N/A:

Essa é uma fic essencialmente nostálgica. Ela é, basicamente, como eram as fics que reuniam os ships da Akatuski em 2009. Porém, tem uma diferença crucial que acho válido ressaltar: essa é também uma fic, basicamente, pervertida. Respeite o rated T (por sexo e drogas), ele não está aí só de enfeite. Sabendo disso, não digam que eu não avisei, e aproveitem a fic.


AVISO:

Essa não é, sob nenhuma circunstância, uma história de amor.


Música: Derise (Ozzy Osbourne)


No Limite

Capítulo I

Os ponteiros do relógio marcavam quinze para as três da tarde, mas ninguém naquele flat estava se importando com os ponteiros do relógio. E quando digo ninguém, quero na verdade dizer: aqueles dois.

I always knew what I wanted to be

(Eu sempre soube o que eu queria ser)

I knew for sure,

(Eu tinha certeza)

I knew for sure

(Eu tinha certeza)

Always knew it was them or me

(Sempre soube que eram eles ou eu)

I wanted more,

(Eu queria mais)

More and more

(Mais e mais)

Os lábios dele passeavam pelos gomos perfeitamente delineados de seu abdômen. E subiam, e a língua quente roçava em seu peito, então lhe arranhava as costas amplas e sorria quando ele mordia o seu pescoço com força. Doía, mas só estava sendo marcando como seu pertence. De alguma forma – de todas as formas – aquilo realmente o excitava.

Lençóis e roupas jogados pelo chão, apenas as paredes eram testemunhas de uma pausa nas infinitas discussões violentas e em sua maioria banais. Os dias estendidos pelo tédio de seus compromissos chegava ao fim em fins-de-semana como aquele, onde o flat ficava insuportavelmente pequeno diante de tanta luxúria. Não era um dia quente, mas eles estavam envoltos em uma nuvem de calor.

Ele puxou seus cabelos, forçando sua cabeça para o lado sem a menor delicadeza, e voltou a roçar os dentes por seu pescoço, agora mais devagar. Abraçou-o, sentindo o corpo dele colado ao seu, e por um instante desviou a atenção dos cabelos negros compridos que ele tinha e olhou para o outro lado. Seus olhos se encontraram com os ponteiros antes ignorados daquele relógio, e eles arregalaram. Jogou as mãos contra o peito dele e empurrou-o de cima de si sem muita força, mas foi suficiente para atirá-lo para fora da cama. Ouviu o baque de sua queda e a seguir a já costumeira exclamação:

- Mas que porra, Kisame! – a cabeça de Kakuzu apareceu do outro lado colchão, depois seus braços o puxaram para cima e ele sentou na cama vendo o outro vestir as suas calças.

- Desculpe, mas hoje não vai dar... Acabei esquecendo a porra do ensaio – resmungou consigo mesmo. Levantou já com os tênis nos pés e apanhando sua camisa do chão. Ele foi até a escrivaninha a alguns passos de distância da cama. Passou a gola da camisa pela cabeça, pegou o bloco de anotações e a caneta que sempre eram deixados ali, mas antes que pudesse escrever sua cintura foi puxada para trás e suas costas bateram contra o peito do moreno. Kakuzu acariciou seu ombro com os lábios e guiou-os até a sua orelha, Kisame apenas sorriu e fechou os olhos permitindo-se mais alguns segundos daquele paraíso. – Ora Kakuzu... Não começa, cara... Eu tenho mesmo que ir – arfou.

Imediatamente ele parou, dando-se por derrotado, e afastou as mãos do Hoshigaki recuando passos largos e fazendo um muxoxo contrariado. Kisame agradeceu mentalmente por ele ter entendido, não tinha tempo e nem estava com vontade de discutir. Terminou de anotar o recado, vestiu as mangas e estendeu o papel para Kakuzu enquanto baixava a camiseta. Ele estava escorado à parede ao lado da porta, ainda passou a mão pelos cabelos negros e suspirou pesado antes de arrebatar o papel das mãos dele – estava deixando bastante claro o quanto lhe enfurecia o abandono do namorado em um momento que pessoalmente apreciava bastante. Olhou para o papel desinteressadamente.

