Título: Um Momento no Tempo

Por: The Shadow Bandit

Classificação: M

Pares: Harry/Draco

Gênero: Angst/Romance

Traduzida Por: Celly M.

Sumário: Universo Alternativo: durante seu sétimo ano, Harry aprende que sua vida pode mudar para sempre em um único momento no tempo.

Avisos: essa história contém slash e mpreg, mas nenhum dos dois será gráfico.

Nota da autora: um agrdecimento em especial à Shadow Bandit, que permitiu que eu fizesse mais uma tradução, dessa vez, minha primeira mpreg. Quem me conhece sabe que eu não sou muito adepta ao gênero, mas essa é uma das poucas que me conquistou. Já agradeço também a todos que passarem por aqui e que deixarem seus comentários (ou não). Mas a esses últimos, nada de sapos de chocolate ou passe para ver o Harry tomando banho no banheiro dos monitores! Um beijo à Arsínoe que quis que eu começasse logo a tradução dessa fic!

Capítulo 1: Traído

Palavras... estranhas palavras de conforto. Essas foram as únicas coisas que me restaram. Os dementadores levaram todo o resto. Tudo se foi; já haviam ido há algum tempo e essas palavras são as únicas coisas que me foram deixadas.

Às vezes quando eu pego no sono, ainda posso sentir seus rostos e me lembrar do que costumava chamar de "os bons tempos". Tempo esse antes de eu ser traído e sentenciado a morrer sozinho e abandonado pelo mundo que um dia me colocou em um pedestal. Mas, acima de tudo, quando meus, até então, amigos, família e mentores, assombraram meus sonhos com seus rostos que eram tudo, menos agradáveis.

Ainda agora quando fecho meus olhos, posso ver o exato momento em que minha vida começou a se despedaçar. A maioria das pessoas que achava que me conhecia iria pensar que esse momento havia sido quando Voldemort tirou minha família de mim, ou quando Dumbledore roubou minha infância, me colocando sob a tutela dos meus parentes trouxas. Mas não, apesar disso tudo, de alguma maneira, eu havia conseguido contornar e manter minha inocência; ainda olhava para o mundo por um par de lentes rosadas, por assim dizer. Não que o evento a que estou me referindo tenha ocorrido muito tempo depois, e tivesse um efeito muito maior que devastador e duradouro em minha vida. Foi então que eles roubaram a minha alma.

Era um dia atípico e claro no final de Abril. Os planos para o Baile da Primavera estavam a caminho naquele ano, meu sétimo e último ano em Hogwarts para ser mais exato. Eu havia deixado a companhia de meus amigos para fazer uma caminhada sozinho pela extensão do lago, tentando clarear minhas idéias. Aquilo havia se tornado um tipo de ritual para mim, que eu comecei no verão anterior, quando havia ficado em Hogwarts para extra instrução e treinamento de defesa.

Meus pensamentos naquele dia estavam focados não na guerra que se aproximava do lado de fora desses pacíficos terrenos, mas na confusão emocional que estava tomando conta de mim. Eu nunca fui de namorar muito, e não posso dizer que estive envolvido em um relacionamento que tivesse durado mais do que algumas semanas. Ninguém sabia, mas há um ano mais ou menos, eu me sentia secretamente atraído por um certo loiro. Estava certo de que os sentimentos eram recíprocos, mas nós nunca mencionamos isso, e nunca tomamos nenhuma providência a respeito. Em retrospecto, eu acho que pelo menos uma ou duas pessoas podem ter desconfiado de alguma coisa, mas agora eu nunca saberei ao certo.

O ar havia se tornado visivelmente mais frio, quando o sol se pôs e eu finalmente percebi quanto tempo havia passado enquanto eu estava perdido em meu próprio mundinho. Corri para dentro do Salão Principal esperando aproveitar o final do jantar, já que estava com fome. Decidi que se o jantar já estivesse acabado, eu simplesmente entraria nas cozinhas para um lanchinho, já que havia adquirido esse hábito ultimamente. Ser o Monitor-Chefe tinha seus privilégios, além do meu quarto pessoal e banheira. Engraçado, se voltasse no tempo, perceberia que nunca tive a oportunidade de fazer outra refeição dentro da única casa que havia conhecido desde que tinha onze anos.

