Disclaimer: Naruto não me pertence, mas o Gaara é meu e de mais ninguém :P

Essa é uma fic UA, ou seja, nada de ninjas e etc.


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Prólogo

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O jovem se esforçava para ler a caligrafia fina na carta devido a pouca luminosidade no local. Ele se encontrava em um pequeno escritório na ala norte de uma imponente mansão situada na Inglaterra. Após conseguir decifrar a escrita jogou a carta em cima dos outros papéis sobre a mesa e passou a mão pelo rosto num gesto cansado. A carta não trazia boas notícias, a julgar pela data da postagem já estavam deveras atrasados, o que realmente era pior do que a notícia funesta escrita naquele singelo pedaço de papel. Resolveu ir falar com a prima, pegou a carta e a guardou no bolso interno do casaco, teriam pouco tempo para arrumar a bagagem e voltar para seu país de origem. Andou apressado pelos corredores da casa imaginando onde a prima poderia estar, consultou o relógio de bolso, três horas da tarde, deveria estar treinando ao piano. Seguiu para a sala de música a passos largos, uma linda melodia já podia ser ouvida através da porta fechada, odiava incomodar a prima quando ela treinava, mas aquilo não poderia ser adiado.

- Hinata-sama – disse adentrando a sala sem cerimônia. A menina parou de tocar prontamente e olhou para o primo – preciso falar com você

- Algo importante Neji-nii-san? – olhou para o primo, seu semblante mostrava preocupação

- Quero que leia isto – tirou a carta do bolso e passou para a prima, que leu atentamente cada linha da correspondência, em poucos instantes em seus olhos se passaram várias emoções: alegria, assombro, incompreensão, e por fim tristeza. Logo estava com os olhos cheios d'água

- Q-quando essa carta chegou niisan? – perguntou enquanto o rapaz sentava-se ao seu lado

- Deve ter chegado hoje de manhã, mas só vi agora depois que voltei do banco, Hinata-sama, sabe o que isso significa?

- S-si-sim nii-san, qu-que de-devemos p-par-partir imediatamente - disse entre soluços

- Certo Hinata-sama, farei os preparativos para nossa partida, iremos ao mais tardar amanhã á tarde – disse enquanto se levantava, deixando a menina cabisbaixa chorando apoiada nas teclas do piano – Hinata-sama – a menina levantou os olhos a tempo de ver o Hyuuga parado na porta – não se preocupe, tudo dará certo – ele esboçou um sorriso e a menina sorriu singelamente


Estavam em pleno inverno, seria difícil achar um navio que os levasse até a Vila da Folha, Konoha (sua terra natal), uma pequena ilha que ficava na costa norte do Japão. A viagem seria difícil e muito longa, nenhum navio comercial aceitaria levá-los, e apesar de Lorde Jiraiya ser muito influente na política nenhum navio da Confraria aceitaria correr o risco de perder homens e munições para escoltar dois membros de uma família real que nem ao menos era reconhecida no Ocidente. Neji falou com todos os proprietários de barcos que conhecia, dos mais respeitáveis aos mais duvidosos, a resposta era sempre a mesma: "Impossível, não pode ser feito. Volte no verão". Eles não podiam esperar até o verão, não podiam esperar nem mais um dia sequer. Corriam contra o tempo, precisavam voltar para casa.

Parou para tomar algo em uma das várias tabernas alojadas no cais. Ao entrar tornou-se o centro das atenções, não ligou, só queria descançar um pouco e voltar á sua busca por um navio. A taberna estava apinhada de homens, a maioria piratas ou mercenários, claro. Soldados da Confraria não pisavam no cais por qualquer motivo, a não ser para embarcar, prender ou pegar propinas. Todos sabiam que a Confraria era negligente com a maior parte dos piratas, pois estes eram considerados ladrões sem importância ou no máximo saqueadores, os verdadeiros chefes piratas nunca aportavam na Inglaterra, viajavam pelos mares do Oriente, considerados lugares sem leis ou proteção. Sentou-se no balcão e passou os olhos pelo lugar, sujo e inóspito, como sempre. Tenten, a única mulher do local, fez um gesto para que ele esperasse. Logo a moça dos dois coques passou por de baixo do balcão e foi atendê-lo:

- Hyuuga Neji, o que vai querer hoje?

- Um pouco de rum, por favor. – a garota se virou e serviu um pequeno copo com uma bebida avermelhada

- Então, ao que devo a honra da sua presença aqui? – disse zombeteira

- Estou procurando algum navio que leve a mim e Hinata de volta para casa – uma centelha de desapontamento passou pelos olhos da morena, que disfarçou olhando para o copo que limpava sem vontade

- Vai ser difícil, ainda mais no inverno Neji, o Oriente fica muito longe, talvez no verão seja mais fácil

- Eu sei, mas nós não podemos esperar o verão, temos que partir imediatamente – estendeu o copo para que a mulher colocasse mais bebida

- Problemas em casa?

