Sete dias
Ambos tinham crescido, já havia passado alguns anos desde sua última visita a Nárnia e as mudanças eram visíveis a olho nu. Mas os sentimentos foram modificados sem eles perceberem.
Houve um dia chuvoso na velha Inglaterra e Edmundo estava sentado na sala e Lúcia estava na sua frente fazendo suas tarefas.
- Lúcia?
- Sim, Ed?- disse concentrada em seu livro de matemática – A propósito, sabe quando Pedro chega? Estou querendo a ajuda dele aqui e é melhor nem preocupar você com isso, não é?
Os dois sorriram. Lúcia conhecia bem as dificuldades do irmão assim como sabia das suas qualidades, ''E que qualidades!'' pensou. Isso estava assustando-a ultimamente. Qual é? Ele é seu irmão. Edmundo retomou o assunto depois de admirá-la. Estava tão linda.
- Lúcia – falava com a voz nervosa – Se eu te dissesse que eu tenho sete dias de vida e te pedisse que, nesses sete dias, você me acompanharia em tudo... os vivesse comigo, você iria aceitar o meu pedido?
Lúcia soltou a caneta. Era uma nova piada ou ele falava sério?Iria perder Edmundo em apenas sete dias?
- Eu... Edmundo... - Falava com uma expressão indecifrável – Isso é uma brincadeira, não é?
- Sim – respondeu ele constrangido – É só uma situação que... me ocorreu derrepente!
Edmundo estava um pouco envergonhado por tê-la assustado e olhava para o chão. Lúcia sentou ao seu lado, olhou para ele e pegou sua mão e disse:
- Claro que iria, me doeria perder você, mas vou estar com você no ultimo dia da sua vida, sem me importar, e eu sei que depois desses sete dias ao seu lado, você voltaria para cuidar de mim... como uma espécie de anjo...
Edmundo pegou as mãos da irmã e disso olhando pra ela:
- Não Lúcia... não preciso morrer pra cuidar de você... eu já cuido.
O silêncio invadiu o lugar, Edmundo acariciou seu rosto se aproximou devagar e deu um beijo naquela linda boca que observava há tempos. Lúcia retribuiu o beijo na mesma hora. Cada um explorando a boca do outro como haviam sonhado há tanto tempo. Esquecendo que tinham o mesmo sobrenome e o mesmo sangue.
Uma porta bateu e ouviram a Sra. Pevensie adentrar a casa. Separaram-se bruscamente, cada um voltando a fazer o estavam fazendo, como se nada tivesse acontecido.
- Oi, crianças – disse a Sra. Pevensie – Que chuva!- dizendo isso foi pra o seu quarto reclamando da chuva.
Eles se entreolharam e sorriram, ficando com o rosto corado.
Talvez esses sete dias não seriam tão ruins assim!
Reviews !
