"É hoje, ele vem nos buscar. Vem nos tirar dessa loucura a que fomos submetidos."

O alvoroço era tamanho, não conseguia enxergar por fora das grades, minha voz teimava em não sair, eu queria saber a onde ele estava, queria vê-lo e mostrar minha eterna lealdade. Mas não. Não conseguia enxergar nada, a não ser as grandes barras de ferro da minha cela. Fui até a pequena janela, fiquei sobre um pequeno banco e as vi.

Sombras negras e rápidas cruzavam o céu escuro por nuvens carregadas.* Passavam rapidamente por cima de nós, e quando menos esperava, ouvi um enorme estrondo. Bellatriz, pensei.

Houve um outro barulho, dessa vez, mais perto de onde eu me encontrava. Tentei gritar, pedir socorro e talvez, fazer algum feitiço não-verbal, mesmo sabendo que não teria sucesso, graças maldita a proteção.

Quando me dei conta, estava próxima das barras novamente, sentindo os pedaços da parede que jazia ali minutos atrás, mas que agora, apenas Merlin saberia onde estava. Abri bem os olhos, pasma com a situação, eu estava livre!

Em questão de segundos, já havia mergulhado no vento frio dos arredores da Fortaleza, me sentia livre, e ao mesmo tempo, com uma enorme dívida. Procurei os demais, mesmo sem saber á quem deveria seguir. Não sabia como e nem porque os estava seguindo, não sabia nem mesmo se Bella estava ali, mas meus dois anos na cobiçada tentativa de ser uma Comensal e talvez meu instinto mais louco, me mandavam continuar.

E que mal teria? Sabia que hoje era o último dia de minha estadia em Azkaban, e mesmo antes da minha "fuga" dois guardas se prontificaram em livrar-me das correntes e conversavam sobre minha liberdade, ressaltando todos os atos que me levaria para lá novamente, e ironicamente, "estar com Comensais" seria a primeira da lista...

Acabei por segui-los, sentindo o doce vento da liberdade tão esperada. Fizemos algumas curvas e voamos por um bom tempo, até que a vi.

Uma mansão, daquelas que fazia qualquer um suspirar, foi onde todos pararam. Quando meus pés tocaram o chão, reprimi as perguntas e agradecimentos quando Bellatriz se aproximou.

- Makenna, fico feliz que tenha conseguido achar a mansão, vamos entrar, o Lorde está lá em cima e não devemos incomodá-lo. – Com aquele sorriso amarelo e cabelos emaranhados, Bella me guiou para dentro, seguida após alguns segundos, por mais três Comensais que não consegui nomear, portanto deduzi que haviam chegado recentemente, talvez novos recrutas para a causa.

Havia muitas perguntas, as quais eu sabia que não devia fazer no momento. Então, a segui calada, para dentro da mansão.

A porta envidraçada de um branco puríssimo, e os móveis em perfeito estado. Tudo era perfeitamente convidativo no primeiro andar, nada muito diferente do segundo, do qual vimos quando seguimos outro lance de escadas, para finalmente entrarmos em um corredor, claro e mesmo assim, gelado. Após girar a maçaneta, e esperar que eu entrasse, Bellatriz fechou a porta atrás de nós e me olhou com a sobrancelha levantada.

- Bella, onde estamos? E o Lorde? E os outros? Meu pai está aqui? Mas e os Dementadores?– Senti seus olhos pesarem sobre mim e mesmo que sem vontade, fiquei em silêncio.

- Makenna, não é hora de me perguntar sobre isso. O que posso lhe dizer, é que estamos na casa de um dos comensais, deve conhecer Lúcio Malfoy, não é? – E após um aceno como resposta, continuou – Pois bem, o Lorde das trevas retornou.

O retorno do Lorde das trevas, era essa a razão para tanto tumulto. Há quanto tempo esperei seu retorno, não sei, mas lembro-me das inúmeras vezes que tentei me comunicar com Bella pelas grades e ouvi as repetidas promessas de que um dia, o Lorde voltaria e nos tiraria de lá.

- Mas Bella, como é possível?

