Capítulo 1


Edward secou o suor da testa assim que colocou a última caixa pesada no chão.

Olhou em volta e viu que os entregadores também tinham terminado seu trabalho e já começavam a se retirar pra irem embora. A única coisa que ele teria que fazer seria arrumar suas roupas e livros, já que a empresa que transportou seus móveis já tinha deixado tudo no lugar.

Agradeceu ao homem que tinha contratado com um aperto de mão e fechou a porta. Foi até a cozinha e pegou um copo em uma das caixas, abriu a geladeira e fez uma careta em seguida. Precisaria ir às compras ou passaria fome. Pegou a garrafa de água, que ainda não tinha gelado, e derramou no copo, bebendo em seguida.

Tinha trinta e sete anos e a dois havia se aposentado do FBI, abrindo uma empresa de segurança e seguros junto com seu melhor amigo, Jacob Black.

Eles eram amigos desde quando tinham sete anos e estudaram juntos no primário. Os dois tinham o sonho de ser policiais e lutaram durante toda a vida para realizar aquele sonho.

Infelizmente Jake bateu o carro em alta velocidade enquanto perseguia um traficante e acabou com a perna esmagada entre as ferragens. Conseguiu se recuperar bem, mas houve sequelas e teve que ser aposentado por invalidez.

Edward não viu sentido em continuar trabalhando sem seu parceiro e também pediu sua aposentadoria. Seu chefe ficou desapontado em perder dois de seu melhores agentes, mas se contentou com a decisão.

Agora ele estava ali, terminando de arrumar sua mudança para a nova casa, em Carefree.

Era uma cidade pequena, com pouco mais de três mil habitantes, mas era um lugar calmo e agradável. Bem diferente de Los Angeles.

Jake tinha voltado para morar com o pai, Billy, e Edward decidiu voltar também, já que não tinha ninguém que o prendesse e seus pais ficaram exultantes com sua volta.

Terminou de arrumar suas roupas pela cor, já que era extremamente organizado, e trocou de roupa. Colocou apenas jeans, camiseta preta e suas botas de combate. Olhou-se no espelho e tentou arrumar seu cabelo, mas, como sempre, não teve êxito. Nem sabia por que ainda tentava.

Andou pelo corredor e observou sua nova casa. Tinha uma suíte e quatro quartos de hóspedes. Como era muita coisa, acabou transformando um deles em sua biblioteca.

Na parte debaixo do sobrado tinha a enorme sala com uma lareira que o esquentaria nos dias de frio. E por fim, sua cozinha com utensílios de última geração, já que ele adorava cozinhar.

Sorriu feliz com o jeito que a casa tinha ficado. Sua mãe, Esme Cullen, tinha feito um bom trabalho. Como sempre.

Pegou a chave do seu SUV e sua carteira que estavam em cima do aparador. Puxou seu casaco de trás da porta e foi pra garagem, entrando no carro e arrancando dali direto para o supermercado.

Pegou a lista de compras da sua carteira e começou a pegar as coisas e por no carrinho.

Estava na seção de higiene procurando a marca de shampoo que costumava usar quando tropeçou em algo. Ou melhor, em alguém.

Olhou para baixo e viu uma garota ali. Devia ter no máximo dezoito anos e o olhava com os olhos franzidos. Ela estava sentada em um banquinho, repondo os shampoos que ele usava.

─ Desculpe-me, senhorita. ─ Ele se desculpou olhando pra ela que suavizou os olhos, assentiu e voltou ao que estava fazendo.

Ele olhou pra ela mais atentamente, prestando atenção aos seus cabelos castanhos e cumpridos, que chegavam a cintura. Estavam amarrados em um rabo de cavalo baixo, dando um aspecto de mau cuidado.

Ela olhou pra ele novamente quando se sentiu observada. Tinha grandes olhos verdes, um pouquinho puxados do lado, nariz empinado e um pouquinho torto e seus lábios eram carnudos e rosados, com o lábio inferior um pouco maior que o superior, dando a ela um pequeno biquinho eterno.

