Ela sabia que o que sentia era impossível. Ela estava a trair o seu povo, mas não conseguia controlar aquele sentimento de paixão por aquele homem, ou seria Deus, semi-deus, ela não sabia, nem queria saber. A única coisa que sabia era que o amava, Helena de Tróia amava Aquiles, o mesmo Aquiles que matara o irmão do seu marido. Sim, Helena era casada, casada com Paris, o príncipe de Tróia. Ela amava-o, mas o charme, a força, a coragem e mesmo arrogância de Aquiles faziam-na sentir viva como nunca se sentira antes. Porque que será que as raparigas inocentes caem sempre nos braços de rapazes indecentes, perguntava-se a si própria.
Eles encontravam-se às escondidas, ninguém poderia saber da sua relação. Se os descobrissem, seriam os dois mortos sem dó nem piedade. Não era apenas Helena que estava a trair o seu povo, Aquiles estava na mesma situação, afinal, os seus países eram inimigos desde sempre. Estavam no meio de uma guerra que já durava à mais de 10 anos. Mas nenhum deles se importava muito com isso.
A imagem do corpo esperto de Helena estava constantemente na cabeça de Aquiles, e o sentimento de a ver e beijar a sua pele dourada quando a noite chegasse dava-lhe forças para lutar intensamente.
Quando se encontravam sentiam-se como se fossem os únicos seres humanos que habitavam a Terra. O seu amor era mais forte que qualquer inimigo que se impusesse, sobreviveria a qualquer guerra e duraria para o final dos tempos.
Por isso eles viviam cada dia como se fosse a ultima vez que se viam, porque poderia muito bem ser…
