Saint Seiya pertence a Masami Kurumada, etc e tal em letras miúdas.

Esse fanfiction é apenas um fanfiction sem fins lucrativos.

Saint Seiya Excalibur

Prólogo

Século VI d.C.

A Igreja Católica tornava-se cada vez mais poderosa e influente na Europa, e os governadores se rendiam ao seu poderio e a sua supremacia. Na Grécia, mesmo o Santuário de Atenas não ficou livre de sua perseguição ao paganismo. Naquela ocasião o Santuário encontrava-se com um poderio bastante escasso pelo fato de estarem se recuperando não apenas da última Guerra Santa onde boa parte de seus cavaleiros haviam perecido, como também das inúmeras batalhas que haviam culminado na queda do Império Romano. Depois vários entraves, após longas e complexas reuniões com os governantes gregos, o Grande Mestre daquela época, e antigo cavaleiro de ouro de Gêmeos, Ambrosius, decidiu mudar temporariamente a sede do comando do Santuário para uma região da Bretanha conhecida como Ynys Wydryn. Uma ilha cercada por brumas que exalava um grande poder, o que manteria qualquer pessoa comum longe de seus domínios, e assim serviria de proteção para quando Athena renascesse naquele mundo. A região seria conhecida futuramente como Avalon.

Mas este não era o único motivo de ter escolhido aquele lugar como sede do poder do Santuário. Consultando as estrelas, o Grande Mestre também havia previsto que a Bretanha seria o palco da próxima Guerra Santa que estava por vir. O Grande Mestre sabia que precisaria de mais do que o misterioso poder daquele lugar para agir quando a Guerra eclodisse.

Os anos se passaram, e não demorou muito para que os fatos se confirmassem.

Capítulo I – O Começo de uma Lenda

- Está preparado para a missão, cavaleiro?

- Sim, Grande Mestre. Partirei imediatamente para Tintagel. – respondeu o cavaleiro de longos cabelos loiro escuros.

- Lembre-se de que deve resgatar aquela mulher de seu cativeiro antes que Gorlois retorne. Não podemos deixar que os planos de Hades se concretizem.

- Sim senhor, eu farei. – o cavaleiro tinha o cenho franzido, e levantou-se voltando a encarar o Grande Mestre – Senhor, não tenho dúvidas quanto a minha missão, mas tem certeza de que serei capaz de dar conta do que vier a seguir?

- Ora, você é Uther Pendragon e é o cavaleiro de ouro de Libra. Ninguém no mundo estaria mais preparado do que você para isso e sabes que a muito tempo já era previsto que um dia você se tornaria o Grande Rei da Bretanha. Não há o que temer.

- Se tens tanta confiança assim em mim, eu o farei, em nome de Athena. – respondeu levantando-se.

Uther partiu naquele mesmo instante. A revelação de que ele seria o próximo rei da Bretanha o perturbava, pois não apenas era uma enorme responsabilidade, como pelo fato de desconfiava das intenções do Grande Mestre que parecia querer muito que ele se tornasse o próximo rei. Como isso aconteceria, disso ele não tinha a menor idéia. Mas naquele momento ele não tinha muito tempo para pensar naquilo.

Um grupo de cavaleiros de bronze o acompanhava em seu assalto ao castelo. Havia ordenado que, com exceção dos soldados de Gorlois, os demais deveriam ser poupados e se possível que causassem o mínimo de males possível.

O cerco começou. Enquanto os cavaleiros enfrentavam soldados, Uther infiltrou-se no castelo procurando pelos aposentos principais do castelo onde estaria a mulher que teria que resgatar, a esposa de Gorlois, Igraine. Não demorou muito para encontrá-lo. Era como sempre o maior e mais suntuoso quarto do castelo. As portas estavam entreabertas. Uther entrou no quarto devagar, não querendo causar estardalhaço a fim de não assustar a mulher. Parecia vazio, estava muito silencioso. Uther circulou a cama, e viu a silhueta atrás do anteparo. A sombra dela tremulava a medida que as velas queimavam. Uther caminhou calmamente até o anteparo, e o abriu também com bastante calma. Quando a viu, sentiu um calor forte no peito, seu coração parecia ter sido tomado por um mal súbito. Ela tinha cabelos escuros bem lisos, presos em uma trança. Seus olhos eram verdes como esmeraldas. Era a mulher mais bela que ele havia visto na vida.