- O de cima é o endereço do lugar que Itachi-san e Madara-sama arrumaram pra gente, o de baixo é onde você tem que pegar o Hidan daqui há... – olhou o relógio. – Mais ou menos uma hora. Não se esqueça disso, por favor. Também faça um favor a si mesmo e tome um banho, está bem? Deixei uma roupa separada pra você em cima da mesa. Quando o ensaio acabar eu ligo pra você ir me buscar. Pegou tudo?

- Espera, quando eu tenho que respirar?

Kisame riu.

- Apenas diga "ok".

- Ok – meneou a cabeça para cima e para baixo. Kisame puxou seu maxilar para perto e deixou um rápido beijo em seus lábios. – Ótimo, é meu dia de folga e fui abandonado por causa de um Uchihazinho de merda e outros retardados.

- Esse "Uchihazinho de merda" é meu melhor amigo, e os "outros retardados" são seus amigos também, então só cale a boca e não se esqueça do Hidan – dizia abrindo a porta do flat. – Eu vou pegar um táxi pra você ficar com a moto.

- Sério? Um táxi? Por que você não vai a pé? A gente devia estar economizando – ofereceu para ele a guitarra que estava escorada atrás da porta.

- E quando você não está economizando, Kakuzu? – Kisame riu outra vez. – Dá pra pôr gasolina?

- Isso depende. Dá pra você me dar o dinheiro pra pôr gasolina?

Não devia ficar mais surpreso com isso, mas sempre ficava. Kisame ganhava no bar menos da metade do que ele recebia na oficina e de alguma forma sempre ficava com as maiores contas. Mas um dia, quando descobrisse a senha daquela conta bancária, e ele pagaria cada centavo. Por agora apenas bufava e tirava algumas notas da carteira.

- É tudo o que eu tenho agora, você completa.

- E a remuneração pelos meus serviços prestados essa tarde? – ele apoiou o braço na soleira da porta e sorriu provocante dentro de sua samba canção azul. Kisame sorriu de volta, olhou para os lados para ver se não tinha mais ninguém no corredor e puxou o pescoço do moreno para beijá-lo, um beijo apressado e fogoso. Separaram-se, com os lábios vermelhos, e respondeu:

- Quando terminarmos isso hoje à noite eu pago pelo serviço completo.

- Como é esse tal Hidan?

- Ah, ele... Ele tem mais ou menos o porte do Deidara, cabelo branco curto, e vai estar usando um colar com um triângulo dentro de um círculo. Seja legal com ele, a última coisa que preciso no momento é mais um amigo que acha que você é um maníaco chato, arrogante e aterrorizante.

- Você sabe que eu realmente sou um maníaco chato, arrogante e aterrorizante Kisame, não tente me mudar – apesar de ele estar sério, Kisame sabia que ele estava brincando. Em alguns momentos raros Kakuzu ficava de muito bom humor. Não era sempre, não era com todo mundo. Geralmente era quando estavam só os dois, e não durava muito. Pelo visto estava em um desses seletos momentos, era uma pena não poder aproveitá-lo. Deixaria a dádiva para Hidan (mas se conhecia o amigo e o namorado tão bem quanto imaginava, Hidan acabaria estragando o bom-humor dele).

- É, eu acho que sabia. Mas agora tenho mesmo que ir, até mais tarde.

- Ei, não está se esquecendo de nada?

Kisame voltou, o sorriso se alargou em seu rosto.

- Aishiteru – ele disse.

- Aishiterumo – Kakuzu respondeu e fechou a porta.

It's all right,

(Está tudo bem)

It's o.k.

(Está tudo ok)

None of them people gonna take it away

(Nenhuma daquelas pessoas irá levá-lo)

They don't know,

(Eles não sabem)

Like I know

(Como eu sei)

And I can't stop

(E eu não posso parar)

'Cause it drives them crazy

(Porque isso os enlouquece)

De fora do galpão podia-se ouvir o barulho de instrumentos sendo afinados e duas vozes distintas ensaiavam uma canção. O silêncio se apossou dos quatro cantos do espaço quando um dos músicos subiu em um caixote e estendeu suas mãos para o alto. Seu rosto não tinha nem uma centelha de qualquer expressão, mas a voz grave que saiu de sua garganta tinha tons claros de descontentamento, e ecoou pela sala.

- Ele está atrasado – informou Itachi. – De novo.

