Descrição: 'Glee: A Fanfic' será a primeira história escrita por nós. Se passa em um universo paralelo que começa na segunda temporada de Glee. Neste universo, tudo pode mudar e o que você sabe sobre a série depois da primeira temporada será esquecido.

Reviews: Nossos leitores são essenciais para esse projeto, então se vocês sentirem que algo está faltando ou que não esteja certo, fiquem à vontade de nos deixar uma review a qualquer momento. Nós apreciamos isso.


Capítulo 1: Recomeço

Após perderem as Regionais no ano passado, os membros do New Directions se dão conta que nada mudou no McKinley e decidem recrutar novos membros para o clube. Enquanto novos casais começam a surgir, alguns passam por pequenos conflitos. Quinn resolve esquecer o passado para começar um novo futuro e Rachel faz algo do qual se arrepende depois.

Lista de músicas:

Raise Your Glass de P!nk (Cantada pelo New Directions)
I Want It All de High School Musical Cast (Cantada por Sugar com Kurt)
The Lazy Song de Bruno Mars (Cantada por Sam)
Haven't Met You Yet de Michael Bublé (Cantada por Artie, Puck e Finn)
Same Mistake de James Blunt (Cantada por Rachel)


As aulas tinham acabado de começar no McKinley. Rachel caminhava pelo corredor, Tina, Kurt e Mercedes estavam ao seu lado, todos contando como foi o seu verão.

– Eu fiz muitas compras nas férias. Eu comprei esse casaco pensando em você, Rachel. Eu ia te dar de presente, mas resolvi experimentar e ficou tão bonito em mim, então fiquei. - Kurt riu com as garotas enquanto exibia seu casaco rosa choque de couro sintético.

– Minhas férias foram um pouco solitárias. Artie me ignorou durante praticamente todo o verão por causa daqueles estúpidos vídeo-games... Vocês acreditam que só cheguei a ver ele três vezes durante as férias? Mas foi legal, pois fiz algumas atividades asiáticas. - Tina parecia ser a que estava mais cabisbaixa dos quatro.

– Eu viajei para o litoral, foi bem divertido. Conheci uns caras que vocês não vão acreditar! Pena que todos moram longe. - Mercedes tinha entusiasmo na voz.

– Já eu pratiquei muito porque esse ano nós temos que chegar as Nacionais e... - Antes de Rachel finalizar sua frase, os quatro alunos foram surpreendidos por um grupo de cheerleaders que lhes deram um banho de slushie gritando coisas como "Perdedores!", "Nossa, que bela apresentação de fracasso ano passado!", "Duvido que passem das Seletivas esse ano!", "Olha a blusa dela, parece uma idosa!".

Eles se sentem realmente humilhados, mas tudo o que podiam fazer é correr para o banheiro feminino para se limparem.

A típica rotina do McKinley tinha oficialmente começado.


– Olá pessoal! Bem-vindos novamente! - Will entra na sala do coral com animação e um sorriso no rosto, todos que estavam antes conversando param para prestar atenção no professor. – Antes de tudo, vamos traçar os nossos objetivos esse ano.

Will vira de costas para o grupo e escreve a palavra "Nova Iorque" na lousa.

– Como alguns de vocês devem saber, esse ano as Nacionais serão em Nova Iorque! - Vários cochichos de surpresa e alegria são produzidos pelos alunos. – E não chegar até lá não é uma opção! Nós vamos para Nova Iorque esse ano!

Todos os alunos gritam e se entusiasmam.

– Mas para isso vamos precisar de muito trabalho duro e antes de tudo, temos que recrutar novos membros, afinal estamos em número negativo já que perdemos Matt que se mudou para a Indonésia, enfim, eu tenho um plano para atrair novos membros...

– Sr. Schue, com licença, mas não me diga que teremos que cantar mais músicas do Journey. - Rachel interrompe Will que fica um pouco chocado com a fala da moça. – Não me leve a mal mas não aguentamos mais cantar velharias, queremos algo novo.

– Na verdade, eu pensei em algo bem novo, algo para chamar a atenção de toda a escola e mostrar toda a alegria do clube do coral. Uma apresentação no pátio da escola, em forma de flash mob, da famosa musica da P!nk... "Raise Your Glass"! O que acham?

O entusiasmo é geral, todos reagem muito bem e já começam a falar várias ideias ao mesmo.

– Então vamos lá! - Grita Will sorrindo.


Todos os membros do New Directions estão no corredor com óculos de sol, a batida da música começa e Santana é a primeira a cantar.

Right right, turn off the lights

We gonna lose our minds tonight

What's the deal yo?

Enquanto Santana canta, ela vai andando pelo corredor seguido pelos outros que vão pulando junto. Puck que está logo atrás dela toma a frente e canta o seu verso.

I love when it's all too much

5 am, turn the radio up

Where's the rock and roll?

Todos chegam ao pátio do colégio, algumas pessoas estão sentadas por lá, incluindo uma garota que parece ser muito rica, julgando-se pelas suas roupas. Ela fingia estar lixando as unhas, mas além dela havia um garoto loiro e de boa aparência que prestava atenção no grupo. Enquanto todos vão subindo os degraus, Brittany e Tina vão alternando seus versos.