- Ora, não há nada de impossível. Eu lhe disse isso, e agora estamos aqui. Chega de perguntas, vá tomar um banho – E olhando a Marca, que mesmo com o tempo, ainda estava lá, ela finalizou – Preciso ir, Narcisa preparou umas roupas para você, a partir de hoje, esse será seu quarto até que haja a necessidade de uma mudança. – E antes de ir, completou- Não saia daqui, a menos que eu a chame. Agora, espero que se lembre de como ligar o chuveiro... – Com aquela risada estridente, ela se foi, deixando-me sozinha naquele quarto.

Olhei ao meu redor, tudo parecia particularmente bem arquitetado. Caminhei pelo quarto até a pequena mesa de canto, toquei-lhe a madeira branca por alguns segundos e segui pelo mesmo caminho pela cadeira. Do lado do conjunto, uma estante de livros me chamou a atenção. Percorri os dedos por alguns exemplares, alguns conhecidos como, Livro padrão de feitiços (1º ano), de Miranda Goshwak, História da Magia, de Batilda Bagshot , Teoria da magia, de Adalberto Waffling, Guia de Transfiguração para Iniciantes e no meio de todos, As forças das trevas: Um guia de autoproteção, de Quintino Trimble. Sorri ao vê-los, eram todos os livros do meu primeiro ano em Hogwarts, me lembrava bem daquele ano, o ano em que entrei para a Sonserina e iniciei meus estudos mágicos.

Na parte de baixo da instante, livros como O Livro padrão de feitiços - 2º ano, de Miranda Goshawk, Como dominar um espírito agourento, de Gilderoy Lockhart, Como se divertir com vampiros, de Gilderoy Lockhart e vários outros, também do meu segundo ano.

Com outra passada de olhos, pude notar que havia sete partes na instante, sendo que as duas últimas estavam vazias. Mesmo confusa, saí a procura do banheiro, girei a maçaneta e entrei; uma banheira, um lavatório e um Box de vidro compunham o lugar. Virei-me e fechei a porta, certificando de que a mesma estava trancada. Tirei cada peça de roupa que compunham minha vestimenta. A calça suja do dia em que fui pega, a blusa rasgada...

Já próxima da banheira, notei que a mesma estava cheia e com algumas bolhas, "convidando-me" a entrar.

Assim que entrei, pude sentir a água invadir cada poro de minha pele, pude sentir também, o agradecimento silencioso de meu corpo. Mesmo desacostumada com a calmaria do lugar, deixei o corpo relaxar. Comecei a pensar, tentar entender o que havia acontecido ali...

OOoOoOoOoO

MINISTÉRIO DA MAGIA, JULGAMENTO DE 1981

- A senhorita nega sua participação nos crimes a que foi acusada? – A voz Bartolomeu Chouch com os olhos semicerrados, ecoava por toda a sala.

- Não, não nego. – Mesmo firme, sua voz soava-lhe embargada.

- Então a senhorita não nega qualquer ligação com Tom Marvolo Riddle? –Disse, como se para deixar bem claro.

- Não. – A resposta curta da garota, pareceu provocar a ira do homem sentado a alguns metros.

- Pois bem, senhorita Dolohov, a pena mínima para crimes e compactações com o senhor Riddle seria de 17 anos em Azkaban, porém, dada a sua idade e a falta de provas, este júri decide mantê-la em uma das "doces" celas de Azkaban, por 1 ano, afim de que pense na gravidade de seus atos e se é isto o que quer da vida.

A confiança em si mesma beirou o zero, sua respiração tornou-se complicada. Pensou em tudo o que teve de passar para chegar até onde esteve, lutou junto aos outros comensais para poder ganhar o ministério, e agora, estava ali, amarrada em uma cadeira, sem sua varinha, apenas com o olhar de alguns dos aurores que aguardavam o julgamento.

Antes que pudesse dizer algo, arrastado e debilitado, Antonio Dolohov entrou na sala.

Tentou se mexer, tentou de todas as formas sair dali, mas todas as tentativas resumiram-se em fracasso.

