N/A (Nota do Amigo): Bem... essa fic acabou sendo a vencedora do IX Challenge Harry/Ginny do Fórum 3 Vassouras. Porém... por motivos que prefiro não dizer agora (Quem sabe no fim do capítulo?), minha queridíssima (E complicadíssima) mana Lisa Black deixou para postar essa fic bem depois... Por isso, depois de muito insistir, estou postando o primeiro capítulo de À Deriva.

Disclaimer básico: Harry Potter pertence à J.K. Rowling e à Warner Bros… embora eu já esteja pensando na possibilidade de juntar toda a família e promovermos o seqüestro dos contratos.

E sim, para desespero da minha mana, eu postarei os capítulos... por isso, esperem tranqüilos pela próxima atualização... que deve sair em duas semanas. Bem, chega de enrolação e vamos à fic!

Kisses 'n' Bye, Assuero Racsama Sorcellerie.


À Deriva
Por Lisa Black

"Ele pensou que um cruzeiro ajudaria a acabar com o que ela chamava de rotina... De certa forma, ajudou.".

Cap. 1 – Uma Nova Rotina

Com o passar dos anos, eu começo a chegar à conclusão de que o mundo conspira contra mim. E, sem nenhuma espécie de blasfêmia, o Ser que tece os fios do meu destino, de vez em quando, se sente um pouco entediado com a minha pacata vida e resolve se divertir um pouquinho à minha custa. Mesmo que já tenha se divertido demais por dezessete longos anos...

Nove anos com tios carrascos, um primo e seus amigos sádicos, e mais sete com um maníaco querendo me matar; de uma forma resumida. E, somando todos os pormenores, não tão pormenores assim (mortes, hematomas, contusões, humilhações...), acho que qualquer um não agüentaria tudo o que eu agüentei, mas bem, eu não posso comparar porque, sinceramente, não desejo isso para ninguém. Então, quando eu imagino que depois daquela incansável tempestade eu teria meu tempo de calmaria; e que esse Ser sádico já tinha se divertido o bastante à minha custa... ela aparece.

Rotina.

Palavra funesta com um sentido mais infeliz ainda. Meus problemas (re)começaram graças a essa maravilhosa palavra. Rotina; foi o que ela disse. Rotina! Mas que droga; por que raios essa palavra tem de existir? Ou melhor, por que Ginny Weasley não tenta entender que, com o passar do tempo, um casamento tende a se tornar algo mais habitual, uma... hã... rotina?

Não que eu esteja tendenciosamente transformando a nossa relação em uma rotina (droga de palavra), nós até saímos para jantar regularmente (tudo bem que algo regular é algo um tanto quanto rotineiro, mas...), vamos ao cinema de vez em quando, vamos para A Toca ou para a casa do Rony nos finais de semana, saímos com nossos amigos juntos ou separadamente, e quando o tempo assim nos permite damos uma volta no parque ou até mesmo a convido para sairmos para – ela – dançar! O que mais ela quer? Uma viagem, ela disse. A lua-de-mel que, tecnicamente, não tivemos, pois Harry Potter se encontrava muito ocupado na época para se importar com isso.

Sim, ótimo; ela mesma diz que não se importava em viajar e agora eu sou o culpado da história. E quando eu menciono que podemos utilizar nossas economias (um cofre bem cheio, devo comentar), ela praticamente berra que não quer gastar galeões à toa. Agora, quando eu menciono que ela é uma pessoa muito contraditória, eu sou o insensível da história e não me importo com nada que ela fala, e ainda ganho um galo na cabeça por ter perguntado inocentemente se ela sofria do que eu costumo chamar vulgarmente de ficar-o-mais-longe-possível-durante-os-próximos-dias-se-você-tem-amor-a-sua-vida, e que ela costuma chamar de T.P.M.

