MUDANÇAS
Categorias: Tributo/Desafio = Orgulho LGBT, Prêmio de 1º Lugar do Leitor do Mês de Maio/2014 para ShiryuForever94 do fórum Need For Fic; Slash (M/M); Pós-Capitão América 2; Steve's POV.
Frase-tema: Você nunca encontrará paz até que você ouça o seu coração. (usei a frase como inspiração);
Palavras: Esperança + Memória
A fanfic "Heaven", do Fabinho, me inspirou *o*
MUDANÇAS
E foi assim que, finalmente, o que era apenas um sopro de esperança se tornou realidade.
Muito tempo se passou. Não foram apenas dias, foram meses. Um ano. Uma dura e dolorosa espera, cheia de tentativas fracassadas e tentativas quase bem sucedidas. Levar Bucky para morar no meu apartamento foi a melhor opção que eu tive. Ninguém foi a favor. Todos achavam que ele poderia, sei lá, acordar no meio da noite pra tomar um copo de leite e simplesmente entrar no meu quarto e me matar. Achavam que eu estava vulnerável, que abaixaria a guarda porque eu estava emocionalmente envolvido. É claro que eu estava envolvido, caramba. Era o Bucky! Meu único e melhor amigo havia voltado da morte, assim como eu. Tudo bem que agora ele era considerado um inimigo, mas eu sempre ficarei do lado dele. Ele teve sua chance de matar. E de me deixar morrer afogado. Mas ele preferiu me salvar. E agora é a minha vez de salvá-lo.
O segredo era não forçar a barra. Deixei Bucky a vontade. Ele tinha seu quarto. Tinha uma televisão, que ele preferiu ignorar. Tínhamos uma geladeira cheia de novidades gastronômicas para ele (e eu preciso dizer que, com a geladeira, ele desenvolveu uma rápida amizade). No começo, um sentimento ainda me mantinha um pouco longe dele. Queria poder sentar ao seu lado no sofá como nos velhos tempos. Mas ele me rejeitava. Convidá-lo para uma volta no parque? Ele teve medo da quantidade de pessoas por perto. Treino de boxe? Ele se recusou. Tinha medo de não se controlar.
Sugeri uma mudança no visual. Ele não era mais o Soldado Invernal, então não fazia sentido continuar com a aparência dele. Cabelo cortado, barba feita, roupas novas (mas a mesma insistência em esconder o braço de metal com mangas longas). Fiquei animado com tudo aquilo. Mas ele continuou fechado em seu próprio mundo.
Minha lista de opções estava quase no fim. Ele não se lembrava de nada. Eu não avançava em nada.
Até que percebi que nada do que eu fizesse iria muda-lo. Bucky ainda não era Bucky porque suas [b]memórias[/b] ainda eram a do Soldado Invernal. Eu nunca venceria esse jogo se não mudasse de estratégia.
Nossas fotos e nossos vídeos antigos do Memorial ajudaram. Mas não foram o suficiente. Ele ainda agia com medo; mas medo do que?
Até que numa noite ele aceitou meu convite para jantarmos em um restaurante. Nada demais, apenas queria tirá-lo um pouco de casa. Comemos em silêncio. Na hora da sobremesa, mais silêncio. Fomos para o estacionamento pegar meu carro. Respirei fundo algumas vezes. Minha [b]esperança[/b] em sua recuperação já não fazia meu coração se animar.
"Foi uma noite gostosa, Steve".
Ele falou comigo? Assim, cinco palavras por livre e espontânea vontade?
"Precisamos fazer isso mais vezes".
Mais cinco palavras. E um meio sorriso mais um olhar tímido. Não aguentei e sorri. Eu devo ter feito uma cara de bobo, porque o sorriso dele aumentou.
Esse é o Bucky. Meu Bucky. Esse cara já me salvou várias vezes. Agora é a minha vez de salvá-lo.
