Avisos:
A fic contém linguagem forte, traição em vários contextos e cenas de violência e de sexo.
Algum problema contra isso, o x no canto superior direito serve para alguma coisa.
Aos restantes, boa leitura ^^


Agradecimentos:
À Giu, que betou e ia perdendo a cabeça com o pt-pt e, depois disso, ainda ia matando o meu word por ser idiota.
E à Fla que leu, mesmo odiando os shippers, e sem incentivou a continuar a escrever.
Thank you, dears^^


Para a Sami e para a Giu, happy B-day, dears.


Shooting Star
"You're my love, my sin... my shooting star."

Track 1:
"By Starlight"

Estava sentada na poltrona de veludo branco, um braço apoiado sobre o joelho flectido, deixando a mão que segurava um cigarro pendurada, o outro braço dobrado, com os dedos longos e finos a apoiar o rosto. A janela a seu lado estava aberta, o barulho típico da cidade mal chegava ao décimo sétimo andar do hotel, pelo que, o silêncio era quase total, sendo apenas quebrado pela música baixa que fugia do rádio.

O cigarro já estava meio queimado e ela não percebia, estava completamente entregue aos seus pensamentos, alheia a tudo o que se passava à sua volta. A taça de champagne que se encontrava sobre a pequena mesa de chá já estava quase vazia e os relâmpagos da tempestade que não tardaria a começar reflectiam-se no copo alto e cristalino.

Uma música nova começou a tocar na rádio, trazendo-a de volta à realidade. Conhecia aquela música bem demais, conhecia-a mesmo antes dela ter sido lançada, ou não seria amiga de um dos membros daquela banda. Sentiu um sorriso maldoso começar a aparecer em os seus lábios vermelhos. Não podia negar que gostava da música, gostava do que ela transmitia e gostava do real significado dela. Não podia negar a si mesma, porque, na frente de outros, aquela era apenas mais uma música qualquer.

Levantou-se, apagando o cigarro no cinzeiro e pegando no copo de champagne. Bebeu um gole enquanto caminhava pelo quarto, fazendo o robe semi-transparente deslizar atrás de si e o som das suas sandálias de salto contrastar com a música que ainda tocava. Mordeu levemente o lábio e avançou para a sua cama ao som da melodia. Deixou o copo sobre a mesa de cabeceira e atirou-se para o meio das almofadas.

Pegou no cell-phone que se encontrava ao lado do copo que tinha acabado de pousar e viu que tinha uma mensagem escrita. "Onde estás?" era apenas o que dizia. Gargalhou. Não se ia dar ao trabalho de lhe responder, afinal ele sabia perfeitamente onde ela estava. Mesmo assim, não estava ali. E Bellatrix apostava que sabia exactamente onde ele encontrava.

Revirou os olhos e marcou um número no cell-phone. Esperou apenas alguns segundos até ouvir a voz grossa e profunda de quem esperava. Sorriu de forma perversa para si mesma ao ouvi-lo e o seu sorriso aumentou ainda mais quando percebeu que tinha acabado de o acordar.

- Onde está a tua namorada? - perguntou, simplesmente, em voz baixa e suave.

O silêncio fez-se ouvir do outro lado da linha. Bella sabia perfeitamente que aquele homem não teria gostado de a ouvir e muito mesmo de ter de pensar numa resposta para aquela pergunta.

- O que é que queres? - indagou o homem, tentando escapar à pergunta e parecendo levemente chateado.

- Onde está a tua namorada? - repetiu Bellatrix, rebolando na cama e mordendo o lábio.

- Bella - murmurou o homem. - Por favor, hoje não.

- Catorze, trinta e dois. Não faças barulho - disse ela, desligando a chamada e gargalhando em seguida.

Deixou o cell-phone sobre as almofadas e levantou-se da cama, aproximando-se da janela que deixara aberta. Entretanto, começara a chover. Bella gostava da chuva. Uma das suas melhores sessões fotográficas tinha sido à chuva e fora, sem dúvida, a que gerara as suas fotos mais populares. Foi essa sessão que a estabelecera definitivamente como top-model, anos antes.