Party Crasher

Penny Snatcher

Call me up if you a gangsta

Don't be fancy, just get dancy

Why so serious?

Começa o refrão, todos estão com copos descartáveis nas mãos cantando em conjunto e pulando bem animados. Mais pessoas vão se aglomerando em volta deles assistindo a performance.

So raise your glass if you are wrong

In all the right ways

All my underdogs

We will never be, never be anything but loud

And nitty gritty, dirty little freaks

Won't you come on and come on and raise your glass

Just come on and come on and raise your glass

Após toda a animação, Rachel canta seus versos.

So if you're too school for cool

And you're treated like a fool

You can choose to let it go

We can always, we can always

Party on our own

Começa o refrão novamente e todos cantam juntos realizando uma coreografia. Ao final da música, eles se unem à plateia pulando e cantando, enquanto são mal observados pelos outros alunos.

Won't you come on and come on and raise your glass

Just come on and come on and raise your glass

Won't you come on and come on and raise your glass for me

Just come on and come on and raise your glass for me

Ao terminarem a performance todos ficam estáticos, inclusive a plateia que depois de um longo minuto em silêncio começam a gritar atrocidades para eles, enquanto várias raspadinhas são acertadas por todos os lados no grupo que começa a correr, xingar e tentar se desviar delas.


Ano passado havia sido muito difícil para Quinn e tudo o que ela pensava enquanto se limpava de toda a sujeira em que se encontrava era em corrigir seus erros recentes e encontrar uma maneira de sair daquela cidade o mais rápido possível, mas como esperava, ali vinha um "fantasma" do passado para lhe assombrar.

– Você está bem, princesa? - Diz Puck se encostando no armário ao lado.

Quinn se desvencilha de seus pensamentos, fecha seu armário e olha seriamente para Puck.

– Estaria melhor se você simplesmente me deixasse em paz.

– Nossa. Pra quê toda essa raiva? Olha, eu sei que ano passado as coisas foram realmente tensas pra nós, mas temos esse ano inteiro pra acertar isso.

– Sério? Porque eu ainda posso sentir as dores de não só ter dado luz à minha filha, mas principalmente de tê-la entregado para uma estranha.

– Calma amor. Você está apenas estressada, eu vi num documentário que as mulheres podem se sentir assim depois da gravidez, como se fosse uma TPM de longa data.

Aparentemente, Quinn não estava mesmo de bom humor e nem se quer precisou responder à tentativa frustrada da piada de Puck.

– Ok, isso não foi engraçado. A verdade é que eu vim aqui te convidar para um encontro.

– Um encontro? Como se a coisa que eu mais precisasse no momento fosse um encontro romântico com o cara que me engravidou.

– Lembra quando a gente observava a Beth na incubadora e eu disse que te amava? Eu falei sério.

– Olha Puck. Eu não estou a procura de amor. Tudo o que eu preciso é me focar no meu futuro, pois parece ser a única garantia de enterrar meus erros no passado e finalmente sair dessa cidade. Então eu agradeceria se você apenas ficasse longe do meu caminho.

Ao dizer isso, Quinn faz o possível para segurar suas lágrimas, enquanto se vira com os olhos marejados e desaparece no corredor lotado, deixando Puck sozinho em meio a multidão.


Os membros do New Directions se encontram na sala de coral já esperando que ninguém fosse aparecer para as audições depois do fiasco que foi a apresentação de recrutamento, muitos deles ainda sujos de raspadinha.

– Eu nunca me senti tão humilhada. - Rachel desabafa enquanto alisa o cabelo tentando ver se ainda havia restos de raspadinha presos nele.

– Sinto muito, gente. Acho que não teremos novos membros esse ano. - Diz Will, vendo a cara de decepção de seus alunos.

– Se vocês tivessem me dado o solo, todo mundo nessa escola estaria fazendo um flash mob de audição agora mesmo.

Todos olham para Brittany com um olhar de desaprovação. Nesse momento, uma garota de estilo requisitado entra na sala e fica observando os alunos de cima a baixo. Rachel logo percebe que é a mesma garota que estava fingindo lixar as unhas enquanto assistia a apresentação deles no pátio.

– É o seguinte. Meu nome é Sugar e eu sou filha do fundador dessa escola, o que significa que sou mais rica que todos vocês juntos. Eu estava presente durante a performance vergonhosa de vocês hoje cedo. Na verdade, eu fui a primeira a jogar raspadinha em vocês e só tenho uma coisa a dizer. Lixo total. Sabe, meu médico me diagnosticou com a síndrome de Asperger, então posso falar praticamente tudo o que eu quero. - Ao dizer isso, todos os alunos começam a se sentir desconfortáveis com as palavras da garota.

– Bem, acho que somos maduros o suficiente para aceitar uma crítica ruim, certo, gente? - Will pergunta diretamente para os seus alunos, mas eles não respondem. Na verdade, eles aparentam estar bem chateados agora. – Então, você veio aqui para fazer uma audição?

– Exatamente. Vou mostrar para vocês como se faz uma performance de verdade. Manda ver!