Ela estava parada diante de um berço em silêncio. Olhava para a criança que dormia. Não se moveu mesmo quando Uther se aproximou dela. Seus olhos estavam tristes e seu olhar era distante. Uther ajoelhou-se sobre um dos joelhos para poder olhar nos olhos dela. Como ela não disse nada, ele começou:

- Lady Igraine, eu gostaria que viesse comigo. É um assunto delicado, por tanto gostaria de que...

- Eu sei porque está aqui. – cortou-o.

- Milady?

Igraine suspirou profundamente.

- Houve uma época em que eu pensei que ele me amava, meu marido, Gorlois. Mas ele só quer que eu gere filhos para ele. Filhos para serem usados por seu deus pagão.

- Então a senhora já sabe? – perguntou Uther preocupado.

- Sim. Eu sou a mulher que irá gerar o corpo que será usado por Hades. É para isso que ele me quer. E é por isso que você veio me matar.

- Milady, eu jamais faria isso a senhora. Tudo que quero é poder levá-la daqui, para que fique segura, e depois disso será livre. Juro-lhe em nome de Athena que jamais terá que passar por esse destino. – Uther segurou delicadamente sua mão e ela finalmente olhou para ele. – A senhora merece ser feliz. Merece viver ser feliz ao lado de alguém que a ame tanto quanto merece ser amada.

Os olhos de Igraine pareceram se encher de esperança por um momento. O modo como Uther olhava para ela lhe passava muita segurança, como se aquele homem fosse capaz de realizar seus sonhos. Sentiu um calor no coração quando ele se levantou olhando para ela ainda segurando sua mão, fazendo com que se levantasse junto com ele. Sentiu que a coragem enchia-lhe o peito, e sorriu para ele.

Igraine envolveu o bebê com seu xale, vestiu apenas uma capa grossa com capuz e decidiu partir com ele.

Caminharam até a saída do castelo, mas foram surpreendidos por um dos cavaleiros de bronze que havia sido arremessado contra eles.

Uther segurou-o e voltou-se para a pessoa que havia feito aquilo.

- Olha só o que temos por aqui! - disse o homem de cabelos negros ondulados e porte musculoso que vestia uma surplice por baixo de um suntuoso manto azul marinho. – Que grosseiros são estes cavaleiros de ouro que invadem castelos e seqüestram as famílias das pessoas!

- Você deve ser Gorlois, não é mesmo? Curioso você falar de família quando pretende entregar seus próprios filhos para serem usados por Hades.

- O que faço com meus filhos é problema meu! – respondeu rindo-se – Mas o que vou fazer com você será muito pior! Eu sou Gorlois de Minotauro da Estrela Celeste do Cárcere e Duque da Cornualha! Condeno-o a morrer dolorosamente por minhas próprias mãos!

- Será você que irá morrer, Gorlois!

Gorlois concentrou seu cosmo em seu braço e correu em direção a Uther.

- Grande Machado Esmagador!

Uther cruzou os braços a sua frente para deter o golpe, mas foi arremessado para dentro do castelo.

- Hunf! Foi muito rápido, nem teve tempo de sofrer mais um pouco.

Gorlois já estava para se virar em direção a Igraine quando sentiu o cosmo de Uther.

- Dragão Nascente!

Dessa vez foi a vez de Gorlois voar longe. Levantou-se com dificuldade fazendo um grande esforço para ficar de pé o mais rápido possível, irado.

- Maldito bastardo!

- É assim que você pretendia me matar Gorlois?

- Você não é tão fraco quanto eu imaginava! Mas não vai conseguir ir muito longe com o braço neste estado. – riu

De fato o braço de Uther estava quebrado por ter recebido o impacto do golpe. Mas Uther ignorou.

- Eu só preciso de um golpe para matá-lo Gorlois!

