguma forma. Quando Hodgins entrou na sala da esposa e esta chamou Brennan e Cam para mostrar-lhe a parcial reconstrução do crânio, a porta fechou-se com um baque surdo. Hodgins correu até a agora porta trancada e tentou, inutilmente, abri-la. Quando viu um pedaço de papel no chão, abaixou-se e se apressou a abrir e ler seu conteúdo:
Não era pra ninguém descobrir o que fiz. Ninguém. Perdi um bem valioso e ele encontra-se nas mãos de vocês. Ela não me quis e pagou como deveria. Eu não sou homem de ser deixado sozinho no mundo. Não levem para o lado pessoal. Não os conheço e nem vou chegar a conhecer. Mas vocês chegaram muito perto de algo meu, um segredo. Quando lerem esse bilhete, já não estarei mais entre vós. Saio dessa vida de árduos desafios e grandes decepções para tentar melhorar em outro plano. Talvez nos encontremos – não sei qual é o plano da eternidade para cada um de vocês. Vocês vão morrer dentro de meia hora. Com precisão. Despeçam-se dos seus e tenham um momento feliz, como eu tive.
A primeira reação de Brennan foi telefonar para Booth e ler o aviso. Manteve-se calma, fria e distante da situação. Angela levou as mãos ao ventre e Hodgins correu a abraçá-la. Talvez tivessem esperado tempo demais para ficarem juntos. Cam tratou de ligar para Michelle e dizer a ela o quanto a amava e o quanto doía saber que sua apatia deixaria a garota órfã outra vez. Assim que desligou o telefone com Booth, Brennan andou em direção a um som – um bip distante, que aumentava na medida em que seus passos a aproximavam. Um fio gelado percorreu seu corpo quando percebeu que o som vinha de umas das caixas deixadas ali pelo correio.
Num pensamento rápido, ela entendeu tudo. O homem – agora morto – havia se passado por carteiro, deixado o embrulho e trancado a porta. Pegou a caixa nas mãos e ouviu uma batida na porta. Booth. Olhou de relance, mas não deixou que seu parceiro atingisse sua percepção do momento. Rasgou o papel sob gritos de protesto de Angela e abriu a caixa. Soltou um grito do fundo do peito quando um palhaço demoníaco saltou-lhe aos olhos com um papel na mão dizendo: "Bem vindos ao paraíso verdadeiro". Uma risada medonha saia da caixa e a ela unia-se o som do bip, mais alto a cada instante. Quando Booth atirou na porta e a fez quebrar-se por inteiro, foi tarde demais.
