Sinopse: Uma dupla de assassinos com a missão de matar a testemunha de um crime e um astuto promotor. Só que um pedido do contratante leva matadores e reféns a se tornarem mais íntimos do que gostariam. Uma atração desoladora brota entre eles, mas o que prevalecerá no final, o amor ou o dever?
Máscara da Morte e Afrodite/ Ikki e Shaka.
UNIVERSO ALTERNATIVO BEM LEVE!
Morangos Selvagens
Disclaimer: Sant Saiya não me pertence, eu só pego seus personagens emprestados para minhas viagens. Texto sem fins lucrativos feito de fã para fã.
Apimentado
Capítulo 1
O promotor entrou na sala da delegacia com sua pasta onde estavam os papéis daquele que seria o caso de sua vida. Mirou o rapaz sentado no sofá de couro, que fumava um cigarro, nervoso. Caminhou e se sentou ao seu lado, recebendo um olhar inquisidor do sueco.
- Shaka Phalke. – disse estendendo a mão.
- Afrodite Laursen. – respondeu o outro, apagando o cigarro e apertando a mão do outro loiro – Quem é você?
- Sou o promotor designado pela justiça para cuidar do caso Leone.
- Não tenho nada a declarar. – Afrodite procurou o isqueiro para acender outro cigarro.
- Mas deveria, inclusive, procurar um advogado.
- Mas... por que preciso de advogado? Eu... eu sou testemunha de homicídio... – Afrodite não entendia o que aquele homem queria dizer.
- Leone disse que você roubou algo de sua residência. Claro que isso é uma forma de desviar a atenção dos homicídios, mesmo assim, a polícia tem que averiguar. – declarou o promotor friamente.
- O que ele disse que roubei? – Afrodite perguntou cansado.
- Um colar de diamantes.
- Filho da puta! Não é um colar, é uma coleira e foi ele quem me deu! – explodiu Afrodite, logo corando com o olhar do advogado – Ah, éramos amantes, e daí? Vai ficar com preconceitos bobos também?
- O que você e Leone faziam não me interessa. Meu interesse é colocá-lo atrás das grades, e se você puder me ajudar como testemunha, ficaria muito grato. – retorquiu Shaka calmamente.
- E o que ganho com isso? – irritou-se Afrodite – Até agora a única coisa que consegui ajudando a polícia foi ver minha casa indo pelos ares, e ter que dormir na delegacia. Estou cansado!
- Posso garantir proteção policial e posso levá-lo para um lugar seguro até a data do seu depoimento no tribunal. O que acha? Só preciso que aceite depor. – insistiu o indiano.
Afrodite mirou o promotor, desconfiado, nos últimos tempos não confiava em ninguém, tinha medo da própria sombra e vivia de hotel em hotel. Logo ele que achara que se envolver com um chefão do narcotráfico era a saída perfeita para sua falta de dinheiro. Burro! Bicha burra! Praguejava contra si mesmo.
- Eu preciso que me conte tudo sobre sua relação com o Leone, até o dia do crime. – a voz calma do advogado o tirou dos seus pensamentos.
- Não tenho muito a dizer, era o puto dele, isso todos já sabem... – riu Afrodite – O chefão deve estar possesso por sua bissexualidade ser descoberta.
- O que aconteceu na noite do crime? – Shaka perguntou, ignorando as demais informações.
- Houve uma festa na casa dele, tinha muita gente e... Bem, não consigo me lembrar de muita coisa.
- É importante, tente... – insistiu o jovem promotor.
- Eh... – o pisciano tragou mais uma vez, soltando à fumaça no ar – Tinha muita gente lá, gente importante, inclusive políticos; foi quando chegou um grupo oriental, não sei de onde...
- Japoneses? – Shaka indagou.
- Sim, isso, acho que eram japoneses.
- E o que eles queriam, você sabe?
- Eu não sei, Leone não tratava desses assuntos comigo! – Afrodite tragou novamente.
- Mas você ouviu alguma coisa?
