Título: Pérola

Ginevra Weasley, após uma tragédia, se vê perdida e sozinha. É amparada por seu padrinho e agora tutor, Severo Snape. Tenta continuar sua vida, com a ajuda de poucos amigos que restaram, mas sua sede de vingança a consome e a deixa mais amarga a cada dia. (UA)

Capítulo 1:

Aniversário Amargo

Londres, 11 de Agosto de 2003

Fim de tarde em Londres. Cores como rosa, azul e laranja pintavam o céu. Uma leve brisa soprava, carregando algumas folhas pelas ruas...

- Ginny, minha filha, apresse-se! O táxi que seu padrinho pediu já está para chegar!

- Já vou mamãe...

As duas se dirigem para a porta da mansão...

- Severo é cheio de manias não é mesmo? Eu disse que nosso motorista poderia te levar até a casa dele, mas ele é tão teimoso que não abriu mão de enviar um táxi.

- Ah mamãe, o padrinho é simples, não gosta de abusar de ninguém. E, como a idéia de fazer uma festa pra mim foi dele, ele quer arcar com todos os gastos.

Nesse momento, o táxi vira a esquina e dirige-se em direção a elas.

- O táxi vem vindo... Mamãe, por favor, não demore! Eu estou indo na frente porque o padrinho insistiu que eu dê minha opinião sobre a decoração. Mas quero pedir sua opinião antes dos convidados chegarem!

- Claro, claro, filha... Rony foi buscar Hermione e depois vai ao aeroporto buscar Carlinhos, Gui e Percy. Eles vieram especialmente para sua festa. Assim que todos chegarem, nós já vamos, ok?

- Tá! Deixe-me ir! – As duas se abraçam. Estranhamente, Ginny sente uma enorme vontade de dar um longo e forte abraço em sua mãe.

- Querida, daqui a no máximo duas horas já estarei com você, não precisa se despedir assim. – Molly diz, não contendo o riso.

Ginny entra no carro, fecha a porta e diz ao motorista que já podem ir. Fica acenando para Molly até o carro sumir na esquina.

- Essa menina... Tem dias que se tranca no quarto o dia todo e diz que não quer ver ninguém. Aí hoje vem com isso... Hunf, adolescentes...

Molly entra na mansão. Tinha esse costume de acompanhar os filhos até a porta. Mesmo possuindo governanta e dama de companhia para fazer esse tipo de trabalho, não abria mão de estar bem perto deles. A família Weasley era uma das mais tradicionais de Londres. O patriarca, Arthur Weasley, era o advogado criminal mais famoso que já passou por lá. Arthur e Molly moravam com seus sete filhos em uma luxuosa mansão localizada próxima ao centro de Londres. Fred e Jorge, seus filhos gêmeos, ocupavam seu tempo com carros, mulheres, roupas, mulheres, iates, mulheres, viagens e mulheres. Carlinhos, Gui e Percy, os filhos mais velhos, investiam em seus estudos e viajavam pelo mundo. Ginny só pensava em aprimorar-se em seu curso de artes. E Rony... bem... Rony só pensava na namorada, Hermione... Dinheiro para ele era supérfluo. Queria viver de amor. E também não desgrudava de seu amigo inseparável, Harry Potter.

Arthur e Severo Snape eram amigos desde a infância. Estudaram e trabalharam juntos. Snape era padrinho de cada um dos filhos de Arthur e Molly. E, hoje, resolveu que iria dar uma festa à Ginny, sua querida afilhada, pelo seu 15º aniversário. Iria dar uma festa simples perto do que seus pais poderiam dar e a princípio ficou meio receoso se deveria fazer isso ou não, mas a família Weasley não se importava e ficou muito honrada em saber que Snape gostava tanto de Ginny.

Ginny logo chegou à casa de Snape, que não ficava muito longe. Foi entrando e se encantando com a linda decoração que a empresa que Snape contratou estava fazendo. A casa não era muito grande, mas era linda, com um enorme jardim na frente. Snape adorava plantas e flores. Do portão até a porta, Ginny foi passando por baixo de arcos decorados com rosas brancas. As flores circundavam o arco todo e no alto de cada arco, lindos laços de cetim lilás davam acabamento. Até a fonte que ficava no jardim, foi decorada com luzes coloridas e pétalas de rosa branca flutuavam na água colorida. Várias luzes destacavam todas as árvores, flores e arbustos, cuidadosamente podados. Ginny já se contentaria se a festa fosse feita ali, no jardim, de tão lindo que estava. Mas o melhor ainda estava por vir. Quando abriu a porta, tomou um susto. Havia vasos com rosas por todos os lados. Snape acertou em cheio. Rosas brancas eram as preferidas de Ginny. Uma leve música clássica chegava aos ouvidos de Ginny. Algumas mesas estavam dispostas pelo grande salão de entrada. Snape havia tirado todos os móveis para deixar o espaço exclusivamente para a festa. Toalhas brancas com pequenos detalhes lilás decoravam as mesas. Como arranjo das mesas, vasos de vidro com rosas brancas e fitas lilás. Velas brancas arrematavam a decoração. Toda a decoração era em branco e lilás. Em cada canto, mesas com todo tipo de comida. Coisas de encher os olhos. E, bem no meio do salão, uma mesa sustentava o bolo. Lindo, com três andares, todo decorado com glacê branco. Rosinhas de açúcar, na cor lilás, decoravam o bolo todo. Ginny precisou se segurar pra não catar algumas delas e comer.

