Medical Records
Título: Medical Records
Autor(a): Sugar Ting-Ting
Gênero: Comédia/Romance/Drama
Sinopse: Sakura Centric. Sakura Haruno agora tem 20 anos e é a atual melhor médica do Hospital de Konoha. Após ter abandonado as missões ninjas há um ano atrás, ela agora prefere se concentrar no seu dia-a-dia no trabalho, onde se envolve nos casos de seus amigos e pacientes enquanto luta para esquecer ao máximo de seu passado.
Passado é passado
Mais uma hora e ela já poderia sentir a sensação maravilhosa de acabar um maldito turno. Uma hora, e apenas mais um paciente, a impediam de ir para casa e ler aquele livro pendente em cima da cabeceira onde, há três dias e três noites, não havia, sequer, tocado. Mas, hoje não seria desse modo, afinal, acabaria o turno mais cedo e teria uma noite decente de sono, o que era ansiosamente esperado pela própria médica que, coincidentemente, havia ficado de plantão no hospital há quase toda a semana e merecia ao menos um pequeno cochilo, ou até mesmo um mínimo descanso.
Mas, a vida é uma vadia e não dá descanso a ninguém; muito menos a médicos.
Por acaso, um time ANBU havia acabado de chegar de uma missão e, como protocolos, deviam passar imediatamente ao hospital e verificar possíveis danos e ferimentos causados ao longo de todo o trabalho exaustivo que poderiam praticar de semanas há meses e, isso não era exatamente o que a jovem médica esperava para aquela noite. Logo dariam seis horas e ela não queria sair tarde àquele dia.
Minha nossa, ela já podia sentir a cabeça doendo de tantas noites mal dormidas. Já tinha, inclusive, aberto mão da vaidade por falta de tempo e disposição e, as calças cinza de suspensório e a camisa básica verde-musgo de gola alta que estava vestindo, podiam mostrar isso. Ela costumava se arrumar mais para ir ao trabalho, assim como no início onde usava saltos-altos que foram, com o passar do tempo, substituídos por práticos e confortáveis tênis e, enquanto antigamente ela usava os longos cabelos róseos soltos, agora ela os amarrava firmemente num rabo-de-cavalo, onde, ocasionalmente, sua franja acima dos olhos caía em no rosto, mas, ainda assim, era uma das mais bonitas mulheres de Konoha.
Não tinha tempo para se relacionar.
"Dra. Haruno?", alguém bateu à porta do consultório.
Que sumissem os mensageiros do inferno, foi tudo o que pensou até que outra batida fosse ouvida.
A médica largou o pequeno brinquedo de mola que brincava em mãos e, tirando os pés de cima de sua mesa, desencostou-se da cadeira antes que pudesse responder:
"Pode entrar."
Um "clic" da maçaneta pode ser ouvido e uma pequena e delicada enfermeira surgiu logo à porta com uma prancheta em mãos.
"Seu último do dia, Dra. Haruno.", a recém-chegada dirigiu-se timidamente à médica e estendeu a ficha médica do novo paciente. Não demorou muito para que a doutora já tivesse a ficha em mãos.
Hm... Hyuuga Neji, 21 anos, capitão ANBU, etc, etc, etc..., foi tudo o que pensou.
"Já tenho o diagnóstico," começou sem tirar os olhos do papel. "O joguem em uma sauna e, após aquela camada de gelo ao redor dele, derreter, me mostrem os resultados." Não estava a fim de manter nenhum tipo de contato com ninguém àquele dia.
A enfermeira estremeceu um pouco.
"Receio que não está em um bom-humor hoje, Haruno-san.", a voz profunda e máscula ecoou por todo o consultório e, naquele momento, todas as menininhas apaixonadas, e fanáticas, perto ou no recinto, estremeceram.
Menos para Haruno Sakura, afinal, a voz de qualquer pessoa que a impedisse de chegar logo em casa após um prometido turno reduzido era, sem dúvidas, irritante.
"Pois bem, Hyuuga-san, dormiu bem em sua missão?", foi tudo o que ela perguntou.
Ele pensou um pouco.
"O bastante para me manter descansado e alerta."
"Pois é, eu não."
Tudo bem, ela sabia que não era exatamente culpa dele por ela estar ali, mas, uma garota tinha que gritar em alguém quando estava irritada e, por acaso, Hyuuga Neji fora essa pessoa.
Fechou os olhos brevemente e respirou fundo.
"Certo, me desculpe, eu não ando tendo muitas noites de sono ou descanso, mas você não está aqui para ouvir isso.", suspirou e, em um movimento não tão gracioso, levantou-se da cadeira enquanto deixava a ficha do paciente sobre a mesa. "Hyuuga-san, por favor, deite-se na maca e, você," apontou para a enfermeira ainda presente na sala que parecia fascinada pela beleza da nova presença máscula no recinto "vai dar o fora daqui, xô".
