FOLHAS SECAS

"Bem vindos ao Ministério da Magia. Por favor, informe seu nome e objetivo da visita."- Falou uma voz de uma mulher que parecia estar ao lado de Ginny na cabine telefônica.

"Ginevra Molly Potter"- respondeu de maneira apreensiva e segurando fortemente sua bolsa contra o peito.

"Motivo da visita ao Ministério da Magia?" - Perguntou a voz.

"Eu tenho uma hora marcada no Departamento de Execução das Leis da Magia, setor de Serviços Administrativos da Suprema Corte dos Bruxos." - Ginny não gostava do fato de ter que responder o porquê estava ali. Aquilo cabia a ela, somente a ela – e a Harry.

"Por favor, prenda o crachá de visitante no peito de suas vestes."

Assim que o crachá apareceu no potinho de moedas Ginny prendeu-o em suas vestes e a voz falou mais uma vez

"Senhora Potter, você deverá se submeter a uma revista e apresentar sua varinha à mesa da segurança localizada ao fundo do Átrio."

Quando a cabine começou a se mover Ginny ficou tonta e segurou-se no telefone para não cair. Não gostava quando tinha que utilizar a cabine para entrar no ministério, seu afastamento do trabalho fez com que perdesse seu privilégio de entrar como funcionária.

"O Ministério da Magia deseja à senhora Potter um bom dia." - Falou a voz feminina quando a cabine finalmente a cabine parou de se mover.

Ginny atravessou o saguão sem prestar atenção em quem estava passando por ela. Fazia um tempo desde a última vez que tinha pisado ali e não se sentia da mesma forma, ela não queria estar ali e não queria encontrar ninguém tampouco.

"Varinha, por favor, senhora Potter." - Disse um homem negro e alto.

Tirando a varinha de dentro do bolso do casaco, Ginny entregou e esperou a análise.

"Choupo com pelo de unicórnio, 23 cm e levemente maleável?"

"Sim."

"Muito bem senhora Potter. Sua varinha fica comigo até a sua saída. Tenha um bom dia." - O homem guardou a varinha de Ginny e voltou a conversar com seu colega ao seu lado.

Começou a andar em direção aos elevadores e teve a sorte de encontrar um livre e vazio assim que chegou. Quando a porta do elevador fechou uma voz feminina, Ginny acreditava que era a mesma da cabine telefônica, começou a anunciar os níveis. Para a sua tristeza, ao longo que o elevador foi descendo de nível pessoas e memorandos passaram a entrar e sair, mas ninguém que ela realmente conhecesse, o que a deixou aliviada quando finalmente chegou ao nível desejado.

"Nível dois, Departamento de Execução das Leis da Magia, incluindo a Seção de Controle do Uso Indevido de Magia, o Quartel General dos Aurores e os Serviços Administrativos da Suprema Corte dos Bruxos." - Disse a voz feminina.

Ginny saiu do elevador e logo localizou uma placa que indicava onde era o setor dos Serviços Administrativos da Suprema Corte dos Bruxos e seguiu as direções até finalmente encontrar a sala.

"Senhora Potter?" - Perguntou uma senhora gorda que vestia um vestido azul turquesa com penas de pássaro na manga. Ginny pode ver no crachá preso ao seu vestido que chamava Mathilda Pranks.

"Sim." – Disse receosa.

"Sua sessão está marcada para as oito horas da manhã." - Falou a mulher de maneira áspera e começou a revirar umas pastas dentro da gaveta de sua escrivaninha. - "São oito da manhã agora, onde está Potter? Vocês acham que o setor de Serviços não tem outras coisas a resolver? Você está vendo aquela papelada ali?" - Perguntou Mathilda Pranks apontado para uma pilha de pastas no canto direito da sala. - "Aquilo são mais dezenas de coisas que ainda temos que resolver até o fim do mês. Caso Potter não chegue dentro de 5 minutos vocês terão que remarcar a sessão. E acredito que só conseguirão novamente para o próximo mês."- A gorda senhora Pranks voltou-se para seus papéis sem mais dar muita atenção a Ginny.

