Autor: Dione Kurmaier

Nome da fic: Jazz on the Phonograph

Observação: Pós Hogwarts

NA: Nada disso me pertençe, só me divirto. Fic escrita para o Projeto Roleta Russa do 6v.

Jazz on the phonograph

Por Dione Kurmaier

Ela pegou o vinil antigo que pertencia aos seus pais e o colocou na vitrola, ainda sem soltar a agulha. Ele permanecia sentado no sofá, com a taça de vinho na mão, com uma face pensativa, enquanto fitava a lareira. Ele era belo. Com aquela pele negra e olhos insondáveis, ele a fazia se sentir bem, se sentir mulher. Se sentir no lugar certo e na hora certa.
Ela então deixou o jazz antigo rolar alto pela sala, enquanto sentava-se de frente à Blaise. Ele, que até então mirava a lareira vendo o fogo a crepitar, fitou-a atentamente. Ela sorriu e tomou um gole da própria taça e falou:
- Quando você vai embora?
O toque leve que o jazz trouxe para sala desapareceu, deixando uma leve tensão no ar. Pansy viu o corpo de Blaise se retesar, mas fingiu não ligar. Ela precisava saber quando ele partiria.
- Daqui a quatro horas.
Ela então deixou a taça de vidro cair e, de repente, ela não ouvia mais nada, a não ser um zumbido. Ela não podia acreditar que ele a deixaria assim, de uma hora pra outra. Ele viera se despedir, mas ela acreditou que ele iria embora dali dias, não em horas. Ela só levantou o rosto que nem havia percebido ter abaixado e colocado entre as mãos quando ele suavemente chamou seu nome e tocou seu queixo, o empurrando pra cima.
- Pansy, se acalme – ele então acenou com a varinha e fez a música alegre parar. – Por favor, não torne as coisas ainda mais difíceis. Você é a única amiga que eu tenho que sobreviveu a tudo que aconteceu... – ele engoliu em seco e ela deixou uma lágrima cair de seus olhos. Ela queria ser mais do que uma amiga para ele. – Você é a única pessoa que me restou.
- Por favor, Blaise...
Ela se levantou do sofá e o abraçou. Ela nunca o havia abraçado antes, mas precisava senti-lo junto com ela naquele momento. Precisava sentir por um só instante que o homem que ela amava estava ali com ela.
- Confesse, Pansy – ele disse em seu ouvido. - Você sabe que se você confessar eu não irei embora. Nunca.
Ela precisava dizer e ele precisava ouvir.
- Por favor – ele sussurrou.
Ela ficou rígida em seus braços e então ele pensou que a velha Pansy estivesse de volta, mas então ele se surpreendeu.
- Eu te amo. Te amo muito e não quero que me deixe, não quero que vá – ela olhou nos olhos dele. – Quero que fique aqui comigo, na minha casa, ouvindo jazz na vitrola e bebendo vinho em frente à lareira, enquanto conversamos e nos beijamos. Quero construir uma família com você, Blaise. Quero você mais ainda na minha vida.
Então o homem a beijou. Não foi um beijo qualquer. Foi com gosto de vinho, gosto de amor, gosto de revelação. E então com outro aceno quase imperceptível, o jazz alegre voltou a imperar na sala, ainda mais alto, enquanto a vitrola enlouquecia e ele a pegava no colo para levá-la ao quarto. Os dois sorriam. Os dois seriam felizes.

FIM