No momento em que entrei no Salão Principal foi o momento em que tudo veio abaixo.


Harry gentilmente abriu as portas do Salão Principal, esperando entrar sem ser notado. Porém, assim que ele entrou na sala, ele pôde perceber que algo estranho estava acontecendo, algo estranho e muito errado. Ele mal teve tempo de perceber os rostos de Ron e Hermione, aos prantos, antes de ser pego por trás, seus braços sendo virados dolorosamente para trás, enquanto alguém o revistava e confiscava sua varinha.

- Ei, me deixa! O que está fazendo? -protestou, enquanto era brutalmente arrastado do chão para a mesa principal, onde um grupo de Aurores estava reunido.

Harry estava surpreso quando olhou para a mesa da Grifinória e viu o repúdio e as acusações que estavam nos rostos de seus companheiros de Casa. Enquanto Harry rapidamente olhava pelo Salão, ele não encontrou nenhum rosto amigável.

- O que está acontecendo? O que aconteceu?

Antes que Harry pudesse assimilar todos os fatos, ele foi atingido pelo punho de ninguém menos que seu melhor amigo, Ron Weasley.

- Eu te odeio, Harry. Como pôde fazer isso comigo, com a minha família, depois de tudo o que fizemos por você? Como pôde fazer aquilo? -Hermione estava rapidamente ao lado do ruivo, tentando acalmá-lo.

Harry puxou suas amarras, mas não conseguiu se defender, ou mesmo limpar o sangue que começou a escorrer de seu nariz; mas ele podia sentir o gosto da substância amarga no momento em que ela desceu-lhe pelos lábios. Ele continuou a observar seu enraivecido amigo com uma curiosa confusão.

- Ela te amava, Harry, todo mundo sabe disso. O que aconteceu, você não a queria, mas não queria que Creevey a tivesse também? Eu nunca te tomei pelo tipo ciumento; você me enoja. -Ron arrancou o distintivo de Monitor-Chefe das vestes de Harry e jogou no chão.

Harry ignorou Ron por um momento, sabendo bem que quando seu amigo de cabelos vermelhos estava irritado, ele perdia a razão, e naquele momento, ele estava mais irritado do que em qualquer situação que ele já havia presenciado durante todos aqueles anos em que se conheciam.

- Hermione, o que está acontecendo? Por favor, me diga o que eu fiz.

Harry visivelmente se encolheu com o olhar de absoluta repulsa que viu no rosto que conhecia há quase tanto tempo quanto seu próprio. Antes que Harry pudesse dizer outra palavra, ele foi virado rapidamente e obrigado a encarar o que parecia ser o chefe dos Aurores.

A mulher de meia-idade, baixinha e de cabelos castanhos, fitou o alto e bonito rapaz parado a sua frente e balançou sua cabeça, em descrédito, como algo assim podia ter acontecido? Como uma comunidade inteira podia estar tão errada a respeito daquele garoto? Um herói, era o que ele havia se tornado. Respirando profundamente, o Auror, em uma voz clara, disse.

- Harry James Gryffindor Potter, você está sendo acusado do assassinato premeditado de Virginia A. Weasley e Colin M. Creevery. Você ficará mantido sob a custódia do Ministério da Magia por quanto tempo for necessário até que um julgamento seja marcado.

Harry sentiu como se todo o ar tivesse sido tirado de seus pulmões, quando sentiu seu corpo despencar e foi apoiado apenas pelos Aurores que o seguravam de ambos os lados de seu corpo.

- Eu não fiz nada... eu apenas estava caminhando lá fora. -Harry murmurou para quem estivesse disposto a ouvi-lo, ainda tentando processar o fato de que Gina e Colin estavam mortos. - Eu nunca machucaria Gina ou Colin. Vocês têm que acreditar em mim. -Harry levantou os olhos pedintes para onde o Diretor estava sentado, implorando que seu mentor acreditasse nele.

O coração de Harry se despedaçou diante do olhar de desapontamento e traição presentes nos sempre tão cintilantes olhos azuis. A última coisa de que Harry lembrou-se foi ter visto, após o grito de "Estupefaça!" de um dos Aurores, foi Draco Malfoy tentando alcançá-lo e sendo forçadamente contido, por um preocupado Professor Snape.


