Guerreiros dos Elementos 6: Os Seres Malignos

Bem-vindos a mais uma história da saga dos guerreiros. Novamente, os Guerreiros dos Elementos vão ter de se unir para vencer os maus da fita, mas desta vez, em vez de apenas um grande vilão, temos dez vilões mais pequenos, os seres malignos.

Se um vilão já é mau, dez então, são mesmo maus e vão causar sarilhos. Além dos seres malignos, uma misteriosa rapariga parece conhecer a identidade dos guerreiros. Será ela amiga ou inimiga?

Conseguirão os guerreiros salvar o mundo mais uma vez? Veremos. A história terá duas partes. A primeira é a parte sem os seres malignos, em que os guerreiros lidam com problemas seus e depois, na segunda parte, terão de lidar com os seres malignos. Para já, fiquem com os perfis das personagens principais:

Guerreiros dos Elementos:

1. Nome: Anne Mary Slate
Elemento que controla:
Vento
Idade:
17 anos
Personalidade:
Ela é uma pessoa alegre, bem-disposta, um pouco desastrada e muito bondosa
Aparência:
Cabelos castanhos, longos, olhos verdes
Poderes:
Remoinho Ventoso, Folhas Cortantes, Remoinho Cortante, Vento Bloqueador

2. Nome: Sara Ruth Laker
Elemento que controla:
Água
Idade:
17 anos
Personalidade:
Ela é uma pessoa calma, consciente, sonhadora e indecisa
Aparência:
Cabelos castanhos-escuros, apanhados num rabo-de-cavalo, olhos azuis-escuros
Poderes: Onda Azul, Água Congelante, Onda Congelante, Nuvem de Vapor, Pontapé da Água

3. Nome: Laura Dina Terence
Elemento que controla:
Fogo
Idade:
17 anos
Personalidade:
Calma, tímida e muito inteligente
Aparência:
Cabelo preto, longo, olhos castanhos
Poderes:
Chama Escaldante, Explosão de Fogo, Explosão Escaldante, Onda de Calor

4. Nome: Marina Teresa McSouth
Elemento que controla:
Terra
Idade:
17 anos
Personalidade:
Temperamental, metediça, engraçada e corajosa
Aparência:
Cabelos castanhos-claros, pelos ombros, olhos castanhos
Poderes:
Chuva de Pedras, Energia da Terra, Energia de Pedras, Movimento Terrestre

5. Nome: Richard (Rick) Peter Shields
Elemento que controla:
Os quatro elementos básicos
Idade:
18 anos
Personalidade:
Amigo, bom conselheiro, calmo
Aparência:
Cabelo loiro, olhos azuis
Poderes:
Bola de Fogo, Pedra de Ferro, Raio da Água, Pequeno Ciclone, Barreira Mística, Energia dos Elementos, Explosão do Caos

6. Nome: Karen Drake Salomond
Elemento que controla:
Gelo
Idade:
17 anos
Personalidade:
Vaidosa, fútil, um pouco egoísta, mas dedicada
Aparência:
Cabelo ruivo, pelos ombros, olhos cinzentos
Poderes:
Raio de Gelo, Frio Glacial, Raio Glacial, Ilusão de Gelo

7. Nome: Joshua (Josh) Edmund Rolland
Elemento que controla:
Trovão
Idade:
18 anos
Personalidade:
Calmo, reservado, corajoso
Aparência:
Cabelo castanho, olhos verdes
Poderes:
Raio Eléctrico, Relâmpago Rápido, Relâmpago Eléctrico, Choque Electrizante

8. Nome: Helena Vanessa Rosevelt
Elemento que controla:
Luz
Idade:
18 anos
Personalidade:
Convencida, frontal, directa
Aparência:
Cabelo loiro, comprido, abaixo dos ombros
Poderes:
Raio de Luz, Espiral Luminosa, Esfera de Luz, Corrente de Luz

9. Nome: Leonard (Leon) Michael Ashford
Elemento que controla:
Escuridão
Idade:
18 anos
Personalidade:
Corajoso, discreto, inteligente
Aparência:
Cabelo preto, apanhado num rabo-de-cavalo, olhos castanhos
Poderes:
Raio Sombra, Explosão Sombria, Choque da Escuridão, Eclipse Nocturno

Amigos:

