EPISÓDIO: Encontros e Desencontros
NOS CAPÍTULOS ANTERIORES DE GILMORE GIRLS E E.R.:
Rory e Lorelai brigam. Rory decide morar com Emily e Richard. Fora de Yale, ela acaba se envolvendo cada vez mais com Logan e os dois acabam viajando até Nova York, após o péssimo reencontro dela com Lorelai no batismo dos filhos de Sookie. Enquanto isso, no E.R., Carter vai pra África com Kem, deixando Abby só e em Chicago. Ela tenta não se abalar através de uma enorme dedicação direcionada à medicina. Vitor Clemente vira o novo atendente do County.
Episódios que antecedem essa história:
E.R. – Antes da chegada do Clemente.
Gilmore Girls: - O do batismo.
Eram 8:30 da manhã, quando o telefone de Rory tocou.
- O que é isso?- perguntou Logan acordando.
- Meu celular, é minha avó. Eu tenho que atender. Alô?
- Rory, ai meu Deus, onde você está? Você está bem?
- Tô, vovó, eu tô ótima.
- Onde você está?!
- Eu tô em... Nova York.
- Em Nova York? Com quem?!
- Com Logan.
- Você não dormiu em casa para ir pra Nova York com seu namorado?! Isso é uma irresponsabilidade!
- Eu sei, vovó, mas tá tudo bem, a gente vai voltar hoje mesmo.
- Não importa quando você volta, o que importa é que você foi! E pelo jeito, não levou nenhuma roupa, já que todas estão no armário!
- Mas...
- Passe o telefone para o seu namorado.
- Mas vovó...
- Passe Rory! Agora!
- Tudo bem. Ela quer falar com você.
- Comigo? – perguntou Logan, ainda sonolento.
- É.
- Mas... Tudo bem, vai. Alô? – após alguns segundos, ele desligou o telefone.
- E aí?
- Ela disse o quanto eu sou irresponsável e que você é uma menina de respeito, portanto terá que ser tratada melhor do que minhas outras namoradas.
- Não!
- E ainda disse que se você não voltar inteira para casa, ela vai proibir o nosso namoro.
- Ela te disse isso?!
- Disse.
- Eu não acredito! Eu vou agora mesmo ligar para ela e falar que ela não pode falar assim com você.
- Rory, não esquenta. Tá tudo bem. Na verdade, eu acho que ela está certa.
- Certa? Como?
- Eu que fui o culpado por você ter sido presa, por você ter saído de Yale...
- Como, Logan?! Eu quis sair de Yale!
- Por causa do meu pai!
- Mas Logan...
- Eu preciso de um tempo pra pensar. – dizendo isso, ele se levantou e trocou de roupa – Eu já volto.
MÚSICA DE ABERTURA
Lorelai acordou às 9 horas. Olhou pro lado e viu que Luke não estava. Ela trocou de roupa e depois desceu.
- Bom dia. – cumprimentou Luke com um beijo.
- Bom dia. Hei, por que você não me acordou?
- Era pra eu te acordar?
- Era, eu tinha que estar lá na Dragonfly às 8:00.
- Eu não sabia, me desculpe.
- Tudo bem, eu já tinha falado com o Michael pra que se qualquer coisa acontecesse, ele cuidasse do assunto.
- Café?
- Por favor.
- Cesar, faça algumas panquecas com ovo.
- OK, chefe.
- AH, e Cesar...
- O que?
- Cadê a Lane?
- Ela foi fazer uma entrega.
- Faz tempo?
- Faz.
- Tudo bem, então.
- O que você quer dela? – perguntou Lorelai.
- É que eu tenho que sair pra falar com o Taylor.
- Sobre...?
- Um médico chegou à cidade e ele comprou a casa do Twinckie, daí eu tenho que assinar um papel passando a casa pra ele já que eu era o ex-dono.
- Ah, entendi. Hum, já são 9:15, eu tenho que ir. Beijo. – os dois se beijaram. – Tchau.
- Tchau.
Quando estava saindo do Luke´s, Babete veio falar com ela.