- O que poderia ter ouvido? Estava numa festa numa casa enorme! – irritou-se o pisciano, tragando nervosamente.
- Então, fale-me sobre o crime em si.
- Eu estava no banheiro do escritório do Leone... fui pra lá porque era mais... privativo, se é que me entende...
- Pra cheirar cocaína, não foi? – insistiu o promotor.
- Sim, vai me prender? – perguntou o sueco irritado.
Os olhos de Shaka se estreitaram como os de um felino.
- Apenas responda as perguntas, senhor Laursen, sem ironias, por favor.
- Sim, desculpe. – pediu Afrodite – Estava lá quando ele entrou com aquele homem chinês...
- Japonês...
- Tanto faz, então, ele entrou, eles discutiram e o Leone o esfaqueou, é tudo que sei.
- Tente se lembrar de mais detalhes.
- É tudo que sei.
Shaka suspirou e se ergueu do sofá. Mirou o sueco e disse tranquilamente:
- Não terá proteção dessa forma, para os outros, você não passa de um viado mentiroso, querendo se livrar da acusação de roubo. Boa noite, senhor Laursen!
- Quê? Espera... o que...? – Afrodite observou o promotor caminhar para a saída da delegacia – Espera! Você não pode fazer isso comigo!
- Posso sim, não há corpo, não há crime. É sua palavra contra a de Leone, então, se não está disposto a colaborar, também não posso ajudá-lo. – disse Shaka, implacável.
- Tá legal! Eu tenho algumas informações importantes!
O promotor parou. Voltou-se e se sentou ao lado da possível testemunha.
-OOO-
Os portões luxuosos da mansão foram abertos. Na entrada, dois homens morenos de olhos azuis escuros miravam a construção de pedra imponente. Um dele soltou a fumaça do cigarro no ar, antes de jogar o mesmo no chão e pisá-lo com sua bota cano alto, apagando e evitando um possível incêndio na grama ressequida pelo inverno. O outro, sentindo frio, fechou mais o sobretudo negro que vestia, e seus olhos se estreitaram em fúria, antes de ambos serem guiados para dentro da vigiada mansão pelos capangas do narcotraficante.
Adentraram o salão principal que possuía uma decoração ostensiva e de mau gosto, e seguiram até o gabinete onde encontraram o contratante atrás de uma mesa. Eles miraram o homem grisalho e corpulento, e se sentaram como foi recomendado.
- Vocês são irmãos?
- Quase... – respondeu o mais velho dos matadores – Mas vamos nos ater as questões profissionais, senhor Leone...
O contratante riu.
- Calma, mercenário, foi somente um comentário. – disse e pegou um envelope e jogou sobre a mesa – São esses...
O mais jovem dos assassinos pegou o envelope e examinou as fotos dos dois loiros, engoliu em seco e voltou a colocá-las sobre a mesa.
- O de cabelos cacheados e cara de menina é o traidor. – informou o narcotraficante – O outro é um promotorzinho de merda que está tentando me ferrar.
- E por que ele quer isso? – perguntou o matador mais velho – O que você fez a ele?
Leone riu.
- Sou uma boa pessoa senhor...
- Pode me chamar de Máscara da Morte, tenha certeza que é um nome bem adequado para que me chame... – sorriu o italiano, seus olhos brilhando ameaçadoramente.
- Hum... gostei... – riu o homem – Senhor Máscara da Morte, eu sou um bom homem, contudo, não gosto de cachorros revirando as latas de lixo do meu quintal, se é que o senhor me entende...
- Sim, entendemos. – falou o mais jovem sem paciência – Tem algo mais a nos informar?
- Só tem um detalhe... – continuou Leone – Estou muito visado nessa cidade, preciso que leve nossos queridos amigos Happyshire, é lá que desejo que acabem com eles...
- Happyshare? Dizem que é uma cidade fantasma, não há nada lá, por que isso? – indagou o mais jovem.
- Meu caro... ainda não me falou seu nome?
- Pode me chamar de Fênix...