Uther elevou seu cosmo ao máximo, e sua aura formou nos céus um dragão vermelho.

- Cólera do Dragão!

Contra o golpe de Uther, Gorlois não teve como escapar. Seu corpo voou metros de altura acima e sua súrplice foi estraçalhada completamente. Ele desabou no chão a vários metros dali. Agonizante, tentou dizer alguma coisa, mas suas palavras morreram antes que fossem pronunciadas.

Uther olhou para o céu preocupado. Espectros de Hades já começavam a aparecer naquela época, sendo que Athena ainda não havia surgido. Haveria muito a relatar ao Grande Mestre quando retornasse. Mas aquilo teria que esperar. Havia uma tarefa muito importante a realizar.

Igraine o esperava do lado de dentro do castelo. Os soldados que haviam acompanhado Gorlois haviam sido todos derrotados, mas alguns dos cavaleiros ainda estavam feridos. Os servos do castelo estavam a espera de uma decisão.

- Eu sou Uther Pendragon! Derrotei Gorlois em seus próprios domínios e portanto sou a partir de agora senhor deste castelo. Ordeno, pois, que cuidem de meus companheiros. Também avisem a paróquia local sobre o enterro de Gorlois. Ele será enterrado amanhã de acordo com a tradição. Em seguida devem preparar tudo para a viagem de Lady Igraine. Ela seguirá viagem no dia seguinte para Carleon e quero que esteja tudo pronto ao amanhecer do segundo dia.

Os servos logo começaram a se movimentar cumprindo com as ordens de Uther. Agora a situação era diferente. Antes era como se tivessem que fugir, mas agora ele tinha o controle e poderia fazer as coisas da maneira certa.

Uther aproximou-se de Igraine.

- Não se preocupe, milady. As coisas vão melhorar daqui para frente.

- Obrigada, o senhor é muito gentil milorde.

Igraine ainda sentia-se insegura com tudo o que acontecera, mas a presença constante de Uther ao seu lado lhe dava conforto, e ela sentia-se mais confiante no futuro. A vida ao lado de Gorlois nunca fora feliz, mas Uther era diferente, amável, gentil e ela não se sentia sozinha ao lado dele.

Dois dias depois, assim como Uther determinara, Igraine partira para Carleon escoltada pelo cavaleiro e por seu séquito.

No dia em que chegaram a Carleon, Uther foi mais uma vez surpreendido. Ambrosius, o Grande Mestre em pessoa estava lá, acompanhado de Hector, o cavaleiro de prata de Cães de Caça. Ambos esperavam por ele.

Uther não compreendia o que aquilo significava, mas não reagiu imediatamente. Continuou a conduzir seus companheiros e Igraine. Os cavaleiros não haviam reconhecido o Grande Mestre naquela ocasião, embora um ou outro tivesse reconhecido Hector. Isso se dava pelo fato de que quando transitava entre os povos da Bretanha, Ambrosius deixava de lado as vestes de Grande Mestre e usava roupas simples, túnicas e capas de cores sóbrias que não chamassem a atenção. Poucos conheciam a sua aparência sem a máscara, um homem de cabelos ondulados grisalhos, expressão forte, olhos azuis bem claros e incisivos e rosto marcado pela idade avançada, mas nem por isso menos belo.

Já Hector era robusto e forte, tinha ombros largos e musculatura bem definida, seus cabelos eram avermelhados, curtos e espetados. Tinha olhos acinzentados.

Uther conduziu Igraine para o castelo e a deixou aos cuidados dos criados, não antes de trocar algumas palavras de solidariedade com ela. Em seguida dispensou seu séquito e pediu que descansassem.

Depois que todos aqueles assuntos estavam resolvidos, ele foi se juntar a Hector e ao Grande Mestre.

- É muito bom te ver novamente Uther! – disse Hector abraçando-o.

- O mesmo pra você velho amigo! – respondeu Uther retribuindo o abraço e dando dois tapinhas no ombro de Hector.

- Meus parabéns pelo sucesso na missão, Uther Pendragon. – cumprimentou dessa vez o Mestre.