Como se algum tipo de feitiço tivesse sido quebrado, a pequena garota que, há apenas alguns minutos permanecia imóvel olhando para o inabalável Hyuuga, ela deu um pequeno sobressalto e rapidamente saiu do consultório.
A Haruno assistiu a saída com um pequeno bocejar, mas logo se virou para seu paciente e pôs-se a andar em direção à maca onde o mesmo já estava prontamente deitado. Por que deitado? Oh, sim, ela havia dito isso.
Estalou a língua preguiçosamente umas duas vezes.
"É um saco isso, né? Nós médicos na verdade queremos que nossos pacientes fiquem sentados, mas os mandamos deitar."
Aquilo por acaso divertiu um pouco o Hyuuga, que logo se pôs sentado na maca.
"Estou grato por conhecê-la em dias melhores, Haruno-san.", o comentário quase a divertiu, mas ela estava cansada demais para demonstrar quaisquer indícios de bom-humor.
"Acredite, eu também.", foi tudo o que ela disse antes de começar a avaliar o paciente. "Bem, vamos lá, além da notável quantidade de poeira claramente cobrindo cada centímetro de sua pele e roupas tragicamente devastadas, tem algo te incomodando?", ele pareceu ponderar um pouco, mas antes que pudesse responder, ela resolveu tirar sarro da situação, "A não ser que seja algo pessoal, pois se assim for, eu prefiro não me intrometer".
Ele sorriu um pouco.
"Não há nada me incomodando".
Ela assentiu. "Bem objetivo, gosto disso".
Com certeza, Sakura Haruno podia ser cômica quando mal-humorada.
"Não deviam nem se dar ao trabalho de te mandarem para cá, afinal, nunca volta ferido", disse enquanto tirava seu estetoscópio do pescoço "Mas, como eles nunca cansam, temos que seguir com o padrão, então, tire a blusa, eu vou escutar seus batimentos" ela franziu levemente o cenho "Sou só eu ou isso teve um sentido pervertido?".
Ele sorriu em silêncio e estremeceu um pouco em contato com o objeto frio em seu peito.
"Respire fundo" ela comandou "Agora solte o ar" ele obedeceu.
O coração estava bem e batia em um ritmo normal.
"Tudo ótimo por aqui" afirmou "Agora eu quero escutar seu pulmão".
Ele assentiu e se inclinou um pouco para frente, deixando o estetoscópio a tocar suas costas.
"Novamente, respire fundo" pediu "Agora libere o ar".
Estava tudo normal com o paciente; o pulmão estava bem.
"Tudo normal por aqui também", foi tudo o que disse antes de pendurar o estetoscópio novamente no pescoço e se dirigir para um pequeno pote de palitos(N/A: Esqueci o nome daquilo ._.').
"Abra bem a boca, eu vou olhar sua garganta" explicou ao mesmo tempo em que o Hyuuga fazia o comandado e ela punha levemente o palito em sua língua. "Nada de garganta inflamada ou sinal de alergia", ela sorriu um pouco com a resposta.
Ao menos o check up não levaria tanto tempo, ela agora só precisava verificar alguns possíveis ossos danificados e estava pronta para ir.
"Estamos quase lá, apenas estique o braço direito para eu verificar os ossos" disse soando um pouco feliz.
Ele assentiu e fez o que a médica pedia e, não demorou muito para que ela começasse a apalpar os dedos da mão direita do rapaz.
"Bem, Hyuuga-san, deve apreciar muito a vida ninja, cheia de emoções e adrenalina ao extremo, não estou certa?" tentou puxar assunto, mas conhecendo o Hyuuga, provavelmente ficaria no vácuo.
Ele ponderou um pouco enquanto sentia a médica tocando seu antebraço.
"Sim" respondeu simplesmente. Típico do Neji-san, ela pensou, mas logo se surpreendeu ao ouvir novamente a sua voz: "Gosta mesmo daqui?".
Aquilo a pegou de surpresa, já que não estava tão acostumada por perguntas tão pessoais do Hyuuga.
O que ela diria? Apesar de ser um trabalho exaustivo, ela amava o hospital e seu trabalho, porém também sentia falta das missões arriscadas, de ter seus amigos ao seu redor enquanto lutava com outros ninjas, mas ela havia abandonado tudo aquilo por algo precioso para ela, o hábito de salvar vidas a todo o momento.
"...Vamos dizer que, além da pouca quantidade de sono que tenho todos os dias e os velhinhos na ala de idosos que ficam olhando a todo o tempo para minha bunda." Ela passou a apertar o ombro direito do rapaz "Tudo bem, agora me dê o braço esquerdo e abaixe o direito".