- Sim, senhor fênix, digamos que descobri um passado em comum entre o promotor e eu naquela pequena comunidade agrícola...
- Hoje não há nada lá, só poeira! – tornou Máscara da Morte.
- Eu sei. Bem, é lá que quero que seja o túmulo do promotor e do meu ex-amigo Afrodite Laursen.
Os dois matadores deixaram a mansão de Leone com as fotos das vítimas. Entraram no mustang preto anos 70 que Ikki dirigia.
- Isso é uma merda! – falou o mais jovem acendendo um cigarro – Teremos que seqüestrar os dois e guiá-los por uma rodovia cheia de policiais, passar por Nova Orleans até chegar a Happyshire.
- Sim, uma missão difícil... – riu Máscara da Morte – Bem, mas não impossível, e vale muito à pena, Ikki...
O mais novo encarou os olhos do mais velho.
- Eu sei, Ângelo...
"Afrodite Laursen e Shaka Phalke..." Ikki leu os nomes de suas futuras vítimas.
- Para de namorá-los! Temos muito que fazer antes de encontrá-los. – reclamou seu irritadiço companheiro enquanto engatilhava a pistola automática, para logo depois, devolvê-la ao coldre axilar escondido sob a jaqueta de couro.
- O que por exemplo? – riu o mais jovem – Eu sim tenho alguns telefonemas para fazer antes de encontrá-los. Você é um preguiçoso, Ângelo, sempre são meus os contatos!
- Até parece!
- Merda! Tenho que ligar para o Shun, não posso ficar tanto tempo longe de casa.
- Ikki, é um final de semana, e seu irmãozinho já tem dezoito anos, então para de bancar a mamãe!
Ikki não respondeu, ligou a chave na ignição do carro, dando a partida. Precisava concentração para realizar aquele que seria o mais importante trabalho da sua vida.
Não muito longe dali, Shaka estava novamente no departamento de polícia. Dessa vez com um habeas corpus que possibilitaria tirar Afrodite daquele lugar, e o levar para depor contra Leone. O loiro sueco estava vestido numa camiseta branca, calças jeans e tênis, e sorriu com charme ao ver o promotor.
- Pensei que não o veria mais, doutor Phalke. – disse mirando fundo os olhos de Shaka.
- Sou um homem obstinado, senhor Laursen. – respondeu Shaka, muito sério – Vamos. A escolta policial nos aguarda em minha casa.
- Sua casa? – Afrodite encarou o promotor nos olhos.
- Sim, minha casa. É o lugar mais seguro para ficarmos até o julgamento do caso.
- Mas... não precisa...
- Senhor Laursen, sua casa foi destruída, pretende ficar num abrigo? – ponderou o promotor – Além do mais, o pedido de proteção policial ainda não foi aceito.
- Mas, você disse que teríamos escolta. – reclamou Afrodite.
- E teremos, mas isso se deve mais pela amizade desses policiais a mim que por determinação da suprema corte. Então, contente-se com minha casa por enquanto.
O pisciano suspirou.
- Tudo bem.
- Pegue suas coisas e vamos. – declarou o loiro indiano, andando em direção a porta.
"Que mania de dar ordens!" Pensou Afrodite irritado, mas se obrigando a pegar as poucas coisas que sobrara de sua vida, seguindo-o para fora da delegacia. Pegou seus pertences pessoais no balcão, e isso incluía um rollex de ouro dado por Leone. O sueco mirou a jóia por um tempo, pensando em tudo que tivera que se sujeitar para adquiri-la. Leone gostava de garotos como ele, que fossem vaidosos, geniosos, mas que se tornavam cadelinhas na cama, como ele gostava de dizer o tempo todo. E por sua vaidade e gostos caros e refinados, o jovem pisciano se sujeitava a todos os vícios e baixezas do amante, adquirindo assim, um luxuoso apartamento em frente ao Central Park, um carro com motorista que o levava aonde queria, roupas, jóias e toda espécie de futilidade. Isso tudo até que viu o que não deveria, e o mesmo homem que o provia tentar tirar sua vida.
