Doce melodia no piano alguem tocava e a conversa entre nós dois se estreitava:
-...Mas você tem que dizer que a ama ... - ela me implorava.
- Não, não vou conseguir. - respondia seguramente.
- Oras, como não?! É tão fácil dizer essas palavras... - ela sussurrava no meu ouvido.
- Pra mim não é tão simples, não vou dizer, eu nunca senti amor por ela... Entretanto a você eu digo, eu sinto...eu te amo! - ela me olhou saindo do quarto apressadamente, temendo que alguém pudesse ter nos escutado.
*Fim do Flash Back.*
*Flash Back*
Doce melodia no piano alguem tocava e a conversa entre nós dois se estreitava:
-...Mas você tem que dizer que a ama ... - ela me implorava.
- Não, não vou conseguir. - respondia seguramente.
- Oras, como não?! É tão fácil dizer essas palavras... - ela sussurrava no meu ouvido.
- Pra mim não é tão simples, não vou dizer, eu nunca senti amor por ela... Entretanto a você eu digo, eu sinto...eu te amo! - ela me olhou saindo do quarto apressadamente, temendo que alguém pudesse ter nos escutado.
*Fim do Flash Back.*
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Dando passos largos, eu andava pelas ruas de Paris. Um estrangeiro de descendência chinesa não era bem visto entre as pessoas da cidade, mas isso não importava nem um pouco para mim, o que eu queria fazer naquela cidade já estava decidido. Tudo já estava traçado e planejado nos mínimos detalhes.
Parei em frente a uma luxuosa casa de cor marfim de portões pequenos, onde na frente havia um jardim com belas flores vermelhas e toquei a campainha. Sr. Sorata logo apareceu à porta, o dono e proprietário daquela linda casa, acenou para que eu entrasse.
Na sala, o Sr. Sorata, me observava aos detalhes, sabia muito bem o que ele estava pensando. Eu vestia um casaco preto, calças largas da mesma cor, a camiseta desbotada, que aparecia um pouco pois o casaco estava desabotoado, e calçava sapatos que pareciam muito gastados de tanto caminhar pelas ruas daquela bela cidade. "Simples" deve estar pensando ou "Será que ele é milionário?".
- Por favor, sente-se! – Sorata acenou para o sofá que havia logo atrás de mim.
- Obrigado! - sentei-me, um pouco nervoso.
- Recebi seu telefonema Sr. Li...Certo?! – indagou.
- Sim! – respondi ligeiro.
- Então... - Sorata sentou em um sofá à minha frente e inclinou para uma mesinha que havia entre nós. Pegou uma pasta e me entregou – Veja. Aqui estão algumas fotos da mansão que o Sr. está interessado.
- Hum! – Peguei e começei a folhear. A primeira foto mostrava a fachada da mansão, um tanto antiga e com a pintura mal acabada, porém em um estilo oriental sem igual. Eu queria aquela mansão, queria comprá-la a qualquer custo! Porém o preço era demasiado alto para mim, mas este era o propósito. Aquela mansão ainda seria minha!
- Então, Sr. Li, como pode ver, a casa está sem a pintura adequada. Porém, com alguns ajustes, ela irá ficar perfeita. – Sorriu Sr. Sorata.
- Sim. – Agora observava a lateral da mansão e cada cômodo que havia nela: Sala de estar, cozinha, os dez quartos que possuía, uma suíte, os banheiros. Tudo nela era maravilhoso. – Sr. Sorata, a mansão já vem mobiliada?- indagei.
- Sim! Os moveis estão em perfeitas condições. – Sorata percebeu que eu estava nervoso. – Huun...Desculpe-me, mas - Sorata avançara um pouco mais perto de mim e olhava profundamente em meu olhar - O Sr. tem certeza de que quer a casa?!
Olhei por cima das fotos para o Sr. Sorata, encarando-o. Sorata ficou sem graça. Olhou para baixo e se afastou, desculpando-se novamente.
- Não. Quem me desculpa sou eu. – Coloquei as fotos de um jeito brusco na pasta e joguei-a em cima da mesa. Pra mim já chega. Não iria dar certo. – Esse meu jeito é meio duvidoso, não é o que o Sr. está pensando?! – agora eu o encarava novamente.
- Sim, mas... - Sr. Sorata ficou quieto.
- É uma bela casa! - indaguei quebrando o silêncio e o clima. Eu estava realmente nervoso.
- Ah, com licença! – Uma mulher acabara de entrar. – Ah... ah, desculpe, Sorata, eu pensei que estivesse sozinho. Com licença então – Ela era jovem e bonita, com um olhar deprimido no rosto que a beleza não conseguia esconder.
- Não. - falou se levantando do sofá - Deixe-me apresentá-los. – disse Sr. Sorata. – Este é o Sr. Li, e esta é minha esposa. – levantando-me, ele olhou para mim e eu olhei para a Srª muito rápido, esta fez o mesmo. Não apertei as mãos dela e nem ela inclinou as dela para mim. Eu queria terminar logo aquilo, queria logo aquilo tudo resolvido.
A Srª Arisugawa olhou para a mesinha e viu a pasta com as fotos da mansão meio bagunçadas.
- Desculpe-me, mas... Sorata, você estava vendendo a mansão para o Sr. Li?! – olhou, preocupada, para Sr. Sorata.
- Sim. Porque vo.. ?
- Ohh! Deus, eu acabei de vender para uma jovem! – interrompeu a Srª Sorata.
Olhei assustado, mas com certo riso para o jeito que a Srª Sorata havia dito aquilo. E pelo que ela tenha feito tambem.
- É, então... bem... - Sr. Sorata olhou para seus pés, sem graça.
- Tudo bem, eu vou-me embora. – Satisfeito me direcionava para a porta.
- Não, espere! Nós temos outras mansões, até mesmo casas mais simples.- Disse o Sr. Sorata.
- Não, obrigada.- Mal disse isso, eu já estava fechando a porta atrás de mim e indo embora.
Andando nas belas ruas de Paris, comecei a sentir mais frio. O vento soprava e assobiava em meus ouvidos e apertei-me ainda mais dentro do meu casaco preto desbotado. Depois de meia hora de caminhada, parei em frente a uma mansão em estilo oriental. Sim, aquela era a mansão das fotos. Vi em uma das imagens o endereço da mansão e resolvi conhecê-la ao vivo. Fiquei surpreso. A mansão era muito mais bonita do que se via nas fotografias.
Aquele era o lugar em que eu queria viver. Viver com uma pessoa muito especial. Casar, ter filhos. Eu queria ser feliz. Entretanto alguém já a havia comprado.
Exatamente como eu esperava...
