EAGLE
Capitulo I – Dead Flames
DUZENTOS ANOS ANTES
Fogo.
Chamas.
Vermelho.
Era tudo o que se podia ver. Mas nada de sangue.
Corpos caídos. Ou o que tinha restado deles.
Mas ninguém sabia que ao longe se escondia uma criança, e seria ela quem contaria para seus descendentes, o que houve nesse dia.
Era para ser uma festa feliz. Pessoas dançando alegremente ao som da musica. Corpos de casais, colados uns aos outros. Felicidade reinava na majestosa mansão. Mas de repente, o que parecia ser um sonho maravilhoso acabou.
A comemoração, que antes parecia ter saído de um conto de fadas, terminou sem final feliz.
Ouviu-se um alarme tocar. E antes que qualquer um pudesse pensar, o cheiro de queimado invadia o lugar. Todos então se desesperaram, mas quem ateara fogo na mansão, planejara, afinal as portas e todas as saídas possíveis estavam trancadas.
Um choro baixo foi escutado, e o barulho de vidro sendo estilhaçado. Mas ao contrario do que se pensava, nenhuma criança saiu pela janela destruída.
Seis crianças foram empurradas para o porão, e seriam elas quem contariam a historia desse dia para seus descendentes. Filhos, netos, bisnetos. Repetir-na-iam até o final de suas vidas.
Seja quem foi que descobriu o segredo e causou a chacina, causou também revolta nos seis corações. Mas não tinha como imaginar que as conseqüências seriam trágicas...
E viriam duzentos anos depois...
ATUALMENTE
-- Catherinne? – Uma ruivinha falou para a garota que estava sentada na cama, assistindo o filme que passava na televisão.
-- Sim, Belle? – a loura respondeu.
-- Passa pra Milie aquele esmalte vermelho do teu lado?
A loura mais nova dos Armstrong sorriu e entregou o vidrinho para a outra loura. – Me diz, Cattie, do que fala o filme?
--Ah, é sobre uma festa, e de repente começam a atear fogo em tudo. Todos morrem, exceto seis crianças que juram vingança, e os descendentes deles se vingam, mas duzentos anos depois.
-- O nome desse filme é EAGLE não é? – Isabelle falou.
-- É sim, Bells. Já viu?
-- Sim. É um porre. Vai, vamos dormir. – Disse, bocejando, afinal passava das 4h da madrugada.
A garota Armstrong acordou sentindo um cheiro de queimado, mas não soube identificar de onde vinha. Levantou-se e cutucou Isabelle e Milena, mas nenhum das duas lhe respondeu. Ergue-se, trocou-se e saiu da casa, indo até a edícula. Encontrou um recado preso na porta, dentro de um envelope, e hesitou um pouco antes de abrir. Quando finalmente o fez, encontrou um papel escrito com sangue.
"Querida Catherinne Elle Armstrong.
Não ouse perguntar quem sou. Mas não esqueça que sei quem és.
Conheço o teu segredo e de tua família, então não tente desafiar-me.
Não preocupa-te com tuas amigas, afinal elas estão já mortas. Veneno faz um milagre que nem imaginas.
Leve esta carta para teu pai o mais rápido o possível – é o que desejo.
Com carinho,
Seu 'admirador'"
Catherinne apenas teve tempo de olhar para trás e ver a casa de suas amigas queimar. Começou a correr de um jeito que não sabia que era capaz. Suas pernas pareciam não agüentar seu próprio peso, de tanto que doíam. Lagrimas não caiam mais de seus olhos por já estarem completamente secas.
Entrou correndo desesperada na própria casa. Desviou Alex e Olivie que vieram falar com ela. Correu para o quarto de seu pai e lhe entregou a carta, chorando mais do que podia.
O velho Armstrong apenas expulsou-a do local, e pegou o telefone.
-- Está na hora. Eles começaram. – Sussurrou, para a pessoa do outro lado da linha.
-- Tenente Hawkeye? – Havoc chamou a atenção da moça, que trabalhava compenetrada.
-- Sim, Havoc?
-- Telefone para a senhora. É um homem.
Riza suspirou pesadamente e levantou pra atender. – Alô?
-- Riza? – A pessoa do outro lado da linha falou.
-- O que aconteceu?