A garota se vira, as luzes se apagam e quando a música começa ela faz uma dança sensual. O cenário muda para o auditório. Vários dançarinos estão atrás dela fazendo uma coreografia bem elaborada.

Imagine having everything we ever dreamed

Don't you want it?

Kurt reconhece a música de cara e canta alguns versos em resposta.

Maybe

Sugar percebe o entusiasmo de Kurt na plateia e aponta pra ele enquanto canta.

Can't you see it?

Dessa vez, Kurt responde com convicção.

Kinda

A música continua e os membros do New Directions parecem estar realmente gostando da performance, com exceção de Rachel que se mostra ameaçada pela voz exótica da garota.

Imagine first audition after college

I get the lead

Kurt se rende e sobe ao palco, improvisando na coreografia.

I want it all

I want it, I want it, I want it

The fame and the fortune and more

I want it all

I want it, I want it, I want it

I gotta have my star on the door

I want the world nothing less, all the glam and the press

Only giving me the best to use

Here in the spotlight we shine, look at who we are

When Broadway knows your name

You know that you're a star

Sugar se dirige ao centro do palco, enquanto Kurt e os outros dançarinos ficam atrás dela levantando os braços e cantando juntos.

New York city

We want it all

A apresentação termina e Sugar olha para o grupo com um olhar de confiança. – Então, o que vocês me dizem?

– Bem, acho que não temos muito o que dizer. Bem vinda ao clube do coral. - Will responde com animação para a garota, enquanto os outros membros do grupo aplaudem.

– Eu sabia que vocês todos se renderiam ao meu talento. - Sugar comemora no palco com Kurt e os dançarinos.

– Eu adoro essa garota. Ela é como uma versão feminina de mim. - Kurt grita enquanto abraça Sugar.

Todos do grupo começam a rir, porém Rachel se sente realmente ofendida e se retira do auditório sem que os outros membros percebam.


– Meu Deus, ela é incrível! Ela tem um espírito de estrela, igualzinho a mim! - Kurt ri ao comentar com Mercedes a apresentação da novata Sugar, enquanto os dois arrumam seus armários.

– Eu a achei um tanto quanto presunçosa... E nada parecida com você. Pelo menos você tem um pouco de humildade e não fica esfregando na cara dos outros o quanto é bom. - Mercedes estava um pouco séria. – Mas uma coisa não se pode negar... a garota é boa.

– Pois é... - No momento que Kurt ia falar sobre o figurino de Sugar, ele vê um garoto loiro, alto e forte vindo na direção oposta do corredor. Ele fica estático enquanto seus olhos vidram nele.

O garoto que caminhava sozinho pelo corredor também nota Kurt e passa a encará-lo, seus olhos verdes pousam nos olhos do outro. Como em uma cena de transe, os dois ficam se encarando até que o loiro sorri, fazendo o outro inconscientemente sorrir também. O momento é interrompido por Mercedes que percebe o que estava acontecendo e comenta.

– Aquele era o Sam Evans, ele veio da Califórnia e é está no primeiro ano. Ele não tem parece jogar no seu time, Kurt... Não faça acontecer o mesmo que aconteceu comigo ano passado...

– O quê? Acontecer o quê? Do que você está falando, Mercedes? - Kurt se faz de desentendido e ri da situação.

– Você sabe muito bem do que estou falando, mocinho. Agora vamos, se não iremos nos atrasar para a aula de Espanhol.


A maneira com a qual Puck falou com Quinn mais cedo naquele dia tinha mexido bastante com a garota, mas ela não queria sentir tudo aquilo de novo. Ela já havia sofrido demais por causa dele. É nisso que ela tenta achar uma escapatória, algo para ocupar a sua mente. Ela caminha até o escritório da treinadora Sue, não custaria nada tentar.

– Com licença treinadora, posso falar com você? - Sue estava em sua mesa, lendo e se divertindo com a notícia de uma garota de um time adversário que havia quebrado a perna em um treino, quando Quinn bateu na porta de seu escritório.

A expressão de Sue muda totalmente, ela fica séria e faz descaso para Quinn.

– Entre, mamãezinha.

Quinn ignora o comentário sarcástico de Sue, entra sorridente e se senta.

– Treinadora, eu realmente ficaria muito feliz se você me aceitasse de volta nas Cheerios. - Quinn faz uma cara de desconcertada, ao mesmo tempo em que Sue a encara diretamente nos olhos.

– Então você já está aceita, mas com uma condição...

Quinn fica boquiaberta, ela esperava tudo da treinadora, achava que teria que implorar, ficar de joelhos, qualquer coisa, mas a única que coisa que ela não esperava era uma aceitação tão rápida.

– Eu faço qualquer coisa! É só dizer!

– Venha ao meu escritório quando as aulas acabarem que te contarei detalhes. Por enquanto é só. Ah, também não quero essas pelancas de grávida balançando nas minhas apresentações, então trate de malhar.

– Com certeza treinadora, até mais tarde! - Quinn ainda estava em choque e sai toda sorridente do escritório da treinadora, pelo menos algo de bom havia acontecido naquele primeiro dia de aula.


