Nome: Duas Luas
Ship: Loki e OC
Rate: M
Disclaimer: Avengers assim como seus personagens não me pertencem e sim aos seus determinados proprietários. O enredo e os personagens originais são de própria dessa autora. Não há nenhuma intenção de violação de direto autoral, apenas uma jovem fã da série querendo prestar sua homenagem aos personagens que aprendeu a amar.
Nota da Autora: Eu sou completamente apaixonada pelo Loki, tenho que admitir, e durante muito tempo tive meus medos sobre escrever sobre o personagem porque tinha medo de acabar estragando não conseguindo descrevê-lo corretamente. Bom, finalmente consegui coragem para postar essa história que estava na minha mente já fazia um tempinho. A história se passa durante os Vingadores no primeiro filme, algumas coisas serão idênticas, outras nem tanto. Ainda estou fazendo minha mente sobre usar eventos de Thor 2, Homem de Ferro 3 e Capitão América 2. Se eu for usar, vocês saberão.
Bom, espero que gostem.
Prólogo
Maria se encolheu ao canto do seu quarto, sentindo seu corpo doendo, mas ela já estava acostumada com aquela dor, a dor da invasão, as marcas dos dedos sobre sua pele começando a ficar meio roxo onde ele a apertou, as mordidas sobre sua coxa levemente avermelhadas. Sentiu o gosto de suas lágrimas entre seus lábios junto com o gosto de seu sangue por causa do corte em sua boca.
Tentou chorar baixinho para não acordar Jane, a pequena já tinha chorado tanto ao ver Maria voltar ao quarto daquele jeito, não queria preocupar ainda mais a criança.
Ela se sentia tão cansada...
Cansada de estar só, sem ninguém lá fora que pudesse confortá-la ou abraça-la. Jane estava lá, mas ela ainda era tão pequena, dentre em breve estaria completando oito anos, e parecia errado deixar que a garotinha a confortasse.
Maria também estava com medo, a última frase dele quando terminou com ela ainda rodopiava em sua mente.
"Você está ficando velha, Maria".
Ela sabia o que significava. Que dentre em breve ela não conseguiria mais usar seu corpo como escudo para proteger as outras garotas, que ele estava se cansando dela, e quando isto acontecesse, quem poderia impedi-lo de investir contra as outras meninas? A quem elas poderiam pedir socorro?
Sentiu seu estômago se revoltar ao pensar que ele poderia usar até mesmo Jane, e as lágrimas que tentava reprimir vieram com ainda mais força. Ela tinha suportado até ali, deixando que ele abusasse de seu corpo porque era a mais velha e a mais forte das demais garotas. Estava acostumada ao abuso contínuo do diretor do orfanato, mas o que ela faria agora que ele já a considerava sem atrativos?
Furiosa, apertou com força seus cabelos, tentando causar ainda mais dor a si mesma, como uma forma de se punir. Ela era fraca, boba e estúpida, a única coisa que ela sabia que poderia pará-lo era seu corpo... Mas e agora? Ela já não tinha mais utilidade para ele e as meninas sofreriam.
— Mama, o que eu vou fazer? - Sussurrou encarando a lua cheia lá fora através da janela aberta do quarto, tentando descobrir se de alguma forma sua mãe poderia ajudá-la, mas sua mãe estava morta, assim como seu papa e sua bisa... Todos eles se foram e ela tinha ficado só.
Levantou-se com dores e procurou caminhar sem fazer barulho em direção à porta do quarto, precisava de um banho, precisava tirar o cheiro de sexo impregnado em seu corpo que a fazia sentir ainda mais nojo, quando acabou tropeçando em algo.
— Ai ai... - Gemeu enquanto colocava a mão sobre sua testa, sentindo a mesma pegajosa, mesmo sobre a luz fraca da lua, percebeu que tinha se machucado e a mancha entre seus dedos era sangue... Seu sangue.
Olhando ao redor, tentou descobrir em que tinha tropeçado, quando acabou encontrando o livro que tinha comprado naquela manhã na pequena loja de antiguidades. Tinha o escondido do reitor porque sabia que ele ficaria furioso se visse aquele livro, diria que ela estava praticando heresias e a faria se ajoelhar e rezar sobre o milho como punição.