Afrodite engoliu em seco a amargura daqueles pensamentos e procurou se livrar da sensação de derrota que sentia. A vida continuava, ele era perseverante e otimista e conseguiria superar.
- Vamos. – a voz suave, mas firme do promotor o libertou de seus devaneios enquanto a mão macia segurava-lhe o braço com firmeza, o arrastando do confinamento. Afrodite examinou o jovem indiano mais detalhadamente; era um homem belo, deveria ter em torno de vinte e sete a trinta anos, ou talvez menos, a seriedade com que se comportava deveria lhe acrescentar alguns anos a mais a primeira vista; embora não se visse nenhum sinal específico na tez clara e nas feições de anjo. Os olhos azul céu eram calmos e contemplativos, o nariz um pouco arrebitado, o que lhe conferia um ar arrogante, os lábios pequenos e carnudos que vez por outra se curvava num semi-sorriso irônico e desdenhoso e o queixo delicado, quase infantil. Shaka Phalke era mesmo uma figura exótica; sua aparência delicada não escondia a força e masculinidade inata em suas ações e atitudes, em sua voz rouca, calma, mas autoritária, em seu aperto de mão forte, e... Em sua pegada! Nossa que pegada!
Afrodite riu com os pensamentos enquanto era levado pela mão forte do promotor para a saída do prédio.
- Espero que não se apaixone, Laursen. – disse o outro jovem.
Afrodite riu mais, percebendo que o promotor prestava atenção em cada descida dos seus olhos sobre ele.
- Não se preocupe. Meu tipo é outro.
- Sei. Você prefere o tipo gângster italiano. – provocou Shaka.
- Não. Prefiro o tipo com conta bancária igual à de gângster italiano, baby. Com certeza, advogados pobres não fazem meu tipo.
- Isso é muito bom. – sorriu Shaka – Nosso relacionamento não pode ser nada mais que profissional.
- Tenha certeza que sim. – sorriu o sueco com charme – Mas, antes de irmos para sua casa, podemos tomar um drinque? Preciso relaxar um pouco...
Shaka franziu a testa, ponderando.
- Os policiais estarão em minha casa às oito. Você tem razão, até lá, é mais adequado que fiquemos em um local público.
- Eu não sou brilhante? – disse o sueco – Conheço um lugar ótimo.
- Eu escolho o lugar. – declarou o promotor, chegando ao pátio da delegacia e abrindo a porta do carro.
- Tudo bem. – concordou Afrodite, se sentando no banco do carona – Adoro homens fortes e decididos!
Shaka o olhou de soslaio e não respondeu, girando a chave na ignição. Afrodite sorriu mais e se recostou no banco de maneira sensual.
"Eu não dou duas horas para você estar aos meus pés, doutor Phalke..." Pensou. O sério indiano era um desafio. E o sueco adorava desafios.
-OOO-
Horas depois que os dois loiros deixaram o departamento de polícia. Sorento, o comissário, e Shura, seu melhor investigador, chegavam à sede do departamento.
- Olá, Aiolia, Deba! – o moreno cumprimentou os colegas – Alguma novidade?
- Sim, a novidade é que o promotor conseguiu levar o tal Afrodite embora, parece que dessa vez Leone não escapa. Ele conseguirá colocá-lo atrás das grades.
- Isso é muito bom. – disse Shura – Mas, eles deveriam estar com escolta policial, não?
- Ah, sim, recebemos a solicitação agora da promotoria, estamos indo para a casa do Shaka.
- Muito bom, me mantenham informado. Esse caso é muito importante pra mim. – disse Shura e mirou o chefe que estava com cara de poucos amigos.
- Acho que isso ainda nos trará confusão. – disse Soreto afagando os cabelos grisalhos e acendendo um cigarro.
- Por que diz isso, chefe?
- Leone é um cara perigoso e poderoso, e toda vez que se mexe com gente desse tipo, algo ruim acontece. Devemos ficar atentos.