Artie e Tina já estavam namorando por meses, mas algumas desavenças aconteceram entre os dois durante o verão e Artie não sabia mais o que fazer. Era a hora do intervalo e tudo o que ele queria era estar com sua namorada.

– Oi, querida. Achei que nós íamos almoçar juntos hoje. - Artie se dirige em direção a Tina, que está sentada em uma mesa com Brittany e um grupo de asiáticos.

– Sério Artie? Primeiro você me ignora durante quase todo o verão para jogar maratonas de vídeo-game e agora quer que eu largue meus amigos para ficar com você? Será que você não está sendo um pouco injusto?

– Desculpa Tina. Mas você sabe que essas maratonas são importantes pra mim. Eu pretendo me tornar o melhor jogador de vídeo-game dessa cidade.

– Ah, não me diga. Eu não sou um gato, Artie. Eu preciso de atenção.

– Lord Tubbington tem toda a atenção que ele quer e ainda assim consegue me vencer nas maratonas de vídeo-game. - Diz Brittany aleatoriamente, mas todos a ignoram.

– Nós devíamos ir à terapia de casais asiática.

– Mas eu não sou asiático.

– Olha Artie. Se você não consegue conciliar suas prioridades, então não tenho certeza se esse relacionamento é o melhor para nós. Pense nisso.

Ao ouvir as palavras de Tina, Artie gira sua cadeira de rodas e sai da cantina com um olhar triste no rosto.


– E essa nova garota é fantástica, ela pensa grande e é bem ambiciosa, me lembra um pouco a Rachel... - Will estava no refeitório dos professores conversando com Emma.

– Que bom ver o clube do coral crescendo, mais alunos se interessando. É um trabalho tão legal o que você faz com essas crianças. - Diz Emma enquanto tira sementes de uma laranja com uma pinça e luvas.

– E você? Como foram as suas férias de verão?

– Eu e Carl terminamos, infelizmente não deu certo.

– Mas... Por quê? - Will se mostra um pouco triste pela situação, mas por dentro seu coração comemora.

– Simplesmente não deu certo... Ele gostava de comer as frutas direto do pé e você sabe que eu gosto de fazer uma esterilização antes. Sem contar que ele era um pouco... chato. - Emma ri olhando nos olhos de Will que também ri com ela.

– Bem, às vezes quando uma coisa não dá certo, é bom que termine logo. - Os dois ficam se encarando seriamente por um longo tempo, quando Will quebra o silêncio. – Tenho que preparar algumas coisas, então eu já vou indo. Te vejo mais tarde, Emma.

Will se despede e sai sorrindo do refeitório. Finalmente seu caminho para o coração de Emma estava novamente aberto.


Finn estava evitando Rachel desde as Regionais quando ele disse que a amava. Durante as férias de verão, ele simplesmente não conseguia parar de pensar nela e aonde queria levar esse relacionamento, mas ele não podia esperar mais, as aulas já haviam começado e dessa vez não haveria desculpas suficientes para fugir.

– E aí, cara? - Diz Puck quando vê Finn sentado sozinho no pátio do colégio.

– Oi. - Finn responde deixando bem claro que não está bem.

– Fala sério, será que todo mundo nesse colégio resolveu entrar em depressão ou algo assim? Olha, se isso é por causa de toda o drama do ano passado, eu estou realmente arrependido.

– Do que você está falando?

– Você não precisa mentir pra mim, somos amigos de infância. Eu sei bem quando tem alguma coisa te incomodando. - Puck se senta no banco ao lado do amigo.

– Isso não é sobre você, estamos de boa. É sobre mim e Rachel.

– Não me diga que você finalmente chegou na 3ª base com ela.

– O quê? Não! - Finn responde se sentindo ainda mais nervoso. Puck tinha uma mania irritante de fazer piadas em momentos inoportunos. – Antes de cantarmos nas Regionais... Eu disse que a amava.

– Você está falando sério? Sabe que ela não vai mais tirar isso da cabeça, certo?

– É, eu sei. Porque eu não consigo tirar também.

– Ok, estou perdendo alguma coisa aqui. Você está me dizendo que a ama de verdade?

– Claro que sim. Por que eu iria falar algo assim para ela, afinal?

– Eu não sei, cara. Não achei que você estava realmente interessado nela.

– Agora eu preciso encontrar uma maneira de tornar isso oficial. Ela está mesmo chateada depois de eu tê-la ignorado o verão todo. Isso não pode esperar mais. - Finn observa que Puck não está mais prestando atenção às suas palavras. – Cara, você está se quer me escutando?

– Ah, sim. Continua. - Puck acorda de seus pensamentos ainda se sentindo meio desnorteado e Finn logo percebe isso.

– Espera um pouco. Tem alguma coisa te incomodando também. Essa sua cara de sono não me engana. Deixa eu adivinhar. Isso tem alguma coisa a ver com a Quinn, não tem?

– É, parece que você e eu temos um talento especial para relacionamentos desastrosos.

– Quer saber de uma coisa? Eu acho que tenho um plano.


Rachel anda pelos corredores do colégio com um olhar de fúria e entra astutamente no vestiário masculino. Ela logo se depara com a bagunça espalhada pelo local e passa a olhar tudo com nojo.