- Papai! –Gritou em direção ao homem, que caminhava com dificuldade na frente dos guardas. – Papai, por favor! – Queria saber se ele estava bem, queria correr e abraçá-lo, pedir perdão por ter falhado, por não tê-lo ajudado a fugir...

- Ordem... Ordem no recinto, por favor! – Estalou Bartolomeu irritado.

- Jamais vou ajudar vocês, jamais! Soltem meu pai! Ele não fez nada! – Gritava em meio às lágrimas.

- Levem-na daqui, agora! - Berrava-lhe de volta.

Quando os guardas se aproximaram, pode finalmente ver o rosto de seu pai, que mesmo cansado, fitou-a. Assim que os olhares se encontraram, um sussurro foi visto apenas por ela... um cansado e carregado de emoção"Eu te amo, filha"

- O Lorde vai acabar com todos vocês, vocês todos verão, seus imundos de sangue! – E antes de terminar, Makenna Dolohov foi arrastada à força por dois guardas até a sala em que deveria esperar. Caiu no chão gelado. O local era sem móveis, todo claro, o cômodo parecia uma sala, mesmo que vazia. Quando deu por si, estava esmurrando as paredes, arranhando-as e chutando, com a esperança de sair dali. Gritava incessantemente por seu pai, implorava ao vento para que não o matassem.

Após algumas horas, uma porta materializada se abriu e algo ainda pior a surpreendeu.

Uma figura negra adentrou a sala, e consigo, um frio cortante. Então era aquilo... Aquilo era um Dementador, e ele a levaria para Azkaban. Aquilo seria seu fim, ele poderia muito bem dar-lhe um beijo da morte e sugar sua alma ali mesmo, mas atrás dele, um auror de cabelos ruivos parecia controlar suas ações, livrando-a de talvez, um por cento do medo.

Já havia visto coisas horríveis, mas nem de longe se comparavam aquilo, aquela coisa lhe rancava lágrimas, gritos e gemidos de dor, e por fim, um suspiro.

Quando abriu os olhos, a visão embaçada lhe permitiu ver pouco do lugar. Piscou repetidas vezes, se sentou e observou, estava em uma cela... Estava em Azkaban.

Levantou-se com tamanha rapidez, recebendo do próprio corpo, uma tontura em resposta.

Aproximou-se das grades, tentou quebra-las, perdeu as contas dos socos e pontapés que deu, estava no ápice do medo, implorava mentalmente por sua liberdade, quando desfaleceu novamente.

Quando acordou no dia seguinte, estava estirada no chão frio, com as mãos e os dedos roxos, resultado visível da luta contra as barras. Levantou-se com mais cuidado, apoiando-se nas paredes, olhou o lugar detalhadamente pela primeira vez, era um lugar pequeno, uma cama suja e aparentemente dura, uma cadeira, uma mesa e fim. Aproximou-se da mesa e apanhou a pequena vasilha, a mesma continua um resto de comida que cheirava mofo, enjoada, largou-a lá e foi até a grade. Tentou ver por ela, mas sem sucesso. Já a minúscula janela no interior da cela só possibilitava a visão do mar, agitado e assassino. Calculou os riscos de uma tentativa de fugir, todos resultavam em sua possível morte, a alma sendo sugada...

Os dias foram se passando, e a lembrança daquele dia não lhe saia da cabeça, o grito ao pai, o olhar mudo e carregado de sentimento, a voz daquele homem... Tudo parecia girar ao redor daquele dia.

Com o decorrer do tempo, Makenna desistiu de tentar arrancar as barras, cavar buracos ou fugir pela janela, as feridas e arranhados já lhe ardiam fundo, e agora seu pensamento era: saber sobre o pai, descobrir se ainda estava vivo e se estava ali também, se precisava de ajuda ou de comida... isso estava a enlouquecendo, e rapidamente.

OoOoOoOoOoOoOoOoOoO

DIAS ATUAIS

Levantou a cabeça de baixo da água, precisava respirar. Mesmo com o rosto molhado, podia sentir as lágrimas que rolavam quentes pelo rosto pálido. Havia chorado novamentecom as lembranças.