A maior parte do tempo entre a prisão e o julgamento de Harry passou tão lentamente, que chegava a ser doloroso. Ele estava sendo mantido em uma solitária dentro do Ministério da Magia, onde não lhe eram permitidos nenhum tipo de visita. Mais do que isso, Harry não tinha como descobrir se havia alguém que ainda acreditava nele. Um advogado bruxo havia passado algum tempo com ele no dia anterior, explicando o que aconteceria durante o julgamento. O advogado iria apresentar sua defesa após a apresentação do caso pela acusação. Então, o réu seria normalmente solicitado para testemunhar a favor de si mesmo. Como já seria de se esperar, ao réu seria dada uma dose de Poção da Verdade, geralmente Veritaserum, mas como o Professor Dumbledore já havia informado à Corte, Harry era imune à ela, que era a poção da verdade mais forte de todas. Como resultado, Harry não poderia testemunhar. À defesa só seria permitida refutar as provas apresentadas pela acusação, mas não apresentar nenhuma de sua parte. Não havia sido contado a Harry qual evidência a acusação tinha, mas pelo olhar do advogado, as chances de ele ser considerado inocente eram mínimas.

Ter sido mantido sob os efeitos de uma poção durante a maior parte do tempo em que esperava pelo julgamento, Harry estava completamente desorientado quando foi arrastado até a sala do tribunal. O garoto assustado fitou tantas pessoas quanto podiam, as mesmas que o analisavam naquele, que mais tarde seria conhecido como 'o julgamento do garoto que matou'. A maioria dos rostos não foi reconhecido por Harry e ele imaginou que fossem membros da imprensa. Os poucos que reconhecia não podiam ser classificados como amigos. Apenas o Professor Snape e Draco Malfoy encontraram seus olhos.

Se pensasse bem, agora, Harry não se lembrava muito de seu julgamento, na verdade, seus amigos haviam sido chamados para testemunhar contra ele. Supostamente, Hermione e Ron haviam testemunhado seu ataque e assassinato de Gina e Colin havia sido encontrado previamente morto na cena do crime. Ficou suposto que Harry havia ido ao encontro do casal de namorados e os surpreendeu em um momento particular, e, um acesso de ciúme doentio, rapidamente assassinara Colin e então foi atrás de Gina. Não havia apenas testemunhas ao assassinato de Gina, mas a assinatura mágica pessoal de Harry, algo que se assemelhava a impressão digital, foi encontrada na cena do crime.

Era realmente engraçado. Agora, que sua vida estava a ponto de ser tirada de si por um crime que nunca cometeu, ele se lembrava de um comentário ridículo que Draco havia feito, no último verão, enquanto melhoravam suas habilidades para as lutas em Hogwarts. Um dia, após uma longa noite de natação pelo lado, Draco havia posto um dos braços no ombro de Harry, dizendo: "Ame seus inimigos, Harry, porque seus amigos podem se tornar um bando de imbecis". Aquela afirmação nunca pareceu tão verdadeira naquele momento.

Muitas pessoas não haviam percebido, mas Harry e Draco haviam sepultado a raiva que tinham em algum momento de seu sexto ano, quando ambos perceberam que a implicância e infantilidade lhes tomava muito tempo e energia. Tempo e energia que nenhum dos dois tinha a perder. Tanto Harry quanto Draco haviam percebido durante o quinto ano deles, com a ressureição de Voldemort, que não podiam mais se dar ao luxo de não prestar atenção às aulas. Aquela pequena revelação levou ambos a se tornar dedicados em aprender. E não apenas com o trabalho da escola, mas com qualquer aula extra de defesa, feitiço e maldição, qualquer coisa que pudesse, potencialmente, ajudá-los a sobreviver aos tempos difíceis que sabiam estar certos de chegar, era absorvida. Até mesmo naquele momento, Ron não havia entendido; nenhum de seus companheiros da Grifinória haviam, era verdade, agora que Harry pensava a respeito. Em sua retrospectiva, ele imaginou se não havia sido naquele momento que começou a se distanciar de seus companheiros de casa.

Com esforço e dedicação, Harry encontrou-se melhorando em todas as áreas de estudo, até mesmo em Poções. Sempre considerado ser um bruxo poderoso, suas abilidades mágicas naturais, o levaram a pontuações elevadas não apenas em Defesa Contra A Arte Das Trevas, mas também em Feitiço e Transfiguração. Harry ainda pode lembrar-se do olhar incrédulo de Hermione quando as notas dos NOM's haviam sido divulgadas e Draco e Harry haviam empatado com a garota com uma perfeita pontuação de 13.