─ Que? ─ Ela perguntou um pouco estressada e ele corou, vendo que tinha observado-a descaradamente.

─ Ah, nada. Desculpa novamente. ─ Ele deu um sorriso torto e pegou seu xampu, se virando e indo pegar o resto de suas compras.

Isabella balançou a cabeça e voltou a repor as mercadorias nas prateleiras. Homem doido!

Quando acabou, foi até o estoque e pegou outra caixa para repor outra mercadoria. Estava indo fazer isso quando viu que o homem bonito que tinha observado-a estava no caixa, esperando para passarem suas compras.

Bufou com raiva. A piranha da Jessica devia estar dando pro dono do mercado de novo.

Largou a caixa que estava em suas mãos no corredor e foi atender o homem.

Era um belo espécime do sexo masculino. Isabella sabia que era uma mulher alta com seu 1,73, mas aquele homem conseguia ser mais alto ainda. Devia ter quase dois metros de altura. Tinha ombros largos e braços grandes, com certeza malhava. E em um dos braços ela podia ver uma tatuagem que cobria todo o braço e parecia continuar por seu peito ou costas. Ela lambeu os lábios.

Tinha cabelos num tom estranho de vermelho, com fios loiros e que estavam numa desordem erótica. Segurou os fios sem vida do seu cabelo castanho na mão e fez uma careta. Um homem tinha o cabelo mais brilhoso e sedoso que o seu.

─ Desculpe a demora. ─ Ela disse quando chegou apressadamente ao caixa. Ele assentiu e começou a tirar as coisas do carrinho e as colocou no caixa, enquanto ela passava.

Bella roubou algumas olhadas para ele e viu que seu rosto era ainda mais impressionante que o corpo. Olhos verdes, um pouco mais escuros que o dela, cílios longos, bochechas altas, nariz comprido, mas que se ajustava ao rosto.

Olhou sua boca e soltou um suspiro involuntário, era pequena, mas bem cor de rosa e ela sentiu vontade morder.

Afastou esses pensamentos e voltou a se concentrar em passar as compras.

Quando acabou, ele lhe entregou um cartão de platina e ela passou na máquina. Ele assinou o papel, agradeceu e depois de terminar de arrumar suas coisas, foi embora.

Bella suspirou de novo com sua beleza e não pode deixar de olhar sua bunda.

Bufou com isso e voltou para o corredor para voltar ao trabalho. Era um dia calmo no trabalho e como não era um lugar muito grande, ela conseguia fazer quase tudo sozinha. Lógico que mais a tarde o lugar estaria mais cheio e Jessica teria que sair do quarto de motel que era o escritório de Mike Newton.

Bufou novamente e voltou ao seu trabalho. Não era o melhor dos empregos, mas sem uma faculdade e com três crianças para cuidar, era o único que conseguira.

Era uma garota de dezenove anos e que tinha engravidando na adolescência.

Ela tinha apenas dezesseis anos quando entregou a virgindade para seu namorado, Alec Volturi. Naquela mesma noite, enquanto voltava pra casa, Alec foi assaltado e quando se recusou a entregar o que tinha, levou dois tiros e deixou Bella sem o homem que amava.

Um mês depois, ela estava sentada no vaso sanitário da escola olhando para um pauzinho com o resultado positivo em mãos.

Claro que ela era nova e morreu de medo do que iria acontecer, mas era seu filho ali dentro. Um pedaço do homem que amava.

Seus pais a apoiaram, dando o auxílio que ela precisava, mesmo um pouco decepcionados.

E aquela ajuda foi ainda mais bem vinda quando ela descobriu que não teria um bebê, mas sim dois. Alec tinha deixado pra ela dois presentes.

Os dois primeiros anos de Peter e Noah foram calmos, na medida do possível. Eram gêmeos idênticos com seus cabelos escuros e olhos azuis como o pai. Apenas o nariz e os lábios eram como da mãe.