- Olá, querida, soube da grande novidade?
- Que novidade?
- Você ainda não sabe?! John Carter vem morar aqui!
- Quem?
- Eu também não conhecia, mas Taylor falou que ele era médico de pronto-socorro em Chicago. E o melhor, ele é bonito, milionário e solteiro!
- Uau, se ele é tudo isso, por que vem morar aqui?
- Parece que ele morava na África com a mulher, mas eles acabaram se separando porque ele gostava mesmo de outra.
- Quem te contou isso?
- Taylor contou pro Kirk, que contou pra Patty, que me contou.
- Ah, claro.
- Me desculpe querida, mas agora eu tenho que ir, porque Morey ainda não sabe. Tchau, querida.
- Tchau, Babete. – Lorelai entrou no carro e foi pra Dragonfly.
Enquanto isso...
Rory tomou café e resolveu dar uma volta em Nova York. Ela tentou ligar pra Logan, mas ele não atendeu. Quando andava pela praça de Nova York, esbarrou em uma pessoa conhecida.
- Rory.
- Jess.
- Eu... Como você está?
- Bem, você?
- Também. O que você tá fazendo aqui?
- Eu vim passear... Com meu namorado.
- Namorado?
- É, o nome dele é Logan.
- Ele é legal?
- É, muito legal.
- Bom, eu ia te perguntar se quer tomar um café, mas eu acho que você deve estar ocupada com seu namorado.
- Na verdade, eu tô livre. Eu adoraria tomar um café com você.
- Verdade?
- Verdade.
- OK, então vamos.
Os dois ficaram andando pela praça e colocaram os assuntos em dia.
- E aí, quais as novidades?
- Quase nenhuma.
- Como sua mãe está?
- Eu não sei.
- Não?
- Não, ela não aceitou uma decisão que eu tomei e agora eu tô morando com meus avós.
- Vocês duas brigaram? – ele indagou pra ver se entendera direito.
- Aham.
- Han! Eu nunca achei que isso fosse possível.
- Bom, mas é. E foi bem feio. – os dois se silenciaram durante algum tempo.
- Por que vocês brigaram?
- Por que... Porque eu larguei Yale.
- O que?! Você largou Yale?!
- Larguei.
- Mas... Por quê?!
- É uma longa história, você não vai querer saber.
- É óbvio que eu quero saber! Rory, você adora estudar!
- Eu adorava.
- Não, você ainda adora! Rory, eu te conheço, você é a única pessoa que eu sempre achei que nunca abandonaria os estudos.
- Jess...
- Por quê? Por que você largou a faculdade? – Rory ficou quieta durante alguns segundos – Fala, Rory!
- Eu fui num jantar da família do meu namorado e a mãe e o avô dele me trataram mal, daí o pai dele, que é dono de vários jornais me ofereceu um emprego em um dos seus jornais, ele disse que era pra desculpar o jantar, mas aí, depois de uma semana, ele me disse que eu não servia pra ser jornalista.
- O que?! – ela ficou calada – E o que isso tem a ver com seus estudos?
- Tem a ver que ele é um dos maiores jornalistas dos Estados Unidos e ele sabe quando uma pessoa tem um dom e quando ela não tem. No meu caso, eu não tenho.
- Como você pode acreditar nas besteiras que um velho idiota que, aparentemente, não entende nada de jornalismo, te fala?!
- Ele não é idiota, ele é um grande jornalista.
- Rory...
- Não, Jess. Pára. Eu já tomei minha decisão, eu espero, sinceramente, que você a respeite. – Jess a encarou durante algum tempo.
- Tudo bem, eu respeito, mas eu tenho o direito de achar que você fez uma burrice muito grande e que esse cara é sim um grande idiota.
- Tudo bem, essa é sua opinião e eu respeito isso. – os dois se calaram, voltando à caminhada - E você, tem alguma novidade?
- Na verdade, eu tenho. Eu terminei o 3º ano.
- Sério?
- Sério. Eu tô tentando entrar numa faculdade agora.