- Sim, de muita urgência – Tenten percebeu que ele não queria falar o motivo de tanta pressa, resolveu não insistir no assunto

- Bem, tenho certeza de que você dará um jeito, você sempre consegue o que quer – corou levemente ao se dar conta do que havia falado, já o jovem esboçou um sorriso, Tenten era sua amiga, não merecia trabalhar num lugar como aquele, deixá-la significaria muito mais do que ele favia imaginado.

- Preciso ir Tenten, ainda tenho lugares á ir – tirou alguns galeões do bolso e colocou sobre o balcão – esses daqui – tirou mais moedas douradas e colocou nas mãos da jovem – são pra você, não podem pagar os anos de amizade, mas sei que terão um bom destino

- Neji eu... eu nem sei o que dizer, isso é uma despedida muito estranha – disse deixando que lágrimas brotassem em seus olhos

- Encare como um até logo, um dia eu voltarei, não sou de tanta valia na minha terra quanto você pensa – disse as últimas palavras mais para si mesmo – até esse dia, até logo Tenten

- Até logo, Neji. – ela viu o moreno sair da taberna e voltou as atenções para as moedas em suas mãos, sim, aquelas moedas teriam um destino melhor do que o Hyuuga imaginava.

Até logo, meu amor.


Neji continuava perambulando pelo cais sem sucesso. Os lugares que poderia ir já haviam se esgotado, mas mesmo assim ele andava com a esperança de encontrar a solução para seu problema. Sabia que Hinata confiava nele mais que tudo, não podia voltar para casa dizendo que não teriam como partir, era uma pena tudo estar acontecendo no inverno, se fosse verão o próprio Lorde Jiraiya se encarregaria de conseguir o navio e eles estariam em casa em um piscar de olhos. Mas não era verão, era um inverno rigoroso, que deixava o ar do cais pesado e o céu da cidade ainda mais cinza. Pensou em ir por conta própria, mas riu da incensatez, ele não era um marinheiro, era um diplomata, suas armas eram as palavras, não as garruchas ou espadas, nem um bom espadachim ele era, não poderia nem ao menos defender Hinata caso corressem perigo. Que belo acompanhante ele era. Estava tão absorto nos próprios pensamentos que nem ao menos prestou atenção ao lugar onde seus pés haviam levado-o: Um beco que apesar da luz do dia estava escuro como se não houvesse sol, o cheiro era pungente e impregnava as roupas caras que ele usava, estava pronto para voltar quando sentiu uma mão em seu ombro, olhou para trás e viu um rapaz sorrindo maliciosamente para ele, suas feições eram quase felinas, com caninos pontudos e cabelos desgrenhados, não parecia ser um soldado e muito menos outro diplomata, Neji teve a certeza de que era um pirata. Se afastou e tentou correr, mas o rapaz foi mais rápido e impediu sua passagem, Neji pensou em tentar se defender, ele fora um bom lutador quando menino, talvez ainda lembrasse os pontos vitais para dar um soco. Estava prestes a pôr em prática seu pensamento quando o rapaz cansou de 'brincar' com ele e disse numa voz arrastada:

- Ouvi dizer que você precisa de um barco – Neji olhou desconfiado para o rapaz - eu sei onde pode conseguir um – o estranho sorriu maliciosamente de novo, esperando que Neji dissesse algo

- E porque eu confiaria em você? – respondeu em um tom que julgou arrogante, o rapaz deixou-se sorrir de canto de boca

- Acha que vai me enganar com essa pose de magnata? Está desesperado, eu sei. Andei seguindo você o dia todo, sei que já visitou todos os lugares onde poderia achar um navio e ninguém quis te ajudar, mas, se não acredita em mim, só lamento por você meu amigo, pode rodar a Inglaterra inteira e ninguémaceitará conduzí-lo ao Oriente, então, boa sorte, adeus. – virou-se e saiu andando como se não tivesse falado nada, sem nem ao menos olhas para trás. Neji ficou estático, o estranho estava certo, estava desesperado, talvez ele não estivesse mentindo, talvez ele pudesse mesmo ajudá-lo.

- Espere! – o estranho continuava sorrindo quando se virou para olhar Neji – Onde posso conseguir um navio? – o sorriso se intensificou

- Venha comigo, eu te levo até lá – Neji alcançou o rapaz, que começou a andar a passos largos

Ele esperava, mais que tudo, que não fosse um golpe para roubá-lo, aquela ajuda inesperada era sua última esperança.

Continua...


Bem, esse é apenas um pequeno prólogo pra que vocês entendam no quê a fic será baseada, gostaram? Mandem reviews! Não gostaram? Mandem reviews mesmo assim x)'

Até o próximo capítulo (ou não) '

Miimi-chan