Agora entendo o que o Bill quis dizer com "ficar calado é a solução para todos os problemas". Mas acontece que, diferente da Fleur, a Ginny não costuma parar de falar quando nota que está sendo definitivamente ignorada. E sim, independentemente dela se encontrar num estado delicado ou não, eu ainda tenho amor à minha vida. O problema é que se eu ficar calado, ela reclama e se eu falar, ela reclama! Talvez exista um meio-termo para essas ocasiões, pelo menos para ela. Ou talvez, eu precise mesmo de férias dessa nova rotina: as brigas.

Agora, eu me encontro segurando uma bolsa de gelo na testa, onde uma pequena saliência fez o favor de dar o ar da sua graça para fazer companhia a minha cicatriz, ao passo que Ginny anda de um lado para o outro como uma fera enjaulada. Prestando mais atenção à feição enfurecida dela, definitivamente, eu chego à conclusão de que ela está mesmo se parecendo com uma. A minha ruiva fala sem parar, enquanto eu, largado numa poltrona da sala, reflito se interrompo o monólogo dela ou continuo a ouvi-lo até que ela se canse e decida dormir. Só que são quase duas da manhã e eu estou morto de sono, então penso que a primeira e arriscada opção seja a mais viável para o momento.

– Ginny... – chamei, baixinho, num tom quase inaudível, fazendo-a parar bruscamente e me encarar com o seu olhar mais assassino.

Você fala! – exclamou sarcasticamente, pondo as mãos na cintura. Inconscientemente, encolhi um pouco na poltrona. Aquele não era um bom sinal. – Será que você também tem a capacidade de ouvir, Potter?

– Claro que tenho! – resmunguei em resposta, empertigando um pouco o corpo, a fim de também intimidá-la. São nessas ocasiões que eu chego a preferir enfrentar dez Voldemorts a ter que enfrentar a fúria extrema dessa ruiva, exageradamente falando, é claro. – Mas de que adianta falar algo, se você não vai me ouvir?

– Está insinuando que eu não me importo com suas opiniões, Harry Potter? – questionou pausadamente, os olhos estrategicamente estreitados. Problema com direito a horas do lado de fora do quarto até ela ter a boa vontade de abrir a porta para mim.

– Eu estou afirmando isso, Ginny. Você só sabe falar, falar e falar. Céus, eu não agüento mais! – soltei sem pensar. Problema duplo com direito a uma estadia no sofá sem cobertor e travesseiro. – E você acha que eu mereci isso? – apontei para o belo galo na minha testa.

Sim, você diria que nessas ocasiões o melhor é ficar na defensiva, mas eu sou um fiel seguidor do ditado "a melhor defesa é o ataque". Mesmo que isso resulte numa nova saliência na cabeça como resposta. Vou fazer uma nota mental para não comprar mais tantos vasos para casa, ou melhor, não permitir que Ginny os compre.

– Claro que mereceu! – ela falou entre dentes. – Você chega à uma da manhã em casa e quer que eu pense o quê, Potter?

– Que... – eu comecei com a maior calma do mundo, mas, como eu esperava, ela me interrompeu num gentil altear de voz.

Se atrasou por causa do trabalho. – ela completou, irritada. – Não seja cínico, Potter. Quem é a infeliz? Vamos, diga, estou esperando.

Eu franzi o cenho, confuso. O que ela estava querendo dizer com isso?

– Hã?

Ao ouvir o quase urro que ela deixara escapar de seus lábios (perfeitos, por sinal), eu definitivamente me declarei encrencado até a ponta dos fios dos meus cabelos arrepiados. Se eu não levar uma azaração de bicho-papão dela, eu sou a pessoa mais sortuda desse planeta, ou talvez, a mais azarada. Problema triplo com direito a dormir no hall de entrada apenas com a calça do pijama.

– Mas o que foi que eu fiz, hein? – soltei rapidamente, antes que a situação piorasse (ainda mais). Ela apenas inspirou como um dragão enfurecido e eu franzi o cenho novamente. Depois, esbocei um ar sério ao processar a informação errada que ela tivera do meu atraso. – Você não confia em mim?

Talvez o tom da minha voz tenha soado com mais mágoa do que o que eu pretendia, pois ela automaticamente esboçou um ar envergonhado, mas não menos intimidador.