Desde o início de seu sexto ano, Harry havia realmente começado a se afastar de seus companheiros. Hermione ainda era a vidrada em livros, mas conforme o treinamento deles progredira durante os anos e os feitiços iam se tornando mais difíceis de serem lançados, ela encontrava dificuldade de fazê-los, já que sua magia interior era apenas mediana.

Ter chegado a puberdade dois anos antes da idade esperada, o que segundo o Diretor só acontecia a bruxos extremamente poderosos, e significava treinamento extra, tanto físico como mágico, com Severus, Remus e Sirius, transformou Harry em um bruxo confiante, experiente e muito poderoso.

Harry aprendeu muito sobre si mesmo durante o tempo em que treinava, lutava e aprendia com Draco e em muitas vezes, Severus. Ele sorriu quando se lembrou de como seu amigo loiro havia convencido Severus a ensiná-los sobre as artes das trevas durante o verão. Em muitas tardes, podia-se encontrar os três esgueirando-se até a Câmera Secreta para aulas particulares, o único lugar nos terrenos de Hogwarts que era protegido o suficiente para que ninguém pudesse detectar a prática das artes das trevas.

O moreno foi sacudido de suas lembranças quando o Juiz pediu que ele se levantasse para ouvir o veredicto. Harry tentou deixar que ninguém percebesse como tremia quando ficou de pé sozinho, ouvindo que o haviam sentenciado como culpado pelo assassinato de suas pessoas que haviam sido seus amigos por mais de cinco anos. No instante seguinte, o Juiz o condenou a prisão perpétua em Azkaban, já que pela lei da magia, bruxos menores de 18 anos não podiam receber o Beijo do Dementador.

A comemoração quando a sentença foi lida, especialmente por um grupo de ruivos em particular, cortou seu coração. Qualquer esperança que Harry podia ter que alguém acreditasse nele, havia morrido bem ali. Até mesmo Remus, que havia sido um dos melhores amigos de seus pais, além de um amigo e mentor para Harry mesmo, o olhava com extrema decepção e nojo. Era a primeira vez que Harry estava agradecido por seu padrinho, Sirius Black, ainda ser um fugitivo. Daquela maneira, Harry seria poupado de olhar para ele e encontrar os olhos cheios de fúria. A ironia de ter a única pessoa que ainda podia considerar família para ele, seu padrinho, que havia sido condenado a prisão perpétua em Azkaban por um crime que não havia cometido, não passou desapercebido pelo moreno da Grifinória.

Harry tentou não demonstrar medo quando os dois dementadores se aproximaram para levá-lo à prisão. Manter a cabeça erguida enquanto era escoltado para fora da sala de audiência, ouvindo os gritos de sua mãe enquanto era assassinada pelo Lorde das Trevas foi uma das coisas mais difíceis que podia se lembrar de ter feito.


Draco observou os procedimentos do tribunal, sentando-se o mais longe e no canto mais escuro que podia da corte. Estava ao lado de seu padrinho e confidente, Severus Snape. O loiro observava seu redor em incredulidade. Sempre pensara que Harry tinha uma vida perfeita, o destruidor de regras que nunca era pego, o Garoto Dourado, e até mesmo o odiara pela maior parte dos últimos cinco anos. Mas aquilo era inesperado, ridículo até. Será que as pessoas realmente acreditavam que o herói deles, o seu salvador, por Merlin, era capaz de assassinato a sangue frio? Será que haviam todos perdido a cabeça? Como alguém que conhecia Harry remotamente podia pensar que ele faria coisas horríveis que estava sendo acusado?

Lembrou-se de quando Harry havia sido preso no Salão Principal. Ninguém podia fingir aquele ar de incredulidade, aquela inocência que era a essência do moreno, e ainda assim ele negou veementemente o envolvimento naqueles crimes. Draco sabia, sem sombra de dúvidas, que Harry era inocente.

Ele tentou chegar até Harry, ajudá-lo, protegê-lo, mas Severus o impediu. Eles estavam mantendo em segredo a amizade que tinham e não ajudaria em nada ao moreno que o filho de um suspeito Comensal da Morte o estava apoiando.