Na rádio, começara mais uma vez a tocar a mesma música de antes. Afinal, aquela era a música que estava em primeiro lugar nos tops de todo o mundo, era óbvio que tocaria de cinco em cinco minutos na rádio e nos canais de música da televisão. Bella encostou a cabeça na parede, perto da janela, deixando-se trautear a música que tão bem conhecia. Era apenas naqueles momentos de solidão que ela tinha o prazer de o fazer.

Subitamente, ouviu a porta do quarto a abrir sem qualquer barulho, tal como ela lhe ordenara. Não se moveu, limitou-se a ficar como estava, mordendo o lábio levemente e contendo-se para não deixar escapar um sorriso maldoso. Não tardou a sentir os braços fortes e definidos que ela tão bem conhecia em volta da sua cintura, assim como lábios sobre o seu pescoço e, claro, a fragrância que ele usava sobre o seu corpo. Virou-se, afundando as mãos nos cabelos negros dele e roubando-lhe um beijo fugaz e cheio de pecado. Sorriu perversamente e olhou-o nos olhos, vendo o desejo louco e o remorso daquele acto, vendo a dependência dele vidrada nas suas íris claras.

- Onde está a tua namorada? - perguntou pela terceira vez.

- Bella... - sussurrou com dor e alguma mágoa.

Bellatrix beijou-o novamente, sorrindo por entre o beijo, sedenta por o obrigar a pecar mais uma vez, colando os dois corpos, descendo a mão subtil pelo peito dele, fazendo-a desaparecer dentro das jeans do homem. Ele rodou e prensou-a na parede, ao lado da janela, apertando um dos seios da morena e puxando-lhe a única peça de lingerie que ela vestia para baixo com alguma urgência, deixando marcas vermelhas pelas pernas alvas da mulher.

Beijou-a com intensidade e provocação, sentindo que ela já se livrara do seu cinto e havia aberto os botões da suas jeans. Deixou-a baixar-lhe a roupa e levantou-a, segurando-a pelas pernas, prendendo-a mais forte contra a parede, invadindo a intimidade dela sem qualquer delicadeza, como que querendo esquecer o acto que cometia através da força e brutalidade. Ouviu-a gemer alto e sorriu com isso, aumentando o ritmo, desejando arrancar mais e mais gemidos de onde aquele veio.

Bella cravou as unhas nas costas dele, deixando arranhões vermelhos e marcas explícitas do pecado. Cruzou as pernas sobre os quadris dele, puxando-o ainda mais para si, saboreando cada novo movimento. Mordeu novamente o lábio e, quando se sentia cada vez mais perto do clímax, aproximou lentamente a boca do ouvido dele.

- Onde está a tua namorada? - repetiu, olhando novamente para ele, fixando as suas íris e deixando que um sorriso malicioso surgisse ao ver uma sombra escurecer a sua alma, ao mesmo tempo que a música terminava na rádio.

E este foi o mais recente êxito de Marauders, Shooting Star.

- Onde está a tua namorada, James?

. x .

"By starlight I'll kiss you
And promise to be your one and only"

A voz dele era grave, rouca, arrepiantemente provocante, suave e sedutora. Era tal e qual como ela ouvia todos os dias na rádio e na televisão, era perfeita e fazia-a sonhar. E ela gostava de sonhar, gostava de se abstrair da realidade por míseros segundos, gostava de, sempre que lhe era possível, ligar o mp3 e ouvir a sua voz, deixando-se levar num universo de sonhos e fantasias.

"I'll make you feel happy
And leave you to be lost in mine"

E, se no mp3 a voz dele era o suficiente para a fazer sorrir discretamente, quando ele cantava baixinho no seu ouvido, com os lábios tão próximos da sua pele, deixando-a sentir a respiração quente que ele tinha, não era preciso mais nada para que Lily se sentisse completa, feliz.

Aquele era um desses momentos. Ela estava deitada no chão do jardim do hotel, encarando o céu estrelado, apenas visível naquela área de maior escuridão. Olhava para as estrelas, esperando ver uma cair para lhe pedir o seu desejo enquanto a voz dele lhe soava baixinho ao ouvido, quase um sussurro, entoando a música de que ela tanto gostava, aquela que ainda não tinha sido divulgada, aquela que ele cantava exclusivamente para ela. Tinha o corpo envolto pelos braços fortes dele, sentindo-o acariciar os seus cabelos rubros, sorrindo a cada leve toque dos lábios dele na sua pele.