– E como você quer que eu reaja? Você nunca, você nunca foi de se atrasar, e agora... – ela respirou fundo. – Três semanas seguidas, Harry, o que você quer que eu pense? – eu fiquei tentado a perguntar para ela como ela sabia o tempo exato, visto que, nas duas primeiras semanas da minha mudança de turno, ela estava de plantão no St. Mungus.

– Que eu mudei de turno e avisei para você, mas você se encontrava ocupada demais para dar a devida atenção a mim? – concluí num tom meio receoso, meio óbvio. Ginny olhou feio para mim. – Eu...

Você não me disse nada disso! – ela se manifestou, antes mesmo que eu concluísse meu raciocínio e fala. Eu respirei fundo, um tanto quanto impaciente. Ela se faz de surda comigo e a culpa agora é minha? Por que será que as culpas sempre giram ao meu redor?

– Disse sim, Ginny. – falei num tom meio arrastado. – Há quase... hum, três semanas? – completei, irônico.

Ela piscou; um tanto quanto desnorteada, mas não abandonou o ar irritado.

– Em que ocasião?

Essa é uma boa pergunta. Em qual ocasião mesmo? Foi a minha vez de me sentir acuado.

– Er, bem...

– Além de tudo, ainda é mentiroso. – ela grunhiu entre dentes.

– Alto lá! Mentiroso não! – rebati; visivelmente ofendido. Tudo bem que eu demorei quase uma semana para me decidir entre contar ou não contar para ela que eu havia trocado de turno, mas ela não precisa saber desse ínfimo detalhe. – Você sabia que depois da morte do presidente do supremo, aquele fórum anda um verdadeiro inferno? – e que eu mudei de turno para trabalhar algumas horas a mais para poder encomendar a lua-de-mel que você tanto quer porque eles não vão dar férias para os funcionários no próximo ano pois, antes mesmo de eu começar a trabalhar por lá, houve uma demorada greve e mesmo que eu não tenha nada a ver, ainda pago por isso? Além do mais você não quer gastar um galeão da nossa economia, então, tenho que me virar com hora-extra. E, sim, minha honestidade fala mais alto e eu não quero tirar proveito da minha fama para conseguir isso de forma mais... fácil. Hum, talvez essa fosse a hora de rever meus conceitos. Completei em pensamento, esboçando um ar visivelmente emburrado.

Ginny me encarou por alguns instantes, como se me analisasse. Eu ainda me encontrava sentado na poltrona e a bolsa de gelo estava perdida em algum canto do meu colo. Ela se encontrava parada a minha frente, numa distância meio relativa. Depois de um tempo, ela respirou fundo e estreitou os olhos enquanto eu ajeitava os meus óculos com certa impaciência.

– Você então está aproveitando a deixa para se candidatar e está fazendo concubinato em troca de voto?

– Então é isso? – eu questionei rouco, tamanha a perplexidade do fato. A bolsa de gelo começava a molhar minhas vestes, mas eu não me importava muito com isso. – Você acha que eu estou te traindo?

Claro que sim! – ela resmungou, aborrecida. – O que mais estaria fazendo? Dançando música das Weird Sisters no Alasca?

– Não, estava caçando pufosos no Atlântico. – falei no mesmo tom sarcástico que ela usara.

– Além de mentiroso e cínico, é irônico! – ela explodiu de raiva e eu apenas sustentei o olhar irritado que ela me lançava.

– Eu só estou te tratando da maneira que você me trata, Ginevra. – avaliei num tom arrastado. Paciência tem limite e a minha costuma ser bem curta. – Você sempre tem tendência a pensar o pior de mim, não é mesmo?

– Você me dá razões para isso. – Ginny falou; mais defensiva.

– E você está me dando razões para... – respirei fundo. – esquece. – sim, esqueça mesmo. Ia dizendo uma grande besteira que certamente me arrependeria depois de passada a raiva.

– Se você quer ir embora, a porta da rua é a serventia da casa. – ela falou de forma rude, apontando para a porta da frente. Eu me levantei bruscamente e me aproximei dela (ignorando a bolsa de gelo que caíra no meu pé), o que fez com que ela erguesse mais o rosto, a fim de me encarar com mais precisão, visto que sou uns dez centímetros maior do que ela.