- Calma, Kisame já deve estar chegando – Zetsu suspirou esbanjando tédio. Há mais de quinze minutos estava sentado atrás da bateria apoiado o rosto na mão branca, tentando acertar moscas com as baquetas. – Ou talvez ele nem venha.

- É a terceira vez só nesse mês – insistiu Itachi.

- Danna, notou que desde que Kisame se mudou para o apartamento do Kakuzu o Uchiha anda todo esquentado, hmmm? – o loiro, sentado em uma caixa de som, encostou o queixo no ombro do ruivo baixinho que estava de pé entre suas pernas.

- Não se meta nos assuntos dos outros, Deidara – Sasori continuava lendo as partituras. – ...Mas isso é bem verdade – emendou com um sorriso pro lado.

O ranger do portão da frente sendo puxado pra cima tirou o olhar congelante de Itachi de cima dos dois e voltou-o para onde ele era fechado de novo. Com uma das mãos atrás da cabeça e segurando sua guitarra na outra, Kisame aproximou-se devagar do resto do grupo.

- Foi mau o atraso... – disse constrangido.

- O que você anda fazendo que te impede de chegar na hora marcada, Kisame? – Itachi pulou de cima do caixote para o chão.

- Algo que estou começando a achar que está te faltando, Itachi-san.

Deidara e Zetsu riram, Sasori manteve sua inexpressividade, mas Itachi não gostou nada da piada.

- Só estava brincando – Kisame recolheu o sorriso ao notar o modo como ele lhe olhava. – Não vai mais acontecer Itachi-san, desculpe.

- Eu não me importo com você e o seu mecânico, Kisame, mas gostaria que chegasse nos ensaios na hora certa. Você pode fazer isso?

Kisame expeliu o ar com força pela boca e começou a ligar os cabos à sua guitarra. Tentou ignorá-lo, mas Itachi continuava de pé ao seu lado esperando por uma resposta. Sem desviar do trabalho para olhá-lo, apenas disse:

- Olha, por mais que você seja meu melhor amigo Itachi-san, ele é o meu namorado, sabe que não posso escolher um lado nessa briguinha de vocês. Então não venha me colocar nessa posição, está bem? Eu sei que tenho chegado uma horinha atrasado sempre, mas você fez essa agenda de modo que quase todo ensaio cai no dia de folga do Kakuzu, então é complicado, ele está começando a ficar realmente chateado com isso. Mas eu estou aqui, não estou? – Kisame terminara de arrumar os cabos, ele olhou para o amigo Uchiha. – Então nós vamos começar ou ficar conversando a tarde toda? Porque eu tenho que voltar pra casa as sete.

Itachi sustentou o olhar sobre ele, ao qual Kisame não desviou como normalmente faria. Por longos segundos eles continuaram o entreolhar duro, onde Deidara dava risinhos baixos divertidos e murmurava para Sasori como aquilo devia ter doído no Uchiha. O próprio Itachi fez um muxoxo e saiu para pegar a sua guitarra no outro lado do galpão. Por sua vez, Kisame somente suspirou e rolou os olhos nas órbitas.

- Onde está Konan? – perguntou.

- Foi buscar Nagato com Madara-sama – respondeu Deidara. – O danna vai substituir ela por hoje.

Com um murmúrio de consentimento, Kisame deu uma última olhada de soslaio para o moreno do outro lado que dedilhava as cordas de sua guitarra, e começou a afinar a sua.

It's the same old desire

(É o mesmo velho desejo)

Nothing has changed,

(Nada mudou)

Nothing's the same

(Nada é o mesmo)

Burning like fire

(Queimando como fogo)

Don't you ever take my name in vain

(Você não diga meu nome em vão)

Na sua moto, ele fazia zig-zags por entre o aglomerado de carros, ultrapassava alguns sinais fechados onde não havia radares que pudessem lhe pegar e continuava sua viagem, que tinha como trilha sonora as buzinas dos motoristas furiosos que deixava para trás. As mãos que puxavam o acelerador estavam cobertas por luvas negras, assim como era a jaqueta que usava sobre uma regata branca. Quando ele virou a última esquina, foi forçado a diminuir a velocidade e girar o pescoço para admirar a passagem de uma jovem alta e loira, afinal não tinha como não reparar naquela mulher e seus atributos. Foi arrastada de volta quando alguém na calçada à frente gritou "cuidado, maluco!". Olhou para a pista a tempo de ver um rapaz atravessando a passos retardados e arrastando uma mala com rodinhas. Seus olhos quase saltaram do rosto e mais do que depressa acionou o freio e puxou a moto para o acostamento, o pneu cantou no asfalto e só então o rapaz quase atropelado pareceu notar o perigo e olhou espantado para o motoqueiro. A cena também atraiu os olhares de todos os passantes, e como estavam em frente a um aeroporto, não eram poucas pessoas.