Enxaguou-se após se ensaboar e levantou, pegou a toalha e se secou, pegou outra toalha, e enrolou no cabelo, abriu a porta e foi para o quarto.

Como havia prometido Bellatriz, um conjunto de roupas estava posto na cama, juntamente com um par de sapatos no chão.

Pegou as peças iniciais e se vestiu, parando para observar apenas o que seria visto pelos outros. Era uma calça social preta, uma blusa branca de manga longa, com botões que desciam o seio. Os sapatos eram baixos, de uma cor escura. Após vestir-se, foi até a escrivaninha e se sentou, procurou em algumas gavetas algo para pentear os cabelos, apanhou uma escova e começou a mexer no cabelo. Mesmo embaraçado e desidratado, o cabelo era liso e escuro, realçava muito bem o tom da pele clara, alguns amigos da pré-escola até chamavam-na de "Branca de neve" por isso.

Quando terminou, levantou-se e foi até a porta, deveria esperar até que fosse chamada, mas a necessidade de respostas e de sua varinha fez-na sair corredor a fora.

Caminhou silenciosamente pelo mesmo, esperando não chamar atenção de qualquer um que estivesse em algum dos quartos. Desceu as escadas com um frio na barriga, podia ouvir vozes vindas do primeiro andar.

Quando terminou o lance de escadas, viu-se procurando por alguém na sala, entrou na cozinha e os viu. Bellatriz Lestrange, Lúcio e Narcisa Malfoy estavam conversando envolta de uma mesa de mármore.

- Bella? – Disse interrompendo a conversa com uma voz rouca, e portanto, ganhando olhares dos três, que um a um, abriam a boca em surpresa.

- Makenna? Não disse para ficar lá em cima? – Foi Bellatriz quem largou o semblante primeiro.

- Sim, mas...

- Deixe-a, Bellatriz, a menina deve estar com fome, afinal, não come como gente a um bom tempo. – Narcisa tomou frente antes que eu pudesse continuar, sorrindo e se aproximando. – Não é mesmo, querida?

-É, estou mesmo... – Sorria forçadamente. Não queria comer, na verdade, não se lembrava da última vez em que estivera com fome.

- Então vamos providenciar algo para comer, está bem? – E sorrindo novamente, Narcisa saiu, deixando-nos em um silencio constrangedor.

- É... Bella? – Disse me aproximando da mesma com seus olhos me seguindo.

-Quer respostas, não é? – Ela falou, e mesmo com aquela voz seca, pude notar que não estava brava, nem mesmo irritada com a pergunta. Dei-lhe um "sim" com a cabeça e esperei que continuasse. – Pois bem...

- Pronto, o jantar está servido, vamos comer! – Narcisa interrompeu a irmã com um sorriso e um olhar confortante para todos.

Ambos se levantaram, Bella e Lúcio, levando-me a fazer o mesmo e os seguir.

Fomos para a sala de jantar, a mesma possuía uma grande mesa e um lustre que iluminava a sala, aparentemente, tudo combinava.

- Draco chegará após o jantar, então, Bon appétit! – Finalizou a matriarca da família Malfoy.

Lembrava-me de Draco, era meu quase irmão, andávamos juntos em Hogwarts, treinávamos nos vastos campos e clareiras da mansão sempre que o verão chegava e as aulas terminavam. Passávamos todo o tempo juntos, até é claro, aquele dia. Naquele tempo, ainda pequenos, jurávamos e pactuávamos o nosso futuro, éramos duas crianças de 13 anos que sonhavam em ser Comensais da morte, seguir o Lorde e abraçar suas causas. Mas no dia em que nossos pais foram chamados e nós fomos alertados sobre a primeira guerra bruxa*, tivemos de seguir caminhos complicados e até então pouco conhecidos por ambos.

Através do jornal bruxo, Profeta Diário, pude descobrir dias depois, que ele não havia sido capturado, e seus pais haviam sido inocentados por falta de provas.

Não fazia ideia de como ele estaria hoje, já que até Bellatriz estava diferente do habitual, mesmo com todo seu preto casual, a roupa havia mudado, seu cheiro e até sua voz estava diferente. Narcisa carregava em si, um brilho seu, que era muitas vezes a chave de suas conquistas com o marido. Lúcio não havia mudado, seu cabelo loiro e liso, suas vestes que exalavam poder, tudo igual.

