GHOST
1. O Acidente
"Só mais dois dias." Pensava Akito olhando para o vestido branco. Seu casamento com Shigure se aproximava. Como continuava sendo a chefe do clã Sohma, não seria um evento de pequeno porte e isso dera um bocado de trabalho para organizar, mas à essa altura já estava tudo arranjado e os convites enviados e confirmados. Alguém bateu na porta e ela rapidamente fechou o armário.
- Pode entrar!
Shigure entrou no quarto sorrindo.
- Ei, Aaya conseguiu reservar alguns lugares numa cervejaria alemã famosa. E então, estou liberado?
Akito ficou pensando por alguns segundos.
- Vamos, Akky. São só nós três para a minha despedida de solteiro. – Ele insistiu. – Como fizemos nas duas outras vezes.
A duas outras vezes as quais ele se referia eram as que antecederam os casamentos de Hatori e Ayame, ambas organizadas pela ex-serpente.
- Deixo você ir se prometer não beber demais. Não volte muito tarde e o Hatori dirige, ok?
Shigure a abraçou, beijando-a em seguida.
- Que tal uma festinha particular antes de eu sair? – Sussurrou ele.
Ela riu alto e o puxou para a cama.
- Mas você não perde uma chance, não é? Vai ser sempre um cachorro.
- E você vai ser sempre minha deusa.
Ele já tinha tirado a camisa quando alguém bateu na porta.
- Droga! – Ela reclamou em voz baixa e foi ver quem era enquanto arrumava o cabelo e seu noivo colocava a camisa. – Que foi... Tohru?
- Oi senhorita Akito. – Cumprimentou Tohru sorridente. – Como vai?
- Tohru! – Akito abraçou a amiga. – Eu estou ótima, ainda mais agora. Como foi de viagem?
- Eu e Kyo fizemos uma boa viagem. Foi muito bom termos conseguido uma licença para podermos vir. Ah, muito boa tarde, senhor Shigure!
- Oi Tohru! Desculpe, mas estou de saída. Eu, Haa-san e Aaya vamos comemorar a ocasião.
- Que bom! Divirtam-se, então! E tomem cuidado!
- Pode deixar! – Disse ele antes de dar um beijo de despedida em Akito, um abraço em Tohru e sair.
Akito sentou de novo na cama e fez sinal para Tohru sentar ao lado.
- Ele não toma jeito, mas estou tão feliz que finalmente vamos nos casar.
- Isso é maravilhoso, senhorita Akito. Vim com dois dias de antecedência pra poder me preparar.
- E onde está hospedada?
Tohru parou e pensou antes de dizer:
- Não sei.
Akito olhou para o outro lado, tentando não perder a paciência. Agora eram amigas, mas ela achava difícil agüentar a lerdeza da outra. Conversaram mais um pouco e depois foram fazer um lanche.
XxXxX
Shigure, Ayame e Hatori estavam sentados na mesa da cervejaria jogando conversa fora.
- Te cuida, Gure-san, porque vida de casado não é fácil. – Dizia Ayame. – Se bem que entre eu e Mine não há problemas.
Shigure riu e se virou para Hatori.
- Sabia que você ia casar com a Mayu mais cedo ou mais tarde. E aí, valeu o meu empurrãozinho, não valeu?
- De certo modo, sim, mas você tem um jeito muito peculiar de ajudar os outros.
Hatori olhou no relógio e viu que já havia anoitecido. Deixou passar, pois estavam se divertindo. Lá pelas onze da noite, ele resolveu tirar os dois primos dali antes que fossem expulsos pelo dono do lugar. Como era o mais forte para bebidas, ele é quem foi dirigindo. Os outros dois conversavam animadamente, Shigure no banco do carona e Ayame no banco de trás.
- Agora fechou o círculo. – Disse Ayame. – Você foi padrinho do Tori-san, Tori-san foi o meu e agora eu serei o seu, Gure-san.
- É... Imagina quando vierem as crianças.
- Não tão cedo. – Disse Hatori sem desviar os olhos da estrada. – Eu e Mayu pretendemos esperar um pouco.
