SINOPSE:

Numa história envolvente onde os tabus

são deixados de lado, um homem e uma jovem vivem um romance intenso.

Isabella Swan tem apenas dezesseis anos e é namorada do filho de

Carlisle Cullen, um médico prestigiado e competente. Carlisle vive em Forks,

sozinho, depois de se divorciar da mãe do seu único filho.

O que ele nunca poderia esperar era que a sua vida fosse sofrer

uma reviravolta tão grande por causa de uma simples garota.

CAPÍTULO UM

Forks, Dezembro de 2009

Mais um dia chegava ao fim depois de uma longa jornada de turno duplo no hospital de Forks. Não que estivesse reclamando. Trabalhar em hospitais era a minha vida. Tinha sido assim desde que começara a fazer residência há quase quinze anos. Mas turno duplo sempre me deixava um completo bagaço e eu não via a hora de cair da minha cama e dormir até o dia seguinte.

Estava anoitecendo quando finalmente cheguei à minha casa, e estacionei meu carro na garagem. Respirei fundo antes de descer do veículo, sentindo meus músculos tensos pelo cansaço.

— Seja bem vindo de volta, Dr. Cullen — A voz de Bianca me fez interromper o movimento de pegar minha pasta do banco de trás do veículo, e eu me voltei, vendo-a parada à porta que separava a garagem do resto da casa.

Aquela era uma rotina comum para as minhas voltas do trabalho. Bianca sempre ouvia quando eu chegava e vinha até a garagem, me ajudava a tirar o pesado casaco que precisava usar por causa do frio constante de Forks, e depois, quando entrávamos, me servia uma dose de uísque. Hoje não foi diferente, apesar d sua expressão estar um tanto nervosa.

— Olá, Bianca. Está tudo bem?

— Edward voltou — ela falou apenas, como se aquilo explicasse tudo. E realmente explicava.

Meu filho era sinônimo de problema. Sempre fora assim, até mesmo quando ele ainda morava com a mãe em Phoenix. E depois que ela morrera em um acidente de carro e tivera que morar comigo, as coisas pareceram piorar. Nós raramente parávamos para conversar por mais de cinco minutos sem acabar com um dos dois saindo do ambiente aos gritos. Sabia que não era fácil para ele se mudar para um lugar completamente estranho, então, depois de uma tentativa falha para que ele começasse a estudar na escola de Forks, eu deixei que eu continuasse na sua antiga escola em Phoenix, morando com a avó materna. Edward me visitava apenas nas férias ou em feriados prolongados, e eu sabia que ele só continuava fazendo isso porque tinha sido a condição que eu lhe dera para que ele continuasse recebendo a mesada excedente que depositava na sua poupança todo mês. Edward podia ser um adolescente difícil de lidar, mas eu o amava. Era o meu único filho, afinal.

— Pensei que ele só chegaria no final da semana que vem — comentei olhando ao redor e estranhei a ausência do seu carro. — Onde ele está?

— Saiu às pressas há cerca de duas horas, mas...

— O quê? — insisti quando ela não continuou e olhou para o meu casaco em seus braços, como se evitasse o meu olhar.

— Edward não veio sozinho — ela falou por fim, voltando a me encarar. — Trouxe uma garota com ele, mas deixou-a sozinha quando saiu. Tentei colocar algum juízo na cabeça dele, dizendo que ele não podia simplesmente sair assim e deixar a namorada, mas não teve jeito.

— Espere... Você disse namorada? — perguntei espantado e ela apenas assentiu. — E onde ela está?

— Na sala — ela falou, apontando para o interior da casa.

Respirei fundo mais uma vez, lhe entregando a minha pasta com documentos que eu precisava assinar ainda aquela noite e mandar de volta para o hospital via fax, antes de entrar na casa, rumando direto para a sala, mas parei no meio do caminho.

— Como é o nome dela? — perguntei, me voltando para Bianca de repente, que vinha atrás de mim e quase se chocou contra o meu corpo.

— Isabella — ela respondeu, recuando um passo. — Isabella Swan.