Tudo era como ela se lembrava, só ela se sentia deslocada e perdida, mesmo com as belas roupas que tinha ganhado, não se sentia parte daquele trio. Sempre gostara muito de Narcisa e quando a mulher quis apadrinhá-la na infância, - perdendo de uma forma justa para Bellatriz - gostou mais ainda.

Mesmo com tal aproximação com a mulher de cabelos pretos, Makenna, porém, acabava por passar mais tempo com Narcisa, já que dividiu a infância e adolescência com Draco...

Com o pedido da mulher para comer, serviu-se da primeira coisa que viu na frente, envergonhando-se instantaneamente pela rapidez. Voltou ao seu lugar e começou a comer, mas devido aos dias em Azkaban e as poucas vezes que conseguiu comer, sentiu-se enjoada após algumas garfadas. Narcisa, reparando na fraqueza da moça, estendeu-lhe um prato com um caldo ralo, portador de um cheiro forte. A garota, mesmo com uma careta, acabou tomando todo o caldo e desistindo da vontade de comer qualquer outra coisa.

- Teremos de chamar Severo, ele poderá fazer algumas poções para ela, até que volte a poder comer. – Disse Lúcio pela primeira vez desde que se viram.

- Sim, convocarei sua presença hoje mesmo. – Retomou a mulher. – Enquanto isso se esforce para tomar o caldo, não queremos que desmaie antes da surpresa.

- Surpresa? – Perguntou a jovem com um nascer de sorriso nos lábios.

- Ah, Merlin! – Praguejou Bella á irmã. – Não era para dizer!

- Ah, vamos! Não disse nada demais. – Suspirou a outra em sua própria defesa.

- Claro que não! Só contou que há uma surpresa! – Rebateu rolando os olhos.

- Contar que há uma surpresa não é contar a surpresa, queridinha. – Reforçou Narcisa.

- As duas, por favor! – Suplicou Makenna, olhando-as com uma autoridade recebida no momento. – Podem me explicar que surpresa é essa?

Ambas se entreolharam, e antes que pudessem começar, um "pop" foi ouvido na sala ao lado, alguém aparatando.

- Ora essa, quem aparatou aqui dentro?! Deve ter quebrado as defesas da casa, terei de refazê-las todas! –Bradou Lúcio, levantando-se e saindo da sala de jantar, sendo seguido por uma Narcisa inconformada, uma Bellatriz risonha e uma Makenna curiosa.

- Olha quem está aí... –Uma voz rouca, cansada e masculina soou nos ouvidos da garota e naquele instante, seu estômago simulou um passeio na montanha-russa, uma queda-livre, e quaisquer que fossem os fazeres que deem um nó no estômago.

Seus olhos já marejados procuraram o dono da voz por entre os outros, e quando saiu das costas da atual madrinha, pôde vê-lo. Seu pai...

Lá estava ele, com um terno preto muito bem talhado, os cabelos bagunçados e ainda molhados, sinais óbvios de que havia tomado um banho – ou uma chuva- recentemente.

- Pa-papai? – Makenna deu um passo á frente. – Papai! –falou mais alto e se jogou em seus braços, sendo rapidamente segurada pelo pai, que a abraçava fortemente, como se ambos estivessem sozinhos, usufruindo de um momento pai-e-filha.

Uma das mãos acariciava-lhe os cabelos, e outra abraçava-lhe as costas finas da menina. A mesma não conseguia parar de chorar, um choro silencioso e desesperado, de alguém com uma extrema saudade. O calor do corpo de ambos pareceu acalmar os presentes, tanto que todos se sentaram quietos nos sofás da mansão Malfoy, deixando-os ali no meio, abraçados, por só Merlin sabe quantos minutos.

- Ah papai, pensei que estivesse morto! –Disse afastando o rosto apenas para poder ver seus olhos, acariciar seu rosto e sorrir.

- Me perdoe minha querida, por não poder salvá-la. – Falou o outro com a voz firme, tomando uma postura cansada.