Dedilhou os estranhos símbolos sobre a capa de couro, ainda se lembrando das palavras da vendedora.
"Este livro irá se revelar para aquele ou aquela que for merecedor ou merecedora de conhecer seus segredos".
Por alguns segundos encarou o livro, se perguntando se ele se abriria novamente para ela. Respirando fundo, se concentrou sobre os estranhos símbolos de ferro e observou extasiada quando as trancas começaram a retroceder num perfeito caracol ao mesmo tempo em que ela ouvia o barulho das engrenagens.
Olhou com atenção e suspirou frustrada ao ver novamente as páginas em branco, até que uma gota de sangue em sua mão fez uma mancha sobre o velho livro e, pouco a pouco, as palavras começaram a surgir, deixando a jovem espantada.
— É real. -Sussurrou, observando as palavras e os desenhos sobre o livro. Tudo parecia tão delicado apesar de ser manuscrito. Havia letras diferentes sobre o mesmo, como se tivesse sido escrito por mais de uma pessoa, apesar de amarelado ainda estava em ótimo estado e um pouco além da metade se encontrava completamente em branco, como se não tivesse sido concluído.
— Essa língua... Como eu conseguirei ler este livro?- Pensou frustrada, deslizando delicadamente seus dedos sobre as palavras à sua frente, testando o som de algumas delas em seus lábios, e então de repente algo mudou, mesmo em outra língua, ela conseguia entender o que estava escrito à sua frente. — Mágica - Sussurrou admirada.
Mesmo com a luz fraca do luar, procurou vasculhar as páginas à sua frente sem saber ao certo o que procurava... Uma resposta, talvez. Se ao menos aquele livro tivesse a solução para seus problemas...
Havia os mais variados feitiços e conhecimentos dentro daquele antigo livro, mas Maria deslizava as páginas sem realmente prestar atenção a nenhuma... Até que ela leu uma pequena frase em um canto do livro sobre o qual seu dedo havia simplesmente parado sobre: Invocando o deus Loki.
Loki.
Ela sabia quem ele era, tinha lido sobre ele na escola. O deus da Mentira e da Malícia, dizia o texto. Maria sempre fora apaixonada por mitologia, em especial a nórdica, e sempre alimentou em segredo o desejo de que tudo fosse real, que não fossem apenas histórias.
Tinha ficado extremamente animada quando falaram sobre esse deus, Thor, que tinha protegido alguns humanos em alguma cidade pequena do interior... Ao ver aquelas imagens, foi como se algo dentro dela dissesse que era real, que ela não era louca por acreditar naquelas histórias, desde então procurava fascinada tudo que pudesse sobre os deuses dos vikings.
Até que o diretor do orfanato, um homem extremamente religioso, notou seu interesse e a obrigou a ficar ajoelhada por horas dizendo que ela não deveria encher sua mente com histórias de deuses pagãos. Tinha sido por isso que havia escondido aquele livro, sabia que ele ficaria furioso se soubesse que ela tinha voltado a pesquisar sobre os mesmos assuntos de antes.
Observou as palavras à sua frente sem saber ao certo como agir. Se ela pudesse ao menos invocar o deus, será que ele poderia ajudá-la a se livrar do reitor? Ele era o deus das mentiras e trapaças, não? Mas parecia tão errado aquele pensamento quando ele surgiu em sua mente... Ela não deveria. Deveria?
Respirando fundo, olhou para o céu lá fora, encarando a lua como se ela tivesse a resposta para seu dilema.
Não poderia ser errado, não? Ela só queria que o diretor parasse de machucá-la, que ele não machucasse mais ninguém, será que era tão errado querer que ele desaparecesse para sempre ou ao menos deixasse ela e as demais crianças em paz?
Mas, e se não funcionasse? Se desse tudo errado? Ou se desse tudo certo? Seria ela capaz de fazer o pedido? O que ele exigiria em troca?
Respirando fundo, caminhou até o pequeno banheiro do quarto e encarou sua imagem no espelho. Sua trança estava completamente desfeita, seu lábio inferior estava cortado, havia roxos e vermelhos por todo o seu corpo e um líquido pegajoso escorria por entre suas pernas, a lembrando do que tinha acontecido.