Merda. Pensou. Onde estava o Harry afinal? Eles já tinham chegado num acordo, já tinham certeza do que queriam. Será que ele mudou de ideia? Mas o Harry nunca me deixaria plantada aqui, não sem avisar, não sem se explicar. Perdida em seus pensamentos Ginny olhou para o relógio na parede e constatou que eram oito horas e quatro minutos. Foi quando finalmente aparece um Harry na porta segurando sua maleta e olhando pra Ginny de uma maneira que ela não pôde interpretar.

Mathilda Pranks levantou os olhos, viu Harry na porta da sala, olhou para o relógio e voltou a olhá-los encostando a pena na mesa. - "Muito bem, acompanhem-me os dois. Vou levá-los à pessoa que vai dar ao andamento ao processo de vocês."

Harry e Ginny se cumprimentaram de maneira educada e seguiram a senhora até uma sala com várias mesas e pessoas trabalhando nelas. Andaram até uma mesa onde um senhor com idade mais avançada trabalhava.

"Senhor Forbes, aqui estão Ginevra e Harry Potter." - Disse Mathilda Pranks antes de deixá-los e voltar para a recepção.

"Sim, sim. Muito obrigada Mathilda." - Senhor Forbes voltou os olhos para Harry e Ginny, e fez um gesto para que sentassem. - "Senhor e senhora Potter, podemos?" - perguntou Forbes pegando seus óculos.

"Podemos"- responderam Harry e Ginny em uníssono.


Ginny e Harry deixaram a sala após o que pareceu ser em torno de trinta minutos. Ao chegar ao corredor se despediram de maneira breve e Harry seguiu na direção contrária a dela, uma vez que seu escritório era no mesmo andar e ela seguiu em direção aos elevadores.

Ao ver um elevador com a porta ainda aberta apressou o passo para que pudesse sair dali o mais depressa possível. Para a sua desagradável surpresa, a pessoa que mais não desejara ver hoje estava lá e assim que Ginny adentrou no elevador pareceu tão surpreso de vê-la quanto ela. Tinha toda certeza do mundo que seu rosto nesse momento estava tão vermelho quanto seus cabelos. Antes de se despedir de Harry tentou evitar olhá-lo para que ele não pudesse ver qualquer sinal de fraqueza. Ela estava tentando se segurar, mas nunca se permitiria chorar. Não ali, não agora.

"Malfoy"- Cumprimentou o rapaz e se acomodou junto à porta do elevador de maneira que pudesse ficar o mais longe possível dele.

Draco Malfoy estava elegante e clássico como sempre. Usava um sobretudo preto abotoado no pescoço e tinha seus cabelos prateados penteados de maneira impecável. Fixou o olhar no crachá no peito dela antes de voltar o olhar para seu rosto.

"Weasley"- Cumprimentou em resposta com um aceno de cabeça.

Uma voz feminina anunciou que tinham chegado ao nível um do Ministério e Malfoy se encaminhou para a saída do elevador.

"Devo admitir que a Gilbert não trabalha tão bem quanto você, Weasley. Diga ao seu chefe que da próxima vez que ela distorcer alguma palavra minha eu não concederei nunca mais ao Profeta Diário nenhuma entrevista exclusiva. Ou vocês tiram aquela incompetente do cargo ou vão ter que se contentar com as entrevistas coletivas, como qualquer jornal faz. E não pense que eu não o farei porque farei." - Malfoy segurou a porta do elevador para poder dar sua mensagem e ignorou quando a voz feminina pediu para que soltasse o elevador ou caso contrário teria sua varinha confiscada, mas ao encostar a sua varinha na porta do elevador, a voz feminina se calou como tivesse entendido com quem estava falando.