- Não se culpe papai, foi minha culpa! Eu fui burra, fui pega por aqueles sangues-ruins, não consegui me defender, me perdi dos outros e...

- Shh... – e com o dedo indicador nos lábios da menina, o pai a silenciou, trazendo-lhe de volta aos braços. – Não foi culpa de ninguém, está bem? Eles vão pagar pelo que fizeram. Ah se vão... – Terminou beijando-lhe a cabeça e olhando os outros na sala. Narcisa sentada ao lado de Lúcio, Bellatriz mantinha um sorriso, que mesmo fraco, carregava a emoção do momento. - Agora, pare de chorar, não quero que fique assim. Estamos juntos agora, e nada vai te tirar mais de mim, está bem? – E levantou o rosto da menina, tocou-lhe a face e limpou as lágrimas, e se afastou devagar, analisando a menina.

- Ok pai, ok.. –disse tentando se recompor, sorriu aos demais e esperou que o pai sentasse para se juntar á ele.

- Então, o que me contam?– Disse Antonio á ninguém em especial, começou então, uma conversa infindável sobre Draco, Hogwarts, Makenna, Harry Potter... Os dois homens apostavam as cabeças na morte do menino e Narcisa apenas negava com um sorriso, até que a porta da frente foi aberta.

- Mas que droga! Está a maior chuva lá fora, e o incompetente do Marcus não pegou um guarda-chuva e... – Draco Malfoy acabara de entrar na sala de estar da mansão, molhado e irritado, porém, sua voz cessou quando viu a menina. Era ela? Makenna? A menina a qual brincava quando jovem? Sua parceira nas aulas de poções? Ela havia sido capturada na última missão dos Comensais, a data de sua liberdade já havia chegado? Ou haviam-na trazido junto com os outro? As perguntas dançavam em sua mente. Largou a bolsa que carregava no chão, e parado, viu-a levantar e abrir-lhe um sorriso encantador. -Makenna? – Arriscou, mesmo que no mais íntimo de seus pensamentos, sabia que era ela.

- Draco? – E lhe sorriu, não como antes, sorriu tão largo que podia sentir os lábios doerem.

Antes que pudessem dizer mais alguma coisa, Makenna correu para seus braços, segurando-lhe pelo pescoço e sendo levantada por ele.

- Não acredito, você está viva! Você está ótima! –disse ele, rindo e lhe abraçando com um carinho jamais demonstrado por outra pessoa.

- Estou, não estou? –Riu-se ela, olhando-o finalmente nos olhos quando foi posta no chão.

Ambos sorriam e seus corações batiam descompassados, os dedos dele ainda traçavam o caminho de sua cintura, e os dela o da nuca dele.

- Não me lembro de tê-lo deixado cortar o cabelo. –Contornou ela, após segundos se encarando, corando e procurando o ar.

Ele riu, como ela conseguira continuar assim? Tão doce e animada? Mesmo passando anos naquela prisão fria e indecente. Ainda possuía o mesmo brilho nos olhos, o mesmo sorriso encantador de quando jovem, é claro que agora lhe arrancava mais do que sorrisos, agora os pensamentos começariam a pertencê-la, tinha plena certeza disso.

Deixou que os braços se soltassem e se afastou afim de analisá-la.

- Ele estava enorme, maior do que o Di-Lua... –Disse ganhando um tapa fraco da menina.

- Não exagere! – riu-se ela, balançando a cabeça em negação. – E também não fale assim da Luna, ela é bem legal, sabia? – Ele lhe lançou um olhar de descaso, obtendo facilmente, um sorriso – Ela é bem útil nas aulas de DCAT, está bem?

E ficaram assim, rindo e se olhando por alguns minutos, até que ao fundo, puderam ouvir a voz de Lúcio em um pigarro.

- Boa noite, filho... – Começou ele em uma tentativa de introduzir-se no assunto. – Fez uma boa viagem?

Draco e Makenna o olharam, ela levemente ruborizada, e ele envergonhado por não ter notado a presença dos outros.

