Poetas do Amor… Palavras soltas
Percy Jackson and the Olympians
Hera & Zeus
" (…) Desde de então, muitos e vários são os caminhos do amor trilhados pelos poetas portugueses. A escala que na língua comum, vai do gostar e do bem-querer ao adorar, responde na criação literária, grande riqueza de matrizes (…) O amor inspirou, numa gama variada de situações e matizes a forma insaciável, o desencontro ou encontro frustrado alternado com relâmpagos de entrega total, as volúpias do amor pagão ensombrado pela ideia de fugacidade dos sentimentos, o desgaste e a morte do amor, a febre do instinto e a incapacidade de amar, a vitoria do amor sobre o tempo, a travo da ausência, do abandono, o amor que aumenta com posse, o cansaço e a náusea apos a "batalha" delirante, a "enorme, definitiva e contínua" do amado, o amor, alegria, liberdade, serenidade…"
Fosse porque fosse… Os olhares coincidiam, os gestos repetiam-se. Aquele beijo no rosto, todas as manhã, como que uma rotina a qual os dois se haviam habituado. Todos os dias, até ao primeiro que ele sentiu falta. Até a primeira manhã que viu que isso não mais existia, que aquele toque de carinho e amor, já não mais residia em si ou nela. Os olhos meigos agora impenetráveis. Os olhares antes doces e atenciosos agora eram frios e imperecíveis de sentimentos. Era uma obrigação e ele não sabia como viver sem isso.
Tinha saudades, quase que já se tinha transformado numa carência emocional. A dependência dela, do carinho dela, da sua amabilidade, do amor incondicional e tão… único.
Talvez fosse esse mesmo o fado da sua vida, talvez fosse essa a razão, esse o propósito… que sabes, apenas o destino escreve por entre linha que nem eles, deuses, entendiam. Era um cruzar de emoções que estão num plano equidistante do céu e de uma realidade demasiado despretensiosa para ser entendida, muito menos explicada entre versos ou simples palavras.
Apenas o seu beijo, o poderia puxar daquele rodopio de emoções, que sentia. A cada segundo, a cada momento, aquela vida que ele jurou querer esquecer, mas o amor, esse sim, é inesquecível. E o deles muito menos. Foi o primeiro amor, aquele que sentimos com uma intensidade fortíssima e dolorosa. É doloroso pensar nele, é doloroso simplesmente, porque nunca é para acabar mas acaba sempre. E o deles, por mais eterno que desejassem, acabaria, como qualquer primeiro amor. Começa com o primeiro beijo, o primeiro abraço. Começa sempre assim, e acaba sempre, com um buraco no coração, que nunca mais se esquece.
Mas ele estava determinado. A sentir de novo o alento dentro do seu coração, a sentir de novo aquela chama preponderante que só ela o fazia sentir. Beijou-a. Por entre gritos, sorriso, lágrimas, dores e desalentos. Só a queria a ela, só queria sentir aqueles braços quentes em volta do seu pescoço, só queria mais um pouco, daquele amor, que só eles podiam partilhar.
Seriam para sempre, Hera e Zeus. O eterno primeiro amor.
N.A: A muito tempo, que não escriva assim, neste tipo de escrita mais em tom de crónica com pequenos textos como mote de inspiração… Espero que tenham gostado. Ah é claro, Sol esta é para ti… Espero que gostes amiga.
Beijos
