Conforme a caminhonete avançava, Max podia ver o quão destruída ficou Arcadia Bay. Apesar de não arrepender-se por ter salvado a Chloe, ela não pensava em como seria depois daquele tornado... Warren, Victoria, Kate, David, Joyce... Todos deviam estar mortos.

Ela olhou para o lado, vendo como Chloe estava anormalmente séria, tentando manter os olhos fixos na estrada. Ela sabia que a amiga pensava nas mesmas pessoas, principalmente as últimas, mas ela não ia desabar naquele momento. Ela ia guardar o máximo que pudesse dentro de si, até o momento em que explodiria, porque era assim que Chloe funcionava.

A única solução era ir para o lugar mais próximo dali, em busca de uma solução. Max ainda tinha o celular, mas as roupas e dinheiro ficaram todos para trás, destruídos pelo tornado.

— Vamos voltar para a casa dos meus pais — disse Max, assim que encontrou a sua voz — Depois, nós decidimos o que fazer.

— Você quem manda... — respondeu Chloe — Temos gasolina até... Alguns quilômetros.

— Espero que seja o suficiente — ela encostou a cabeça na janela do carro.

— Não devia ter feito isso... — disse Chloe, evitando olhá-la.

— Eu já te abandonei uma vez, não ia abandonar mais uma.

O seu tom de voz deixou claro que não ia continuar com aquela conversa.

— Então... David não era tão ruim quanto pensávamos — disse Chloe, tentando sintonizar alguma estação de rádio, sem sucesso.

— Ele me salvou do Jefferson — disse Max — Se não fosse por ele...

— Acho que eu estava com tanta raiva por minha mãe casar de novo... — ela negou com a cabeça — Pelo menos... Agora, eles estão juntos.

— É... — disse Max, sem saber o que responder.

Ela tirou o celular de dentro da calça, sem saber como ele ainda funcionava, e mandou uma mensagem para os pais. Dali a poucas horas, grande parte dos jornais saberia sobre o furacão.

Eles jamais saberiam que a culpa tinha sido dela.

Max estendeu a mão para a frente, e o tempo continuou tal como estava.

Ela não podia mais voltar atrás.