Essa história não me pertence. Eu sou apenas a tradutora. Foi postada inicialmente no site HPFandom, pela autora witchdragon, que me deu permissão para postá-la em português.

Harry Potter pertence a JK Rowling.

A fanfic contém cenas de sexo, homossexuais e heterossexuais.

Comentem, por favor. Cada comentário é um incentivo para que eu continue a tradução. E eu pretendo traduzir as reviews para a autora, futuramente... Para que ela saiba a opinião dos brasileiros sobre sua história. Boa leitura!

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Capítulo 01

Sexta, 13 de Junho de 1986

Uma mulher com cara de cavalo adentrou na casa gritando: - Vernon Vernon, você não vai acreditar na gentalha desagradável que chegou na cidade! Vernon onde está você?"

- Calma, calma Pet, eu to aqui agora. Me conte, o que está acontecendo? - Um homem redondo desceu as escadas para tentar acalmar os nervos da sua esposa, desejando que ela não acordasse seu precioso filho

- Duda está dormindo. Acalme-se e me conte o que aconteceu

Uma mão ossuda voou até a boca de Petunia Dursley. "Oh, pobrezinho do Duda, você acha que ele está bem?" ela perguntou, abaixando seu tom e falando de forma mais doce.

- Oh, ele está bem, ele vai avisar caso precise de nós... Tão bom o nosso filho - Vernon Dursley falava cheio de orgulho.

- Agora se sente, Pet, e me conte o que está acontecendo. - Guiando a esposa para o sofá, para que ambos pudessem se sentar e para que ela pudesse contar sua história aterrorizante.

- Oh, Vernon, é algo simplesmente terrível! Aquele campo que fica próximo ao mercadinho, sabe, aquele onde tem uma feira todo ano? – Vernon acenou e acariciou a mão de Petunia a ressegurando

– Bem, eu estava saindo com as compras da semana, que aliás ainda estão no carro... Oh, o sorvete favorito do Dudinha está derretendo!

Vernon logo resolveu o problema ao gritar: - garoto, garoto, venha já pra cá!

Uma pequena e magra criança saiu de dentro do armário que ficava embaixo da escada. Ele passou as mãos pelos seus cabelos espetados, tentando arrumá-los, e manteve seus olhos cor de esmeralda presos ao chão enquanto respondia, na voz suave de quem tem apenas cinco anos de idade: - Sim, senhor?

- Tem compras na mala do carro. Traga elas pra dentro agora, e as guarde! E se você ousar comer alguma coisa... – a mão de Vernon voou até o rosto do menino, e o empurrou com força para o chão. O aviso era claro.

- Sim senhor, disse o menininho machucado, se levantando e indo para fora da casa. - Ele tinha escutado a conversação de dentro do armário e não queria perder o que estava acontecendo. Pegando o tanto de compras que conseguia carregar em seus braços, ele voltou pra casa.

- ... E o campo estava cheio daquelas vans e daqueles campistas nojentos! Vernon, o que nós iremos fazer" resmungou tia Petunia.

O rapaz se perguntava de quem eles estavam falando. Tinham mais compras pra que ele pudesse buscar, e logo assim que ele terminasse, ele poderia voltar a escutar a conversa. Ele realmente tentava não ser curioso, isso só lhe trazia problemas, mas infelizmente ele não conseguia evitar. Ele pensava de forma orgulhosa que agora ele pelo menos conseguia esconder isso melhor.

Indo e voltando com os braços cheios de compras pesadas, com comida que ele provavelmente não teria acesso. Ele conseguia escutar pedaços da conversa, majoritariamente a tia petunia reclamando sobre a imagem da vizinhança e sobre proteger o precioso dudinha daqueles monstros.

A criança estava agora na cozinha, guardando a comida com a ajuda de um banquinho para alcançar as prateleiras. Seus ouvidos no entanto, escutando os gritos e resmungos da sua tia.

- Aberrações! É isso que eles são! Nada além de aberrações imundas!

Agora isso chamou a atenção do menino. Era dessa forma que ele era chamado pelos rios. Talvez eles sejam parentes, ou talvez nós sejamos aberrações do mesmo tipo, talvez a gente possa viver junto! O menino pensou, esperou, e desejou saber mais.

- Eu não acho que eles deveriam ficar tão perto de pessoas normais! Eu vou chamar a polícia e perguntar, ter certeza se eles têm toda a papelada em dia. É nojento pensar que eles são permitidos aqui.

O sofá rangeu assim que o tio Vernon levantou. O menino continuou a trabalhar, e a escutar seu tio discar o telefone. Perdido em pensamentos sobre a conversa que ele presenciara, a criança guardou a comida no freezer enquanto escutava seu tio gritando no telefone.

- São ciganos! Como pode estar tudo certo? Eles estão no campo vazio perto do mercadinho que fica apenas a uma milha de distãncia da minha casa, do meu filho! Quem sabe que tipo de absurdos eles estão fazendo! Eu demando uma investigação!