– Você está me expulsando? – questionei pausadamente.

– Isso é só uma proposta. – ela murmurou; ácida. – E que eu peço que você aceite gentilmente.

– E se eu não quiser aceitar?

– Problema seu, mas comigo você não dorme hoje. Se você não sair do quarto, eu saio.

Sério? Eu já esperava por isso... fui tentado a responder, mas, como na maioria das discussões que temos, eu sempre sou o primeiro a me dar por vencido, então limitei-me a suspirar e passar a mão pelos cabelos.

– Tudo bem, eu saio. – falei num ar cansado. – Será que, ao menos, eu posso subir ao nosso quarto para que não precise dormir com a roupa do trabalho?

Num gesto meio teimoso, Ginny apenas virou o rosto quando eu a encarei e cruzou os braços.

Dez minutos. – respondeu; seca.

– Dez minutos. – repeti, de forma séria, me dirigindo ao quarto.

Voltei para a sala impecavelmente vestido para dormir, munido de cobertor, travesseiro e lençóis. Ginny me esperava recostada ao corrimão da escada, ainda conservando o ar emburrado. Senti ganas de beijar-lhe os lábios, mas como eu ainda tenho amor à minha vida, apenas dei-lhe um beijo na bochecha e lhe desejei boa noite que, como eu esperava, não foi retribuído. Dei de ombros quando ela deu as costas para mim e subiu para o quarto a passos duros e irritados. Respirei fundo, sabendo que, orgulhosa como ela é, jamais voltaria para me pedir desculpas e deixar que eu volte ao quarto novamente. E, aceitando a minha triste sina, caminhei até o quarto de hóspedes, a fim de ali me instalar por aquela noite.

Só espero que a situação não fique pior do que já está, mas, ainda assim, eu ainda tenho um trunfo na manga... e espero que ele funcione.


Pela manhã, acordei com o corpo dolorido, já antecipando que seria eu quem faria o meu café da manhã, visto que Ginny Weasley fazia questão de preparar só para ela; e como se o fato não fosse o bastante, também tem a excêntrica mania de enfeitiçar as coisas para correrem atrás de mim quando eu me atrevo a preparar. Além de brigar comigo, ela quer que eu morra de fome, só pode.

Mas confesso que fiquei um tanto quanto surpreso ao entreouvir murmúrios vindos da cozinha enquanto me dirigia até lá. Não demorei muito a reconhecer os cabelos castanhos de Hermione falando algo aos sussurros para Ginny. Ao me notar ali, ela automaticamente parou de falar e pigarreou, fazendo com que Ginny erguesse a cabeça e me fitasse, transformando sua feição serena na mais irritada possível.

– Oi, Harry! – Mione falou num sorriso cordial, mas que escondia um ar meio nervoso.

– Oi, Mione. Como você está? E o Rony? Hum, estavam falando de mim? – falei, depressa, arqueando uma sobrancelha. Sorri um pouco ao notar que Hermione ficara ligeiramente envergonhada.

– É... bem... – ela, automaticamente, lançou um olhar nervoso a Ginny.

– Sim, eu estava. E também estávamos falando da relação do Rony com a Mione. – Ginny confirmou calmamente. Sabe, às vezes eu até me surpreendo com a sinceridade dessa ruiva. – Alguma objeção quanto a isso, Potter?

– Hum, nenhuma. – falei num dar de ombros. – Posso fazer meu café sem correr o risco de morrer por isso?

Ginny esboçou um ar mais carregado ainda e com alguns acenos com a varinha fez com que uma bandeja farta voasse em minha direção, ao que eu a segurei rapidamente.

– Pronto; agora suma da minha frente. – falou num tom arrastado. Respirei fundo.

– Ainda com essa história de ontem? – questionei, colocando a bandeja em cima da mesa. Ginny me olhou feio.

– E qual mais seria, Potter?

