Dear Lily

"Assim como as chaves abrem cofres, as cartas abrem corações."
(James Howell)

"Querida Lily,

Você uma vez confessou-me que sempre quis ganhar uma carta de amor, mas nunca havia recebido uma. Dessas deixadas escondidas em suas coisas para que você se surpreendesse quando a encontrasse. Você havia me dito que cartas assim lembravam-na romances antigos, paixões proibidas, segredos e a faziam associá-las com amor verdadeiro, como Romeu e Julieta. Lembra?

Parece meio ridículo eu te enviar uma carta sendo que você está há duas paredes de distância. Sendo que com um grito que reverberaria por todo o apartamento, a faria vir ao meu encontro. Mas, arrisco dizer que somos diferentes, sempre fomos, e é isso que torna as coisas mais interessantes.

Escrevendo, eu parei pra perceber que os meus pensamentos ficaram mais ordenados e concisos, e achei que deveria aproveitar a oportunidade de um papel estar no meio de nós dois pra te confessar algumas coisas...

Eu amo seu sorriso. Definitivamente, é a coisa que eu mais adoro em você.
Amo o som da sua risada, e devo dizer que quase sempre fico com vontade de rir quando a ouço.
Amo os seus olhos verdes, que brilham ao olhar pra mim com doçura e se estreitam em fendas quando você está nervosa com alguma coisa.
Amo os seus cabelos. Amo a forma que eles mudam de tonalidade de acordo com a luz e quase sempre descem como uma cascata selvagem por suas costas.
Amo as suas mãos. Amo a maneira que seus dedos parecem se encaixar perfeitamente no espaço entre os meus.
Amo a sua voz. Adoro o jeito que ela fica meio rouca quando você acorda, fica mais suave quando você é carinhosa, e como ela parece sumir quando estamos unidos.
Eu amo a sua personalidade. Adoro o jeito que você se importa com todos que ama, adoro sua inteligência e sagacidade, adoro sua amabilidade até com quem não conhece e adoro o seu jeito divertido e desconfiado de ser.
Amo a sua compreensão e paciência, amo sua capacidade de se colocar no meu lugar e não julgar o que quer que seja.

Amo o seu jeito despojado e sua despreocupação a respeito do que os outros vão pensar sobre você.
Amo a maneira com que você tenta me agradar fazendo pequenas coisas, amo o seu sorriso envergonhado e amo sua cara de brava quando suas receitas não dão certo.
Amo quando coloca as mãos na cintura quando tenta me repreender e acaba sendo traída pelo próprio sorriso.
Eu amo quando tenho oportunidade de te olhar dormindo, de ouvir você ressonar tranquilamente e observar seu rosto sereno.
Amo quando usa minhas blusas e parece uma garotinha com roupas largas demais. Amo as nossas reconciliações depois de brigas que nem ao menos sabemos como começaram e amo as nossas discussões que cessam com um beijo roubado.
Amo todos os pensamentos que passam pela minha cabeça quando eu estou olhando pra você.

Amo imaginar como seriam nossos filhos, e me perco em devaneios tentando adivinhar a cor que seriam seus cabelos, os olhos, e com quem eles se pareceriam. Eu amaria se parecessem com você. Se tivessem o seu olhar.

Eu te amo Lily, amo todas as suas variantes.

Você me disse que tudo entre nós fugia do padrão, desde a forma que nos conhecemos, até as pequenas coisas do dia-a-dia. Então... Por que não? Por que não agora?

Lil, você quer casar comigo?

Do sempre seu, James."

- E então? – o rapaz perguntou encostando-se levemente no batente do quarto e observando com carinho a figura chorosa a sua frente – Você aceita?

FIM

N/A: Minha primeira fic publicada aqui, clichê ao extremo, porém senti uma necessidade absurda de postar. Enfim, é isso.