10. Nome: Peter Eduard Beresford
Idade:
17 anos
Personalidade:
Calmo, fiel, alegre
Aparência:
Cabelo castanho, olhos verdes

11. Nome: Sabrina Melody Laker
Idade:
15 anos
Personalidade:
Decidida, activa, curiosa, temperamental
Aparência:
Cabelos castanhos, pelos ombros, olhos azuis-escuros

12. Nome: Dean Frederic Simon
Idade:
18 anos
Personalidade:
Esperto, fiel, sonhador
Aparência:
Cabelo ruivo, olhos castanhos

Vilões:

15. Nomes: Seres Malignos
Elemento que controlam:
Escuridão
Personalidades:
Variadas, mas costumam ser agressivos e convencidos
Aparência:
Variada, normalmente com corpos negros

Os dez seres malignos são dez seres que foram selados há bastante tempo e têm variados poderes. Alguns são bastante perigosos, outros nem por isso, mas todos querem causar sarilhos.

Capítulo 1: Divergências

Desde que se lembrava, Anne Slate sempre gostara de ajudar as pessoas. Ela gostava de ser uma pessoa prestável e ajudar toda a gente, pois isso fazia-a sentir-se feliz. Anne ajudava a mãe...

Anne: Mãe, queres que eu te ajude a fazer o jantar?

Mãe da Anne: Obrigada filha. Olha, podes fazer uma salada enquanto eu faço os bifes?

Anne: Claro. - respondeu ela, sorrindo.

Anne ajudara a Sara...

Sara: Obrigada por vires comigo. Não gosto de comprar roupa sozinha. Assim sempre posso pedir opinião sobre se me ficam bem as roupas ou não.

Anne: Não te preocupes. Sabes que podes contar sempre comigo para o que for preciso.

Anne ajudara a Laura...

Laura: Ainda bem que me vieste ajudar. - disse ela, sorrindo. - Preciso mesmo de encontrar os livros de que preciso e como o sistema informático da biblioteca ainda não está bom, tenho mesmo de procurar manualmente.

Anne: Eu sei. Não te preocupes que eu ajudo-te a procurar.

Anne ajudara o Rick...

Rick: Obrigado por teres vindo. Preciso de carregar este material todo para o ginásio. É material para a equipa de basquetebol. Pedi ajuda à Marina, mas ela estava ocupada.

Anne: Não faz mal. Eu não me importo de ajudar.

Anne ajudara até pessoas que não conhecia.

Anne: Quer que eu a ajude a atravessar a rua?

Velhota: Obrigada, minha querida. És muito simpática.

E a Anne até tinha ajudado a polícia em diversas ocasiões, transformando-se em Guerreira do Vento.

Policia: Obrigado pela sua ajuda. Conseguimos prender todos os bandidos.

Anne: Ora, também é o meu dever, já que eu sou uma guerreira. É pelo bem de todos.

Portanto, naquela tarde, a Anne convidou os amigos para irem a casa dela. Queria pedir-lhes um favor e, se ela ajudava as pessoas, esperava que eles também quisessem ajudar.

Reuniu-os todos na sala. O Rick e a Laura estavam sentados lado a lado. A Marina e o Josh estavam a rir-se. O Dean estava a conversar com a Sara. A Karen e a Helena estavam a começar uma briga.

Sem monstros por perto, a Helena e o Leon tinham decidido ir passar uma parte das férias de Verão na cidade Starfield e agora estavam hospedados na mansão da Karen. A Karen e a Helena estavam constantemente a implicar uma com a outra.

Anne: Pessoal, atenção!

Os outros calaram-se e olharam para a Anne.

Anne: Bom, eu pedi-vos para virem aqui, porque queria pedir-vos uma coisa.

Karen: Vi logo que isto tinha água no bico. - disse ela, cruzando os braços. - Espero que não andes a pedir dinheiro para pagar dívidas ou assim.

Anne: -.-" Karen, claro que não. Achas que eu tenho dívidas?

Karen: Tu talvez não. Mas os teus pais podem ter. Sei lá se eles não gostam de ir ao casino gastar o dinheiro todo.

A Helena deu uma cotovelada na Karen e ela calou-se. A Anne encolheu os ombros.