- Muito obrigado, senhor. Senhor, há coisas que eu gostaria muito de discutir com vossa excelência. Gorlois, ele...

- Sim, eu sei.

- Como? O senhor já sabia disso?

- Eu suspeitava. É típico do senhor dos mortos dar esse tipo de missão aos seus espectros.

- Senhor, então devemos agir imediatamente...

- Acalme-se Uther! Entendo sua preocupação, mas não é por isso que estamos aqui. Há um motivo muito mais importante para você estar aqui hoje. Venha conosco.

Ambrosius seguiu em frente acompanhado dos dois cavaleiros. Uther parecia um tanto atônito com aquela situação, sem saber exatamente o que o Mestre pretendia.

Eles seguiram pelo castelo até chegar em um aposento grande com uma mesa central que provavelmente era usado para conselhos. Na ponta da mesa havia uma grande cadeira suntuosa, mas o dono daquele assento não se encontrava ali. Ele na verdade estava a poucos metros dali, observando tudo que se passava ao redor pela janela.

O velho monarca virou-se em direção deles. Hector e Uther imediatamente curvaram-se.

- Milorde. – pronunciaram ambos.

- Majestade. – pronunciou Ambrosius curvando a cabeça.

- Ambrosius, velho companheiro. – o senhor foi em direção a ele - Ao menos para alguma coisa serviu a perseguição dos padres: o tornaram mais humilde. – disse ele referindo-se a suas roupas.

- Sim, de fato. – riu-se – Mas em compensação você está mais gordo, Constantino.

- Ora, que culpa tenho eu se o peso da coroa acompanha certos privilégios? – respondeu divertidamente.

- De fato o senhor tem tido muitos privilégios várias vezes por dia, majestade.

- Mas não veio aqui para discutir meus privilégios, não é mesmo?

- Milorde, - Ambrosius fez menção para que Uther aproxima-se – este é Uther Pendragon, o cavaleiro de ouro de Libra. Eu já lhe falei dele na última ocasião.

- Ao seu serviço, majestade. – Uther curvou-se

- Hunf, ao meu serviço, certo? – Constantino olhou para ele com desconfiança e depois para Ambrosius.

- Considerará o que eu lhe pedi da última vez majestade?

Constantino olhou para ele, e depois para os dois cavaleiros.

- Deixem-nos. – ordenou. Imediatamente os dois se retiraram, ficando só ele e Ambrosius.

- Você explora demais a nossa amizade, Ambrosius.

- Disse da última vez que consideraria o nosso trato.

- Disse que consideraria, não que acataria! – vociferou.

- Sua majestade sabe muito bem da nossa condição. O senhor sabe o que aconteceu com o Santuário, e o porquê de estarmos aqui.

- Eu o conheço há longo tempo, Ambrosius! Há longo tempo, e conheço bem esse olhar! Você ficou arrogante depois de se tornar o novo Mestre. Só espero que não esteja planejando mais do que isso.

- Senhor, se realmente me conhece, sabe que não estou brincando e que a situação é séria! Muitas coisas acontecerão dentro de alguns anos, e precisamos de apoio! Não podemos lutar tendo de um lado o Submundo e do outro a Igreja! Precisamos de um rei que nos apóie, que pelo menos mantenham os padres em seus domínios para que possamos agir livremente!

- Você quer é um cavaleiro de ouro como rei! Dessa maneira controlaria não apenas os cavaleiros, como também a Bretanha!

- Engana-se se acha que é isso que eu pretendo. Ora, Uther é nobre e justo, e é um excelente candidato a sua sucessão, sabe muito bem disso! O senhor mesmo já o elogiou em outras ocasiões.

- Não tenho dúvidas quanto a Uther. Ele é honrado, e é isso o que me preocupa, alguém tão honrado comandado por você!

- Esquece-se de que eu também já o comandei senhor? É o rei que é, mas não sem minha ajuda. E o senhor não tem herdeiros, precisa começar a considerar as possibilidades. O senhor já tem certa idade, e adquiriu hábitos que só contribuem para o seu próprio fim.

- Talvez esteja certo, Ambrosius. Mas a decisão final ainda cabe ao rei, que queira ou não sou eu.

