Capitulo I – Formatura
-Ela está linda, não está?
-Claro que está. Ela é uma de nós, se esqueceu?
A mulher de cabelos castanhos e olhos verdes sorriu.
-É verdade... Alias, ela é a MAIS bonita de nós.
A outra engasgou com um gole de bebida.
-Ai você já está exagerando – esbravejou, jogando uma mexa do denso cabelo negro para trás – Ela precisa melhorar muito para ser melhor que eu, pelo menos... Olha aquele cabelo, por exemplo, muito claro, já cansei de dizer isso.Mas ela insiste naquele tom aguado, ainda mais agora, diz que combina com os do Malfoy...
Andrômeda soltou uma forte gargalhada. A forma como a irmã mais velha pronunciava o nome do namorado da caçula sempre causava-lhe aquela reação.
Enquanto isso Bellatrix mirava o casal que dançava a valsa a poucos metros da mesa onde se encontravam, com certo nojo.
-Os perfeitinhos da mamãe... – resmungou.
-Também pudera, ela é a mais nova e a "única a arrumar um namorado decente" – disse imitando a voz pomposa da mãe.
A mulher de 23 anos fez cara de desdém.
-E desde quando aquela lá sabe o que é um "namorado decente"? Ela se casou com o papai, por Merlin!
-O melhor partido da cidade...
-Segundo melhor! Se ela fosse tão inteligente como diz teria se casado com o irmão mais velho.
Andrômeda riu novamente. Fazia tanto tempo que ela e Bellatrix não conversavam. Apesar de estudarem na mesma Universidade as duas mal se viam, seus cursos exigiam bem mais que Hogwarts no colegial. E, dentro em breve Narcisa, a mais nova das três também saberia o que era isso. Depois daquele baile ela estaria formada.
-Cisa já sabe o que vai fazer na faculdade?
-Ah, claro... Vai seguir a brilhante carreira de dona de casa.
-Mamãe acha fascinante, Bella.
-Eu acho um desperdiço. E, logicamente a minha opinião vale mais.
-Não para a Cisa... – Andrômeda voltou a olhar o casal que dançava – pelo menos ela parece apaixonada.
-Não me faça rir, Dro! Nós duas sabemos muito bem de quem aquela safada gosta. E sabemos muito bem também que ela é dissimulada e falsa o suficiente para fazer aquela carinha de apaixonada para quem bem entender.
-Como você alias...
Bella tomou mais um gole da bebida antes de completar.
-Aprendeu comigo, melhor dizendo.
Voltou a beber o drinque, despreocupada, enquanto olhava os demais casais. Até que soltou um muxoxo.
-Que foi?
-Olha lá seu predileto... – apontou um outro casal na pista – Muito mal acompanhado como de costume. Olha o decote daquela piranha... que coisa mais vulgar... – deu de ombros e voltou a beber o drinque – Bem a cara dele, alias.
-Sirius tem bom gosto, mana. Garanto que ela é gente boa.
-Andrômeda, querida... Nenhuma mulher que quer chamar mais atenção do que eu numa festa pode ser considerada "gente boa"... Não no meu dicionário.
-Por Merlin Bella, quem te disse que ela quer chamar atenção...
-Com aquele decote? Lógico que ela quer.
-Você está com ciúmes, isso sim. – alfinetou a outra.
-Ciúmes de quem, do Sirius? – Bellatrix soltou uma enorme gargalhada, como a muito Andrômeda não a via fazer – Claro, claro... – concordou falsamente com a irmã, depois voltou a olhar para o primo de rabo de olho – Sabe, talvez um dia... Quando ele virar homem, logicamente... Eu até possa pensar na possibilidade de dar lhe uma chance para entrar para o seleto grupo de homens que tiveram o prazer de dormir comigo. E só vou abrir essa exceção por conta do sobrenome atraente que ele tem, detesto caras mais novos.
-Ah, só por causa do sobrenome, é? Você não acha ele bonito?
-Não. Por que, deveria?
-Bella, ele é considerado o cara mais bonito que já pisou em Hogwarts, sabia?
-Grande coisa. Nós duas sabemos muito bem... você melhor do que eu, alias... Que o mundo não se resume a Hogwarts, não é mesmo?
-O que quer dizer com isso?
Bellatrix sorriu enigmática.
-Diz pra mim quem é o cara vai, maninha.
-Que cara, Bellatrix?
-O cara que você ta namorando.
-Eu não to namorando ninguém, da onde você tirou essa idéia estúpida?
-Ta bom, ta bom, se não quer me contar eu descubro sozinha...
-Descobre o que?
Elas nem haviam percebido que a valsa terminara. Narcisa havia se aproximado da mesa a tempo de ouvir a última frase de Bellatrix.
-Olá maninha... Cadê a toupera, digo, o seu namorado?
