Os personagens de Bleach percentem a Tite Kubo. Mas ele prometeu que ao fim da saga mandará o Byakuya pra mim pelo correio.


Ulquiorra notava a inquietação dos olhos de Inoue. Inquietava-se por amor. Mas o amor não podia ser visto! Então ele tentou tocá-lo.

/ ULQUIHIME / Presente pra Bih/

A mão que toca os sentimentos

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"O que faz as pessoas parecerem tão iguais? Por que razão essa igualdade se desfaz? Qual é a razão desse disfarce no olhar?"

( Olhos iguais aos seus - Engenheiros do Hawaii)

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Ela falava do coração e dos sentimentos que guardava nele. Ulquiorra tentava inutilmente compreender tais sentimentos. Nascera sem eles, vivera sem eles e imaginava talvez morrer sem jamais compreender o significado deles.

Inoue Orihime era um poço de sentimentalismo. Mesmo presa pelas garras invisíveis de Aizen e sob a constante vigilância dos Arrancars, ela não se preocupava consigo mesma. Poderia ser jogada a dragões, demônios e, quem sabe, a todo o exército do Las Noches, mas não deixaria de se preocupar com a segurança dos seus companheiros.

Ulqiorra tentava compreender o porquê daquela atitude tão aparentemente idiota. Havia até um pouco de inveja refletido nos seus olhos verdes, inveja por não poder sentir tais sentimentos. Mas então se pegava em contradição, afinal a inveja também era um sentimento. Será que era isso? Ele, por ser um Arrancar, só tinha sentimentos daquele tipo? Sujos e cruéis?

Perguntava-se sobre a honra e sobre o que de fato ela era. Honra talvez fosse oferecer o pescoço para proteger alguém. Inoue fazia isso o tempo todo. Mesmo sendo tão pequena e ter uma aparência frágil. Ulquiorra não se importava em proteger ninguém. Na verdade, não tinha a quem proteger.

Apesar de acreditar ser impossível compreender os sentimentos da humana, ele não gostava de matar sem necessidade. E sua missão agora era matar a criatura mais gentil e corajosa que conhecera. Antes, porém, de cumprir aquela missão, ele precisava entender. Precisava sentir, de alguma forma, o que ela sentia.

"O que é um coração? Se eu abrir seu peito, eu irei vê-lo? Se eu abrir seu crânio, o encontrarei lá?"

Mesmo com o silêncio de Inoue, Ulquiorra pôde sentir. O coração dela oscilava, parecia sufocado em prantos, afogando-se de medo pelos seus amigos, ela sabia do perigo que os esperava. Por um instante, os olhos do Arrancar e da Humana se encontraram e através deles ficou nítido o que realmente era um coração.

Inoue jamais vira um olhar tão triste que desejasse tanto compreender os sentimentos para ela tão fáceis de brotar. Sentimentos que vinham em cascata e inundavam seu corpo todo de preocupação e temor. Os olhos de Ulquiorra refletiam todo aquele medo e tentavam ler os dela.

Ao tocar o peito da humana, ele entendeu. Todo aquele excesso de ansiedade e cuidado fez sentido por um breve momento e ele quase conseguiu senti-lo ser passado para ele através do toque.

O contato visual os fez viver uma estranha experiência. Inoue compreendeu toda a solidão e vazio que habitava aqueles olhos e ele notou, finalmente, que o coração não possui explicações plausíveis e o amor, mesmo invisível, está lá, guardado e intenso, acumulando-se dentro dele.

O arrancar desatou o nós que unia seus olhos aos dela e a humana sentiu o próprio medo escorregar pelas mãos e evaporar.

Ulquiorra não sentia nada. Orihime sentia-se transbordar de sentimentalismo. Passado um minuto, pareciam jamais ter compreendido nada. Eram estranhos.

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N/A:E essa é pra Bih - apesar de ela não estar merecendo... ¬.¬ - XD Espero que tenha ficado boazinha :3