Ele obedeceu.
"Você trocou as missões por isso?"
O Hyuuga estava falante àquele dia.
"O que? Para os velhinhos olharem minha bunda? Acho que não." Ela respondeu divertida enquanto apalpava o ombro direito do paciente, mas então... pensou na verdadeira resposta. Sim, era gratificante a sensação de dever feito quando se completava uma missão, mas, era ainda mais significativo para ela, o ato de salvar vidas, de sentir o paciente pendurado por um fio e então, resgata-lo. E, ela tinha mais talento para isso, era a única coisa em que ninguém dali era melhor do que ela. "Na verdade... aqui é o único lugar onde eu sou competente.", ela sorriu um pouco triste.
Ele assentiu.
Hyuuga Neji não sabia muito bem do passado de Haruno Sakura, afinal, nunca foram muito chegados, apenas partiam em algumas missões juntos, às vezes, antes de um ano atrás, ela abandonar a vida ninja, mas, ele tinha de admitir que ela tivesse uma personalidade contagiante e não ignorava o fato de que era uma bela mulher, porém, vivia com certo problema: a sombra do traidor de Konoha.
"Não pensa mesmo em voltar, não é?"
"Não"
Ela sorriu fracamente; talvez o mau-humor já tivesse passado.
"Terminamos" constatou com um sorriso "Como eu imaginava, nenhum arranhão. Creio que já pode ir embora, Hyuuga-san".
Ele assentiu enquanto a médica tirava as mãos leves de seu ombro.
A jovem já estava para se virar quando ouviu novamente a voz, agora hesitante, do Hyuuga:
"Ahn... Sakura-san, eu queria saber se gostaria de jantar comigo nesta sexta-feira à noite".
A médica congelou no lugar.
Hyuuga Neji havia mesmo a convidado para sair? Algo estava errado no mundo, afinal, ela não recebia muitos convites pelo fato de quase nunca sair do hospital e praticamente não ter uma vida social, e agora, receber um convite do prodígio do clan Hyuuga era algo totalmente novo e inesperado para ela. E... ele a havia chamado pelo primeiro nome.
"Um jantar?" Ela perguntou novamente, como se quase não tivesse entendido e procurasse algum tipo de confirmação do rapaz. Seus olhos verdes agora sustentavam um olhar de confusão mirado ao dele.
Ele assentiu um pouco mais confiante, mas ainda assim, podia-se ver, superficialmente, um pouco de nervosismo ao esperar a resposta da doutora.
"Ahn... Tipo, um encontro?" indagou; as palavras quase não saíam de sua boca.
"Sim, um encontro." Ele confirmou.
E agora? O que ela deveria fazer? Aceitar o convite do prodígio? Não sabia ao certo, afinal, não estivera em tantos encontros e o namoro mais longo que já havia tido durou apenas seis meses e meio. Ela não tinha muita experiência nessas coisas.
"Eu..." Ela começou, mas, não sabia como terminar; não havia tomado uma decisão ainda.
Droga, ela tinha de tomar uma decisão rápida.
"Tudo bem." Concordou com um fraco sorriso.
Ele quase sorriu de alívio quando a ouviu. Estava considerando a idéia de levar um fora da bela doutora, mas, felizmente, aquilo não havia acontecido.
"Fico grato com a resposta" Foi o que ele disse. "Então, que horas posso buscá-la?"
Ela ponderou por alguns instantes.
"Acho que pode ser às sete horas." Sorriu.
Ele assentiu e, em um movimento rápido, desceu da maca ficando a poucos centímetros da jovem médica. Ela chegava um pouco acima dos ombros dele.
"Obrigada... Sakura." Ele sorriu um pouco ao pronunciar o nome da jovem.
Ela sentiu-se enrubescer.
"Meu prazer, Neji-san."
Ele assentiu e com isso, saiu do consultório rapidamente deixando uma confusa Sakura para trás.
"Dia surpreendente." Foi tudo o que disse antes de sair do próprio consultório e, trancando a porta, aproveitou para dar uma olhada no relógio.
6:12hs.
"Ainda dá tempo de visitar a Yumi." Sussurrou enquanto seguia pelos corredores do hospital em busca da ala de oncologia.
Era estranho como, de repente, a vida resolvia colaborar para o lado da médica e ela, em uma genuína inocência, não sabia como controlar as novidades. Era ingênua quando se tratava de assuntos, vida, pessoal. Por conta disso, tinha se certificado muito bem de ter algum tipo de conselheira – amiga no melhor termo -, em cada esquina. E, como Ino não estava a todo o tempo por perto, por conta das missões e seu atual namoro com Chouji, Sakura tinha de providenciar outra amiga e foi assim que encontrou Yumi.