- Jess, isso é ótimo.
- Eu também acho, na verdade, eu fiz isso pelo Luke e... por você.
- Wow...
- Pois é.
- Parabéns! – ela afirmou lhe dando um abraço.
- Obrigado. E o Luke, você tem alguma notícia dele?
- Sim. Ele e minha mãe ficaram noivos.
- Noivos?!
- Eu não posso te contar os detalhes porque quando aconteceu, a gente já tinha brigado.
- Uau, eu nunca achei que estaria vivo pra ver esse dia. Sua mãe e o Luke, noivos. Ele deve estar muito feliz.
- É, eu acho que sim. – Nesse momento, o celular de Rory tocou.
- É o Logan, eu tenho que atender.
- Tudo bem, eu preciso ir trabalhar mesmo. – os dois se olharam durante algum tempo - Tchau, Rory.
- Tchau, Jess.
PROPAGANDA
Lorelai estava na Dragonfly, quando um homem muito bonito, com uma jaqueta na mão foi falar com ela.
- Pousada Dragonfly, eu posso te ajudar? – ela perguntou.
- Sim, eu preciso almoçar alguma coisa.
- Escolheu um ótimo lugar, aqui nós temos uma ótima chef, Sookie St. James.
- Obrigado. Ah, eu sou John Carter.
- Lorelai Gilmore, é um prazer conhecê-lo.
- O prazer é todo meu.
- Eu ouvi muito sobre você. Você é o médico de Chicago, não é?
- Sou, eu trabalhava num pronto-socorro de lá.
- Bom, eu acho que você realmente deve estar com fome já que veio da África. – ela resmungou baixinho.
- África? Vocês sabem?
- Aqui em Stars Hallow, todo mundo sabe tudo de todo mundo. Coisa de cidade pequena, você vai se acostumar. Mas, por favor, me acompanhe. – Ela o levou até uma mesa na área de refeições. – Se você me permite, o frango que a Sookie faz é fantástico.
- Bem, eu vou aceitar sua sugestão.
- Tudo bem então, eu vou pedir pra ela preparar seu frango. Ah, e bem-vindo.
- Obrigado. – Nesse momento, o celular dela tocou – Com licença.
- Alô?
- Lorelai, como você deixa sua filha ir pra Nova York com o namorado...
- Mãe?
- sem levar roupa, nem nada?! Que mãe é você?!
- Desculpe, mas pelo que eu sei quem cuida dela agora são vocês. Portanto se ela viajou é culpa sua e não minha!
- É claro que é sua culpa, é minha também, mas você também tem culpa no cartório ou você acha que ela tá achando bom não falar com a própria mãe?!
- Tudo bem, onde ela está?
- Eu não sei, ela estava em NY, mas faz horas que eu ligo pro celular dela e ela não atende!
- OK, mãe, calma, qual é o celular dela?
- O que você vai fazer?
- Você pode por favor me dar o número do celular dela?
- Tudo bem, é 5553286.
- Obrigada e eu ligo quando falar com ela. Tchau. – Lorelai desligou na cara da mãe e ligou pra Rory.
- Alô?
- Cadê você?!
- O que?
- Eu sei que você deve estar ótima e que eu não tenho mais nada a ver com sua vida, mas quem cuida de você é sua avó, portanto ligue pra ela e diga que está bem porque eu não agüento mais ela me ligando e falando o quanto eu sou irresponsável! Tchau.
- Algum problema? – era Carter – me desculpe, mas é que não deu pra evitar ouvir a conversa.
- Tudo bem, não precisa se preocupar, tá tudo ótimo, aliás, se melhorar piora.
Eram 19 horas da noite e nada de Rory aparecer.
- Richard, faça alguma coisa!
- O que, Emily?
- Chame a polícia!
- Emily, a garota deve estar bem, deixe-a namorar em paz.
- Richard, já era para ela ter chegado!
- Emily, calma. Daqui a pouco ela chega.
- Se você não se preocupa, tudo bem, mas eu vou fazer alguma coisa! – dizendo isso, ela pegou um casaco e saiu de carro.
