Fria, Doce Lembrança.

L observou a mesa cheia de doces. Mas ela não parecia tão atraente como costumava ser. Parecia algo desnecessário.

Colocou um pedaço de bolo na boca. Mas não estava satisfeito. Olhou para a janela, onde a chuva batia sem parar e ficou "distante" por um tempo. Quando sino de uma igreja próxima soou, e L lembrou de Beyond. Ambos costumavam sentar perto da janela e ouvir o Big Bang soar, todas as manhãs.

L mexeu-se inquieto com a lembrança. À exatamente 13 dias, Beyond morreu. O assassino "Kira" o matou. Disso L tinha certeza.

A quinta badalada soou, deixando-a ecoar pelo silêncio que se seguiu. L continuava inquieto, ele nunca sequer imaginara que a morte de B deixaria tantas lembranças – o que L odiava. Lembranças tinham sentimento demais. Deixava a pessoa vulnerável.

Watari entrou no apartamento, dando "bom dia". Mas L, ao invés de responder continuou com o olhar distante e disse:

– Preciso ir ao cemitério. – ele não sabia o porquê. Mas achava que devia visitá-lo.

– Cemitério, senhor?

– Exato.

Watari colocou de volta o chapéu e o sobretudo que acabara de tirar, pegou as chaves e manteve a porta aberta.

L levantou-se devagar e acompanhou Watari até o carro. Ambos foram em silêncio dentro do carro. L gostava disso, de Watari não fazer perguntas. Assim ele podia evitar mentiras ou desculpas esfarrapadas.

Quando chegaram ao cemitério, a chuva virara uma garoa fina, e uma névoa matinal cobria o cemitério, dando-lhe um ar mais sombrio. Estava frio, mas L não se preocupou, saiu do carro onde, do lado de fora, Watari esperava com um guarda-chuva. O qual L recusara balançando a cabeça.

Andou até o meio do cemitério, procurando o túmulo de B.B.

Depois de um tempo, finalmente achou a placa. Nela estava escrito "Beyond Birthday". Nada mais, nada menos. Dizia tudo; e ao mesmo tempo nada. O vento soprou frio.

L olhou em volta, nas outras lápides tinham escritas coisas como: "Marido e pai adorado" ou "Amigo querido". E L imaginou a descrição de Beyond. Seria algo como: "Serial Killer comedor de geléia".

"É", pensou, "Talvez só Beyond Birthday esteja ótimo." E sorriu.

Mais lembranças passaram pela cabeça de L. Desde a Wammy's até o caso dos bonecos de palha.
L tinha de admitir, Beyond Birthday era tão bom quanto ele. Até melhor talvez. "Por que não percebi antes?" se perguntava "Você era o único que poderia me substituir. E não só isso; o único capaz de me superar".

O vento soprou mais forte e frio, e as escuras nuvens ainda barravam a luz do Sol. L continuou parado. Observava o túmulo, mas sem realmente vê-lo. Sua mente ainda vagava pelas memórias

Em sua volta, o vento frio virava uma brisa suave e a névoa desaparecia. Quando parou na porta do carro, olhou para o céu, e viu que as nuvens estavam se separando para dar passagem para a luz do Sol.

L riu. O som lhe era tão estranho, que repetiu o feito para ter certeza que a risada era dele. Entrou no carro com um sorriso no rosto, e continuou olhando o céu ficar azul.

– Para onde? – perguntou Watari.

L sabia o que tinha de ser feito...

– Para o aeroporto.

Prenderia Kira. Fez uma promessa a Beyond, que não descansaria até achar o assassino. Iria para o Japão, imediatamente.

L olhou para o túmulo de Beyond uma última vez. Ele o viu. Sentado ao lado de sua própria lápide – tão parecido, mas ao esmo tempo tão diferente de L –, Beyond Birthday sorria; um sorriso de vitória, presunçoso. Mas seus olhos demonstravam orgulho e gratidão.

L, finalmente, o reconhecera. E agora, BB descansaria em paz.


Beyond sentiremos sua falta ;3;

Se não sabem quem é o Beyond... Pesquisem =) /'sim,soumá

Fic de presente (adiantado) pra Kaori o/

Te amodoro best =*

Mandem Reviews, please o/