Anne: Adiante. Bom, como devem ter ficado a saber, na semana passada comecei a fazer voluntariado numa instituição de jovens aqui na cidade. Vou lá fazer-lhes companhia e fazer algumas tarefas. - explicou ela. - Mas sabem, eles são um pouco tristonhos... precisam mesmo de companhia e ajuda. E eu pensei que, vocês podiam tornar-se voluntários também.

Os outros entreolharam-se.

Peter: Para irmos ajudar na instituição?

Anne: Obviamente. Vá, não custa nada. Podem ir só duas vezes por semana, durante algumas horas. Vai fazer bem às crianças e aos jovens. Tenho a certeza. Vá lá.

Os outros começaram a murmurar.

Peter: Claro que eu vou, amor. Conta comigo.

Sara: Comigo também.

Marina: Bom, acho que podemos tentar ajudar. Eu alinho.

Karen: Mas não vamos receber nada por ajudar? Nem um cêntimo?

Anne: Karen, é voluntariado. Obviamente que não recebes nada. Além disso, tu és rica, não precisas de mais dinheiro.

Karen: Pois... não sei se quero ajudar...

Helena: Eu quero. Eu aceito fazer voluntariado.

A Karen olhou para ela e levantou uma sobrancelha.

Karen: Pronto, hum... pensando melhor, eu aceito.

Helena: Só porque eu aceitei, vê-se logo.

Karen: Hunf, ora eu vou mostrar-te que os jovens vão gostar muito mais de ti do que de mim.

Rick: -.-" É suposto quererem ajudar por serem caridosas e não para competirem uma com a outra.

Leon: Bom, eu acho que vai ser interessante ser voluntário numa instituição.

Os outros concordaram todos... ou quase. A Anne virou-se para a Laura.

Anne: Então Laura, só faltas tu.

Laura: Hum... desculpa mas eu não posso.

Anne: Não podes? Laura, estamos de férias.

Laura: Está bem, mas eu tenho de estudar. E tenho muitos livros para ler. Desculpa.

Karen: Que desculpa esfarrapada. - sussurrou ela.

Anne: Laura, por favor, pensa melhor. É para ajudar crianças e jovens. Não te custa nada.

Laura: Não, Anne. Já disse que não.

E nessa altura a Anne percebeu que nem todas as pessoas eram como ela. Havia muitas pessoas que não gostavam de ajudar. Mas Anne não estava disposta a desistir tão facilmente.

Anne: Ok, Laura, eu percebo que estudar é importante. E que queres ser médica e por isso tens de estudar muito, mas também tens de aproveitar o teu tempo. - disse ela. - Ajudar estas pessoas só te vai fazer bem.

Laura: Pois, até pode ser, mas não posso mesmo.

Anne: Desculpa lá, mas queres-me convencer de que vais passar as férias todas enfiadas num quarto a ler e não vais ter tempo para mais nada? - perguntou ela, zangada.

Karen: Uh, isto está a começar a aquecer. - disse a Karen, sorrindo.

Laura: Anne, se eu fico a estudar nas férias todas ou não, não é da tua conta.

A Anne levantou-se e olhou furiosa para a Laura.

Anne: Laura, tu és uma egoísta! Como é que nem sequer pensas no assunto e dizes logo que não? Até a Karen vai ajudar. Pensei que a Karen fosse a mais egoísta de todos nós, mas parece que me enganei.

Karen: Ei! - disse ela, indignada. - Hum... bem, ela disse que afinal eu não sou a mais egoísta... devo considerar isso um elogio?

Mas ninguém lhe ligou. A Laura levantou-se também.

Laura: Olha Anne, eu não vou ajudar e pronto. Não me podes obrigar!

Anne: Claro que não posso. Mas sabes, tu vais ser uma péssima médica! Achas que só por estudares e leres livros vai fazer de ti uma boa profissional? Não vai! Tu não ajudas ninguém. Um médico deve ser alguém que gosta de ajudar os outros, que se preocupa com as pessoas. Desde que te conheci, nunca te vi ajudar ninguém. Até quando há pessoas que dão quedas na escola e coisas desse género, tu nem te aproximas para ver se eles estão bem ou não. Grande médica que hás-de ser!

A Laura ficou vermelha de fúria.

Laura: Não tens nada a ver com isso! O que importa se eu me aproximo para ver se as pessoas estão bem? Eu estou a estudar para ser médica, mas ainda não sou. Não posso fazer nada para as ajudar. E eu preciso é de estudar. Vou formar-me e ter um bom emprego. Ajudar na tal instituição não vai fazer nada de bom.