Enquanto isso...
Lorelai e Luke estavam voltando do cinema, porém quando chegaram na porta da casa dela, tiveram uma surpresa.
- Você? – ela perguntou.
- Eu preciso falar com você. É sobre Rory.
- Jess, você tá bem? – perguntou Luke preocupado.
- Eu tô ótimo, eu só preciso falar com Lorelai. – ela hesitou um pouco antes de responder.
- OK, entre. – ela abriu a porta da casa e os três entraram.
- O que houve?
- Eu soube que ela largou Yale.
- Você falou com ela?
- A gente se encontrou em Nova York. Lorelai, ela não pode fazer isso. Aquele idiota do namorado dela não fez nada, mas eu vou fazer. Ela não pode acreditar num velho idiota que acha que sabe jornalismo!
- Jess, eu acho a mesma coisa que você, mas acredite, eu já tentei e ela simplesmente saiu de casa e foi morar com meus pais.
- Mas ela ama estudar! Quer dizer, eu voltei a estudar só por causa dela! Ela falava do ensino como algo tão maravilhoso que até dá vontade de estudar de novo. Ela não pode abandonar Yale! Ela não pode desistir do sonho dela de ser jornalista!
- Eu... – quando Lorelai ia falar, o telefone tocou. Depois de alguns segundos, ela desligou e começou a andar de um lado pro outro desesperada.
- Vamos. – ela falava.
- O que? – perguntou Luke sem entender.
- Vamos, rápido, nós temos que ir.
- Lorelai... O que aconteceu? – perguntou Luke.
- Era sobre Rory, ela sofreu um acidente de carro perto de Chicago e está no hospital. A mulher disse que ela estava em estado grave. – Lorelai começou a chorar.
- Oh meu Deus.
- Nós temos que ir pra lá, agora. Eu tô com meu carro, vamos! – Luke foi com Lorelai até o carro.
- Jess, espera.
- O que foi?!
- Primeiro a gente tem que falar com o médico que chegou aqui hoje. Ele trabalhou no hospital, pode ser que ajude a gente.
Os quatro tomaram a estrada para o aeroporto. No caminho, Carter ligou pro hospital.
- County Hospital, pois não?
- Frank?
- Dr. Carter?!
- Frank, eu preciso de uma informação.
- Você voltou da África?
- Frank, isso é importante, por favor, eu preciso de uma informação.
- OK, o que você quer?
- Eu preciso saber quem está cuidando de uma paciente.
- Qual o nome?
- Lorelai Gilmore.
- Lorelai Gilmore? Abby está cuidando dela. – ele hesitou um pouco.
- Chame a Abby, eu preciso falar com ela.
- Tá bem, só um minuto. – depois de algum tempo, Frank voltou – ela não pode falar agora. Tá trabalhando nesse momento.
- Abby? O que ela está fazendo?
- Cuidando da garota sobre a qual você me perguntou.
- Você sabe se a menina está bem?
- Não, eu não tenho idéia.
- Tudo bem. Frank, peça pra Abby me ligar assim que ela terminar a operação, certo?
- Certo.
- Obrigado, tchau.
- Tchau.
- Como ela está? – indagou Lorelai assim que ele terminou a ligação.
- Eles não sabem. A Dra. Abby Lockhart está cuidando dela.
- E essa médica, ela é boa?
- Sim, ela é uma ótima médica. Não se preocupe, sua filha tá em boas mãos.
PROPAGANDA
Eles chegaram ao aeroporto às 8:00.
- Eu preciso de quatro passagens. – disse Carter.
- Para onde? – perguntou a balconista.
- Chicago. – Nesse momento, o celular de Carter tocou.
- Alô, Abby?
- Carter, o que foi?
- Eu preciso saber uma coisa sobre a menina que você cuidou, ela... – Lorelai tomou o celular da mão dele.
- Oi, eu sou a mãe dela. Por favor, como ela está? –Abby hesitou um pouco.
- Ela sofreu um acidente grave e chegou aqui com um sangramento interno.
