É UA, novamente, e fala da história da Ino que quer gozar o ultimo ano de liberdade antes de se casar e ai ela conhece um rapaz com o mesmo espírito aventureiro dela.
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Uma rapariga que aparentava não ter menos de 19 anos com grandes cabelos loiros e olhos azuis que outrora brilhavam andava pelas ruas de Paris debaixo da chuva carregando uma mochila. O seu nome era Ino.
Ela entrou num café para se abrigar da chuva e sentou-se num dos bancos. A rapariga que estava atrás do balcão cumprimentou-a e perguntou-lhe o que queria.
- Um chocolate quente por favor. – pediu enquanto tirava o casaco molhado.
O sino que estava por cima da porta tocou assinalando a entrada de outra pessoa. Ino desviou o olhar para a figura e prendeu a respiração. A figura era um rapaz que parecia ter a mesma idade dela, alto, musculoso, de cabelos castanhos, olhos escuros e umas tatuagens na cara. Ele sentou-se ao lado dela e pediu um café.
- O tempo está mesmo mau. – comentou numa tentativa muito parva de meter conversa com o rapaz.
- Está. Mas já vi pior. – o rapaz comentou de volta depois de agradecer à rapariga pelo café.
- Chamo-me Yamanaka Ino e tu? – Ino perguntou estendendo a mão ao rapaz.
- Kiba. – respondeu apertando a mão dela.
- Kiba quê? – perguntou novamente intrigada.
- Apenas Kiba. Tu disses-te Yamanaka? – a expressão do rosto dele era de pura curiosidade.
- Sim. Se vais perguntar se o meu pai é o Inoichi Yamanaka, presidente das Indústrias Yamanaka, escusas de o perguntar porque eu respondo já. Sim é. – Ino respondeu-lhe ficando irritada com o assunto. Odiava falar do pai.
- E o que é que a herdeira das Industrias está a fazer em Paris sozinha? – tornou a perguntar ainda mais curioso.
-A gozar o meu último ano de liberdade. – respondeu despreocupada bebendo um pouco do chocolate.
- Último ano de liberdade? Vais presa e os jornais não sabem? –Kiba perguntou gracejando.
- Preferia isso. Vou-me casar. – respondeu a loira olhando para o tecto castanho do sitio onde se encontrava.
- Parabéns. – o rapaz disse mas logo se arrependeu vendo a expressão que tomou conta da loira. - Mas pela tua cara não é isso que tu queres.
- Tenho 19 anos. Vou-me casar com uma pessoa que nunca vi para juntar as empresas e dar ainda mais dinheiro à minha família. – Ino disse num tom…Não sabia explicar como era o tom, era como se tivesse vergonha de admitir aquilo.
- E eu que achava que a minha vida não prestava. Mas a tua viagem começou agora? – fez mais uma questão começando a ficar interessado na conversa.
- Não. Vou-me embora de França daqui a dois dias. Depois vou para a Índia e depois para casa. – ela respondeu de forma entusiasmada no inicio mas foi ficando triste…
- Tu não queres mesmo casar pois não? – Kiba perguntou sorrindo abertamente.
- Não. Se eu me casar vou ficar presa para o resto da vida e não vou poder fazer nada do que quero. – ela tinha recuperado o entusiasmo.
- E o que queres fazer? – perguntou. Começou a ficar cada vez mais interessado na conversa.
- Quero subir ao monte Kilimanjaro em África, passear na floresta Amazónica, subir ao Cristo Redentor no Brasil, passear pelas Avenidas de Lisboa em Portugal e muitas mais coisas. – os olhos dela brilhavam a cada palavra que dizia.
- UAU! Tu és parecida com uma pessoa que eu conheço muito bem. – ele sorriu no fim da frase.
-Com quem? – ficou corada com o sorrisinho dele. Os dentes caninos ficavam de fora.
- Comigo. Eu também quero fazer muita coisa antes de assentar. – ele respondeu muito calmamente e com um outro sorriso no rosto.
- E o que fazes na vida? – perguntou para o conhecer melhor.
- Por onde começo…Que idade é que me dás? – o sorriso no rosto dele era agora brincalhão.