Anne: Vai fazer sim. Os jovens que lá estão ficarão felizes de poder partilhar experiências e coisas assim.

Laura: Ora, Anne, eu tenho é de me preocupar comigo. Eles já têm o seu destino traçado. Estão numa instituição. Provavelmente, nunca irão ser ninguém na vida. Pelo menos, não terão um futuro brilhante como eu posso vir a ter.

A Anne ficou ainda mais furiosa.

Anne: Como te atreves? Estas crianças e jovens não têm culpa de terem ido parar a uma instituição. Muitas vezes os pais não têm condições para os criar ou eles são órfãos. E tu achas que és melhor que eles? Se eles se esforçarem, podem muito bem ser pessoas normais e bem sucedidas. E pelo menos, são mais humanas do que tu!

A Laura caminhou para a porta.

Laura: Vou-me embora. Não tenho de te ouvir mais.

O Rick foi atrás dela e saíram os dois da casa da Anne. Os outros ficaram uns segundos em silêncio, sem saber o que dizer.

Karen: Bem, isto foi... interessante.

Os outros: -.-" Karen!

Karen: Ora, não me chateiem que a culpa não foi minha. Bolas, conhecemos a Laura há algum tempo e nunca pensámos que ela era assim.

A Anne voltou a sentar-se ao lado do Peter.

Peter: Estás bem?

Anne: Estou... bolas, não devia ter-me irritado com ela... mas vocês ouviram o que ela disse e a maneira como disse as coisas. Que egoísta!

Sara: Realmente... mas ela nunca foi assim... bom, ela sempre foi empenhada em estudar, mas nunca falou neste tom de superioridade.

Leon: É a prova de que nunca conhecemos por completo as pessoas.

Marina: Mas Anne, vocês têm de fazer as pazes.

Anne: Quando ela pedir desculpa pelo que disse, fazemos as pazes.

Peter: Mas tu também disseste coisas más, Anne.

Anne: Está bem, mas foi a verdade. Algum de vocês viu a Laura tentar ajudar alguém?

Os outros encolheram os ombros.

Anne: Pronto. Ela pensa que os livros são a solução para tudo, mas não são.

Enquanto isso, a Laura e o Rick estavam a caminhar para casa da Laura. A Laura ia a chorar.

Laura: Bolas... não queria que isto acontecesse. - disse ela, soluçando.

Rick: Vocês não deviam ter discutido.

Laura: A culpa foi dela... mas minha também...

Rick: Têm de fazer as pazes.

Laura: Só se ela me pedir desculpas primeiro.

Rick: Laura...

Dois dias depois, a Anne e a Laura continuavam sem se falar. A Anne e os outros juntaram-se para irem ajudar na instituição. O Rick tinha falado com a Anne e ela tinha compreendido que, para a Laura não se zangar com o Rick, ele não iria ajudar na instituição.

Anne: Chegámos. - disse ela, sorrindo aos outros.

A instituição era um edifício grande, com a pintura muita antiga e a cair aos bocados.

Karen: Credo, eu é que não gostava de viver aqui.

Anne: Lá dentro as condições são boas. Aqui fora só precisavam mesmo era de uma pintura. Bom, vamos entrar.

Eles entraram na instituição e a doutora Clair, a directora da instituição, estava à espera deles.

Clair: Olá, bem-vindos. A Anne disse-me que vinham ajudar aqui na instituição.

Peter: Sim, vamos fazer o que pudermos.

Clair: Óptimo. Bom, eu tenho algumas tarefas que talvez vos interessem fazer. Hoje recebemos uma grande remessa de ovos, que nos foram oferecidos e estava a pensar que era bom fazer alguns bolos. Raramente temos doces por aqui, por isso as crianças e os jovens iam adorar.

Anne: Claro. Eu vou ajudar a fazer os bolos.

Helena: E conte comigo. Eu sou boa cozinheira.

Clair: Óptimo. Vejamos, as crianças mais pequenas gostam bastante que lhes leiam histórias. Os mais velhos gostam bastante de conversar... bom, pelo menos alguns. Ah, chegaram também algumas coisas para descarregar, mas se calhar é demasiado para vocês.

Marina: Trabalhos de força são comigo. - disse ela, sorrindo.