Ele levantou da moto e tirou o capacete mostrando sua expressão furiosa.

- Você ficou louco, moleque? – berrou aproximando-se com o indicador apontando para quem imaginava ser um turista, devido o mapa em suas mãos. – O que acha que está fazendo parado no meio da rua desse jeito?

- Foi mau cara, eu estava meio distraído – desculpou-se arrastando a mala de volta à calçada.

- Eu notei. Tenha mais cuidado, da próxima vez podem passar por cima de você. – Kakuzu gastou algum tempo olhando-o de cima a baixo. Aquele rapaz tinha mais ou menos o porte de Deidara, e tinha cabelos brancos.

- Valeu – agradeceu vagamente.

- Você por acaso não acaba de chegar, não é?

- É sim – voltou-se ao motoqueiro levando uma sobrancelha arqueada. Os olhos de Kakuzu acharam o colar com um triângulo dentro de um círculo no pescoço dele. – Por que a pergunta?

- Hidan?

- Kakuzu? – os olhos violeta se abriram e ele deu um passo para trás devido à surpresa. O outro não era nada parecido com o que imaginava encontrar. Por via das dúvidas, tirou o celular do bolso e procurou por uma foto específica. Ali estavam o seu amigo de pele azulada junto ao moreno alto que no momento estava à sua frente. – Só dá pra ver a sua cara na foto. Kisame não me disse que você era tão... grande.

Não pôde evitar um pequeno sorriso diante da surpresa do menor. Era ele quem agora lhe avaliava de cima a baixo, curioso.

- Por que motivo isso é tão alarmante assim?

- Bem, Kisame sempre preferiu caras... Pequenos e bonitinhos, sabe? Você não é bem o que eu esperaria de um par para o Kisame, vocês dois são bem monstruosamente grandes – Hidan respondeu sincero.

- Sou uma exceção, então. – Pegou um segundo capacete e ofereceu a ele.

- Nós vamos de moto?

- É o que parece – respondeu já montando em seu transporte. Kakuzu retirou a sua jaqueta e jogou para ele. – Amarre a sua mala aí atrás.

Precisou de alguns segundos para digerir o que ele dizia. Realmente, não era nada parecido com o que tinha imaginado.

Hidan fez o que ele tinha dito, pôs o capacete e montou na garupa, não se contendo em dar uma pequena espiada na silhueta do sujeito. Ele era bastante alto, tinha os quadris ligeiramente mais estreitos em relação aos ombros largos, fortes, de pele morena, com uma grande scar no ombro direito e duas linhas tatuadas em cada pulso; e estava usando uma regata minúscula... Inegavelmente atraente. Não tinha somente um corpo bonito, seus olhos eram tão verdes quanto um par de esmeraldas, os cabelos negros caiam em sua testa e cobriam a sua nuca e o piercing que tinha no lábio era excessivamente convidativo a um beijo demorado.

"Então Kisame arrumou um bad boy, hã?" – pensou pondo um sorriso sacana nos lábios e as mãos nos ombros largos dele.

- É melhor segurar na minha cintura – aconselhou indiferentemente, dando a partida na moto.

O ronco do motor invadiu a rua. Não foi preciso um segundo aviso, assim que puxou o acelerador Hidan foi obrigado a agarrá-lo com força ou seria arremessado para fora da sela.

It drives them crazy,

(Isso os enlouquece)

'Cause I won't be cool

(Porque não serei legal)

It's too late baby

(É tarde demais, querida)

Eles pararam de tocar quando a porta da frente tornou a ser bruscamente jogada para cima. A moça entrou primeiro, ele esperou até que ela passasse por baixo do espaço que abrira para só então entrar no galpão fechando-o atrás de si. Todos estancaram ao vê-los se aproximar, apenas o som de seus passos ecoando pelo galpão e os pratos da bateria persistiam a fazer barulho. Deidara soltou o microfone e foi para mais longe quanto pôde, Sasori puxou-o pelo braço para não se afastar demais de si.

