Título: O Axioma Rubik
Autora: Lab Girl
Categoria: Arquivo X, 11a temporada, M&S, case file, hurt/comfort, family
Advertências: Um certo sofrimento emocional, um pouco de violência (nada explícito demais)
Spoilers: Episódio 11x05 (Ghouli)
Classificação: PG-13
Capítulos: ?
Status: Em andamento
Resumo: Era uma vez um menino comum que, já aos 7 anos, contava com uma imaginação ativa e gostava de desenhar. Ele era, em suas próprias palavras, uma mistura de nerd e solitário.

Disclaimer: Trabalho de ficção feito de fã para fã, sem fins lucrativos. Todos os direitos reservados ao criador e aos detentores dos direitos sobre a série e os personagens aqui apresentados, inclusive o conteúdo do site . Proibida a comercialização sem a expressa autorização dos representantes legais dos mesmos, bem como a reprodução, no todo ou em parte, sem a expressa autorização da autora desta ficção.

Notas da Autora: Esta fanfic é baseada em alguns spoilers do episódio 11x05 intitulado "Ghouli" e inspirada no site Ghouli net, que também é uma espécie de spoiler desse mesmo episódio, além de mais algum ou outro relacionado à 11a temporada. Quem não gosta de spoilers em hipótese alguma, e especialmente se não viu ainda os episódios da nova temporada até o 11x04, deve evitar a leitura. Esta fanfic passa longe do que deve ser o 11x05. Isto aqui é apenas algo que imaginei com base em algumas coisas que li relacionadas ao episódio em questão, mas não tem compromisso de ser fiel ao que realmente irá ao ar porque tomei a liberdade de apenas me inspirar em algumas coisas e deixar minha imaginação voar alto com relação a outras, criando o que gosto de chamar de possibilidades extremas. Quem quiser ler, apenas aproveite, como eu, a oportunidade de vivenciar momentos que na série, provavelmente, não teremos.


O Axioma Rubik


Axioma:

substantivo masculino

1. premissa considerada necessariamente evidente e verdadeira, fundamento de uma demonstração, porém ela mesma indemonstrável, originada, segundo a tradição racionalista, de princípios inatos da consciência.
2. máxima, provérbio, sentença.

Na lógica tradicional, um axioma ou postulado é uma sentença ou proposição que não é provada ou demonstrada e é considerada como óbvia ou como um consenso inicial necessário para a construção ou aceitação de uma teoria. Por essa razão, é aceito como verdade e serve como ponto inicial para dedução e inferências de outras verdades (dependentes de teoria).

O Cubo de Rubik

É um quebra-cabeça que consiste em um cubo. Cada uma das suas seis faces está dividida em nove partes, num total de 26 peças que se articulam entre si devido ao mecanismo da peça interior central fixa, oculta dentro do cubo.

Ghouli

Provavelmente derivado da palavra ghoul, em inglês, que se refere a um espírito maligno que supostamente viola túmulos e se alimentas de corpos de pessoas mortas; também designa uma pessoa que tem interesse mórbido pela morte ou desastres.


Introdução


Ele despertou como de um pesadelo. Corpo suando, respiração ofegante, a sensação de que iria sufocar. E, então, levou as mãos à cabeça. Nada. Desta vez, nada. Aquela dor, quando seu crânio parecia prestes a explodir, não estava mais ali. Inspirando, um pouco aliviado, deitou a cabeça no travesseiro novamente. Era bom não sentir tanta dor. Mas, ao mesmo tempo, indicava que sua conexão havia acabado, sim? Não estava mais lá. As imagens que agora se repetiam nas últimas duas semanas, nada tinham a ver com o que ele acreditava ser a conexão.

Simplesmente não via mais os cabelos ruivos. Os olhos azuis. Nada. Eram rostos aleatórios, outras pessoas quaisquer. Ele havia perdido aquele elo de ligação. E não sabia dizer se isso mais o angustiava ou aliviava. Pois sabia que ela também sofria, e não queria fazê-la sofrer.

Afastando as cobertas, o garoto colocou os pés descalços sobre o chão frio. Inspirou demoradamante antes de sair da cama e alcançar a mesinha que ficava logo em frente à janela do quarto. Olhou para fora, a lua seguia no alto do céu escuro, iluminando a noite quase sem estrelas. Puxando a cadeira, sentou-se e abriu a tampa de seu laptop. Assim que a luz do computador se acendeu, a página de fundo escuro surgiu diante de seus olhos, o cursor piscando justamente onde havia interrompido a escrita.

Eu já vi isso antes de perto e nunca deixa de desorientar e assustar, mesmo que você conheça a causa. Situação crítica.|

Ele voltou um pouco alguns parágrafos, relendo o que vinha antes...

"Eu acho que é um helicóptero..." Cabelos de fogo escutou um homem falar com um lenço sobre o nariz – como se aquilo pudesse fazer alguma coisa para impedi-lo de vomitar os próprios intestinos para fora.

Mas não era um helicóptero. Não era sua imaginação porque ela podia ver aquilo também. Era um p*ta gigante de um OVNI. Que apenas pairava acima e esperava que todos caíssem mortos como moscas.

Cabelos de Fogo era uma bela visão no mar de gente infestada, apesar da sua expressão de impotência. Não pude evitar me focar nela. Ela era o único indivíduo de pé em cima da ponte. Todos os outros estavam de joelhos com dores abdominais, vômito, engasgados, pálidos, febris, prestes a terem um colapso. Alguns estavam até com sangramento por seus orifícios – Eu já vi isso antes de perto e nunca deixa de desorientar e assustar, mesmo que você conheça a causa. Situação crítica.

Então, ele retomou o texto, dando continuação a narrativa de sua última visão, que, apesar de já não mais se repetir nas últimas duas semanas, continuava a atormentá-lo em seus sonhos.

E, no entanto, mesmo com todos em seu estado de fraqueza, era impossível não ficar hipnotizado pela visão de outro mundo que pairava acima de todos eles. Era enorme. Era confuso. Por outro lado, do meu ponto de vista, era como estar num assento da primeira fila para ver Deus aparecer lá em cima naquele momento final e transcendente antes do Fim.

O garoto piscou. Estava pesado demais. Obscuro demais. Pegou a garrafinha de água que sempre deixava sobre a mesa, tirou a tampa e bebeu um gole. O efeito do recente pesadelo tinha diminuído, sentia-se menos ansioso agora. Olhou para o relógio. 3:21 A.M. Deixando a garrafa de lado, inspirou e pousou os dedos sobre os teclados, pensando na melhor maneira de prosseguir com aquele desabafo em forma de texto. Até que seu humor peculiar o inspirou a acrescentar um parágrafo que servisse como um respiro antes do cru e inevitável desfecho.

Não minta para si mesmo. Se você é um adulto, e, talvez, até se você for apenas um garoto emo como eu, você já contemplou sua própria morte em alguma ocasião ou outra, com uma ou duas ansiedades especiais exclusivas sobre como ela deve ocorrer. Seja por seu histórico genético familiar, seus maus hábitos alimentares ou pela frequência com que você decide pular sua corrida matinal para assistir a uma maratona de Premonição.


xXx


Read & Review!