Lily esquecia o mundo naqueles momentos, esquecia tudo o que existia para além deles, das estrelas e da música que lhe era sussurrada ao ouvido. Não importava nada nem ninguém, não importava a sua carreira como modelo, não importavam os fans, não importava a banda dele nem os rumores que corriam as páginas das revistas de todo o mundo... simplesmente nada importava.

"By starlight I know you
As lovely as a wish granted true"

Desviou os olhos dos céus. Ela não precisava de uma estrela cadente quando o seu desejo estava ali, e fixou as íris verdes nos olhos claros dele. Sorriu-lhe, passando-lhe uma mão delicada sobre os cabelos negros, tocando ao de leve com o seu nariz no dele, encostando os lábios carmim aos que ainda cantavam para ela, roubando-lhe um beijo tímido e o final da canção.

E ela sabia que não o deveria fazer, sabia que era um erro, que lhe iria fazer mal continuar com aquilo. Sabia que ele era pior que uma droga, sabia que estava viciada, obcecada, desejosa de mais e mais daquele amor que apenas a iria ferir quando chegasse a altura de dizer acabou. Mas não conseguia desistir daquela sensação, não conseguia desistir dele e de ser feliz ao seu lado. Por mais mal que lhe fizesse, por mais feridas que lhe deixasse abertas no corpo e alma... Lily precisava dele, precisava de o amar.

- Lily - chamou ele, afastando os seus lábios apenas por alguns milímetros, olhando-a nos olhos, acariciando a sua face. - Aqui não. Podem ver-nos e isso seria desastroso.

- Eu pensei que tu eras aventureiro - alfinetou a ruiva, enroscando-se mais no corpo dele.

- Não nesta situação - murmurou, depositando um leve beijo nos lábios dela e levantando-se, trazendo-a consigo. - Vem ter ao meu quarto.

- Vem ter ao meu - disse-lhe. - Eu deixo a porta aberta.

Afastou-se do corpo quente dele, largou a mão que segurava a sua e sorriu-lhe enquanto se encaminhava para sair do jardim do hotel e regressar ao seu quarto. Entrou no edifício por uma porta lateral. Sabia que iria estar um grupo de fans dele no hall principal e não queria misturar-se com elas. Eram raparigas demasiado barulhentas, atrevidas e iriam, certamente, tentar arrancar qualquer coisa dele. E isso Lily não pretendia ver. Ela sabia que os Marauders eram uma banda extremamente famosa e namorar com um deles era uma dor de cabeça, principalmente quando as fans apareciam. Por isso, preferia ignorar as raparigas histéricas e, se possível, evitá-las.

Entrou no elevador e apertou o botão para o vigésimo andar. Em poucos segundos, estava onde pretendia e rapidamente entrou no seu quarto, deixando a porta encostada, tal como havia dito que faria. Tirou o casaco e deixou-o algures em cima de uma cadeira, dirigindo-se ao mini-bar que tinha no quarto. Pegou numa garrafa de whisky e serviu-se de uma dose pequena, o suficiente para deixar o sabor na boca.

Respirou fundo, sacudindo a cabeça e abrindo a janela, deixando que o ar fresco entrasse e permitindo-se ver as estrelas por mais uns segundos. Caminhou até à sua cama, deitou-se e fechou os olhos, cantando baixinho a [i]sua[/i] música. Deixou-se ficar assim, perdida entre a melodia que entoava e os ruídos que o vento provocava no quarto, entregue a pensamentos suaves e algo dispersos. Sorriu ao ouvir o leve click da porta a fechar e passos na sua direcção.

- Canta para mim - pediu Lily, abrindo os olhos e vendo o moreno aproximar-se e deitar-se a seu lado, envolvendo o corpo dela com os braços. - Canta para mim, Sirius.


N.A.: Prontinho, primeiro cap da fic doidinha da Jay postado x)
São 10 caps e serão postados com regularidade.
Reviews são bem vindas!
Just