- Oh meu Deus!
- Nós tivemos que operá-la.
- E como foi a cirurgia?
- A cirurgia foi um sucesso, ela está reagindo bem, está respirando com a ajuda de aparelhos, mas isso provavelmente só por hoje.
- E quando ela vai poder sair?
- Provavelmente daqui a uma semana.
- Obrigada, muito obrigada.
- Lorelai, deixe-o falar com ela, eles são médicos, se entendem melhor. – Luke falou pra ela.
- Tudo bem. – Lorelai deu o telefone pra ele e Carter explicou tudo pra Abby.
- Eu voltei da África e fui morar na cidade onde essa menina mora, então eu conheci a mãe dela e ela pediu minha ajuda já que eu trabalhei aí. Nós pegaremos um avião e daqui a umas 3 horas a gente chega aí.
- Tudo bem.
- OK, obrigado. Ah, e Abby... Como você está?
- Bem, e você?
- Eu também. Eu preciso desligar. Tchau.
- Tchau, Carter.
Quando Abby desligou o celular, Haleh foi falar com ela.
- A garota acordou. – Abby saiu do "choque".
- E como ela está?
- Muito abalada, ela perguntou sobre a mãe.
- Eu vou falar com ela. – Abby entrou na sala.
- Oi, eu sou a Dra. Lockhart, cuidei de você. E então, como você está se sentindo?
- Um pouco tonta, eu acho.
- Essa tontura é normal, já que quando sofreu o acidente, você bateu a cabeça no painel do carro. Mas você vai ficar bem, não se preocupe.
- E minha mãe?
- Eu falei agora a pouco com ela, ela pegou um avião e está vindo pra cá.
- Abby. – era Haleh.
- Sim.
- A polícia está aqui fora.
- Eu já vou. Lorelai...
- Rory.
- Rory, a polícia vai querer fazer algumas perguntas sobre o acidente...
- Não, pelo menos por hoje, nada de polícia, por favor, doutora.
- Abby, pode me chamar de Abby. Eu vou pedir pra eles voltarem outro dia.
- Obrigada. – ela agradeceu vendo Abby sorrir em seguida.
- Eu já volto.
Três homens com o fardamento da polícia estavam esperando do lado de fora da sala.
- Oi, eu sou a Dra. Lockhart.
- Oi, nós somos da polícia e precisamos falar com Lorelai Gilmore. – falou um dos homens.
- Na verdade, ela não pode falar por enquanto por causa dos aparelhos, mas volte amanhã e talvez ela fale com vocês.
- Mas nós temos que falar hoje, nosso trabalho é muito importante e não podemos perder tempo.
- Eu sei que seu trabalho é importante assim como o meu, mas ela está abalada e provavelmente não vai falar coisa com coisa hoje, portanto voltem amanhã.
- Mas...
- Por favor, volte amanhã. Vai ser melhor pra vocês.
- Tudo bem.
- Obrigada. – os três foram embora.
- Abby.
- O que, Haleh?
- Ela está te chamando. – falou apontando para Rory. Abby entrou na sala.
- O que foi? Você tá sentindo alguma coisa?
- Não, eu tô bem. É que eu preciso saber sobre... Logan.
- Logan?
- Ele estava comigo no carro.
- Ah, o garoto loirinho. Ele está bem. Só quebrou o braço. Ele perguntou sobre você. – Rory ficou em silêncio – Você quer falar com ele?
- Não, não. – Abby pegou uma cadeira e sentou do lado dela.
– Ouça, Rory, nós sabemos que ele foi o culpado do acidente. Ele estava dirigindo e nós fizemos um exame e vimos que ele estava bêbado. – Rory começou a chorar. - O que foi?
- Minha mãe, ela vai ficar brava.
- Por quê?
- Porque eu sabia que ele estava bêbado e entrei no carro com ele, porque eu fiz besteira largando Yale e porque eu fui morar com meus avós e não ter falado nada pra ela.