Quando os dois que entraram chegaram até eles, o rapaz de longos cabelos vermelhos que cobriam um de seus olhos soltou o ar com força pelas narinas e colocou as duas mãos na cintura. Konan somente cruzou os braços, e ninguém nada disse por longos segundos.

- Sério? – Nagato enfim falou. – Nenhuma visita?

- Madara-sama pediu para não irmos – explicou Sasori.

- Por quê?

- Eu não sei, vai ter que perguntar a ele.

Nagato sustentou um olhar inexpressivo sobre Sasori. Eles pareciam batalhar para ver quem desviaria primeiro, e podiam ficar naquilo por horas se lhes deixassem.

- Madara-sama achou que nós fossemos nos complicar e complicar você também se aparecêssemos – disse Zetsu.

- E VOCÊ! – o grito que ele deu de repente e seu dedo apontando para o baterista daquele grupo fez cada um deles piscar os olhos. Nagato deixou uma pausa antes de continuar, onde escolhia bem suas palavras e sua face voltava a habitual calmaria. – Você não dirija a palavra a mim, Zetsu. Eu passei um verdadeiro inferno por sua causa, se aproxime de mim outra vez e eu vou ser preso por justa causa, mas você vai estar em um hospital. Tenha a ousadia de esconder as suas porcarias na minha casa outra vez e eu arranco as suas mãos fora. Sabe que eu posso fazer isso, não sabe? É bom que não esqueça.

Ele passou os olhos por cada um daqueles rapazes de pé a sua frente, inicialmente com a respiração pesada devido à fúria, mas assim como suas feições tornava lentamente a normalidade. Seus ombros relaxaram embora Zetsu ainda lhe olhasse acuado, e ele sentou no chão mesmo sem fazer cerimônias. Konan passou a mão por seus cabelos, um pedido silencioso para que o companheiro se acalmasse. Três meses atrás Madara pediu a sua casa para dar uma festa, e nos três meses posteriores à essa festa Nagato esteve preso por tráfico de drogas que não eram suas. Mas ele esperou, acreditou que rapidamente Madara mexeria os seus pauzinhos e lhe tiraria dali, mas aquilo durou três meses que pareceram eras. Ah, como ele queria colocar as mãos no pescoço de Zetsu e sentir os ossos quebrando sob seus dedos. As drogas que encontraram na batida policial eram dele.

- Soube que até arrumaram um novo baixista – Nagato levantou a cabeça e sorriu enviesado para todos.

- Nós precisamos de um baixista, Nagato – dissera Itachi. – E não sabíamos quanto tempo você ficaria na cadeia.

- E onde ele está? – Os cinco a sua frente se entreolharam. – Quer saber de uma coisa? Não importa – ele abanou a mão no ar. – De qualquer maneira, estou fora disso. Eu estava limpo há sete meses até aquela maldita festa acontecer e tive que fazer todo o programa de novo, então não vou continuar com vocês.

Deram discretos suspiros de alívio, Konan somente sorriu orgulhosa.

- Mas nós não viemos aqui apenas para bater papo com vocês, temos um convite.

- Convite? – as sobrancelhas de Kisame franziram com força.

- Vamos dar uma festa – respondeu Konan. – Na nossa casa, porque Nagato está de volta e tudo mais. Vocês estão convidados.

- Espera, hmm, você disse "nossa" casa? Hm? – Deidara enfatizou.

- Pois é – ela correspondeu ao sorriso malicioso que o loiro lhe jogava. – Vocês não sabem por que não tiveram a decência de visitar Nagato, mas eu estive morando na casa dele durante esses meses para cuidar das coisas, e não tem porque eu me mudar só porque ele voltou, não é?

Nagato também olhou pra ela, embora seu sorriso fosse mais discreto.

- Que bom pra vocês, un – continuava a sorrir, direcionando sua atenção para o homem ao seu lado. – Então só faltamos nós dois, Sasori-no-danna.

