Ciel estava cansado de se sentir daquele jeito, cansado de disfarçar... Pois nada podia mudar aquele sentimento que ele um dia imaginou não ter por ninguém. Ciel não podia negar, estava apaixonado por seu mordomo.
O pequeno jogou as folhas que estava a ler no chão, não conseguia admitir nem para si mesmo aquilo, como pudera ser fraco a esse ponto? Se apaixonar por um demônio, que insanidade de sua parte. Ouviu-se leves batidas na porta e em seguida Ciel pode ver o belo mordomo adentrar sua sala, suspirou inconscientemente, e em seguida se amaldiçoou mentalmente ao ver um sorrisinho nos lábios do demônio que o servia.
Ciel tomou o chá com indiferença, fingiu que o mordomo que tanto desejava, não estava parado bem a sua frente.
– Bocchan, terás sua aula de dança às 16:00 - Disse o mordomo depois que o garoto terminou o chá.
– Não gosto de dançar - Ciel sentou-se em sua cadeira e virou-se para a grande janela, admirou o jardim bem cuidado de sua mansão. Não sentiu o mordomo se aproximar, só percebeu sua presença quando ouviu a voz rouca do demônio perto de sua orelha.
– Qual o motivo para que não goste de dançar, bocchan? - Ciel estremeceu, mas não respondeu a pergunta.
Sebastian segurou a mão frágil do garoto entre a sua, e delicadamente o levantou da cadeira, levando-o para o meio da sala. Com a outra mão livre segurou a cintura do pequeno, que prendeu a respiração. Ciel começou a dar passos delicados para os lados enquanto sentia a sensação de ter as mãos do mordomo ao redor de seu corpo, pisou várias vezes nos pés do demônio, que parecia nem notar. Dançaram por um longo tempo, sem música alguma. Quando se separaram, Sebastian se ajoelhou para ficar da altura do garoto.
– Irás a aula de dança, bocchan? - O mordomo sorria delicadamente.
– Sim - Respondeu Ciel automaticamente por estar hipnotizado pelos olhos do demônio.
Sebastian segurou a mão do pequeno e levou a até seus lábios, deixando ali um beijo frio nas mãos quentes de Ciel. Levantou-se e foi até a porta, antes que pudesse sair ele ouviu a voz de Ciel de dentro do cômodo:
– Não irei a outras aulas depois dessa, como percebeu, não levo jeito para a dança - Disse depois de recuperar a capacidade de raciocinar direito.
– Yes, my lord. - Disse o mordomo antes de sair da sala, deixando um Ciel mais confuso sobre seus sentimentos, ainda parado no meio da sala onde antes serviu como espaço para a sua dança com o demônio.