Não teve a chance de respondê-lo, pois Malfoy se virou e a porta do elevador finalmente se fechou. Ginny teve esperar que o elevador subisse todos os andares para que, finalmente, chegasse ao Átrio e enfim pudesse partir. Direcionou-se ao fundo do saguão para que pudesse pegar sua varinha.

"Senhora Potter, aqui está sua varinha. Crachá, por favor?" - Era o mesmo rapaz que lhe atendeu quando chegou, mas ele não pareceu ter notado que o nome em seu crachá havia mudado.

"Weasley." - respondeu Ginny chamando atenção do rapaz que antes estava no jornal em suas mãos.

"Desculpe-me?" - perguntou, mas ao pegar o crachá e ler o nome que tinha escrito nele ficou visivelmente constrangido. Abandonando o jornal sobre a mesa, fitou Ginny e completou. - "Tenha um bom dia Senhorita Weasley."

Quando Ginny aparatou n'A Toca viu que a geada agora cobria toda a grama antes verde e macia. À medida que o inverno avançava, levava embora não apenas o calor, mas também suas esperanças de que tudo se normalize.

Ao entrar em casa Ginny correu em direção a sua mãe e ao abraçá-la começou a chorar em seus braços. Nunca imaginou que poderia doer tanto, era como se seu coração tivesse sido espremido para caber numa caixinha de fósforos e seu estômago parecia dar voltas. Como sua vida poderia ter mudado tanto em tão pouco tempo?

"Calma, minha querida. Eu sei que deve estar doendo muito no momento, mas vai passar. Até as árvores precisam perder suas folhas, que ficam secas até que cair, para depois do inverno renascer com folhas lindas, verdes e assim ficar cheia de vida novamente." - Sua mãe massageava seu braço enquanto falava.

"Mas por que o fim teve que ser agora? Por que não pode ser até que a morte tivesse nos separado? Vê você e papai? Estão juntos até hoje. Era assim que eu via o casamento, como uma coisa que pudesse durar até o fim dos meus dias."

"Nós nunca poderemos obter todas as respostas que buscamos, querida. O que deve ser feito agora é seguir em frente. Você é uma mulher bonita e bem sucedida. Sei que não pensa em trabalhar agora, mas talvez já esteja no momento certo. Você precisa ocupar sua cabeça, você ama o que faz, então faça disso o apoio que você precisa para se reerguer."

"Eu não quero voltar a vê-lo, mamãe. Não quero tornar as coisas piores." Fungou.

"Você vai ter que enfrentar isso, minha filha, mais cedo ou mais tarde. Talvez seja melhor você se deitar agora, eu levo seu almoço mais tarde."

Ginny concordou com a cabeça e subiu para o seu antigo quarto. Sabia que sua mãe estava certa, mas não ia ser fácil seguir em frente, não seria fácil retomar sua vida, não depois de tudo que aconteceu. Trocou de roupa e vestiu seu velho pijama a fim de poder conseguir ter um descanso, mas ela não conseguia pregar os olhos. Deitada, começou a repassar em sua mente tudo o que tinha lhe acontecido até então.


N/A: Primeiramente gostaria de agradecer a minha amiga Renata que me acompanha nessa fic desde o princípio! Love you, Vaca!

Olá DG addicts! Resolvi postar essa fanfic mesmo que ainda esteja incompleta (estou atualmente escrevendo o nono capítulo), pois não aguento esperar!

E ai gente? O que acharam? Bom? Mais ou menos? Ruim? Digno de pena?

Para as que gostaram fiquem tranquilas, pois já tenho muita coisa adiantada e não pretendo demorar muito pra postar o capítulo dois.

MANDEM REVIEWS!

N/A 2: Gente, perdoem-me caso haja muitos erros de português! Esforcei-me ao máximo para não cometer nenhum! Se houver alguma beta reader de plantão, gostaria muito que se voluntariasse para trabalhar comigo!