Após Harry ter sido levado pelo Ministro, Severus e Draco tentaram descobrir o que havia realmente acontecido, mas até o presente momento não haviam tido sorte. Quem quer que houvesse esquematizado para Harry havia feito um ótimo trabalho, mas ambos estavam determinados em continuar buscando provar que Harry havia sido falsamente incriminado. Parecia-lhes muito estranho que até mesmo a Diretora da casa do garoto, McGonagall, e até mesmo o Diretor Dumbledore, que eram os maiores defensores dele, haviam virado as costas para o adolescente.

Harry e ele haviam ficado muito próximos nos últimos dois anos. Ninguém, a não ser os dois, sabiam quão próximos haviam ficado e Draco estava confiante que a proximidade ficaria ainda maior conforme envelhecessem e tivessem as oportunidades certas após a graduação. O loiro havia conseguido admirar Harry pelo que ele era, não pelo que todos acreditavam que ele era. Ele até mesmo havia chegado a conclusão de que amava o moreno. Ele sabia que Harry estava começando a sentir alguma coisa em relação a ele também, mas sabia que em assuntos do coração, Harry era muito novo e ainda levaria algum tempo para que ele conseguisse convencê-lo a prosseguir em um relacionamento com ele. Draco decidiu que qualquer tipo de relacionamento daquele jeito deveria esperar até após a graduação, e então somente se ele não fosse forçado por seu pai a unir-se ao Lorde das Trevas.

A família Malfoy era, por muito tempo, simpatizantes dos ideais elitistas. O conceito de que as famílias de sangue-puro eram mais fortes e melhores que aquelas que eram normalmente misturadas, ou tinham o sangue diluído com o dos Trouxas. E com uma certa extensão, Draco havia continuado a reconhecer as virtudes daquele trilho de pensamentos. Ao continuar a introdução do mundo mágico aos nascidos trouxas e aos bruxos que poderiam, eventualmente, levar à exposição da magia a todos os trouxas podia levar à uma perseguição e destruição do modo de vida que havia se instalado dentro da família do loiro por mais séculos que qualquer um poderia se lembrar. Em sua cabeça, ensinar aos filhos e filhas de trouxas não valia o risco.

Então, Draco havia sido criado para aceitar as expectativas que haviam sido estabelecidas para ele muito antes de que ele pudesse entender o que um Trouxa realmente era. Primeiramente e mais importante de tudo, era esperado que ele se unisse a Lorde Voldemort como seu servo fiel. Sua iniciação havia sido marcada dois anos antes, para a primeira noite de lua cheia após sua graduação. Draco se sentia grato por ter conseguido convencer seu pai de que seria muito arriscado para ele ganhar a Marca enquanto ainda estivesse em Hogwarts e ainda estivesse debaixo das barbas do eterno admirador dos Trouxas, Dumbledore.

E em segundo lugar, ele tinha que odiar Harry Potter.

Apenas Severus e Harry sabiam de seu encontro pendente com Voldemort, e os três estavam trabalhando em uma maneira de evitar Draco ter de jurar qualquer tipo de aliança ao pai dele e todos aos que se seguiam. Agora, parecia que tudo o que haviam planejado estava por terminar, Draco sabia no fundo de sua alma que Harry seria considerado culpado de assassinato.

Mesmo sabendo o que estava para acontecer, Draco não estava preparado para ouvir a sentença que não apenas destruiria a vida de Harry, mas também a sua. O loiro observou os dementadores se aproximar do lugar onde Harry se encontrava. Com os olhos marejados de lágrimas, ele reparou quando o moreno foi cercado pelas criaturas que tanto o afetavam.

E quando era levado para fora da corte, Harry recusou-se a encontrar os olhos acinzentados que o observavam cada um de seus movimentos, sabendo que ele não queria que Draco lembrasse dele daquele jeito, e o loiro entendeu.

Continua...

Nota da Tradutora: Sim, tia Celly fez de novo. Mais uma tradução de Harry Potter, fresquinha, de uma fic amore. As fics da Blanche ainda estão a caminho então esperem muitas surpresas no mês de março. Minha inspiração está voltando, acho que vou sair das férias forçadas. Em 28/02/2006