- 19. Senão à volta de vinte. – respondeu convicta.
- Tenho 24. Mas dizeres que parece que tenho 19 é um bom elogio. Tenho um curso de gestão em cima e preferia não o ter. Toda a gente espera algo de mim. E eu só quero que me deixem em paz. Que me deixem viver a minha vida. De momento estou de férias…De férias durante muito tempo. – afirmou espreguiçando-se e bocejando.
Ino soltou uma risada. Não conseguia parar de rir, ele tinha piada. As pessoas presentes no café estavam a olhar para ela como se ela fosse uma criatura de outro Mundo. Kiba olhava-a com um sorriso no rosto, ela tinha um riso bonito e dava vontade de rir também. Mas ainda tinha de descobrir o porquê de ela se estar a rir que nem uma demente. Ino finalmente parou de rir, limpou a lágrima que escorria e sentou-se direita na cadeira.
- Disse alguma coisa engraçada? – perguntou intrigado.
- Não foi o que tu disses-te, foi a maneira como o disses-te. Foi assim num tom um bocado sofrido. – ela explicou gesticulando com as mãos.
- Eu tenho razões para sofrer. Mas sabes porque és parecida comigo? – perguntou olhando-a nos olhos.
-Porquê? – Ino perguntou meio encabulada. Os olhos dele eram perfurantes.
- Porque eu gosto da liberdade. Gosto da ideia de ser livre, não estar preso a alguém. – respondeu sorrindo e com os olhos postos na janela do café. - E gostas-te dos sitios onde foste?
- Adorei Itália. O Coliseu é lindo.
- Já fui. Gostei muito da comida, especialmente as pizas. – o moreno disse passando a lingua pelos lábios.
- Tens ar de comilão. – Ino comentou rindo.
- Estás a chamar-me gordo? – perguntou fingindo-se ofendido.
- Claro que não. – respondeu rapidamente. - Tu tens um corpo bonito. Também adorei a Rússia.
- Sempre quis ir lá, mas é muito frio não?
- Sim é. Não podes sair à rua sem um casaco bem quente ou então morres congelado. Mas as paisagens cobertas de neve são lindas. – Ino respondeu com um olhar sonhador.
- Se forem tão lindas como tu…- Kiba comentou sorrindo de uma maneira…sedutora.
-E também gostei da Holanda. – afirmou a loira desviando o olhar do sorriso dele.
- Adorei a Holanda. Os campos de flores são lindos. – Kiba disse bebendo um pouco do café.
- Um homem que aprecia flores…Essa é nova. – ela comentou brincalhona.
- Eu não sou gay se é isso que estás a insinuar.
- Nem me passou pela cabeça. – desculpou-se rapidamente. - E também gostei muito das ilhas gregas.
- Também gostei. – afirmou sorrindo.
- E gostei daquelas ilhas portuguesas, mas ainda quero ir ao país mesmo. Ouvi muito bem das praias. – disse com um sorriso.
- As praias são lindas. Gostei muito quando fui. – retribuiu o sorriso fazendo-a corar novamente.
- Mas tu já foste a todo o lado? – perguntou meio irritada com o facto dele ter estado em mais sitios do que ela.
- Praticamente. Sou uma pessoa muito viajada. – ele falou dando um sorriso convencido.
- Já deu para perceber. Pelo teu aspecto tiveste uma miúda em cada país.
- Mais que uma até. E as despedidas são sempre iguais, elas agarradas a mim a chorar e a implorar para não ir embora. – afirmou como se fosse a coisa mais normal do mundo.
- Pobres miúdas. Então e tens familia? – perguntou a loira depois de dar um gole no chocolate quente.
- A minha mãe e uma irmã mais velha. Vivem em Tóquio. – respondeu sorrindo.
- E o teu pai?
- O meu pai morreu quando eu tinha nove anos. Acidente de carro. – respondeu deixando o sorriso ir embora.
-Lamento. – lamentou apertando a mão ao rapaz.
- Já lá vão 15 anos. Já esqueci. Depois a minha mãe casou outra vez, com o pai do meu melhor amigo. – o sorriso tinha voltado ao rosto do moreno.