Repeti aquele nome duas vezes na minha mente para memorizar e continuei o caminho, me surpreendendo pela figura que encontrei sentada no sofá da sala.

Tinha conhecido apenas duas namoradas de Edward, quando fora visitá-lo nas últimas férias, já que ele não pudera vir me encontrar por ter ficado em recuperação. Uma delas tinha sido uma ruiva, colega da escola, que eu não conseguia lembrar o nome, mas sabia que era algo com a letra "V". A outra, por quem terminou o namoro com a ruiva, uma loira que deveria ser uns dois anos mais velha que ele, se chamava Rosalie e era sua prima de segundo grau. E nenhuma das duas era minúscula como aquela garota que estava encolhida num canto do sofá, ainda vestindo o casaco apesar de o aquecedor deixar a temperatura agradável. Seus olhos estavam tão vermelhos e inchados que, mesmo Edward sendo meu filho, me deixou com puro ódio dele.

Ela me ouviu entrando na sala e logo ficou de pé, se voltando para mim com o dedo apontado, me encarando com tanta raiva que eu cheguei a pensar que tinha feito algo de errado àquela garota que nem sequer conhecia.

— Seu filho é um imbecil! Eu juro que vou fazer ele me pagar por ir atrás daquela vagabunda e me deixar plantada aqui como uma qualquer! Quando ele voltar, vou arrancar cada um daqueles fios insuportavelmente lindos e quebrar cada dente daquele sorriso perfeito dele. Juro que vou!

Por muito pouco não recuei um passo, surpreso com aquela explosão, e me forcei a manter a calma quando sabia que não era o culpado pela raiva dela.

— Vamos com calma, está bem? — Me voltei rapidamente para Bianca que tinha me seguido até ali. — Traga algo para ela beber, por favor.

— Vodka — Isabella pediu de imediato. — Pura!

— Um chá — corrigi, ainda falando apenas com Bianca. — Camomila. E a minha dose, por favor.

— Claro, Dr. Cullen — ela assentiu e se retirou, me deixando sozinho com aquela garota.

— Por que não começamos de novo? — sugeri, me aproximando dela com a mão estendida. — Sou Carlisle Cullen, pai de Edward. Você é Isabella Swan, certo?

— Apenas Bella — ela corrigiu, apertando a minha mão, embora parecesse fazer isso a contragosto. — E eu sei quem o senhor é.

— Certo. Então, Bella, por que você não se acalma e me explica exatamente o que Edward fez para te deixar assim tão irritada?

Fiz sinal para que ela voltasse a sentar no sofá, e sentei ao seu lado quando ela o fez.

— Me deixar aqui sozinha não é suficiente? — ela perguntou, parecendo que ia explodir de novo, mas então respirou fundo, fechando os olhos por um instante como se meditasse. — Eu estou calma, eu estou calma — ela murmurava, como se falasse sozinha, e só então abriu os olhos, voltando a me encarar. — Ele me trouxe aqui porque queria que eu conhecesse o pai dele. O senhor — ela falou, apontando para mim antes de continuar. — Mas assim que chegamos, aquela vagabunda da...

— Modere suas palavras, Isabella — pedi num tom calmo, mas firme. — Não permito palavrões nessa casa.

Seus olhos castanhos piscaram surpresos e ela agora me observava como se eu fosse alguma espécie de alienígena. Depois de alguns segundos ela apenas deu de ombros e voltou a falar.

— Quando chegamos, aquela pessoa que atende pelo nome de Rosalie ligou para ele dizendo que tinha caído da escada e estava sozinha em casa. E ele simplesmente me deixou aqui e voltou para Phoenix, dizendo que volta amanhã, se der. Se der! — ela repetiu, aumentando um pouco o tom de voz. — Aquele filho da mãe me deixou...

— Olhe o linguajar — alertei novamente, fazendo-a parar de falar e prendeu os lábios entre os dentes.

Edward — ela continuou, voltando a falar num tom normal — me deixou aqui sozinha para ir encontrar a ex-namorada que está a quilômetros de distância, quando tínhamos planejado férias perfeitas.

