O Escorpião, a Rosa e o Corvo
Por A Mira Black
Prólogo
"(...)Imagino que você saiba o que aconteceu, assim como todo o mundo bruxo, mas não o culpo por não ter aparecido.
Estamos dilacerados. Os olhos de minha mãe parecem ter ganhado uma vermelhidão eterna, embora ela se finja de forte, meu irmão mais velho está inconsolável também e eu sinto como se o chão tivesse sido tirado de sob meus pés.
É uma sensação estranha. Um vazio incalculável que eu não desejo para ninguém.
Mas a vida deve continuar e é o que estamos tentando fazer... Ou quase todos.
A dor que nos assola é muito grande, mas me atrevo a dizer que, de todos nós, Albus foi o mais afetado. E é por isso que lhe escrevo.
Você é o seu melhor amigo. Único, devo dizer. E é também a minha ultima esperança de vê-lo reagir. Sair do quarto onde se trancou desde que retornamos do enterro.
Sei de nossas diferenças e dos motivos que nos afastaram, e sei também que não deveria lhe pedir nada depois de tudo que nos aconteceu.
Mas não é por mim que escrevo.
É pela amizade de sete anos que vocês construíram em Hogwarts que lhe peço: Por favor Scorpius, apareça. Seu amigo Severus, como eu sei que prefere chamá-lo, precisa de você."
-Scorpius?
Ele desviou o olhar da carta para encarar o homem alto e elegante que adentrara seu quarto.
O senhor Malfoy o avaliou por alguns segundos. A expressão fria e sem sentimentos tão comum a ele próprio.
Não demorou muito para que seus olhos caíssem sobre o fino objeto que o filho segurava.
-Carta da Potter, suponho. – concluiu, seco.
O filho não retrucou, apenas se pois a dobrar o papel e devolvê-lo ao envelope. "Potter" não era um assunto que eles costumassem conversar de forma civilizada.
-Ela levou bem mais tempo para lhe escrever choramingando do que eu supunha. Fazem o que? Sete dias?
Ele teve que aguardar o filho responder-lhe, pacientemente. Antes disso ele deixou o envelope sobre o criado mudo, ao lado da cama ampla e espaçosa que ocupava, passou a mão no seu sobretudo para só então proferir algumas palavras.
-Se acha que ela demorou a vir chorar no meu ombro... – ele rodou o sobretudo por sobre a cabeça e o vestiu – é por que não a conhece nem um pouco. – saiu porta a fora.
-Scorpius, onde você pensa que vai?
Ele se pois a seguir o filho pelos corredores da mansão. Scorpius tinha os passos decididos, firmes. Muito diferentes do adolescente incerto sobre suas escolhas que fora em outrora.
-Pensei que já havíamos chegado a uma conclusão sobre esse assunto. – rosnou o pai, ainda em seu encalço, sabendo para onde o filho se dirigia, mesmo sem a confirmação prévia – Ela não serve para você. Ir consolá-la só vai dificultar mais as coisas...
O rapaz parou de repente, impaciente com a perseguição dele.
-Não estou indo até lá por ela, se é isso que lhe aflige, meu pai. – disse, o encarando firmemente.
Ele já era um homem, pensou o pai. Um homem bem melhor do que ele jamais poderia ter sido.
-Como não? Foi ela quem lhe escreveu e...
O filho voltou a andar, entrando na grande biblioteca da casa, enquanto falava.
-Estou indo ver Severus. – sentenciou ao parar de fronte a uma das estantes abarrotadas de livros, todos muito bem organizados – Ela não quer que eu vá consolá-la. – ele levou a mão certeira em um dos livros. O pai não soube dizer em qual – Acredito inclusive que ela não queira se quer ver a minha cara, o que eu devo mais uma vez agradecer você, meu pai. E por isso mesmo, o simples fato de Lily me escrever implorando para que eu vá ver seu irmão já é o suficiente para eu ter certeza que ele não está nada bem.
-Ele tem outros amigos. Melhores que você, provavelmente.
-Não é o que Lily pensa. – respondeu Scorpius, simplesmente, guardando o tal livro dentro das vestes.
-Scorpius, não vá. Eu estou te dando o melhor conselho que podes ter, aparecer lá, agora, só vai te trazer problemas...
A expressão do filho deixou transparecer algo naquele momento, e foi possível o pai perceber um "que" de pena e decepção em seus olhos.
-Já que estamos falando em conselhos, meu pai, vou lhe dar um também. Talvez o senhor devesse me seguir... Para mostrar que se importa.
E, dizendo isso, desaparatou.
Draco permaneceu alguns segundos sem reação. As lembranças lhe inundando a mente como um redemoinho de sentimentos indevidos.
Balançou a cabeça de um lado para o outro. Tentando desfazer as imagens.
-Eu não me importo. – resmungou consigo mesmo, enquanto virava-se e saia do recinto.
Bom, é a minha primeira fic da Nova Geração que eu divulgo, por isso, caso gostem, comentem, só assimela vai pra frente hahahahaahahahah
bjs
AMB