– Eu sempre pensei que o vestiário masculino fosse sexy, mas isso é completamente nojento. - Diz Rachel consigo mesma, enquanto percebe que não está sozinha.

– O que você está fazendo aqui, perdedora? - Karofsky a surpreende saindo detrás do armário.

– Karofsky! É exatamente com você que quero falar.

– Você não pode ficar aqui, garota. Não tem o suficiente dessa bagunça no seu estúpido clube do coral?

– Eu preciso que você me faça um favor.

– Um favor? Por que diabos eu faria isso?

– É importante. Eu preciso que você e seus amigos encontrem uma garota chamada Sugar e lhe deem um banho de raspadinha.

– Sugar, a filha do fundador da escola? Você ficou louca? Seríamos expulsos.

– Ah, por favor. Vocês jogaram raspadinha em praticamente todos nós ano passado e não sofreram nenhuma consequência. Eu só preciso que ela se sinta assustada e desista do clube do coral.

– Nunca imaginei que você fosse tão má.

– Eu não sou. Só não quero que alguém tão talentosa como eu roube os solos que já são muito bem distribuídos no clube.

– Ok, eu não me importo com isso. Mas se for pra impedir qualquer outro idiota de entrar nesse clube ridículo, eu topo.

– Certo, tenha certeza que mais ninguém saiba disso, principalmente o Finn. Não quero que ele pense que sou uma louca manipuladora.

– Mas você é.

– Que seja. Agora preciso sair daqui antes que eu tenha um ataque e perca o fôlego. - Rachel se retira do vestiário com as mãos tapando o nariz, deixando Karofsky sozinho com um sorriso maléfico no rosto.


– Olá de novo, gente! Eu tenho uma boa notícia pra vocês. Pelo jeito não teremos apenas a senhorita Motta de nova no clube esse ano... - Will estava na sala do coral com seus alunos e ao terminar sua frase, Sam Evans, o mesmo garoto que cruzou com Kurt no corredor, entra na sala sorrindo com um violão pendurado nas costas.

No mesmo momento, Kurt já cutuca Mercedes e dá uma risada abafada, os olhos do garoto brilham e ele prende a sua atenção no loiro.

– Oi, meu nome é Sam Evans, eu sou da Califórnia e acabei de chegar aqui em Ohio. Eu tenho essa paixão de cantar desde pequeno, então logo me interessei pelo clube do coral assim que soube de sua existência. Eu preparei algo para vocês ouvirem... Espero que gostem. - Sam exala simpatia, seu sorriso que vai de uma orelha a outra encanta a todos da sala, fazendo até mesmo o maior garanhão do grupo, Puck, sorrir.

Sam começa a tocar "The Lazy Song" em seu violão. Ao perceber a música, Finn caminha até a bateria e começa a acompanhar o garoto californiano.

Today I don't feel like doing anything

I just wanna lay in my bed

Don't fell like pickin' up my phone

So leave a message at the tone

'Cause today I swear I'm not doing anything

Sam se mostra um pouco tímido no começo, mas depois se solta e começou a andar pela sala cantando e sorrindo. Ao mesmo tempo, todos do coral batem palmas ao ritmo da música, todos parecem estar curtindo.

I'm gonna kick my feet up, then stare at the fan

Turn the TV on, throw my hand in my pants

Nobody's gonna tell me I can't

Ao cantar esse verso, ele entrega o violão a um figurante da banda que continua a tocar, e puxa Brittany e Tina para dançar com ela. Elas curtem e o acompanham com uma coreografia boba e improvisada.

I'll be lounging on a couch, just chillin' in my snuggie

Click to MTV so they can teach me how to Douggie

'Cause in my castle I'm the freakin' man

Eles começam a trazer um por um para dançar no centro da sala e todos começam a fazer a mesma coreografia, menos Kurt e Rachel que ficam sentados rindo de tudo.

No, I ain't gonna comb my hair

'Cause I ain't going anywhere

No, no, no, no, no

no, no, no, no, oh

Sam puxa Rachel pelo braço, que resiste no começo, mas acaba cedendo e logo acompanha a dança com os outros.

I'll just strut in my birthday suit

And let everything hang loose

Yeah, yeah, yeah, yeah, yeah

Yeah, yeah, yeah, yeah, yeah

Sobrando apenas Kurt sentado, Sam segura a mão do garoto e o acompanha até o resto do grupo. Kurt cora muito rapidamente e fica com uma enorme vergonha, mas não leva muito tempo para se soltar também. Enquanto Sam canta o último refrão, todos entram em coro e realizam a coreografia juntos. Ao acabar a música, todos no grupo o aplaudem e comemoram com o garoto.

– Incrível! Bem, Sam... - Will faz um pouco de suspense no começo, mas logo termina a frase junto com seus alunos. – Bem-vindo ao New Directions!


Brittany estava decorando seu novo armário com figuras de unicórnios e estrelas quando Mike chega e se encosta no armário ao lado dela. Ela fica encarando a garota enquanto ela ri.

– O que foi?

– Bem, só estou aqui observando uma linda garota. - Eles riem enquanto Brittany fica um pouco corada.