Clair: Bom, há também uma criança doente. Se um de vocês lhe pudesse fazer companhia, tenho a certeza de que ela ia gostar.

Sara: Pode contar comigo. Eu gosto muito de crianças.

A directora explicou onde é que ficava cada coisa e os amigos dispersaram. A Anne e a Helena foram para a cozinha fazer os bolos. A Sara foi para o quarto da menina que estava doente. A Marina, o Peter e o Josh foram ajudar a descarregar o material que tinha chegado. O Leon e o Dean foram fazer companhia aos mais novos e a Karen decidiu meter conversar com alguns dos jovens.

Enquanto isso, o Rick tinha ido visitar a Laura a sua casa.

Rick: Então, como estás?

Laura: Estou bem. - respondeu ela. - Tenho estado a estudar.

Rick: Estou a ver... não achas que está na altura de tu e a Anne conversarem e resolverem as coisas?

Laura: Não sei... ela disse coisas que me magoaram muito.

Rick: Laura... eu não te quero aborrecer nem nada. Gosto muito de ti. Mas tu não achas que foste injusta para com os jovens da instituição? Eles também podem vir a ser umas pessoas de sucesso.

A Laura encolheu os ombros.

Laura: É improvável.

Rick: Mas possível. Laura, tu falaste como uma pessoa preconceituosa. E eu sinceramente também não gostei disso. Nem tu, nem eu, nem ninguém é superior àqueles jovens.

A Laura olhou para o Rick e baixou os olhos.

Laura: Tens razão... é que a Anne estava a atacar-me e eu sei que ela não gosta quando falamos mal das pessoas... mais necessitadas, por isso disse aquilo mais para a atacar a ela.

Rick: Está na hora de fazerem as pazes. E acho que deves ir ajudar na instituição. Laura, a Anne também teve razão nisso, só os estudos não vão tornar-te numa boa médica.

Laura: Mas...

Rick: Laura, pensa bem. Tu precisas de conviver mais com as pessoas. Como é que tu queres ser médica sem estares em contacto com outras pessoas? Vais ter muitos pacientes para atender.

A Laura suspirou.

Laura: Sou uma parva, não sou?

Rick: Um bocadinho...

A Laura riu-se.

Laura: Rick, devias era dizer que eu não era parva. Que raio de namorado.

O Rick abraçou-a.

Rick: Eu quero o melhor para ti.

Laura: Eu sei. Amanhã vou falar com a Anne. - disse ela. - Mas sabes, estou preocupada com outra coisa.

Rick: O que é?

Laura: A minha mãe não se tem andado a sentir muito bem. Já foi fazer uns exames. Amanhã vai mostrá-los ao médico. Tenho medo que seja algo grave.

Rick: Não há-de ser nada. Olha, a minha mãe também se anda a sentir mal. Se calhar é alguma epidemia ou assim. - disse ele. - Por coincidência, ela também vai ao médico amanhã. Mas tenho a certeza que não é nada demais.

De volta à instituição, a Anne tinha terminado de fazer um bolo.

Anne: Bom, eu vou ver como é que os outros se estão a sair.

Helena: Ok. Até já.

A Anne saiu da cozinha e foi até à sala de convívio dos jovens. A Karen estava sentada numa cadeira, rodeada por vários rapazes.

Karen: E eu disse logo que não comia aquilo. Eu queria era caviar. Do bom! Eu não como uma coisa qualquer, como dá para perceber. Eu sou rica, bonita e muito fina.

Anne (pensando): Mas o que é que ela está a fazer? Ai Karen, estás sempre a gabar-te!

A Anne aproximou-se.

Anne: Karen, tenho de falar contigo.

Karen: Ah... está bem. Já volto rapazes.

Os rapazes sorriram, enquanto a Karen se afastava com a Anne.

Anne: Karen, tu estás maluca ou quê? Não te deves andar a gabar. Estes jovens não são ricos como tu, não comem comida feita por um cozinheiro francês como tu e não têm roupas de marca. - disse ela, aborrecida. - Tens de ser humilde ao pé deles.

Karen: Humilde? Eu? Anne, isso é praticamente impossível!

Anne: Então ao menos controla-te, ok?

Enquanto isso, a Sara estava a ler uma história à Mindy, a menina que estava doente.

Sara: E então o príncipe e a princesa casaram e viveram felizes para sempre.