– Você acha que depois de tudo o que eu passei para te proteger, eu seria insano o bastante para te trair em menos de um ano de casados, Weasley? – falei num tom firme, sentindo a impaciência da noite anterior voltar com força total, e creio que não serei tão tolerante dessa vez.

– Eu... – ela começou, envergonhada, mas rapidamente parou de falar quando notou que Hermione havia se levantado.

– Acho melhor vocês dois conversarem, a sós. – ela falou, sorrindo, fazendo menções de se retirar. Ginny lançou olhares nervosos a ela, ao que eu, definitivamente, achei o fato um tanto quanto inusitado.

– Depois de ela ter me acusado injustamente, e por duas vezes, você acha que ainda temos alguma coisa para conversar, Hermione? – falei, irritado. – Eu não vou ficar aqui para ficar ouvindo mais acusações falsas da Ginny.

– Harry! – Hermione me repreendeu e eu a encarei firmemente, notando que ela estava um pouco lívida. – Não é nada disso, só que... – ela trocou um olhar significativo com Ginny e ela negou, de leve. Eu fiz um ar de quem não estava entendendo nada. – Acho melhor vocês dois conversarem. – ela repetiu calmamente. Por que eu tenho a ligeira impressão de que não era isso que ela iria dizer?

– Eu não tenho nada para conversar com ela. – retorqui; emburrado. Hermione me lançou um olhar severo e eu reprimi um bufo de raiva. – O.k., eu tento. – resmunguei num ar derrotado, puxando uma cadeira para mim e desabando nela em silêncio.

Hermione pareceu sorrir, satisfeita, e tornou a encarar Ginny. Esta, por sua vez, virou o rosto do mesmo modo teimoso que fizera na noite anterior a fim de que nossos olhares não se encontrassem. Respirei profundamente.

– Agora, me diga, Mione, como eu posso conversar amigavelmente numa situação... – voltei o olhar para onde Hermione deveria estar, mas ela já havia sumido da cozinha. Inspirei profundamente e voltei-me para Ginny. – Certo, sejamos francos um com o outro. Você vai continuar com essa atitude infantil? Pois assim eu não perco meu tempo tentando atrair a sua atenção.

Ginny voltou o rosto meio afogueado para mim e estreitou os olhos.

– Vai continuar com suas mentiras? – eu juntei as sobrancelhas, meio ofendido. – Ou prefere que eu descubra as coisas sozinha, Potter?

– Você não vai achar nada, pois não há nada. – falei num ar impaciente. – Ginny, sinceramente, essa história já está começando a me irritar.

– E você acha que eu me importo com o fato de você ficar irritado ou não? E quanto a mim, Potter? – ela se levantou bruscamente da cadeira em que estava e rodeou a mesa, emparelhando-se a mim segundos depois. – Você não se importa mais comigo.

Respirei fundo e arrastei a cadeira calmamente, me levantando sem pressa e ficando de frente para ela. Ginny me encarava com aquele ar desafiador e eu passei a mão pelos cabelos antes de levá-la ao bolso da minha capa. Retirei a varinha de dentro dele, ainda retribuindo o seu olhar e, com um leve aceno, fiz um pequeno envelope vir em minha direção e segurei-o firmemente.

Percebi os orbes castanhos da ruiva denotarem curiosidade, mesmo que ela não tenha retirado a pose imponente com a qual se postara junto a mim. Segurei o pulso dela, ao que ela se retesou um pouco, puxando-o com violência para si e me olhando com irritação.

Não me toque; você sabe que eu odeio quando você faz isso quando eu estou irritada com você. – murmurou; ameaçadora.

– Não, eu não sei; e não tinha como saber antes desse seu ataque de irritação extrema. – falei calmamente, me afastando dela e depositando o envelope em cima da mesa com certa impaciência. – Se quiser, abra o envelope. Quando sua raiva passar, conversaremos. Vou trabalhar, até mais tarde. – e sem dizer mais uma palavra, retirei-me da cozinha e aparatei para o fórum tão logo reunira minhas coisas do trabalho. Esse vai ser um dia cheio.