– Não, sério... O que você quer?

– Ah, eu queria te pedir um favor. - Mike se mostra um pouco envergonhado do que estava prestes a fazer. – Eu queria te pedir umas aulas de dança. Eu pago tudo, alugo um salão, faço qualquer coisa, só quero que você me ensine.

– Mas Mike, você é ótimo! Até melhor do que eu! - Brittany havia sido pega de surpresa.

– Na verdade não, você é bem melhor do que eu! E você sabe alguns estilos de dança que eu não sei. Eu quero sair da minha zona de conforto e não posso pensar em ninguém melhor para me ajudar com isso. - Brittany mal sabia que as intenções do garoto eram outras. – Além disso, meu pai não me deixa dançar em casa, ele desaprova totalmente, quero que você seja minha escapatória.

– Tudo bem então, mas você será responsável por encontrar um grande salão para mim e meus unicórnios. E você não precisa pagar nada, somos amigos e amigos ajudam um ao outro.

– Ok, já que você insiste... Eu vou encontrar um salão o mais rápido possível e nós podemos começar próxima semana, certo?

– Agora eu preciso ir para a aula de Biologia, se não as mães dos sapos que eu dissequei ano passado virão atrás de mim. - Diz Brittany enquanto tenta pegar alguns livros no armário.

– Deixa eu te ajudar. - Mike pega os livros de Brittany e caminha pelo corredor ao lado dela com um enorme sorriso no rosto.


Finn e Puck andavam pelos corredores como os grandes amigos que eram há 2 anos atrás. Eles com certeza tinham um plano e fariam de tudo para reconquistar suas garotas. Os dois entram na sala do coral e encontram Artie tocando piano com os olhos cheios de lágrimas.

– Cara, você está chorando? - Diz Puck preocupado.

– O quê? Não. - Artie responde secando os olhos rapidamente.

– O que há de errado, cara? Você pode contar com a gente. Não vamos contar pra ninguém. - Finn pega uma cadeira e se senta ao lado do amigo.

– É a Tina. Eu não tenho sido um bom namorado. Ela veio reclamando durante todo o verão que eu não lhe dou atenção.

– Isso é verdade? - Finn pergunta um pouco desconfiado.

– Meio que sim. Digo, Tina é minha primeira namorada. Eu não sabia que elas precisavam de tanta atenção e essas coisas.

– Claro que elas precisam. Toda mulher ama ser o centro das atenções. - Após dizer isso, Puck se surpreende consigo por estar dando conselhos sobre mulheres daquele jeito.

– Sinto muito, gente. Mas eu não realmente não sei o que fazer.

– Nós sabemos. Eu e Puck estivemos planejando algo que vai chamar atenção das nossas garotas e reconquistá-las.

– E o que seria isso?

– Fácil. Cantando. E não uma música qualquer, o tipo de música que conquista qualquer mulher. - Diz Puck cheio de confiança.


Quinn caminhava pelo corredor em direção ao escritório de Sue, enquanto ela só conseguia pensar no cargo de capitã das Cheerios, era isso que ela queria propor para Quinn que estava morrendo de ansiedade.

Quando Quinn vira a última esquina e se encontra já no corredor da sala da treinadora, ela vê Santana caminhando do outro lado. O corredor estava completamente vazio, afinal as aulas já haviam acabado e Sue criava uma espécie de barreira imaginária onde nenhum aluno poderia passar além de suas Cheerios, e coitado de quem se atrevesse.

Santana também parecia ir em direção ao escritório da treinadora. Quinn começa a se preocupar, a garota de descendência latina e pele morena também exibe uma cara de preocupação e estranhamento ao ver Quinn do lado oposto do corredor.

As duas começaram a apressar o passo, como se estivessem apostando uma corrida, cada vez mais rápido, até estarem próximas ao escritório onde começam a correr de verdade. As duas chegam à porta do escritório juntas, se empurrando e tentando entrar primeiro, o que foi uma cena um tanto quanto estranha.

– O que é isso, garotas? Mais parecem duas macacas no cio. Sentem-se e fiquem quietas! - Grita Sue brava.

As duas garotas se sentam com caras emburradas e lançam olhares ameaçadores uma para a outra.

– Vocês não são mais crianças, então vamos parar com essa babaquice! Eis o que quero propor para vocês.

Sue estende o distintivo de capitã das Cheerios. As duas garotas arregalam os olhos e sorriem. Segundos depois reparam na ironia e trocam olhares intimidadores novamente.

– Vocês devem estar se perguntando como podem ser capitãs ao mesmo tempo... Pois não serão. Apenas uma de vocês ganhará essa vaga, aquela que me apresentar o número mais bem elaborado na próxima semana. Vocês terão todas as Cheerios ao seu dispor e todo o nosso equipamento, quero que deem o melhor de vocês. A melhor levará o título de capitã!

– Mas treinadora... Isso não é justo! Eu sempre fui a capitã! Eu mereço isso mais do que ninguém! - Diz Quinn indignada.