- Rory, você pode ter errado, mas eu duvido que sua mãe fique com raiva, pelo menos agora. Você podia ter morrido, e é uma sorte você ter sobrevivido, sua mãe vai ficar feliz por você estar viva.
- Você salvou minha vida, não foi?
- Eu...
- Você salvou minha vida, obrigada. – Abby sorriu.
- De nada. Bem, eu tenho outros pacientes. Qualquer coisa me chame, certo?
- Certo. Ah, e Dra. Loch..., quer dizer, Abby... Obrigada de novo. – Ela saiu da sala.
- E aí? Como ela está? – perguntou Neela que encontrou Abby no corredor.
- Ela vai ficar bem.
- Que bom.
- Também acho. E o garoto?
- Logan Huntzburguer?
- É.
- Ele foi pra casa. Parecia assustado.
- Também pudera, quase matou a namorada.
- Mas ele não parecia com medo disso.
- Como assim?
- O pai dele soube e disse um monte de coisa pra ele. Parece que ele vai pra Inglaterra durante um tempo.
- Esse é o castigo de quem é rico? Passar um tempo na Inglaterra?
- Aparentemente.
- Quem me dera. – ela respondeu indo em outra direção com uma ficha na mão.
PROPAGANDA
À meia-noite e meia, eles chegaram ao hospital.
- Dr. Carter, quanto tempo! – cumprimentou Frank.
- Olá, Frank. Cadê a Abby?
- Ela está com a tal garota do acidente de carro.
- Em que sala?
- Trauma 2.
- OK, obrigado. Lorelai, venha comigo.
Jess, Luke e Lorelai seguiram Carter.
- A gente vai ficar aqui fora, é melhor vocês conversarem sozinhas. – falou Luke.
Carter e Lorelai entraram na sala.
- Carter? – Abby, que estava na sala observando Rory, foi falar com ele.
- Oi, essa é Lorelai, mãe dela.
- Oi, eu sou a Dra. Lockhart.
- Oi. – as duas apertaram as mãos. – Rory... – ela sentou ao lado da cama da filha, chorando.
- Ela está dormindo agora devido aos medicamentos.
- Como ela está?
- Ela está bem. Ela já até conversou comigo. Perguntou de você. – Lorelai olhou pra Abby. – Ela acha que você vai ficar com raiva dela.
- Por que ela acha isso?
- Quando ela acordar, ela te fala, na verdade, eu não posso falar nada sobre meus pacientes.
- Eu entendo.
- Eu vou deixar vocês duas sozinhas. Carter, eu posso falar com você, um instante?
- Claro.
- Ei, doutora. – Lorelai estava chamando-a.
- Abby.
- Obrigada. – Abby apenas sorriu pra ela. Os dois saíram da sala. Abby falou com Luke e com Jess e explicou a situação. Depois, ela e Carter foram à sala dos médicos tomar um café.
- Você tá namorando a tal Lorelai? – perguntou Abby.
- O que? Não! Ela tá noiva! Daquele homem que tá com o sobrinho!
- O do boné de beisebol?
- É.
- Carter, por que você voltou?
- Nossa, quantas indiretas.
- Eu tô falando sério, o que aconteceu?
- Bem, quando a gente tava aqui, era tudo ótimo, mas quando a gente chegou lá, tudo ficou chato.
- Como assim ficou chato?
- Eu não sei, eu acho que... Na verdade, eu gostava de outra pessoa, e era chato porque lá, eu não a veria todo dia como eu a vejo quando tô aqui.
- E por que ir morar no interior?
- Eu não sabia se ela estava com outro cara, então, assim, no interior, eu ficaria longe, mas ao mesmo tempo perto. – ele se aproximou dela.
- E quem... Quem é ela? – perguntou Abby, olhando nos olhos dele.
- Ela é... – nesse momento, Haleh entrou na sala.
- A garota tá mal. – avisou. Carter e Abby saíram correndo em direção a sala. Quando entraram, Lorelai estava chorando.
- O que aconteceu com ela? – perguntou Lorelai desesperada.
- Eu não sei.