- O chefe tem razão. Vou chamar o Aiolia e vamos logo para a casa do promotor. – disse Aldebaran se erguendo.
Shura ficou pensativo. Sorento era um homem analítico, frio e extremamente competente. Tudo que ele falava deveria ser levado em alta conta. O policial o admirava, assim como toda a cidade. Por isso, ainda jovem, quarenta anos, ele era o chefe de departamento mais cotado para se tornar o novo chefe geral da polícia de Nova York. Shura tentava seguir-lhe os passos; era jovem e ambicioso e queria ser o substituto de Sorento quando este deixasse aquele departamento, por isso também, se empenharia até a raiz no caso Leone.
- Shura, quero você acompanhando esse caso. – disse Sorento quando entrou em sua sala com o mais jovem – Como eu disse: Leone não é homem para se brincar e se ele quiser mesmo se vingar do tal Afrodite, não podemos perdê-lo de vista.
- Sim, senhor.
- Eu confio em você. – declarou o comissário, e o jovem investigador assentiu com a cabeça, saindo da sala.
-OOO-
Já fazia duas horas que Fênix e Máscara da Morte observavam seus alvos que jantavam num agradável restaurante.
- Se eles não saírem de lá em meia hora, eu os arrastarei pelos seus longos cabelos loiros e acabo logo com essa merda! – disse Ikki irritado, olhando pelo binóculo.
Máscara de Morte riu.
- Calminha, Fênix, o Leone pediu discrição, e sair arrastando os rapazes pelos cabelos não é o que chamo de discrição, estou certo?
O mais jovem bufou.
- Estou impaciente, esse jantarzinho está demorando demais! – reclamou Ikki.
- Hum... deixa os loirinhos no jantar romântico deles, deixa! – provocou o italiano, recebendo o olhar homicida do mais jovem que voltou a olhar pelo binóculo fazendo um gesto obsceno com o dedo para o mais velho.
No restaurante, Afrodite levava a taça sensualmente aos lábios enquanto lançava um olhar cheio de lascívia ao promotor.
- Sabia que você é muito bonito? – perguntou.
- E sabia que você já bebeu demais? – indagou Shaka muito sério – Bem, senhor Laursen, eu preciso dormir cedo. Amanhã tenho que estar muito bem disposto para o trabalho, então...
Interrompeu-se quando a mão do sueco passeou por seu pulso, puxando delicadamente os pêlos loiros que se faziam presentes ali. Os olhos de Shaka se desviaram para a mão que o acariciava e depois para os olhos claros do rapaz.
- Não seja tão formal, senhor promotor... – disse Afrodite – Não me diga que não faço seu tipo?
- Não, não faz. – respondeu secamente – Se era disse que queria se certificar, você já se certificou. Vamos embora...
Os olhos de Afrodite brilharam de curiosidade e desafio.
- Você é hetero? – perguntou.
- Não. – respondeu Shaka com um meio sorriso irônico – Acha que somente um hetero seria capaz de resistir ao seu charme?
- Não. Acho que nem mesmo um hetero resistiria ao meu charme. – disse o modelo.
- Então o senhor é um presunçoso. Senhor Laursen, por favor, termine seu drinque e vamos embora.
Afrodite bufou e fez um becinho infantil o que quase causou risos em Shaka. O promotor terminou de beber sua água tônica e reparou no Mustang preto estacionado na frente do restaurante.
Afrodite terminou de tomar seu drinque já se sentindo meio tonto. Shaka pagou a conta e saiu, a contragosto, com o sueco agarrado ao seu braço.
- Estou muito tonto... – explicou Afrodite.
- Tonto coisa nenhuma, você está tentando me seduzir... – resmungou o promotor, seguindo para o estacionamento.
Os matadores olhavam impacientes de dentro do Mustang. Ikki, mais que ninguém, já bufava como um touro bravo, inconformado com a própria impotência.
Shaka se afastou de Afrodite procurando as chaves do carro nos bolsos.
- Tá procurando isso aqui? – perguntou o sueco sacudindo a chave. O indiano bufou colocando as mãos nos próprios bolsos por baixo do terno, cansado.