Sentiu sua bile se agitar e em poucos segundos todo o jantar daquela noite era liberado por seu estômago. Deu descarga e caminhou até a pia e escovou rapidamente seus dentes para tirar o gosto do vômito de sua boca. Respirou fundo e arrumou sua trança, e então com uma toalha de rosto molhada começou a se limpar, querendo tirar da sua pele o cheiro daquele homem. Se ao menos a água e o pano fossem suficientes para apagar as memórias de anos de abuso. Delicadamente, começou a limpar suas partes intimas devido à dor e não pode evitar novas lágrimas enquanto se limpava, observando a mordida avermelhada sobre um de seus seios.
"Não chore, Maria, não agora". Pensou consigo mesma, tentando reprimir as lágrimas, sabia que se tivesse a chance faria o mesmo novamente, antes ela do que alguma das meninas mais novas, elas não mereciam passar por aquilo.
Provavelmente teria que faltar a escola amanhã novamente para que não perguntassem sobre os roxos em seu corpo. Ela já estava muito atrasada em comparação às outras garotas de sua idade, não que não fosse inteligente, pelo contrário, era uma aluna dedicada, mas ela quase sempre precisava faltar para esconder os roxos em seu corpo ou porque ficava para trás cuidando de alguma das crianças mais novas quando estas adoeciam.
Colocou suas roupas dentro do cesto de roupas sujas e rapidamente colocou um de seus pijamas, caminhando novamente de volta ao quarto. Queria um analgésico para dor, mas não se lembrava onde tinha deixado sua cartela. Abriu uma de suas gavetas e retirou uma de suas pílulas anticoncepcionais, tinha conseguido as mesmas num posto de saúde, não suportaria a ideia de carregar um filho daquele monstro.
Jane ressoava tranquilamente do outro lado do quarto. E pensar que se ela não fizesse algo logo, a pequena poderia ser a próxima vítima daquele crápula, aquilo a fez sentir ainda mais ódio que anteriormente.
Encarou o livro ainda aberto esquecido sobre o chão e depois novamente a criança. Tinha tomado sua decisão. Não apenas por ela, mas por aquelas outras meninas que residiam no velho orfanato.
Respirando fundo, trouxe o livro para perto de si e ajoelhou-se em frente à janela com o livro à sua frente.
Deixou que as palavras se formassem em seus lábios. As mesmas fluíam tal como uma pequena melodia. Maria podia sentir toda a energia das palavras ao seu redor, como se o ar estivesse eletrificado, era uma sensação calma e ao mesmo tempo assustadora para a garota que nunca tinha vivido algo parecido.
"Por favor, dê certo". Implorava no fundo de sua mente. Quando a ultima palavra saiu de seus lábios (Melhor?), a jovem observou ao seu redor e suspirou frustrada ao ver que nada tinha acontecido... Bem, ao menos tinha tentado.
Fechou o livro e caminhou distraída em direção à sua cama, até que acabou esbarrando seu corpo em outro. Pela constituição física, ela sabia que era um homem, não era muito musculoso, mas dava para notar que era forte e alto, bem alto. A garota então ergueu sua cabeça e encarou, com certo fascínio, o belo homem de cabelos negros e olhos verdes à sua frente. Seus olhos pareciam duas esmeraldas escuras e nebulosas e a garota pegou-se perguntando o que aqueles olhos escondiam.
— Quem é você, mortal? Como conseguiu me trazer até aqui?
— Lo... Loki - Gaguejou assustada.
A sua frente com toda sua glória e pompa estava o próprio deus da Mentira e da Malícia.
"Ai meu deus." Mas qual Deus ela estava mencionando? Tinha funcionado, ela tinha conseguido, ele estava ali... Oh, não! Tinha funcionado.
Continua...
Nota da Autora: Bom este é meu primeiro capítulo dessa fic e só pra deixar bem claro, se atentem para a classificação da fanfic, vocês foram avisados e sim terá conteúdo maduro e até mesmo pesado dentro dessa fanfic. Me deixem saber se devo continuar ou não. Já estou trabalhando no capítulo seguinte.
AVISO:
Estou revisando Duas Luas com a ajuda de uma beta amiga minha, por isso não estranhe se virem capítulos escritos com travessões e outros com aspas, os capítulos com aspas são os que ainda não foram revisados. Estou enviando para revisão aos poucos *-* Beijos. Obrigada pela revisão Cora Félix - 08/10/2014
