Jacob e Bella pertencem à Stephenie Meyer.


A floresta estava em chamas. Eu não sabia se todo o calor que sentia vinha da noite excepcionalmente quente, do bando de lobos que me rodeavam ou de mim mesma. Ou todo esses fatores reunidos. Ele estava à minha frente, me mandando ir embora. Coisa que nunca havia feito. O tempo corre e tudo muda. Uma batalha indesejada, uma responsabilidade para qual ele não havia nascido. Jacob, alfa. A culpa era minha. Estar com ele, na noite anterior a uma luta da qual ninguém poderia sobreviver, era o mínimo a ser feito. Afinal, eu o arrastara a esse desfecho.

No meio da floresta, a alcatéia estava reunida. Eu era a intrusa, parada à sua frente, com uma lanterna na mão, pedindo para ficar ao seu lado. Não era isso o que tanto queria? Pois, então, eu lhe daria. Afinal, poderia ser o último desejo a ser atendido...

Fui surpreendida pelo "não", pela discussão na frente de Quil, Embry e dos outros, por ter de insistir. Braços cruzados em frente ao peito, Jacob me olhava com a expressão herdada de Sam, além do posto de líder. Herança maldita.

"Eu não vou embora. Vou ficar, aqui você querendo ou não." Ele me olhou com raiva: havia tanto ódio e mágoa no seu rosto que me assustou, num primeiro momento. Veio na minha direção e eu recuei alguns passos. Jacob havia ido: foi o lobo, o alfa, que agarrou o meu antebraço e me arrastou, aos tropeços, para dentro da pequena clareira, no meio da floresta. Eu já sabia o que viria a seguir. Ele me jogou no chão, com violência, e eu me deixei ali ficar. Naquela noite, não existiriam negações para ele.

Jacob desabotoou seu jeans, enquanto cuspia as palavras: "Você vai levar uma lembrança minha para o seu sanguessuga." Eu o encarava, passiva. De forma bruta, ele arrancou minhas roupas. Minha respiração estava acelerada, mas eu não reagi. Não queria. Vi-o tirar o seu jeans e deitar-se sobre mim. Ele era pesado, quente e asfixiante, e pensei que sufocaria quando me beijou de forma nada gentil. E, também sem nenhum traço de delicadeza, o senti dentro de mim. Soltei um murmúrio de surpresa e incômodo, como se tivesse raspado a mão em um prego. Tentei tocá-lo, mas ele prendeu os meus pulsos ao lado da minha cabeça, de modo que não podia me mexer. Senti minha pulsação debaixo do seu aperto e seus olhos abertos sobre mim. A raiva e a mágoa ainda estavam ali, deformando o seu rosto. Seu corpo suado e quente, parecia pesar uma tonelada sobre o meu, enquanto se mexia, cada vez mais rápido. A sensação era que seria partida ao meio, mas dos meus lábios não escaparam qualquer lamento. Se era dor que ele queria que sentisse, então assim seria. Afinal, não era ainda um décimo do sofrimento que havia infligido a ele.

Eu o encarava passivamente, e vi a raiva e a mágoa abandonarem o seu semblante, ficando apenas a tristeza e algo mais. O lobo-alfa desaparecia e eu vislumbrei o Jacob. Sua respiração tornou-se mais acelerada, seus olhos se fecharam e seu aperto nos meus pulsos se intensificou. Fiquei feliz por proporcionar a ele prazer, mesmo que um prazer agoniado. Com dificuldade, ergui o meu rosto o máximo que consegui e o beijei. Senti seu corpo estremecer, desabando pesado e em brasas sobre o meu. Não protestei. Seu aperto sobre os meus pulsos se afrouxou e passei meus braços sobre ele. Abraçava-o com toda a força que conseguia, enquanto sentia o seu rosto enterrado no seu pescoço e sua respiração se acalmar.

Ainda estávamos assim, unidos, quando ele ergueu o rosto para mim. Seus olhos estavam cheios d'água. Ali estava o menino que conhecera e por quem havia me apaixonado, não o homem rude e ríspido que comigo se deitara a pouco. Mas, agora, eles não poderiam ser separados: todos integravam Jacob, ainda meu. Foi com ambos – o homem e o menino – com quem fiz amor naquela noite.


N/A: Algumas explicações: a agressividade do Jacob e a passividade da Bella foram elevadas à quinta potência. E tudo foi distorcido ao meu favor.