— Quantos anos você tem, Isabella?

— Bella — ela corrigiu mais uma vez. — E tenho dezesseis.

— Seus pais sabem que você está aqui?

— Claro que sabem. Eles falaram com o senhor na semana passada e você disse que estava... tudo... bem? — ela terminou a frase com uma pergunta quando eu comecei a menear a cabeça lentamente. — Não?

— Não falei com os pais de ninguém — falei, já ficando em pé novamente.

— Seu filho é um belo de um mentiroso.

— É o que eu estou percebendo — murmurei, levando uma mão aos cabelos. — Eu preciso ligar para ele, mas fique à vontade, Bella. Posso estar surpreso com tudo isso, mas você é bem vinda nessa casa. Se quiser ficar, farei o possível para que se sinta à vontade. Mas se quiser voltar, posso comprar a passagem e te colocar no próximo avião para Phoenix.

— Eu quero esperar aquele... imbecilvoltar — ela falou, se atrapalhando um pouco na frase quando eu tinha certeza que viria outro palavrão. — Quero ter o prazer de dar um tapa na cara dele e mandá-lo ao inferno! Além do mais, se voltar para casa agora, vou ter que enfrentar uma série de perguntas dos meus pais. Perguntas que eu não quero responder.

— Tudo bem. Fique à vontade então. Vou pedir para Bianca preparar um quarto para você.

Saí da sala deixando-a sozinha, e encontrei Bianca a caminho da sala com uma bandeja nas mãos, com duas fatias de bolo, uma xícara de chá e meu uísque. Peguei o meu copo e pedi que ela fosse servir Isabella e depois preparasse um quarto para ela.

Fui para o meu escritório, indo direto para o telefone que ficava à minha mesa e disquei o número de Edward. A ligação caiu na caixa postal e eu voltei a ligar. Tentei cerca de três vezes, mas ele não atendeu.

Suspirando, deixei para tentar novamente depois e me concentrei em terminar de assinar aquela papelada burocrática do hospital, enviando tudo por fax a seguir. Cerca de meia hora depois, quando terminei tudo, voltei a ligar para Edward e dessa vez ele atendeu ao quarto toque.

Oi, pai.

— Edward, onde você está?

No aeroporto de Port Angeles, esperando meu voo para Phoenix. O senhor já chegou em casa?

— É, Edward, eu cheguei em casa. E encontrei a sua namorada.

Ah.

— Ah? É tudo isso que você fala? Como você faz uma coisa dessas, Edward? — perguntei me sentindo completamente frustrado por aquela situação. Recostei-me na cadeira de couro e passei a mão no rosto, tentando aliviar a tensão. — Traz a garota para cá e simplesmente a deixa sozinha em uma cidade estranha, em uma casa estranha, com pessoas que ela nunca viu na vida?

Rose caiu da escada, pai. Os pais dela viajaram e ela está sozinha. Ia deixá-la na mão numa hora dessas?

— E sua prima não tem amigos na cidade? Pessoas que estão realmente perto dela e não a mais de dois mil quilômetros?

Mas ela ligou para mim. Sinal de que precisa de mim.

— E a sua namorada, Edward? Como fica nessa história?

Bella vai entender.

— Não, Edward, ela não vai entender. Quando cheguei, ela estava chorando, furiosa com o que você fez e disse que só vai esperar você voltar para acabar tudo.

Não, não, não, pai! — ele exclamou, parecendo realmente apreensivo. — Acalma ela, por favor. Bella não pode terminar o namoro comigo. Eu gosto tanto dela. Faz ela se acalmar.

— Devia ter pensado nisso antes de fazer o que fez. Isabella vai ter meu total apoio se quiser mesmo terminar com você. Isso é atitude de um moleque e não de um homem, Edward. Se quiser consertar esse erro, volte agora mesmo para casa.

Eu não posso.

— Então o problema é só seu — falei apenas, antes de encerrar a ligação.

