Notas iniciais:

Ah caramba! Isso não vale! Eu queria ver o circo pegar fogo antes de postar, oras bolas.

Mas, como regras são regras, e desafio é desafio, lá vai. Juro, pela alma de John Winchester que está no Céu, escrevi só depois de ser desafiada.

Quebrando um pouco o ritmo de "happy-end", segue minha tentativa. Espero que gostem, pois faz um belo tempo que não posto nada por aqui. Quem sabe não me acontece um "Milagre de Natal", e o povo gosta, não é?

E eu desafio a Crica pra fazer o próximo texto, ok?

Vai que é tua, Dona Muié! Kkkkk

Boa leitura!

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Sinopse: O tema é Natal e Supernatural, como reza o desafio. Está tão curtinho, que nem dá gosto fazer um resumo. Leia, ou não. Desafiada por Gemini Sakura. Desafio, agora, Crica!

Nota: Sem beta, porque o negócio é desafio mesmo.

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Milagre de Natal

Noite de 24 de dezembro de 2008. Em uma cidadezinha perdida no meio do nada, num casebre perdido entre as paisagens rurais, um par de olhos negros perdia-se olhando para as estrelas, talvez mais cintilantes do que pudessem ser em outras noites normais.

O menino, de pernas cruzadas, sentado no chão, sorria olhando para o céu através da janela entreaberta. Próximo dele, a árvore de Natal carregada de luzes e enfeites iluminava indiretamente os corpos dilacerados que jaziam ao seu lado. Pai e mãe, um de cada vez.

Um assistiu ao outro morrer pelas mãos do pequeno garoto, o próprio filho. Não conseguiram conceber como aquele inocente anjo pudesse se tornar tão cruel e demoníaco de uma hora para outra.

No meio do silêncio digno da morte, o menino ouviu um motor de carro sendo desligado, portas baterem e armas golpearem. Seu sorriso se abriu mais. Eles chegavam.

Os irmãos chutaram a porta da sala, esbaforidos, pois o rastro havia sido perdido a algumas horas. Chegaram tarde demais. Olharam para o garoto no chão, em seguida apontaram as miras para sua cabeça.

- Happy Xmas, Winchester Boys!

Num grito desesperado o desgraçado saiu através da boca delicada, dissipando-se no ar em direção aos galhos da árvore de Natal.

Sam correu em direção ao pequeno, torcendo para que acontecesse ali um milagre. Dean deu a volta na árvore e constatou as duas baixas daquela noite, que deveria ser santa.

- Anda garoto, respire... – Sam tomou em seus braços o menino, observando se sua integridade física estava comprometida. Dean aproximou-se, apreensivo, guardando a arma na jaqueta.

- Sam, você sabe que ele pode estar... – Dean não teve coragem de concluir a frase. Olhou em volta, certamente há algumas horas atrás aquela sala era o retrato da felicidade de um garoto e sua família, comemorando o Natal como havia de ser. Aquilo não era justo. Na verdade, para eles, nada era justo. Nunca.

Sam sentia o mesmo. Mesmo sem partilhar com palavras, o olhar dele encontrando-se com o de seu irmão expressava tudo. Olhou novamente para o garoto em seu colo. Estava abatido, seu frágil corpo estava frio.

E num milagre de Natal, o garoto puxou o ar. Rápido, profundo, assustado. Abriu os olhos, e viu dois rapazes em cima dele que em nada se pareciam com São Nicolau, de quem tanto seus pais lhe falavam nesta época do ano.

Mas o presente que eles lhe trouxeram, sabia, e não se esqueceria nunca pelo resto de sua vida, valia muito mais do que qualquer presente embrulhado num papel bonito, colocado aos pés de um pinheiro decorado.

FIM

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