-Foi pegar um copo de ponche para mim. – respondeu a loira sem ligar para o insulto – Então, sobre o que falavam?
-Nada.
-Sobre o namoradinho da Dro.
-Você ta namorando, Dro?
-Não to namorando coisa nenhuma, isso é besteira da Bella.
-Se fosse besteira você não estaria nervosa.
-Não estou nervosa, Narcisa.
-Está sim. Você só roda o copo desse jeito quando está nervosa, sabia.
Andrômeda soltou o copo de supetão.
-Você é muito enxerida, guria! – gritou, ao perceber que praticamente se denunciara, mas é claro que negaria até o fim.
-Sou observadora, é diferente. Uma verdadeira águia, por asism dizer. Alias... Garanto que esse seria o meu animago.
Bellatrix, que até então estava se divertindo aenas escutando a discução das duas não pode conter uma nova gargalhada.
-Animago, irmã? Por Merlin! Desde quando você tem capacidade para desenvolver animagia, heim? Que eu saiba quase reprovou em transfiguração.
Narcisa a encarou séria.
-Ah senhorita perfeita por acaso tem?
-Lógico que sim, bebê...
-Então porque não é uma animaga já? Se é tão inteligente...
-Por que não quero, querida... se quisesse já seria a muito tempo.
-Ai, Bella, para de contar vantagem, vai. – resmungou Andrômeda – Animagia é bem complicado e você sabe disso.
-Exatamente por isso que estou dizendo que é algo inviável para a lourinha aqui.
-Pois garanto que posso conseguir aprender animagia antes que qualquer uma de vocês.
Bellatrix estreitou os olhos daquela forma que costumava meter medo nas irmãs quando eram pequenas.
-Isso é uma aposta, criança?
-Por que não? – perguntou narcisa, com pompa.
-Cisa... Não entra no jogo dela...
-Sei que sou melhor que você, Bellatrix. E posso te provar isso a quando você quiser.
-Muito bem, aposta feita então. A primeira de nós três a aprender animagia ganha.
-Ei! Não me ponham nesse rolo!
-Que foi, Dro... Ta com medo de perder para a Cisa?
-Claro que não... Mas virar animago requer muito tempo, é cheio de burocracia, o Ministério...
-Quem falou em Ministério aqui?
Andrômeda olhou surpresa para a irmã, depois se auto censurou, o que mais poderia esperar de Bellatrix?
-É apenas uma disputa interna de família... – disse Narcisa, concordando com a mais velha – Na verdade só temos um problema. O que a vencedora ganha?
-Que tal um troféu?
-Tipo o que, Bella?
-Algo que a vencedora queira das outras duas, claro.
Narcisa se pois pensativa.
-Como por exemplo aquele seu penhoar que você ganhou da vovó de 15 anos?
Bellatrix arqueou a sombrancelha esquerda, depois abriu um sorriso cínico.
-Feito. Mas eu vou querer o seu colar de esmeraldas.
-Mas foi o Lucio que me deu!
A mais velha deu de ombros.
-Trate de estudar se não quer perde-lo, então... E você, Dro... O que vai querer?
-Já disse que estou fora, Bellatrix. Eu não vou participar disso.
-Nem se tiver a chance de ficar com aquele livro sobre poções... O tal antiqüíssimo, o último exemplar da face da Terra e blábláblá... Que você diz que só junta poeira na minha escrivaninha...
-E com a minha coleção exclusiva de potes para ervas, indiana. – completou Narcisa.
Andrômeda olhou de uma para outra, incrédula.
-Isso é golpe baixo.
-Nós sabemos... – disseram juntas.
-E... Se eu perder... O que vocês iriam querer?
-O nome. – os olhos de Bellatrix pareciam faiscar de curiosidade – Do namoradinho.
-Não tem namorado nenhum, Bella.
-Melhor para você. Se realmente não tiver não vai nos dever nada se perder. – disse Narcisa.
-Agora, você sabe bem que, caso haja um namoradinho mesmo, você terá que nos dizer quem é...
-Certo então... fechado. – ela levantou da mesa – Mas já vou avisando que essa vocês perderam.
-Vai sonhando Dro! – riu Bellatrix – Pode se preparar pra dizer o nome do cunhadinho misterioso por que eu não pretendo perder meu livro de poções, muito menos meu penhoar predileto.
Andrômeda saiu dali certa de ter se metido na pior roubada do mundo. Uma aposta com Bellatrix e Narcisa? A onde ela estava com a cabeça... E ainda por cima; ANIMAGIA! Nunca se quer pensou em estudar aquela porcaria e agora teria que aprender o mais rápido possível, ou então teria que contar as irmãs que estava de caso com um trouxa.
Definitivamente precisava de ajuda. E só tinha uma pessoa que poderia lhe dar alguma idéia... Afinal, ele sempre tinha idéias.