- Haleh, por favor, leve a Sra. Gilmore até a sala de espera. – pediu Carter.
- Venha comigo. – Foi difícil tirar Lorelai de lá, mas depois de muita insistência, ela saiu.
- Iniciar compressões. – falou Carter. – Malik, dê 4 mg de morfina.
- Tubo 4.0. – Abby se preparou para entubá-la. – Eu tô dentro. Saco.
- Pressão subindo, batimentos normais. – informou Malik.
- Bom trabalho, Abby. – elogiou Carter.
Algum tempo depois, Abby e Carter foram falar com os três.
- Ela está bem, foi só uma queda de pressão, é comum nesse tipo de acidente. – começou Abby.
- Nós precisamos entubá-la, portanto ela não poderá falar por um ou dois dias. – terminou de explicar Carter.
- Mas ela vai ficar bem? – perguntou Luke.
- Sim.
- Onde está minha neta ??? – uma gritaria vinha do balcão.
- O que está acontecendo? – perguntou Abby.
- Eu não sei. – respondeu Carter.
- Minha mãe. – Abby olhou pra Lorelai - Ela é ótima. – disse ironicamente.
- Lorelai? Você está aqui? Cadê a Rory? – perguntou Emily que acabara de chegar à porta da sala.
- Ela...
- Como você traz sua filha pra cá? – perguntou Emily.
- Abby essa é minha mãe. Mãe, essa é a médica que cuidou dela. – falou Lorelai.
- É um hospital público!
- Ela vai ficar aqui! Eu confio nela! – ela apontou pra Abby. – Ela salvou minha filha e é ela que vai cuidar dela até ela ficar boa!
- Não me importa se ela salvou, eu posso colocá-la no melhor hospital do mundo!
- Eu não tô nem aí pro melhor hospital. Ela é minha filha e vai ficar aqui! Agora, se vocês me dão licença, eu vou pegar um pouco de café. – disse indo em direção à porta do hospital.
- Ei, Lorelai. – Abby saiu correndo atrás dela. – aonde você vai?
- Não sei, eu precisava de um tempo pra pensar.
- Se você quiser ficar sozinha...
- Não, você pode ficar aqui, é melhor, assim tenho com quem conversar. – as duas ficaram em silêncio. – No que diabos minha mãe está pensando? Ela é minha filha, eu cuido dela!
- Ela ia se dar bem com a minha mãe. – Lorelai olhou pra Abby. - Se você quiser um conselho, finge que não ouve, é melhor do que brigar, pelo menos nessas horas.
- Eu fiz isso minha vida toda e veja no que deu, minha filha morando com ela. – Lorelai começou a chorar – Às vezes eu me sinto culpada pelo acidente, por não estar por perto pra cuidar dela.
- Ei. – Abby sentou ao lado dela – você não é culpada, você é uma ótima mãe, eu acho. Vai dar tudo certo, OK? – Lorelai desabou no colo da outra, que a abraçou amigavelmente. – Tá tudo bem... – depois de algum tempo, ela finalmente se recuperou, limpando o rosto.
- Desculpa.
- Sem problemas. – Abby retrucou sorrindo amigavelmente - Eu vou dar uma olhada nela, você vem comigo?
- Claro. – respondeu Lorelai.
As duas foram até a sala e ficaram conversando.
- Abby. – Carter acabara de entrar na sala. – Eu posso falar com você?
- Claro. Eu já volto.
- Tudo bem – falou Lorelai. Os dois saíram da sala e foram até a sala dos armários dos médicos.
- O que foi? – perguntou Abby.
- Seu turno não acabou?
- Não, termina daqui à uma hora, mas eu acho que vou ficar aqui mais um pouco observando a menina.
- Que bom. E então, você teve notícias da sua mãe?
- Sim, ela está bem.
- Seu irmão?
- Também.
- Que bom.
- É bom te ver de novo. – falou Abby.
- Eu também acho. – Carter chegou perto dela e a beijou. Em seguida, ele saiu da sala, enquanto Abby olhava pasma para ele.
FIM
