Título: Visões do Inferno

Autoria:ShiryuForever94

Categoria: Saint Seiya (CDZ - Cavaleiros do Zodíaco), Slash, MxM Relationship, Radamanthys e Valentine, Ficlet

Advertências: Menção a violência

Classificação: R

Capítulos: oneshot

Resumo: Dizem que os olhos são a janela da alma, talvez apenas com quem possa entender a tal alma.

Série: Sentidos

Sentido: Visão

Casal: Radamanthys e Valentine

DISCLAIMER: Saint Seiya não me pertence, todos os direitos são de Masami Kurumada, Toei, Shueisha. Fanwork sem fins lucrativos.

Beta: Thekitcha

Visões do Inferno

ShiryuForever94

ONESHOT

Para muitos, a mera visão de Radamanthys era o início da distribuição do pânico por todo o corpo, alma, massa ectoplásmica ou como quisessem chamar os hóspedes do meikai.

Mas as aparições do juiz não eram apenas no reino de Hades. De tal maneira, na visão de muitos, ou de quase todos, fosse ali naquele inferno ou na superfície dos humanos, a súrplice roxa enegrecida de brilho fantasmagórico do juiz parecia prenúncio de torturas no porvir.

Também pudera.

Garras no lugar de sapatos, o ranger quase inaudível de algum metal que devia ter sido forjado por Hefestos, longas e afiadas asas que podiam se abrir num espetáculo apavorante de ameaça iminente, a sensação de horror que estar na presença dele causava.

Sem falar no que parecia um rosto desfigurado no peitoral e nas pontas finas que subiam coxa acima do corpo esculpido de músculos rijos e fortes do Kyoto escorpiano de sorriso que quase nunca se via. Aliás, para muitos, era ainda pior quando aquele ente esboçava um sorriso. Reiteradas vezes, parecia um esgar de ironia ou sarcasmo.

Para quem tivesse a condenação de ir ao submundo para expiar seus pecados, a visão poderia ser um dos piores sentidos a se possuir.

Não apenas a súrplice de Wyvern esbanjava prenúncios de dor e poder daquele homem como também o elmo semeava medo ao obliterar a visão de olhos frios e estranhamente dourados, que podiam transmitir o pavor que logo refluiria por quem ousasse conseguir encarar o inglês.

Andando pelos lugares de extrema periculosidade do Meikai, a marcha do Kyoto o levava a receber olhares de ódio, de medo, de respeito, de inveja.

No entanto, havia um tipo de olhar que apenas um ente em toda a aquela vastidão possuía ao perceber a aproximação do juiz.

Olhos verdes emoldurados por cabelos vermelhos que muitas vezes se ocultavam em um elmo que remetia à estrela maléfica que o comandava. A súrplice moldada no corpo esguio de Valentine de Harpia.

Para Valentine, a visão de Radamanthys tinha significados bem diversos de medo e lamentação. Os olhos verdes de Harpia também davam informações ao Kyoto. Os olhos verdes transmutados em prazer nos braços do homem maior e mais forte fosse quando podiam se encontrar e o cipriota via seu amado chegando ou apenas quando miravam um ao outro enquanto derretiam juntos de prazer com seus corpos musculosos se fundindo em sexo amoroso, desesperado ou selvagem, da maneira que lhes desse vontade.

Os olhos de Harpia exprimiam sentimentos que apenas por Radamanthys nutria. Ambos eram únicos um para o outro e quando palavras faltavam, olhares conversavam.

Naquela vida estranha de seres do inferno, a visão de ambos via muita destruição e horror, mas também percebia o amor que jamais puderam ter em vida.

Contrastando com o pavor que se observava nas almas que habitavam nos variados locais estéreis, sem cor, sem vida, sem vegetação, do meikai, a visão de Radamanthys, mesmo quando investido da súrplice diabólica, significava a visão de alguém íntegro, leal, sincero e fiel para Valentine.

Da mesma maneira, quando Wyvern mirava seu grande amor nos olhos, esquecia-se de outras imagens, horrendas, malévolas, torturantes, e via apenas desmesurado amor.

Para eles, o ditado de que a beleza está nos olhos de quem vê era a mais pura verdade.