"Hey, Raio de Sol, como foi o seu dia?" A jovem médica perguntou enquanto se inclinava na porta da sala onde sua pequena amiguinha de 11 anos se encontrava.
A menina sorriu.
"Foi bom, Rosada." Respondeu alegremente "E o seu? Por que não consegui te ver hoje?".
A médica suspirou pesadamente enquanto seguia em direção à garotinha deitada na maca e sentou ao seu lado.
"Foi um dia corrido" Respondeu sorrindo. "Sabe aquela paciente maluca que eu te falei?" A menina estreitou os olhos como se tentasse lembrar de algo "Aquela que acreditava ser sonâmbula e tudo o mais" A rosada insistiu.
Os olhos da garotinha pareceram brilha com conhecimento.
"Aquela que insistiu que você a internasse?"
A médica assentiu.
"Essa mesma." Confirmou "Ela veio aqui novamente e pediu para ser internada mais uma vez, então, eu perguntei qual era finalmente o motivo e ela disse que queria fugir do marido dela".
Yumi parecia chocada.
"Sério?! Todo esse escândalo para nada?"
"Sim, e dessa vez, o filho chamou o pai e marido e mulher acabaram discutindo bem no meio do hospital" Ela disse "Então eu tive de resolver a discussão".
A garotinha sorriu.
"Senti muito a sua falta hoje" A rosada disse com um sorriso.
"Eu também".
Sakura se inclinou para abraçar a menininha.
"Yumi," ela começou "Eu tenho que te contar uma coisa muito legal que aconteceu comigo hoje".
Ambas sorriram.
"Bem, quando eu estava prestes a terminar meu turno e dar uma passadinha aqui para ver você, uma equipe ANBU chegou de uma missão e o Capitão Hyuuga estava no meio." A menina estreitou os olhos um pouco confusa, como se procurasse a razão para tanto entusiasmo "Eu fui dar uma olhada no Hyuuga para conferir cortes, envenenamento e essas coisas, então, no final da consulta, ele me convidou para jantar nesta sexta".
Os olhos da menininha se iluminaram.
"Sério?! Minha nossa, Rosada, ele é lindo!"
"Eu sei!" Ela concordou alegre.
"E o que você disse?!" Perguntou curiosa.
Sakura parou um instante, como se para fazer suspense.
"Eu...aceitei." Respondeu com um sorriso.
Yumi quase não conseguia se segurar de felicidade e estava prestes a gritar isso para o mundo antes de Sakura a repreender com um sorriso.
"Hey, hey, tem pacientes querendo dormir por aqui, Raio de Sol".
A menina reprimiu uma risadinha.
"Eu sei, mas isso é incrível, Rosada. Você vai a um encontro!"
"Eu sei! É demais, não é?"
A menina assentiu.
Ambas ficaram em silêncio por alguns segundos. Cada uma curtindo o sorriso da outra. Era ótima a relação que mantinham, eram amigas de verdade.
"Eu estou muita, muito feliz por você, Rosada."
Sakura sorriu ainda mais.
"Você me faz feliz, Raio de Sol."
Yumi se inclinou para abraçar a médica e, logo quando se separaram a rosada deu um pequeno bocejo, o que fez a menininha ficar atenta às pequenas olheiras debaixo dos olhos da amiga.
"Você devia ir descansar."
Sakura sorriu.
"Quer saber? Eu vou mesmo. Não tenho dormido muito ultimamente, Raio de Sol."
A menina também sorriu enquanto observava a médica levantar-se da maca e seguir em direção à porta para dar um último aceno àquele dia.
"Tchau, Raio de Sol."
"Tchau, Rosada."
Ambas sorriram ainda mais e com isso, Sakura saiu da sala.
"Prometo que não vou mais gritar no hospital!" foi à última coisa que a rosada pode ouvir.
Um berro de sua melhor amiga, bem no meio de um hospital.
Então, há muito tempo eu queria iniciar essa fic, mas por motivos pessoais, não estava encontrando tempo. Dessa vez, eu consegui escrever ao menos um capítulo para ela e, vou continuar escrevendo conforme o número de reviews e o número de aprovação dos leitores.
Não sei se irão aceitar muito bem essa fanfic, pelo fato de não ter um casal definido, ou situações definidas, pelo fato de que quero dar características nobres e reais a cada detalhe da história.
BEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEM, tomara que vocês mandem muuuuuuuuuuuuuuuuitas reviews e gostem da fic.
OBS: Só vou entender como aprovação do público quando receber, mais ou menos, 7 reviews. Obrigada =D