- Compreendo majestade. – respondeu olhando para ele, enquanto concentrava o cosmo em uma das mãos. – Assim será então, milorde.

Ambrosius lançou um golpe que atingiu o meio da testa do rei. Ele começou a sofrer os efeitos, mas logo seu corpo acalmou-se e os espasmos pararam. Agora ele tinha um olhar vazio.

- Uther será o herdeiro do trono da Bretanha. Não há ninguém no mundo que se compare a ele. – disse Ambrosius.

- Sim... Ambrosius... você está certo. Uther é meu herdeiro legítimo, e ninguém haverá de contestar minhas ordens.

- Muito obrigado, milorde. Com sua licença. – Ambrosius inclinou-se perante o rei e em seguida deixou o recinto.

Dois meses depois, o rei Constantino caiu doente. Mesmo os melhores médicos não puderam fazer muito por ele. Quando parecia que não haveria esperanças, reis e nobres se reuniram com o Grande Rei para que ele pudesse decidir sobre o destino da Bretanha, escolhendo um herdeiro. Ele foi bem claro: "Uther Pendragon será o meu herdeiro! Que isso seja anunciado aos quatro ventos!"

Muitos tentaram contestar, mas o rei estava irredutível. E foi assim que se seguiu.

Um grande cortejo se formou para lamentar a morte de Constantino. Pessoas de várias partes da Bretanha vieram para a ocasião. Dois dias depois, correspondendo a vontade de Constantino, Uther foi coroado. Uma semana depois, Uther casou-se com Igraine. Tiveram um filho, de cabelos loiro escuros como os do pai, que se tornaria uma lenda por gerações, e ele se chamava Arthur.

Quando estava com uma idade apropriada, Ambrosius pediu a Uther que o trouxesse para Avalon para ser treinado como cavaleiro. O garoto já treinava desde pequeno com o pai, e demonstrava um grande potencial.

No mesmo dia em que Uther e Arthur partiram para Avalon, a meia-irmã de Arthur foi levada para um convento, conforme era a tradição na época entre as filhas de nobres.

A garota de cabelos negros e lisos como os da mãe cavalgava um cavalo branco, acompanhada pela abadessa do convento de escoltada por dois soldados. Cruzavam a aquela altura uma densa floresta. Quando passavam ao lado de um imenso carvalho, os cavalos pareceram assustar-se. A abadessa viu uma mulher deitada ao pé da árvore. Desceu do cavalo e aproximou-se dela, mas estancou a poucos centímetros. Seu corpo começou a ficar pálido e cinzento e ela tombou no chão. O mesmo aconteceu com os soldados, que despencaram dos cavalos. A menina que parecia ser a única que não havia sido afetada, desceu do cavalo e se aproximou da mulher caída, curiosa. A mulher parecia estar abraçada a um embrulho de pano, que parecia ser uma criança. Porém, quando a menina tomou-o nos braços, viu que envolto ao embrulho estava o universo.

Agora até mesmo os cavalos começaram a tombar, assim como os pássaros ao redor das árvores caíam no chão. A menina olhava assustada para tudo.

Apenas um barulho podia ser ouvido naquele momento. Cascos. Um cavalo negro se aproximou, montado por um homem vestido como um monge, que pareciam ser os únicos seres vivos que não eram afetados por aquele poder, além da garota. O homem, ainda com a cabeça coberta pelo capuz, desceu do cavalo e aproximando-se da menina ajoelhou-se próximo a ela. Ele afastou o capuz, revelando seu rosto. Era jovem e belo, tinha cabelos e olhos dourados, e havia um símbolo em forma de estrela em sua testa.

- Qual é o seu nome, pequena? – perguntou com delicadeza.

- Morgana.

- Morgana. Este é o nome que sua mãe lhe deu? – riu-se

- Sim.

- Venha comigo, Morgana. – o homem levantou-se e segurando sua mão conduziu-a até o cavalo, ajudando-a a subir nele, ainda com a criança nos braços. Em seguida subiu no cavalo e cavalgou floresta a dentro.