- Não apresse as coisas – Sasori fez um muxoxo. – Se quer morar comigo, Deidara, primeiro vai ter que aprender a não destruir a cozinha sempre que pretende fazer macarrão instantâneo.

- Ora, seu...

- Esperamos vocês amanhã à noite – disse Nagato enquanto levantava-se do chão.

- Vai ser que tipo de festa? – questionou Kisame.

- Uma grande festa – respondeu malicioso.

Always moving,

(Sempre mudando)

Somewhere else to be

(Indo a outro lugar)

Scream at you and you scream at me

(Grito com você e você grita comigo)

Right or wrong,

(Certo ou errado)

Right or wrong

(Certo ou errado)

Abrir a porta do apartamento, colocar a guitarra no chão atrás dela, fechar a porta, jogar a chave em cima da mesinha, dizer:

- Tadaima, Kakuzu.

Kisame esticou um dos braços para cima e bocejou fatigado, ao baixar a mão esfregou os dedos por entre os fios azuis de seu cabelo. Então ele devia responder:

- Okaeri.

Mas aquela não era a voz de Kakuzu. Virou-se para procurar quem era o dono daquele timbre escandaloso e encontrou-o estirado no sofá, à vontade, com as duas mãos atrás da cabeça e um largo sorriso puxado para o lado direito.

- Hidan! – exclamou imediatamente. – Eu realmente tinha esquecido de que você estaria aqui. Cadê o Kakuzu?

- Eu estou aqui. – Virou-se novamente, agora para ver o moreno irritando atrás do balcão que separava a sala da cozinha. – Okaeri, Kisa... Você não devia ter me ligado para eu ir te buscar?

- Peguei uma carona com Sasori e Deidara, mas não se preocupe, não vai acontecer de novo – Kisame expeliu exausto. Seus ouvidos ainda estavam zunindo devido às discussões daqueles dois, e logo ele, que achava que as suas brigas com seu parceiro que eram barulhentas. – Como foi de viagem Hidan?

- Normal – girou a cabeça para o teto e apoiou uma perna no joelho dobrado. – Eu já estava cansado de ficar nessa porra de sofá olhando pra cara do veado do Kakuzu.

- Amanhã levo você para conhecer o pessoal – avançou alguns passos até contornar o balcão e chegar ao lado de Kakuzu. Prestava atenção somente no amigo. – Sinta-se em casa.

- Eu já estou – Hidan gargalhou alto.

- Você pode ligar a televisão se quiser. – Olhou para ele uma última vez, Hidan agora estava fuçando alguma coisa no celular e lhe ignorava por completo. Queria que ele dissesse alguma coisa, fizesse uma pergunta, começasse uma conversa... Contudo ele não o fez, o que levou Kisame a baixar a cabeça brevemente e depois levantá-la pra olhar para Kakuzu. Ele estava lhe encarando seriamente com os braços cruzados sobre o peito desde que chegou. Pelo franzir de suas sobrancelhas, não parecia nem um pouco feliz. Kisame forçou-se a sorrir para ele e perguntou: – O que foi?

Escorou suas costas no balcão, Kakuzu pôs-se em frente a ele e olhou para o rapaz no seu sofá antes de começar a falar em murmúrios:

- Quanto tempo ele vai ficar aqui?

- Eu não sei. Algum tempo – respondeu no mesmo volume. – Já tínhamos falado sobre isso, não venha recuar agora que ele já está aqui.

- Não, você mencionou vagamente o assunto duas noites atrás quando eu estava concentrado em outras coisas. Foi golpe baixo, Kisame.

- Bem, cada um usa os recursos que tem – deu de ombros e sorriu mordaz.

- Ele não pode ir para algum hotel, ou ficar no apartamento do Itachi?

- O que Hidan fez a você durante essas duas horas?

- Ele põe um maldito palavrão em cada frase, não conhece Led Zeppelin e insultou os Beatles. Eu não quero um sujeito que não conhece Led sob o mesmo teto que eu. Como você pretende colocar um ignorante desses na sua banda, Kisame? Onde você achou esse cara?

- Foi em um festival. De rock – Kisame deu uma risada curta e passou a mão pelos cabelos, coçando a nuca num gesto de impaciência. – Dê uma chance para o Hidan, está bem? É só vocês não falarem de música.