O rapaz de cabelos rebeldes terminou de colocar a comida na geladeira. Ele riu bem baixinho enquanto imaginava o rosto do seu tio se tornando meio vermelho ao gritar com o policial. Com um movimento, ele fechou a porta da geladeira, jogou os sacos no lixo e voltou para o armário, esperando sua próxima tarefa, ou, quem sabe, se ele tivesse sorte, alguma comida

- Eu tenho uma idéia! Riu tia petúnia. Por nós não vendemos o menino pra eles? Aberraçãozinha do jeito que ele é, eles são iguais. - Nojo pingava da sua voz enquanto ela observava o rapaz andando. Ela não o venderia, é claro, ele era bem útil dentro da casa, mas era um pensamento maravilhoso.

A criança se sentou em seu colchão, pensando nas palavras que acabara de escutar. Me comprar, será que eles realmente fariam isso? Bem isso quer dizer que eu valeria alguma coisa pra eles. Sorrindo, ele deixou esses pensamentos o inundarem. Se eles são aberrações como eu, e se eu valho de alguma coisa pra eles, talvez, talvez eles me deixem viver com eles, e aí eu escaparia do meu tio e da minha tia. Um pequeno sorriso iluminou o rosto do menino, e então foi embora, quando ele escutou seu primo descendo as escadas. Ele sempre temia que as escadas iriam cair, se quebrar, e então seu tio ou seu primo iriam terminar caindo em cima dele.

- Mamãe, o que você me trouxe hoje? Duda correu para a cozinha, pra ver quais os doces ele iria comer.

- Bem dudinha, eu comprei três dos seus sorvetes favoritos. Também tem suas batatinhas favoritas, e o papai vai nos levar pra jantar fora hoje. E você pode escolher onde!

- Eba! Duda gritou, pegou um pote de sorvete, uma colher, e começou a comer. Petúnia sorriu enquanto observava a felicidade de seu filho.

Uma hora depois, tio Vernon batia na porta do armário gritando:

- Aberração! Nós estamos saindo! Você vai lavar a roupa e arrumar o quarto do dudinha. E se não estiver tudo pronto na hora que nós voltarmos você vai ver só! - Ele bateu novamente na porta, apenas pra mostrar que estava falando sério.

- Sim, tio Vernon. - A voz suave veio do rapaz. Ele saiu assim que escutou a porta da casa fechando, e observou o carro indo pra longe.

Rapidamente, ele foi para o quarto no segundo andar, pegou as roupas que precisava lavar. Os ciganos poderiam não o aceitar e ele tinha que deixar pelo menos algo pronto, caso isso acontecesse. Foi colocar a roupa na máquina de lavar, e logo voltou para o quarto do Duda. Estava tudo uma bagunça, e iria demorar um tempão. Ele pensou melhor, e resolveu então, ir ao banheiro. Tomou um banho, e colocou suas melhores roupas. Infelizmente suas melhores roupas eram horríveis. Todas tinham pertencido ao Duda antes, todas estavam rasgadas, usadas, manchadas e desbotadas mas ele tentou se arrumar da melhor forma possível. Arrumou seu cabelo, escovou os dentes, colocou seus sapatos, e arrumou todo o resto das suas coisas numa mochila antiga que Duda tinha jogado fora por ser da cor errada. Ele foi até a área de serviço, colocou as roupas molhadas na secadora e a ligou. Então colocou a mochila nas costas e saiu pela porta de trás, para que seus vizinhos não o vissem.

Felizmente, era verão e o céu ainda estava claro. As ruas estavam quietas, era a hora do jantar, e ele, olhando pelas janelas podia ver famílias reunidas comendo, rindo, se divertindo juntos. Oh, como ele desejava uma família. Seus pais estavam mortos. Sua tia disse que eles beberam e dirigindo, causando assim um acidente de carro fatal. No menino, uma cicatriz em sua testa era lembrete disso. O menino decidiu não pensar mais sobre esse assunto, e focou em seu caminho.

Ele tinha andado por um bom tempo, o céu estava iluminado com o por do sol quando ele encontrou o campo. Havia uma grande tenda montada no meio; que era de cor azul escura com redemoinhos, estrelas, luas e em todas as cores do arco-íris. Por trás da tenda tinham vans, campistas e algumas barracas. Espalhados na frente da tenda estavam pilhas de madeira e pano. Ele viu como as pessoas terminavam de armar barracas menores. Eles riram juntos enquanto trabalhavam. Tudo parecia tão feliz aqui, era uma boa energia, as pessoas cantando... o rapaz contou doze pessoas todas vestidas em roupas de verão como ele jamais tinha vidto antes. Vestidos, shorts, blusas,e tantas cores diferentes, e tecidos incomuns. Eles devem ser bem felizes, pensou o menino. Como alguém infeliz escolheria roupas dessas? Tinham várias outras pessoas arrumando estandes e barracas, embora essas não fizessem parte do grupo, já que o menino reconheceu algumas de seu bairro. Decidiu então por se manter fora de vista até que seus vizinhos fossem embora, o rapaz encontrou um lugar coberto para se esconder e aguardar