– Ei, pode ir parando, mocinha! Você era a capitã, mas fez a besteira de sair procriando a sua prole por aí! As coisas dentro das Cheerios mudaram muito desde que você saiu! Todas as garotas querem como capitã uma garota sexy como eu, não uma mãe que acabou de entregar o próprio filho a uma estranha! - Santana solta as palavras de sua boca com tremenda agressão.

– Cale essa boca! Cuidado com o que você fala, garota! - Quinn se levanta a ponto de estourar.

– Parem com isso agora! Saiam do meu escritório! Se quiserem brigar, façam isso lá fora e não aqui!

As duas garotas fecham a cara e saem da sala.

– Isso não vai acabar assim, está ouvindo? - Santana ameaça Quinn e sai em direção oposta da garota loira que se afasta com vontade de bater na primeira pessoa que vier pela frente.


Rachel e Tina estavam sentadas na sala do coral conversando, quando Quinn entra na sala e se depara com as duas garotas.

– O que está acontecendo aqui? - Quinn pergunta com um tom meio agressivo.

– Nós recebemos recados anônimos da Becky dizendo para virmos até a sala do coral e aqui estamos. - Responde Rachel tentando ser pacífica.

– Eu também. Achei que tinha alguma a coisa a ver com o duelo de capitã das Cheerios.

– Duelo de capitã? Do que você está falando? - Pergunta Tina curiosa.

– Nada que interesse a vocês.

– Quinn, por que você está sendo tão rude? Eu sei que você passou por muitas coisas ano passado, mas é por isso que estamos aqui. Somos uma família. - Rachel tenta realmente ajudar a colega.

– Isso não é sobre vocês, garotas. E querem saber de uma coisa? Acho que eu preciso de ar fresco. Até mais. - Quinn tenta sair, mas Becky surge na sua frente e tranca a porta.

– Ninguém sai da sala!

– Você está brincando comigo? - Diz Quinn irritada.

– Ordens da Sue! - Becky responde com um ar de liderança.

– Bom trabalho, Becky. - Diz Artie, enquanto entra na sala pela outra porta, acompanhado de Finn e Puck. Ela acena para os garotos e se retira da sala, deixando a porta fechada.

– Ok, qual de vocês vai me dizer que palhaçada é essa? - Quinn estava ficando cada vez mais irritada.

– Nós percebemos que não temos sido suficientemente bons pra vocês e queremos mostrar o quando estamos arrependidos. Então, apenas se sentem e escutem. - As palavras de Finn conseguiram convencer Quinn, de alguma maneira, ela estava interessada para ouvir aquilo.

Puck pega o seu violão, Finn se dirige até a bateria e os dois começam a tocar a música, enquanto Artie entra cantando os primeiros versos, olhando diretamente para Tina.

I'm not surprised

Not everything lasts

I've broken my heart so many times

I stop keeping track

Talk myself in

I talk myself out

I get all worked up

And then I let myself down

Sem tirar as mãos do violão, Puck caminha até Quinn, se ajoelha e canta seu verso, mas a garota se faz de difícil cruzando os braços e olhando para o outro lado.

I tried so very hard not to lose it

I came up with a million excuses

I thought, I thought of every possibility

Os três garotos entram em um coro para cantar o refrão juntos, sem tirar os olhos das garotas.

And I know someday that It'll all turn out

You'll make me work, so we can work, to work it out

And I promise you kid, that I'll give so much more than I get

I just haven't met you yet

Puck e Artie fazem um pequeno dueto para encerrar a música com os últimos versos, enquanto Finn continua tocando na bateria.

I said love love, love, love, love, love, love

I just haven't met you yet

Love, love, love

I just haven't met you yet

A música termina e Tina corre para o colo de seu namorado.

– Artie, essa foi a coisa mais linda que alguém já fez para mim. Você é incrível. - Ela cobre o garoto de beijos e se desculpa pela forma como agiu.

– Você não precisa se desculpar. Agora eu sei que assim como eu, você também precisa de atenção.

– Pode esquecer a terapia asiática. Não precisamos disso. - Diz Tina enquanto os dois saem da sala.

– Sério, Puck? Você realmente acha que pode me comprar com uma música? - Quinn se levanta parecendo muito chateada.

– O quê? Eu achei que você fosse gostar amor. Me lembro quando você disse que era fã do Michael Bublé, enquanto a gente se beijava na sua cama.

– Isso é vergonhoso. Será que você não percebe que está me constrangendo? Nunca mais faça algo assim de novo. - Quinn simplesmente se retira da sala sem sequer olhar nos olhos de Puck. Ela não sabia se era verdade que o que os olhos não veem o coração não sente, porém ela com certeza estava sentindo algo depois daquela música. Mas o que seria aquele sentimento?

– Cara, eu sinto muito. Você está bem? - Finn tenta reanimar o amigo.

– Estou. Apenas faça o que você tem que fazer. Te vejo mais tarde. - Puck sai da sala super chateado e de cabeça baixa. Tudo o que ele queria era que Quinn o aceitasse de volta, mas isso parecia uma missão impossível agora.

Só restaram Finn e Rachel na sala e Quinn havia deixado o clima muito tenso, mas Finn não podia perder aquela oportunidade.

