Remus John Lupin, comendo chocolate, vendo televisão às quatro da manhã de terça-feira no quarto escuro. Esperava um Black. A cena era irônica demais.

E ele não chegava em casa. E eu tentava me manter acordado, queria que ao menos fosse sexta-feira. Não teria que me preocupar com o horário. Mas então Sirius chegou. Eram oito da manhã. Eu nem piscava mais, apenas encarava a luz a minha frente saindo do aparelho trouxa. Ele passou por mim sério, fechou a porta do quarto. Seu olhar era vazio, distante, escondido. Suspirou alto, me encarou e se sentou ao meu lado no velho sofá-cama. Uma lágrima solitária cobriu meu rosto. Era difícil conter as lágrimas sempre que ele voltava vivo para casa. Era um alívio para meu coração apertado.

- Esse objeto trouxa te fez mal?

O que me fazia mal era sua despreocupação. O encarei vazio também.

- Eu nunca mais te espero acordado até tarde, ouviu?

- Mas eu não-

- Eu sei que você não pediu, mas me sinto na obrigação sabendo que estás em perigo, Sirius.

Me beijou forte e apagamos de sono.

Na manhã seguinte acordei, fiz um café e saí para meu trabalho trouxa. Eu não lembro da última vez em que acordei com ele ao meu lado. E de novo ele me fez esperar. Mas dessa vez simplesmente fui dormir.

Acordei com o dia amanhecendo ao sentir suas mãos geladas em minha barriga; me abraçava. Emiti um pequeno gemido de prazer.

- Desculpa, Aluado.

Não abri os olhos, apenas aceitei seus beijos em meu corpo.

Às duas da manhã do dia seguinte ele chegou enquanto eu assistia um seriado. Ele se aproximou de mim, apenas me virei e dormi. Não queria carinho. Estava chateado. Por que ele não me deixava fazer nada?

"Você sabe o porquê"

"Não estamos mais na escola, Black! Sou um bom bruxo! Um bom homem!"

"Exatamente por isso que não te deixarei ir embora e lutar"

Era só silêncio depois disso.

Na noite seguinte ele chegou quando deitei na cama para dormir. O encarei por uma hora, acho. Fui dormir no sofá da sala, ele me seguiu e fizemos amor.

Acordei sem seu corpo, passei uma noite inteira sem ele, um dia inteiro. Eram três da manhã quando ele me acordou.

- Eu te amo.

Deitou me abraçando e beijando.

Eu nunca entendi muita coisa,apenas ficava calado. Então na última noite que o vi, ele chegou alguns segundos antes do nascer do sol, ligou a luz do quarto em meu rosto, me acordando.

- Fiz uma burrice.

Desespero em seu rosto e lágrimas. O abracei por muito tempo resumido em cinco minutos. Quando me dei conta, o Ministério o tirava a força de nossa casa trouxa.