- Não seja chato, Tori-san. Eu e Mine já estamos tentando. Vamos ver quando vai ser a vez do Gure-san.
Os três riram. Pouco tempo atrás nem pensavam em casamento, agora já estavam pensando em crianças. Fazia dois anos que a maldição da família Sohma havia se extinguido e cada um dos ex-doze signos já havia se arranjado na vida. Hatori pensava nisso quando viu os grandes faróis vindo bem em sua direção. Girou o volante bruscamente para tentar desviar, mas o clarão e o estrondo da batida foram as últimas coisas que os três viram e ouviram naquela noite.
XxXxX
Kagura olhou no relógio impaciente.
- Ritsu, já são quase meia noite, você não poderia deixar isso para amanhã?
- Não dá, amanhã eu vou me encontrar com ela, preciso entregar isso.
- Você teve a semana inteira para escrever essa maldita carta e só agora vem me pedir ajuda!
Ritsu se encontrava sentado em uma escrivaninha com um monte de papéis ao lado, vários deles amassados. Kagura estava em pé ao seu lado, tentando ajudá-lo a escrever uma carta para Mitsuru. O rapaz não gostava de nada que escrevia e estava deixando sua prima impaciente.
- Vamos lá. – Disse Kagura, dando um suspiro. – Comece de novo.
Ele ia começar a escrever, mas o telefone tocou e, no susto, saiu um borrão de tinta no papel. Para pensar em outra coisa, Kagura atendeu.
- Alô? Sim. Sou prima dele, por quê? O que? – Ela ficou branca. – C-certo. E-eu vou avisar. Obrigada. – E desligou, trêmula.
- Kagura, o que aconteceu? – Perguntou Ritsu se levantando. – Está tudo bem?
Ela segurou as mãos dele.
- Preciso avisar Akito agora! Shigure sofreu um acidente!
XxXxX
Mine estava sentada confortavelmente na poltrona da sala. Tinha dormido lá sem perceber. Ao seu lado, no chão, um novelo de lã que rolara de seu colo e, na mesinha do outro lado, duas agulhas e uma parte de seu trabalho com o novelo: um sapatinho. Do outro lado da sala, o telefone tocou estridente, acordando-a.
- Quem será a essa hora? – Perguntava ela sonolenta. – Já passa de meia noite.
Cruzando a sala para atender ao telefone, percebeu como tudo estava quieto. Ayame ainda não voltara? Ele, com certeza a teria levando para a cama e ela não estaria dormindo na poltrona. Passou pela sua cabeça que poderia ser ele ao telefone e apressou o passo.
- Alô, Ayame? – Mine ficou preocupada ao ver que a voz do outro lado da linha não era a de seu marido. – Eu sou esposa dele, aconteceu alguma coisa?
O que a pessoa disse a fez deixar cair o fone. As palavras ainda em sua cabeça.
- Ayame... acidente... não...
XxXxX
Mayuko andava de um lado para o outro na sala, olhando para o relógio na parede. Já passava de meia noite e Hatori não tinha chegado em casa.
- Ele não costuma chegar tão tarde. – Dizia ela para si mesma. – Deve ter acontecido alguma coisa.
O telefone tocou e ela deu um pulo para atendê-lo depressa.
- Alô? Sim, sou esposa dele. O que? E onde ele está? Estou indo para aí agora mesmo!
Ela desligou o telefone e pegou um casaco pendurado perto da porta. Parou o primeiro taxi na rua e ofereceu algumas notas para o motorista levá-la ao hospital o mais rápido possível.
"Hatori..." Pensava ela. "Por favor, esteja bem."
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Mais uma fic de Fruits Basket minha, to pegando o jeito. O título ta ruim, mas ele era provisório. Na falta de um melhor, acabou sendo esse mesmo. Tive a idéia durante minha viagem à Alemanha. Quem já assistiu ao filme E se fosse verdade... vai notar de onde veio minha inspiração.
Façam uma autora feliz e deixem reviews!! \o/ Tentarei responder e prometo não demorar pra atualizar (como faço com minhas outras fics XD)!!