– Ok, isso não pode esperar mais. - Diz Finn enquanto olha a ansiedade nos olhos de Rachel e o nervosismo tomando conta dele.

– Sim? - Rachel parecia ter certeza do que o Finn ia dizer, mas mesmo assim queria ouvir com as próprias palavras dele.

– Rachel, eu... - Finn é interrompido por um grito feminino vindo do corredor ao lado. Os dois se olham assustados e correm para ver o que está acontecendo.


– Olha, garota. Eu não me importo se você é a filha do presidente ou sei lá o quê, mas você precisa saber qual é o seu lugar nessa escola e acredite em mim, não é naquele clube do coral idiota. - Karofsky e seus amigos ameaçam Sugar com várias raspadinhas nas mãos. A garota parecia realmente assustada.

– É isso mesmo. Vocês pensam que vão subir ao nosso nível e ficar populares, mas vocês não passam de um bando de perdedores. Opa, desculpa, não é síndrome de Asperger. - Azimio faz uma imitação barata de Sugar, mas quando ele e os outros jogadores se preparam pra jogar as raspadinhas na garota Finn os interrompe.

– Ei, vocês. Tentem ameaçar alguém do seu tamanho. - Ao ouvirem isso, os garotos se viram para Finn enquanto Rachel se esconde com medo.

– Ok, caras. Vamos dar ao Finny aqui o que ele pediu. - Karofsky joga sua raspadinha em Finn, seguido por Azimio e os outros garotos.

– Veja pelo lado bom, pelo menos cumpri nosso trato. Demos um banho de raspadinha em um idiota do clube do coral. - Karofsky diz isso se direcionando para Rachel e indo embora com os jogadores.

– Obrigado por impedir que eles jogassem raspadinha em mim. Eu menti, não joguei nada em vocês, nem sequer achei vocês um lixo. Era apenas a síndrome falando mais alto. Na verdade, eu amei ver como vocês são unidos e queria muito fazer parte disso. - Sugar caminha até Finn e agradece sinceramente por tê-la defendido.

– Não foi nada, é pra isso que estamos aqui.

– É, mas depois de descobrir que a Rachel armou tudo, não tenho tanta certeza disso. - Ela se retira do corredor com um olhar de ironia para Rachel, deixando ela e Finn sozinhos.

Rachel parecia muito nervosa e nem queria olhar para Finn, mas ele foi corajoso o suficiente para quebrar o gelo.

– Me diga que isso não é verdade.

– O quê? - Rachel tenta se fazer de desentendida, mas não parece ser o suficiente para Finn.

– Você sabe o quê. Pediu mesmo para Karofsky e sua turma ameaçarem a Sugar?

– Sim, pedi. - Ela simplesmente não podia mentir para Finn. Rachel o amava de verdade, mas nunca teve a oportunidade de demonstrar isso. Parece que o universo estava tentando lhe dizer algo. – Eu não queria que o pessoal do clube se sentisse ameaçado pelo talento dela. Digo, já é difícil vocês conseguirem um mísero solo, imagina como seria passar o resto do colegial balançando no fundo enquanto eu canto, quer dizer, enquanto ela canta.

– Não, Rachel. Você não fez isso pela gente, você fez por você mesma. Porque você é egoísta. É isso que você é.

– Eu sei, mas... estou tentando mudar. Eu só preciso que você... - Rachel tenta continuar, mas é interrompida por Finn.

– Eu não quero ouvir. Fiz tudo aquilo por você, ia te pedir em namoro, marcar um encontro, mas agora não tenho mais certeza se é isso que eu quero. Te vejo por aí, Rachel. Tchau.


Finn estava realmente magoado. Era exatamente esse tipo de atitude que ele receava. Tudo parecia um pesadelo. Ele se vira ainda sujo de raspadinha e se dirige ao banheiro para se limpar, deixando Rachel para trás com lágrimas nos olhos.

So while I'm turning in my sheets and once again I cannot sleep

Walk out the door and up the street, look at the stars beneath my feet

Remember rights that I did wrong, so here I go

Hello, hello, there is no place I cannot go

My mind is muddy but my heart is heavy, does it show?

I lose the track that loses me, so here I go

Rachel começa a andar pelo corredor cantando e deixando as lágrimas rolarem pelo seu rosto. Ela estava perto, tão perto de conquistar o homem pelo qual sentiu o coração bater pela primeira vez. Não podia acreditar que tinha acabado de estragar tudo e era só nisso que ela conseguia pensar enquanto cantava os versos.

And maybe someday we will meet, and maybe talk and not just speak

Don't buy promises 'cause, there are no promises I keep

And my reflection troubles me, so here I go

O cenário muda e agora ela está andando pela calçada do colégio com um guarda-chuva na mão, a chuva forte fazendo tudo parecer pior. Rachel se dirige até o seu carro, fecha o guarda-chuva e entra, cantando os últimos versos da música.

I'm not calling for a second chance

I'm screaming at the top of my voice

Give me reason but don't give me choice

'Cause I'll just make the same mistake again

Ela não sabia se era por ser dramática demais, mas naquele momento tudo parecia acabado para Rachel. Ela simplesmente dá a volta com o carro e vai embora deixando apenas a chuva para trás.