- Ele é folgado – insistiu.

- Isso ele é mesmo, mas... Vai ser por pouco tempo. – Ergueu a mão e afastou os cabelos negros dele para trás da orelha, mostrando seu sorriso mais afável, um que tinha guardado especialmente para pedidos como aquele. Kakuzu descruzou os braços e relaxou, mas ainda parecia bravo. Aproveitando a brecha estreita que lhe era dada, avançou e pressionou os lábios contra o canto da boca dele, onde Kakuzu tinha um piercing, e manteve-lhes assim por um longo instante. – Pouco tempo – repetiu em um sussurro e colou sua testa na dele, também o puxando para mais perto. As mãos do moreno seguraram a sua cintura e ele apertou-a firme.

- Pouco tempo? – Kakuzu não podia acreditar que estava realmente cedendo.

- Obrigado. – Tirou a sua testa de junto à dele, segurou o rosto de Kakuzu entre suas mãos e deu-lhe um beijo estalado.

- Onde ele vai dormir? – perguntou, e tornou a cruzar os braços.

- Ele pode ficar no sofá – Kisame respondeu displicente.

- Se você não notou ainda Kisame, isso é um flat de apenas um cômodo e um banheiro – estendeu o braço para o lado direito. Sem entender o motivo de ele estar ressaltando aquele detalhe, Kisame seguiu o que Kakuzu estava apontando e imediatamente percebeu a falha no plano: ele estava apontando a cama, que ficava há alguns passos do sofá. Na verdade, era bem em frente a ele.

- Ahhhh – foi o que esboçou ao compreender o problema.

- É, "ah" – dizia Kakuzu. – Se ele vai ficar aqui por tempo indeterminado não podemos simplesmente colocá-lo no sofá, a menos que você não se incomode em terminar o que começamos mais cedo com seu amigo olhando para nós.

- Não seria nada agradável – Kisame esfregou o indicador pela sobrancelha esquerda, pensativo. – Ele pode ficar no banheiro, dá pra pôr um colchonete lá dentro.

- Não me importo em ficar no banheiro.

Os dois olharam para trás imediatamente ao ouvir uma terceira voz vinda de fora interferindo na conversa. Já fazia algum tempo que Hidan estava observando, desde que se esqueceram de continuar a falar com murmúrios. Kakuzu e Kisame trocaram olhares entre si e então ao rapaz de cabelos brancos deitado em seu sofá, e deram de ombros. Kakuzu teve tempo de dizer mais uma coisa para Kisame antes de ele começar a apanhar as coisas para preparar o jantar: "Eu não gosto nada dele".

It's the same old desire

(É o mesmo velho desejo)

Crazy train, crazy train

(Trem louco, trem louco)

Burning like fire

(Queimando como fogo)

Todos já estavam presentes no galpão quando eles chegaram. Kisame sorria largamente, Hidan vinha atrás de si com as mãos enfiadas nos bolsos.

- Ei pessoal, esse é Hidan, o nosso novo baixista.

- Ei Hidan, bem-vindo a Akatsuki.

- Akatsuki? Que porra de nome é esse?

- Vamos ensaiar um Ozzy pra ver o que ele tem? Desire?

- Sem problemas.

Então eles tocaram, e então Deidara cantou:

I always knew what I wanted to be

(Eu sempre soube o que eu queria ser)

I knew for sure,

(Eu tinha certeza)

I knew for sure

(Eu tinha certeza)

[…]


N/A

Aeeee, mais uma fic nova, saudosa e nada revolucionária da Kell nesse fandom -QQ

Eu sei que vocês já ouviram essa novelinha várias vezes, mas vamos lá: eu já adiantem muitos capítulos dessa fic, praticamente todos, tá faltando só o último. Portanto, vou tentar ser pontual e atualizar todas as semanas, a única coisa que vai garantir essa pontualidade acredito que seja como vocês vão recepcionar essa fic .-.

Sou stalker mesmo e já vi que tem umas pessoinhas lendo as fics das minhas amics e colocando nos favoritos sem deixar review... Pow, isso é chato. Que custa deixar uma review se gostou tanto a ponto de marcar como favorito?

Agora vou deixar de mimimimi, que muita gente nem lê (-QQQ) e deixar vocês em paz até o próximo capítulo. Até!