Tchubaruba
Era fim de tarde e por todo o castelo podia-se ver grupos de alunos conversando, estudado ou se dirigindo a suas salas comunais depois das aulas daquela segunda-feira. Luna passava por eles sozinha meio saltitando, meio caminhando na direção oposta. Quando, do lado de fora, já podia avistar os galhos verdes pendendo sobre o lago negro parou de saltitar e correu.
Se perguntassem a qualquer outro aluno sobre aquela árvore específica diriam que era uma árvore absolutamente comum, como todas as outras ao redor. Não era para Luna que perguntavam para a menina sonhadora do segundo ano ela era especial. Desde que encontrara na sua primeira semana, um ninho de fadas-arco-íris com pequeninos ovos brilhantes e coloridos aquela arvora passar a ser especial e todas as tardes ela ia feliz conversar com sua árvore ou procurar mais ninhos de fadas-arco-íris.
Parou de súbito a corrida. Tinha alguém sentado embaixo da sua árvore. Observou um pouco, era um menino com as cores da grifinória e estava chorando, parecia tão triste que Luna teve certeza que tinham sido narguilés que o haviam deixado assim. Não era comum ter alguém perto da sua árvore e as fadas-arco-íris não deviam deixar alguém ficar tão triste assim, Mas se tinham narguilés ali as fadas deviam ter se mudado para outra árvore. Animaizinhos mais irritantes esse narguilés, não deixam ninguém em paz.
Luna foi se aproximando e o menino nem percebeu apenas quando ela perguntou se haviam sido narguilés ele levantou a cabeça. Ele a olhou por um tempo sem entender com lágrimas ainda escorrendo pelas bochechas e a boca entreaberta, mas sem dizer nada. Luna percebeu que ele realmente tinha sido pego pelos narguilés, pois passar tanto tempo pra responder uma pergunta tão simples não era natural e quando o silêncio começou a ficar desconfortável e o grifinório já havia voltado a sua posição inicial com a cabeça pousada nos joelhos ela resolveu usar sua palavra mágica.
"Tchubaruba"
"O quê?"
O menino se voltou bruscamente e agora a olhava com uma sobrancelha arqueada, uma expressão de dúvida clara no rosto redondo. Certa de que o perigo tinha ido embora ela se sentou ao lado dele.
"Eu disse tchubaruba"
"E o que é tchubaruba?
"Uma palavra mágica que eu inventei serve pra afastar os narguilés."
" E o que é isso?"
Ela olhou a expressão confusa dele e percebeu que ele também não entendia ninguém entendia o que ela dizia, ele talvez nem se importasse como os outros e se ela tentasse explicar ele iria caçoar dela como todos faziam. Um pouco triste com esse pensamento ela olhou para as próprias mãos. Ninguém nunca a entendia e ninguém tentava, de verdade entende-la, mas decidiu que não se importava não iria deixar que ele lhe tirassem essa certeza, ela sabia quem era e sabia diferencias realidade e sonho só que a sua realidade era um pouco maior que a das outras pessoas.
Ele inda estava lá sentado ao lado dela, mão se atreveu a olha-lo não ia ver se ele risse dela. Mas ele ainda estava lá ela poderia mostrar que não se importava que o que ela acreditava era mais importante que poderia pensar a respeito disso.
"São animaizinhos pequenos que roubam e escondem coisas e deixam as pessoas tristes. Eles estavam te deixando triste, então tive de usar minha palavra mágica que é tchubaruba. Eu mesma inventei e ela afasta os narguilés."
Era a primeira vez que Luna usava sua palavra mágica e quando achou coragem de olhar mais uma vez para o rosto do menino grifinório soube que funcionava. Ele sorria.
If you come over I will say tchubaruba
If you are down, yes I will say tchubaruba,
If you don't know where I am, I'll be tchubirubing,
If you don't know who you are
You can tchubada, yes, you can tchubaduba
Yes you can tchubaduba
Mallu Magalhães-Tchubaruba