- Afrodite, ou você para de brincadeiras ou...
- Vai fazer o quê?
- Estou perdendo a paciência, garoto... – disse o indiano, e o sueco riu.
- Garoto? Quantos anos você tem?
- Vinte e sete.
- Eu tenho vinte e oito, ga-ro-to! – provocou Afrodite e se aproximou de Shaka – Agora que você sabe que não está tratando com um garotinho, que tal me pedir desculpas?
Shaka pode sentir o hálito morno e adocicado pela bebida do belo rapaz; sorriu divertido com as tentativas de sedução dele. Sim, Afrodite era belo e atraente, mas não era seu tipo, e sabia que para o modelo, ele não passava da melhor possibilidade de transa da noite. Contudo, Shaka não queria sexo; sexo ele teria como e com quem quisesse; ele queria Leone e, infelizmente, o loiro sueco era a sua única chance de pegá-lo.
- O que você quer pela chave? – perguntou, e Afrodite arregalou os olhos, surpreso com a mudança de atitude do promotor.
- Quero que você me beije...
Shaka suspirou e seus olhos voltaram a passar pelo mustang de faróis apagado a certa distância deles, depois mirou Afrodite e com um gesto rápido tomou a chave de suas mãos.
- Vamos embora... – disse empurrando levemente o rapaz, para abrir a porta do carro. Mas antes que pudesse fazer isso, o outro loiro o puxou, jogando-o contra o carro e, o puxando pela gravata, lhe devorou os lábios...
De dentro do mustang, Máscara da Morte e Fênix se entreolharam aturdidos. Ikki retirou a pistola do coldre a engatilhando.
- Ah, pra mim chega! Vou acabar com a pouca vergonha daqueles dois!
- Espera, Fênix, eles já estão saindo! – reclamou o mais velho – Você é muito temperamental!
- Quem fala! – tornou Ikki – Daqui a pouco vamos ficar aqui vendo os dois transando no estacionamento!
- Seria divertido. – riu o italiano.
- Ah, que merda! – bufou o outro rapaz.
No estacionamento, Shaka com muito esforço conseguiu fugir dos lábios sedentos de Afrodite.
- Você é louco? Seu... seu garoto obtuso e imaturo! – o promotor estava verdadeiramente aborrecido agora.
Afrodite riu, riu não, gargalhou da carinha brava dele.
- Você parece um anjinho apimentado quando faz essa cara... – provocou o sueco.
Shaka olhou para o céu, pedindo paciência. Pegou o modelo pelo braço e o atirou no banco do carona.
- Entra aí, coloca a merda desse cinto e fica quieto! – grunhiu o virginiano enquanto o rapaz continuava rindo. E para sair um palavrão dos lábios de Shaka era porque ele estava verdadeiramente puto!
O promotor deu a volta, abriu a porta entrando no carro e deu partida, saindo a toda velocidade do estacionamento.
- Ótimo! – riu Máscara da Morte mirando o rosto enfezado do mais jovem – Anime-se, chegou a hora de você distribuir alguns tiros! – riu – Vamos segui-los!
Ikki achou melhor não responder as provocações do italiano. Girou a chave na ignição e partiu atrás do carro do promotor.
Continua...
Notas finais: Sion tentando escrever um pouco de ação sem esquecer o romance, claro. Essa história será leve, eu juro!
Obrigada a minha queridíssima amiga Dani Arcueid que me incentivou a postar essa história. Agradeço também a minha queridíssima Vagabond que me inspirou com sua história maravilhosa "A rosa de vidro" a escrever essa. O Shura investigador é tudo, e foi criação dela. Confiram essa história porque vale muito à pena, link abaixo:
./historia/82560/A_Rosa_De_Vidro
O titulo do capítulo claro que se refere ao Dite não é?
Beijos a todos que leram, em especial aqueles que tiveram a delicadeza de deixar uma review.
Abraços afetuosos.
Postada em 22/09/2010