-Ah, boa noite, e sim, a viagem foi ótima... –Sorriu sem graça quando se aproximou dos outros. Todos os olhavam com a surpresa estampada, diferentes do pai da menina, que os observava com certa desconfiança. Aproximou-se da mãe, deu-lhe um beijo na testa e cumprimentou os outros.

- Draco, querido... Leve Makenna para conhecer a casa, está bem? – Narcisa os olhou como que os incentivando a saírem dali, ou uma segunda guerra ocorreria, dessa vez, entre Draco e Antonio.

- Mas ela já... Está bem, vamos? –Sorriu o loiro a ela, e ambos subiram as escadas, deixando lá em baixo, um grupo de comensais curiosos e surpresos. Que eles eram amigos, todos sabiam, mas que o carinho era tanto, ainda era novo para todos...

N/A: Hey queridos! Comecei a história faz uns dias, mas até betar, revisar, escrever, reescrever... Bom, demorou um tempinho.

Mas desde já, quero deixar um agradecimento especial a minha mais nova beta, CAMILA 3 haha, momy diva! Obg por me aguentar e por aceitar betar a minha história. Prometo q n vou desapontá-la. Bem, agora, pra quem leu até aqui, pretendo explicar umas coisas...

Quando encontrarem (*) no meio da história, significa que deixei um comentário ou uma explicação sobre tal parte no final, ok?

Se encontrarem algum erro, perdoem-nos, as vezes passa batido mesmo, podem avisar, ok? Pretendo mudar assim que notificada.

Bem, agora as primeiras notas:

Makenna é um nome que eu particularmente gosto e que demorei uns tempos pra achar. O significado do nome Makenna é " Confiança e lealdade é o que se pode esperar da pessoa cuja personalidade é marcada pelo número 4. Alguém que não admite superficialidade e covardia. Muito produtiva e eficiente, faz de sua bandeira a prudência e a disciplina", ou seja, escolhi o nome pra combinar bem com a personagem.

Antonio Dolohové um Comensal da morte, Ele lutou na Primeira Guerra Bruxa, durante a qual torturou muitos trouxas, e bruxas e bruxos que não apoiavam Voldemort. Junto com outros quatro Comensais da Morte, ele participou no assassinato de Fábio e Gideão Prewett. Dolohov foi pego e condenado por estes crimes, e condenado a prisão perpétua em Azkaban. Ele escapou após o returno.

Primeira Guerra Bruxa, Originalmente conhecida como rebelde e obscura, a Primeira Guerra Bruxa foi um conflito com fundações no início da década de 40, mas que teve início oficialmente em 1970, e um abrupto término em 1981. Marcou o "reinado" original de Lorde Voldemort. A rebelião do Lorde das Trevas só ocorreu com a ajuda dos seus fiéis Comensais da Morte, membros das trevas que trouxeram terror a bruxos e trouxas inocentes.

"Fumaça preta no céu": Bem pessoal, essa é uma curiosidade bem básica e interessante. De acordo com um site, a "fumaça" dos comensais, foi criada pelo Voldi, e só foi representada no filme. Nos livros, a fuga dos comensais é em vassouras. Eu achei mais interessante colocar de acordo com o filme, já que a maioria viu.

Sobre o ano que história se passa, é diferente da da J.K, está bem? Porque se eu fosse fazer com os dados dela, ia complicar muito e alguns fatos não poderiam ocorrer...

Bom, acho que é só isso, hahaha, espero que gostem e acompanhem, beijos :*

N/B: ooooooi gente!

Primeiro de tudo tenho que dizer que nunca comprei outras historias a não ser SS/HG mas a nossa querida autora e MINHA FILHA. Teve esse poder. Esta fic esta ótima!

Vamos as considerações. Quem mais amou a cena do encontro dela com o pai?

Eu quase chorei aqui!

E gente o que é isso Draco lindo aparecendo e fazendo a cena de reencontro perfeita! O que sera que vai dar? Isso é sera q o pai dela vai deixar rolar algo a mais? E o Voldi? E Harry ? onde entram nessa historia? E hum... q sera q foi essa missão que ela estava? AAA To amando já!

Vamo q vamo galera pq essa fic tem futuro!