Em outro momento falaria com ele sobre ter mentido para os pais da garota e forjado a minha voz ao telefone. Porque eu tinha certeza que tinha sido isso que ele tinha feito.

Uma batida à porta me tirou dos meus devaneios.

— Entre.

Bianca abriu a porta devagar, colocando apenas a cabeça para dentro.

— O jantar está pronto, Dr. Cullen.

— Obrigado, Bianca. Chame Isabella também.

— Claro, Dr. Cullen. Com licença.

Tirei a gravata para tentar ficar mais confortável e dobrei as mangas da camisa social branca até os cotovelos. Encontrei Bella já sentada à mesa, na cadeira geralmente ocupada por Edward quando ele estava aqui, ao meu lado esquerdo.

— O senhor falou com Edward? — ela perguntou assim que entrei.

— Sim.

— E ele vai voltar?

Via a esperança no seu olhar e apenas aquilo foi o suficiente para me fazer ficar com ainda mais raiva do meu próprio filho.

— Infelizmente não.

Sua expressão imediatamente se fechou e ela começou a comer em silêncio, olhando apenas para o seu prato. Sentei à mesa e fiz o mesmo que ela, comendo sem conversa alguma.

— Talvez ele só queira se certificar de que a prima está bem, e logo voltará para casa — falei quando o silêncio se tornou opressor demais. Mas até para mim aquelas palavras soaram forçadas.

— E eu sou a Branca de Neve — Bella murmurou, evitando meu olhar. — Ele vai me pagar pelo que está fazendo. Ah, vai! — ela continuou, parecendo que falava aquilo para si.

— Eu sinto muito pelo comportamento do meu filho, Bella.

— Ele vai sentir mais — ela falou ainda naquele tom de quem falava sozinha. — O senhor se incomoda se eu ficar aqui até ele voltar?

— Claro que não, Bella. Fique à vontade.

— Não vou dar trabalho, pode ficar tranquilo.

— Não estou preocupado com isso — disse, sorrindo para ela. — Se quiser, posso levar você para conhecer a cidade depois de amanhã. Mas aviso logo que não há muito para conhecer.

— Edward já tinha me avisado sobre isso, mas não quero atrapalhar.

— Não vai — assegurei. — Amanhã e depois serão meus dias de folga. Poderia até ir com você amanhã, mas é provável que acorde tarde, já que estou a mais de vinte e quatro horas acordado.

— Deve ser cansativo trabalhar em um hospital.

— Um pouco, mas é o que eu gosto de fazer.

— Edward disse que o senhor era chefe do setor de traumas em Phoenix — ela comentou, relaxando um pouco a expressão e quase sorriu. — E que agora é só mais um médico do quadro do único hospital daqui. Por que essa mudança?

Talvez se aquelas palavras tivessem sido faladas por outra pessoa, de outra forma, poderia até ter sido interpretada como uma ofensa, mas Bella parecia apenas curiosa. E exatamente por isso, pela sua curiosidade genuína, eu me peguei respondendo com a verdade, quando raramente falava da minha vida pessoal com alguém.

— Eu nasci em Forks, mas me mudei para Phoenix quando entrei para a Universidade. Já estava pensando em voltar para cá há alguns anos, mas Esme não queria vir.

— Esme era a mãe de Edward, certo?

— Sim. Ela sempre morou em Phoenix e se recusava a vir para uma cidade onde não havia nada para fazer.

— Vocês brigavam muito? — ela perguntou, repousando seu talher no prato e me encarou com aqueles olhos castanhos atentos.

E, mais uma vez, eu não consegui dizer que aquela pergunta era pessoal demais.

— Um pouco. Todo casal briga depois de um tempo juntos.

— Foi por isso que vocês se separaram? Edward disse que vocês já estavam divorciados quando ela morreu.

— Nós nos separamos porque não pertencíamos mais um ao outro. Ela reclamava que eu amava mais a minha profissão do que a família.

— E amava?

— Talvez.

— Ou talvez ela fosse egoísta demais para ter um marido que não a idolatrasse.

— Bella, não se fala assim de pessoas que já não estão nesse mundo — falei num tom baixo, levando a taça de vinho à boca.

