Riso

Ginny Weasley não conteve o riso. Ainda que fosse uma situação um tanto estranha para se rir, ela estava rindo como nunca. Seus irmãos, entretanto, recuaram.

Eles conheciam a irmã mais nova o suficiente para saber que aquele não era um riso de felicidade, como se podia supor a princípio. Ginny Weasley sempre gargalhava quando achava que seus irmãos estavam sendo ridiculamente muito protetores com ela e isso a prejudicava. E quando ela ria daquele jeito, eles sabiam que podiam esperar uma bomba.

Todos engoliram seco quando ela abriu a boca para falar. Ao seu lado, sua mãe a olhava pensando no quanto elas se pareciam naquela situação: tanto fisicamente quanto no modo de agir. Do outro estava Harry, parecendo confuso e amedrontado (mas não tanto quanto os irmãos de Ginny após o riso). Na ponta da mesa, seu pai estava com cara de chocado, provavelmente pensando o mesmo que Molly.

- Escutem aqui, todos vocês! Da próxima vez que eu vir vocês aterrorizando o Harry, mesmo que seja de brincadeira, vão se ver comigo. Não sei como sabem da primeira noite nossa e estou pensando em pôr Veritaserum no suco de vocês para descobrir. Mas, independentemente disso, não é da conta de vocês com quem eu durmo.

Quando Ron, o mais corajoso ou estúpido deles, abriu a boca para contestar, Molly assumiu as rédeas. Afinal, em um mês Ginny e Harry se casariam; não havia necessidade mais de escândalos por causa da primeira noite deles. Molly achava que não havia menino melhor que Harry para se casar com sua única filha, por isso concordava com Ginny que os filhos não deviam ficar tirando sarro dele. Claro que ela não deixaria isso passar em branco, mas ela era mãe e tinha o direito.

Não é preciso dizer que ninguém nunca mais ousou fazer uma brincadeira de mau gosto com Harry sobre a relação dele com Ginny.

Veritaserum era ilegal, exceto em casos muito específicos; entretanto, os irmãos não duvidaram que a mais nova cumpriria aquela ameaça e passaram a tomar extremo cuidado com o que tomavam.