Disclaimer: Naruto não me pertence e esta fic está sendo postada sem nenhuma intenção de lucro e/ou vantagem.

Rating: T - com probabilidade de mudança mais para frente.

Avisos: Essa fic não foi escrita por mim, é uma tradução da original em inglês Arranged, escita pela brilhante autora e grande amiga PSITeleport. Foi ela quem autorizou que eu fizesse a tradução e aqui postasse. O link da história original e da página da autora encontram-se na minha lista de favoritos.


Capítulo Um

Inesperado

- Você não pode estar sério.

- Não ria, Kankuro. Eu estou cansado.

- Então você vai cometer suicídio com ajuda da nossa irmã?

- Ela não vai me matar. Vai me agradecer. Um dia.

- Não espere por isso.

- Você tem que entender. Eu não faria isso com ela se as coisas não houvessem se encaixado perfeitamente. É o melhor para Suna e, mais importante, é o melhor para ela.

- Mais importante? Mesmo?

- Eu espero que você não espalhe essa sua opinião particular por aí. Confio em você.

- Ela vai te acusar de brincar de Deus.

- Ela estaria certa.

- Ela vai dizer que você está a tratando como criança.

- Isso é ridículo. Se ela fosse uma criança, não estaríamos tendo essa conversa.

- Gaara... Ela vai te chamar de O-tousan.

- ... Estou preparado para isso.

- Sabe, sua auto-confiança está me deixando irritado, e nem sou sua peça de sacrifício.

- Desculpe. Você está livre para sair e manter a discrição.

- Acho que vou aceitar a oferta. Mas boa sorte. Ela vai te atacar. Deve ir direto nas suas partes baixas.

- Obrigado pelo aviso.

- Como se você precisasse.

X X X

Shikamaru se arrastou pela porta da frente, tirando suas sandálias e deixando-as no hall. Ele havia terminado as aulas do dia e eram 3 da tarde, hora de seu cochilo de depois do trabalho. E ele precisava do cochilo. Aquelas crianças estavam incontroláveis, lhe deram uma dor de cabeça lá pelas 11 horas e ainda não tinha passado. Mas ele não podia culpá-los, era sempre assim na primavera: muita energia, muito barulho. Eles precisavam estar ao ar livre, não em uma sala de aula aprendendo coisas que provavelmente nunca usariam. Ele precisava estar ao ar livre. E iria. Depois seu cochilo.

Pelo menos aquele era o plano. Subiu as escadas, sentindo seu cérebro se contorcer dolorosamente dentro de seu crânio a cada degrau (16 ao todo). Percorreu o corredor até o quarto que dividia com Chouji , tirou o colete e a camisa, porque não, e deitou-se de bruços na cama. Suspirou e deixou seu corpo pesar sobre o colchão. Estava cansado, com calor e com o cérebro um pouco danificado. Esse cochilo ia ser maravilhoso.

Uma batida soou na porta. Ele sentiu seus olhos se abrirem lentamente, pois já estavam selados com suor e sono. Aquilo não estava acontecendo. Seus planos não poderiam ser interrompidos, pelo menos não até que ele cumprisse a parte do cochilo. Bateram outra vez e ele percebeu que era seu pai. Se fosse sua mãe as batidas seriam mais altas, bruscas, e pontuadas por ordens e sons de agitação. Chouji e Ino não bateriam, e os pais deles geralmente não tinham muitos motivos para irem ao segundo andar. Mas seu pai tinha, e as batidas eram pacientes. Entediadas até.

Ele gemeu e afundou o rosto no travesseiro. Talvez conseguisse se sufocar. Será que funcionaria? Seria uma boa desculpa para ignorar seu pai naquele momento? Provavelmente não.

- Entre – finalmente chamou com o rosto ainda afundado no travesseiro. Ouviu a porta sendo aberta e os passos de seu pai sobre o chão de madeira.

- Shikamaru.

- O que?

- Você tem uma missão.

O Nara mais novo virou a cabeça no travesseiro até conseguir ver seu pai. Piscou.

- Eu tenho?

Shikaku confirmou solenemente.

- Não pode esperar? Uma hora ou duas?

O pai dele cruzou os baços e simplesmente ficou parado ao lado da cama, quieto por um longo momento. Quando ele voltou a falar, sua voz estava sóbria.

- Você deve completar essa missão antes que Tsunade morra.

Shikamaru sentou-se rapidamente, ignorando a pontada de dor que sentiu em seu olho direito. Pela maneira com que seu pai havia falado... parecia que o tempo de Tsunade era mais curto do que o previsto. Haviam dito que ela ainda tinha algumas semanas.

- Ela está tão mal assim?

Os olhos de Shikaku não estavam focados em nada, voltados para algum lugar particular. Ele finalmente balançou a cabeça levemente e sua voz ficou mais suave, como se existisse nos dois planos ao mesmo tempo.

- Sim. Ela só tem mais alguns dias. Teremos sorte se ela tiver mais uma semana, mas a previsão agora é que sejam três ou quatro dias. E a sua missão requer que você reporte ao Kazekage, então tem que se apressar.

- Essa é minha missão? Reportar ao Gaara?

- Eu disse que sua missão requer que você reporte a ele.

- Ele vai me dar o resto da missão, então?

- Sim.

A cabeça de Shikamaru começou a rodar. Três ou quatro dias. Viagem súbita para Suna. O Kazekage. Dor de cabeça. Nenhum cochilo.

- Você não estava em Suna há pouco tempo?

- Estava - Shikaku respondeu enquanto olhava pela janela, claramente distraído.

- Minha missão é relacionada à sua?

Shikaku se virou para o filho, dando-lhe total atenção pela primeira vez desde que havia entrado no quarto. Seu tom de voz não permitiu discussões.

- Eu sugiro que comece a se preparar para a viagem, Shikamaru. O tempo é curto.


N/T: As famílias do Shikamaru, Chouji e Ino estão morando juntas porque Konoha está sendo reconstruida e ainda não tem casa pra todo mundo. A PSI começou a escrever essa história na época da invasão do Pein, e ela era paralela ao mangá até o Kishimoto resolver dar um fim apressado no Danzo. A fic estava sendo postada no orkut, mas vou continuar com a tradução aqui com algumas alterações que foram feitas na original e atualizadas agora. Espero que gostem, e as reviews serão transmitidas à autora.