— Não sou hipócrita para bajular uma pessoa só porque ela morreu.

— Não é questão de ser hipócrita ou não. É questão de respeito.

— Tanto faz — ela murmurou dando de ombros. — O senhor sente falta dela?

— Às vezes — respondi com a verdade mais uma vez.

— Ela não deve ter sido boa esposa. — Já ia repreendê-la mais uma vez pela forma como ela falava de Esme, mas Bella continuou falando antes que eu tivesse oportunidade. — Sei que boa mãe ela não foi. Edward pode até ser um cara muito legal na maior parte do tempo, mas é muito imaturo. Tudo bem que ele é um dos caras mais lindos que eu já conheci, mas às vezes é tão criança que irrita. O senhor é educado demais para Edward ter puxado esse seu lado. Então ele só pode ter puxado o temperamento da mãe. Ao menos a beleza ele puxou do pai.

Quase me engasguei com o vinho ao ouvir suas palavras e forcei o líquido a descer, queimando minha garganta. Depois de um leve pigarro, murmurei um "obrigado".

O silêncio se instalou na sala mais uma vez. Bianca entrou trazendo a sobremesa — um bolo pudim de chocolate com molho quente — e saiu novamente, nos deixando sozinhos.

— Há quanto tempo você e Edward namoram? — perguntei.

— Quase quatro meses.

Quase quatro meses e eu não fazia ideia desse namoro. Suspirei, me sentindo, mais uma vez, um fracasso como pai. Em alguns momentos eu queria forçar Edward a vir morar comigo, só para que eu ficasse mais perto dele, mas sabia que isso pioraria as coisas. Afastá-lo dos seus amigos em Phoenix provavelmente resultaria em brigas eternas e numa revolta que eu faria o possível para evitar.

— Como vocês se conheceram?

— Estudamos juntos. Somos da mesma turma de Biologia, Inglês e Álgebra. O que é uma raridade, porque aquele colégio é tão grande, que é quase impossível se fazer duas aulas com a mesma pessoa, quanto mais três.

— E Edward é um bom aluno?

— É sim — ela falou com um sorriso. — Ele é ótimo em Biologia e Álgebra. Sempre me ajuda nos exercícios. Em Inglês é o oposto. Ele não é ruim, mas eu sou melhor.

— Gosta de ler?

— Adoro!

— Tenho alguns livros no meu escritório, se você se interessar.

— Que tipo de livros tem lá?

— Não é só de medicina, caso esteja pensando isso — falei, sorrindo quando ela fez uma careta como se admitisse a culpa por estar pensando exatamente aquilo. — Tenho livros de ficção, romance, suspense, política e alguns de poesia.

— Adoro poesia.

— É difícil encontrar alguém da sua idade que goste.

— Eu não sou como as outras garotas da minha idade — ela falou apenas num tom sério, esticando a mão para pegar a minha taça e eu não impedi quando ela bebeu o resto do vinho que havia nela. Erguendo a taça vazia, ela me encarou como se fosse propor um brinde. — "Cada um ao nascer traz sua dose de amor, mas os empregos, o dinheiro, tudo isso, nos resseca o solo do coração. Sobre o coração levamos o corpo, sobre o corpo a camisa, mas isto é pouco. Alguém imbecilmente inventou os punhos e sobre os peitos fez correr o amido de engomar. Quando velhos se arrependem, a mulher se pinta. O homem faz ginástica pelo sistema Muller. Mas é tarde. A pele enche-se de rugas. O amor floresce, floresce, e depois desfolha."

Continuei encarando-a absorvendo aquele poema que me era familiar, mas não lembrava o nome do autor, enquanto ela levantava e vinha até o meu lado, repousando a taça vazia à minha frente antes de se inclinar um pouco para baixo.

— Boa noite, Carlisle — ela murmurou bem perto do meu ouvido, e então depositou um beijo no meu rosto. — Durma com os anjos.

Eu ainda estava processando tudo aquilo quando Bella saiu da sala, me deixando sozinho.