Bella conseguiu terminar o Ensino Médio com a ajuda de sua mãe, que ficava com os meninos enquanto ela estudava. Seu pai conseguiu manter a casa sem ela precisar trabalhar, então conseguiu acompanhar bem o crescimento dos filhos.

Porém, quando os gêmeos tinham quase dois anos, Renné engravidou.

Sua mãe tinha mais de quarenta anos e foi uma gravidez de grande risco, mas ela conseguiu levar bem. Até o dia do parto. Era um dia de chuva, a pista estava muito escorregadia e seu pai perdeu a direção. Ali, naquele acidente, ela perdeu seus dois portos seguros e ganhou mais um anjinho pra cuidar.

Pequeno Charlie estava agora com quatro meses e era uma pequena cópia do pai, Charlie Swan, com seus olhos e cabelos castanhos.

Bella pensou em desistir de tudo, já que sabia que as coisas não seriam nada fáceis, mas aqueles três pequenos não tinham culpa de nada e precisavam de alguém mais do que ela.

Como não iria viver pra sempre do seguro que seu pai deixou, ela foi atrás de um emprego e conseguiu aquele no mercado dos Newton. Não era o melhor emprego, mas ainda sim conseguia sustentar seus três pequenos.

Estava tão presa em seus pensamentos, que nem percebeu quando Jessica chegou por trás dela e a assustou.

─ Que susto, idiota! ─ Ela bufou e Jessica gargalhou.

─ Estava tão concentrada que não me viu chegar, lesada. Vamos, está na hora de ir. ─ Isabella arregalou os olhos e olho no relógio de seu celular.

Jesus! Realmente já era hora de ir. Estava tão concentrada em seus pensamentos que fez tudo no automático.

Agradeceu Jessica e foi para o quartinho dos fundos que servia como vestiário. Tirou o colete com emblema do mercado, soltou os cabelos e pegou suas coisas. Foi para sua picape vermelha que estava atrás do estabelecimento e dirigiu pra casa.

Eram um pouco mais de dez horas quando ela chegou a sua casa. Estava conservada, já que Charlie a mantinha, mas precisava de uma pintura. Teria que programar as contas para poder comprar a tinta.

Abriu a porta e encontrou tudo silencioso. Ou quase tudo, já que se ouvia o som da TV na sala. Foi até lá e encontrou Leah deitada no sofá. Sua melhor amiga sorriu quando a viu e se levantou.

─ Hey! Tudo bem Le? Cadê os meninos? ─ Leah sorriu um pouco sonolenta.

─ Estão dormindo. Charlie fez um pouco de manha hoje por causa das cólicas, mas depois que fiz uma compressa de água quente pra sua barriguinha, ele dormiu.

─ Ah, que bom. Os gêmeos não tiveram isso, mas Charlie sofre muito com as cólicas. Obrigada, Le.

─ Que isso, você sabe que amo esses meninos. Bom, agora já vou. Amanhã tenho que ir ao médico logo cedo.

─ Algum problema? Você está doente? ─ Bella perguntou preocupada.

─ Calma amiga, é só consulta de rotina mesmo. Nada demais. Agora eu já vou, até amanhã à tarde. ─ Leah a abraçou e Bella a levou até a porta. Viu Leah entrar em seu carro e sair.

Antes de fechar a porta ela olhou para frente e viu que a casa que estava fechada por meses, estava com a luz acesa.

Ao que parece tinha novos vizinhos.


N/A: Olá gente, essa é minha primeira long e espero que gostem. Como minha beta não conseguiu me mandar esse primeiro capítulo até a hora que eu tinha pra postar, eu peço desculpas pelos errinhos.

Ela também é postada no Nyah, então não se assustem se achar essa história em dois lugares.

Estória totalmente terminada e a postarei entre segundas e quintas na faculdade, por isso não tenho um dia exato.

Espero que gostem... Ela é um clichê um pouquinho diferente do que estão acostumados nas fanfics de Crepúsculo.