- Aí está minha linda afilhada...

- Padrinho!!!

Snape surgiu de repente, trajando um lindo smoking preto. Tinha cabelos curtos e pretos. Não era necessariamente um homem bonito, mas, onde quer que estivesse, chamava a atenção pelo porte firme e seguro.

Ginny abraçou o padrinho, agradecendo muito pela festa.

- Padrinho, eu não precisava ter vindo antes! Está tudo impecável! Não quero dar palpite em nada! – Ginny disse, apontando pra todos os lados, encantada.

- Que bom que gostou querida.

- Será que não estão precisando de minha ajuda em alguma coisa?

- Não, não. Está tudo sob controle. Logo os convidados chegarão. Ficou marcado para começar às 8 horas. Acho que sua família logo chega também, não é?

- Ah sim. Você os conhece, são meio atrapalhados, mas logo chegarão.

- Ok. Vou só acertar os últimos detalhes com o pessoal do bouffet. Logo venho aproveitar a festa também.

- Tudo bem padrinho, vou dar uma retocada na maquiagem então. – Ginny disse, subindo as escadas e dirigindo-se ao banheiro.

Chegando lá, se olhou no espelho. Viu uma adolescente baixinha, que não passava de 1,55m. Tinha cabelos lisos, na altura dos ombros, incrivelmente vermelhos e brilhantes. Passou um pouco de pó, pra ver se dava uma disfarçada nas sardas que salpicavam seu nariz e bochechas, que ela detestava. Retocou o rímel e a sombra prata, realçando ainda mais seus lindos e grandes olhos castanhos que tinham um brilho inigualável. Passou um pouco mais de gloss. Ajeitou o vestido branco. Que era simples, com alças finas, um decote um tanto generoso que deixava um pouco à mostra as curvas dos seios fartos e lindos, mas que ela não gostava muito. Achava que podiam ser um pouco menores. O vestido era justo até a cintura, nem tão fina, nem tão grossa. Tinha uma bela fita amarrada na cintura com um laço nas costas. A partir da cintura, o vestido se tornava um pouco rodado e ia até a altura dos joelhos. Era de um tecido leve, que balançava graciosamente enquanto ela andava. Estava com uma sandália prata, um pouco alta, pra ver aumentava um pouco sua altura. Suspirou, olhou para o próprio reflexo, não gostou muito, mas... Resolveu sair do banheiro e dar uma volta antes de descer para a festa. Foi pelo longo corredor até chegar à biblioteca de Snape. Amava este cômodo. Snape era amante de artes e tinha quadros pintados a óleo que Ginny achava maravilhosos. Ficava horas hipnotizada observando minuciosamente cada um deles, perguntando-se se algum dia pintaria coisas tão lindas. Não sabe ao certo quanto tempo ficou ali, pensando na própria vida e namorando os quadros.

De repente, Ginny ouve gritos pela casa. Seu nome era chamado insistentemente por seu padrinho.

- Ginny!!!! Ginny!!!!

Ginny se apressa e abre logo a porta, assustada.

- Estou aqui padrinho!

Snape corre até ela, com os cabelos desalinhados e a gravata afrouxada. Estava muito suado e chorando descontroladamente! Alcança Ginny, segura nela, mas não agüenta e ajoelha-se no chão, segurando os pés dela. Ginny se abaixa e alcança os olhos do padrinho. Começa a chorar só de ver tal cena.

- O que foi padrinho? Por favor, me diga o que houve!!!!!! – Segurando firmemente o rosto de Snape.

- Ginny, sua família... – Parou porque não agüentava a falta de ar...

Ginny entrou em pânico e seus olhos encheram-se de terror.

- O que foi? Me diga! Pelo amor de Deus!!! Me diga!!!! – gritava descontroladamente.

-... eles foram... todos eles... assassinados...

Continua?