A Mindy sorriu.

Mindy: Que bom. Viveram felizes para sempre. - disse ela. - Será que eu vou ser feliz para sempre?

Sara: Claro que sim.

Mindy: Sabes, eu queria um papá e uma mamã... mas os senhores que aparecem aqui não querem ser os meus papás.

A Sara agarrou na mão da Mindy.

Sara: Um dia vão aparecer um senhor e uma senhora, muito simpáticos e vão levar-te para uma casa bonita e vão ser os teus pais. Tenho a certeza.

Mindy: Espero que sim.

O dia passou rapidamente. A Anne ficou um pouco zangada com algumas situações e quando todos saíram da instituição foram até uma esplanada.

Anne: Pessoal, agradeço que tenham vindo ajudar, mas tenho de vos dizer que alguns de vocês fizeram bastantes coisas erradas. - disse ela. - A Karen começou a gabar-se de que era rica.

Karen: Ora, foi só no início! Bom… e talvez me tenha escapado mais algumas coisas da minha riqueza quando estive a falar…

Anne: Depois, a Helena pôs-se a dizer que comia daqueles bolos que nós fizemos todos os dias.

Helena: E daí?

Anne: Helena, como a directora da instituição disse, eles comem muito poucos doces e bolos. Coitados, não viste como ficaram constrangidos?

Helena: Ora, eles ficaram bastante contentes com os bolos que eu fiz.

Anne: Mas ficaram constrangidos a pensar que eles não tinham a mesma sorte que tu.

Karen: E tu comes bolos daqueles todos os dias? Qualquer dia engordas, ficas uma baleia e não cabes nas portas.

A Helena lançou-lhe um olhar mortal, mas a Karen sorriu.

Anne: Bom, continuando. Dean, tu disseste a um grupinho que o Pai Natal não existia.

Dean: Er... mas é verdade que ele não existe.

Anne: Mas eles acreditavam no Pai Natal. E coitados, ficaram desapontados quando lhes disseste que ele não existia. E depois, temos a Marina. - disse ela, abanando a cabeça. - Marina, tu falaste com alguns dos rapazes e disseste-lhes que resolvias muitos dos problemas à luta.

Marina: Ora, eles é que falaram em auto-defesa e eu disse que se alguém se metesse comigo, levava e pronto.

Anne: Mas isso está errado. Não os deves incentivar a lutar, não achas?

Marina: Pronto, está bem, não volta a acontecer.

Anne: Enfim, mas pronto, eu sei que vocês se esforçaram. As crianças ficaram a gostar muito do Leon e a Mindy não queria deixar a Sara vir embora.

Sara: É uma querida. Tenho tanta pena dela. Ela quer muito ter uns pais. Os pais dela morreram e ela está na instituição porque não tem mais familiares. E está para adopção, mas ainda ninguém a quis adoptar.

Anne: Coitadinha...

Quando a Anne regressou a casa, a sua mãe estava à sua espera e a Anne contou-lhe como tinha corrido o dia.

Anne: Mas pronto, no geral foi bom.

Mãe da Anne: É normal que, como eles nunca fizeram voluntariado numa instituição, não percebam logo o que se deve ou não dizer.

Anne: Sabes... estou preocupada por me ter zangado com a Laura.

Mãe da Anne: Mas isso resolve-se. Vai falar com ela.

Anne: Tens razão mãe... está bem, amanhã eu vou falar com ela.

Mãe da Anne: Óptimo. - disse ela, sorrindo. - Ah, mais uma coisa... agora que os teus amigos estão na instituição, não lhes queres contar...

Anne: Ainda não. - disse ela, rapidamente. - Acho que não é a altura certa...

Mãe da Anne: Mas filha, eles são teus amigos. Não deves esconder-lhes segredos. Eles não se vão importar.

Anne: Está bem, mas também eu contar ou não... acho que não vai mudar em nada a relação que tenho com eles, por isso pode esperar. - disse ela. - As únicas pessoas que sabem, além de ti e do pai, são a Amy e o Peter. Quando achar que é a altura certa, eu conto aos outros.

E assim termina o primeiro capítulo. A Laura e a Anne estão zangadas uma com a outra, a maioria das personagens foi fazer voluntariado e a Anne tem um segredo. No próximo capítulo, mais coisas irão acontecer. Não percam!