- Bem, isso deve ter sido um sonho tornado realidade. – ela sorriu também.
- Nós eramos como irmãos e de repente ele tornou-se mesmo meu irmão. Mas depois o meu padrasto morreu. – o sorriso nunca abandonou o rosto dele. - Então e tu? Tens familia? As revistas não falam muito disso.
Ela entristeceu. A história da familia não era das melhores…
- Bem, por onde começar? O meu pai divorciou-se da minha mãe porque está convencido que ela o traiu. Levou com ela as minhas duas irmãs mais novas, queria levar-me a mim também mas…o meu pai não deixou. Como sou a mais velha vou ter de ficar com as malditas industrias ele ficou comigo para me ensinar a gerir tudo. Mas não à um único dia em que eu não sinta falta das panquecas com chocolate da minha mãe ou dos risos das minhas irmãs. E agora ele veio com esta história de me casar com um tipo que nunca vi na vida. Com a sorte que eu tenho deve ser um velho gagá de cento e tantos anos. – contou a loira.
- Bem…lamento por isso. Dá para entender que não queres falar sobre esse assunto…Que monumentos te faltam ver? – perguntou o moreno
-Torre Eifel e o rio Sena apesar disso não ser propriamente um monumento.
- Bem, então falta-te o monumento padrão de Paris. – ele comentou soltanto uma risada.
- Queres vir comigo? Eu posso perder-me e dáva-me jeito uma pessoa que já lá tenha estado. – Ino tentou usar um tom de voz fofo.
- Parece divertido. Encontramo-nos aqui amanhã? – ele agora estava entusiasmado.
- Nove da manhã? –quase saltava de alegria.
- Em ponto. E agora está na minha hora. – Kiba afirmou levantando-se.
- Eu também tenho de ir. A chuva já parou.
Como um verdadeiro cavalheiro, Kiba pagou o chocolate quente de Ino junto com o seu café. A chuva tinha parado, eles sairam para a rua e olharam para o céu. A lua já estava alta no céu e as estrelas viam-se perfeitamente. Ele ofereceu-se para a acompanhar até ao hotel onde estava hospedada, pelo caminho eles conversavam e riam-se muito. Quando chegaram junto ao hotel onde Ino estava, Kiba começou a rir-se que nem um demente. A loira só o olhava muito confusa, qual era o motivo do ataque de risos?
-O que foi? – Ino perguntou olhando em volta. As pessoas na rua e na entrada do hotel começavam a olhar.
- É coincidência demais. – ele respondeu parando de rir. – Eu estou neste hotel.
-Não! – exclamou. – Em que quarto?
-345. – respondeu o moreno entrando no hotel.
-354. É no mesmo andar. – falou Ino entrando atrás dele.
- Então vemo-nos amanhã?
Ele acompanhou-a até ao elevador e esperou que ela entrasse.
-Vemo-nos amanhã. – ela disse. – Não vens?
- Não, tenho de ir fazer um telefonema à minha mãe. Ela faz anos.
- Está bem. Então até amanhã.
As portas fecharam-se. Kiba voltou para trás. Com as mãos nos bolsos e um sorriso no rosto, ele caminhava pelo meio das pessoas até chegar a um telefone destinado aos hóspedes. Tirou o telefone do gancho e marcou o número de casa da mãe. Esperou que alguém atendesse, mas apenas o som do gravador de mensagens da mãe foi ouvido. A voz mecânica pediu para ele deixar a mensagem após o sinal.
- Olá mãe. É o teu menino, estou só a ligar para desejar um feliz aniversário. Ainda não sei quando vou voltar para casa. Diz olá ao Juugo e à Hana por mim. Então, feliz aniversário mãe. E acabei de me lembrar que a máquina está a atender por causa dos fusos horários, não faço ideia que horas são aí por isso… Adoro-te.
Desligou e foi para o seu quarto, descansar a mente e quem sabe sonhar com uma certa loira.
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Bem o primeiro já foi.
Lembrem-se que as reviews impedem que uma ficwriter vá para o hospicio.
