Disclaimer: Aqui é o Kurumada falando. A partir de hoje, todo e qualquer personagem relacionado à Saint Seya pertence à Margarida e... Ei, que tomate foi esse na cabeça? É, eu sabia que não ia funcionar...

Mais uma fic, pessoas! E esta... Esta é um presente muito, mas muito especial, demais, demais, demais! E por quê? Ahá, porque... Porque hoje, dia 14/11...

É ANIVERSÁRIO DA JULIANA!!!

Nina, muitas felicidades, muitos anos de vida galácticos e que Deus te abençoe muito, muito, muito! Te amo demais, com todas as minhas forças e você sabe o quanto é especial para mim... Esta fic e os personagens nela inseridos é somente uma mostra do meu sentimento por ti...

E boa leitura a todos!!!

Ah, estava esquecendo: sugestão de trilha para acompanhar esta fic: "What's goes around", do Justin Timberlake.

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Capítulo I

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Nova York, 1929

A noite estava fria. O concreto cinza deixava o ar mais lúgubre. E a face entristecida de alguns ou desesperadora de outros era de dar medo. A bolsa de valores, quebrada, tinha deixado muito deles na miséria ou quase isso. Mas não ele. Os seus negócios não dependiam da bolsa, ou do comércio exterior. Dependiam única e exclusivamente de seus relacionamentos. E de sua fidelidade à famiglia.

Os cabelos acinzentados arrepiavam-se com a brisa gelada, ele passou a mão por eles em uma tentativa vã de fazê-los ficar no lugar. Os olhos azuis mesclados apertavam-se para enxergar na pouca luminosidade da rua, logo chegaria ao seu destino.

Fazia pelo menos dois anos que trabalhava na cidade, era o contato direto do "patriarca" em Nova York, visto que o próprio quase não deixava Chicago. Graças ao seu talento para se relacionar com as pessoas, os negócios iam de vento em popa. Tanta dedicação lhe rendera alguns privilégios, como ter seus próprios subordinados e dinheiro. Mas pelo menos uma parte de seu trabalho fazia questão de resolver pessoalmente: a execução das sentenças de morte para traidores e golpistas.

Tanto empenho e gosto por esse tipo de serviço o fizeram conhecido como "Máscara da Morte" na famiglia. E ele gostava disso.

Sua caminhada teve fim à porta de uma espécie de bar, o luminoso vermelho anunciava seu nome "The Rouge Rose". Entrou, com seu característico sorriso cínico estampado no rosto.

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Bairro de Chinatown, Nova York

Sentado sobre seus próprios pés, ele observava o jovem à sua frente. O rapazinho parecia assustado, falava de cabeça e de uma vez, como se tomar fôlego o fizesse perder a coragem. Não esboçava nenhuma reação, seus olhos castanhos estavam fixos na figura que lhe falava. Vez ou outra, uma leve brisa despenteava seus cabelos castanhos de fios escuros, o vento assoviava uma canção qualquer.

O quimono, impecavelmente limpo e engomado, não tinha uma única marca de dobra, tamanha era a seriedade com que se sentava e comportava.

-... E foi isso o que aconteceu, mestre ancião...

O rapazinho baixou a cabeça, esperando por alguma resposta ou comentário. Que não veio. O homem continuou a observá-lo, demoradamente, uma mão no queixo, pensativo. Parecia ponderar e pesar o que havia acabado de ouvir.

Então, calmamente, levantou-se de seu lugar e pô-se a caminhar na direção da porta, passando pelo rapazinho de cabeça baixa. Um suspiro pôde ser ouvido vindo dele, pelo visto havia sido perdoado.

Porém, sequer pôde levantar a cabeça e agradecer ao seu mestre. No segundo seguinte, a mesma rolava pelo chão de madeira, o sorriso, seu último gesto, gravado para sempre no rosto sem vida.

Sem ao menos dirigir um olhar ao corpo estendido, o mestre limpou a lâmina da espada no quimono e a guardou na bainha, saindo da sala com pose altiva.

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The Rouge Rose

Os cabelos platinados e levemente ondulados estavam presos em um rabo baixo, mas ainda sim caíam sobre as costas negras da casaca que usava. Os olhos azuis, tão claros e brilhantes quanto diamantes, percorriam cada canto do estabelecimento com ar de satisfação. Ao passo que caminhava por entre mesas e cliente fiéis do local, sua beleza atraía olhares e suspiros, tanto de mulheres como de homens. E ele gostava disso.

Era famoso na cidade por sua beleza andrógina e por ter aos seus serviços, as mais belas e fogosas mulheres que se podia ter notícia. As suas preciosas "Rouge roses", ou rosas vermelhas.

E naquela noite, apresentaria mais uma delas à cidade. Mas a novata era sua. Os demais poderiam até olhar, ouvir a melodia suave de sua voz, mas tocá-la, beijar a boca vermelha ou ter o corpo perfeito entre os braços, somente ele poderia...

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Chinatown

Trocou o quimono por um conjunto de terno e casaca pretos, assim como os sapatos envernizados. Tinha negócios a tratar no centro, em Manhattan, e vestir-se como era seu costume não pegaria bem.

Ajeitou a gravata e a gola da camisa e saiu, sem dizer nada a ninguém. Na rua, pegou um táxi e disse rapidamente ao motorista seu destino: The Rouge Rose.

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The Rouge Rose

Devidamente instalado em uma das mesas mais afastadas do palco, bebia seu uísque despreocupadamente, embora consultasse seu relógio de minuto em minuto. Estava adiantado, ainda faltava muito para seu "convidado" chegar.

E não precisaria se preocupar com ele, afinal, o mestre ancião era conhecido por sua pontualidade britânica, embora sua origem fosse asiática.

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The Rouge Rose, camarim

Aos poucos, a pele branca ganhava um pouco de cor com o blush habilmente espalhado pelas maçãs do rosto. O batom, vermelho escarlate, contornava a boca pequena e naturalmente avermelhada. Os cabelos ruivos e cacheados estavam presos em um coque com alguns fios soltos, os olhos castanhos com finos riscos dourados estavam devidamente delineados em preto.

Sorriu para sua imagem, gostando do resultado final. Estava fazendo caretas para o espelho quando ouviu baterem à porta.

-Entre. – pediu, sua voz soando gentil.

-Aqui está seu vestido... – disse uma morena de cabelos na altura dos ombros e olhos castanhos quase pretos – Acabaram de trazer da lavanderia.

-Obrigada, Angel.

A jovem sorriu, deixando o vestido, tomara que caia e vermelho vinho, sobre uma poltrona. Depois, sentando-se em uma cadeira na frente do grande espelho do cômodo, começou ela a fazer sua maquiagem.

-Está pronta para sua estréia no famoso "Rouge Rose"?

-Sabe que sim, Angel... Aliás, você melhor do que ninguém sabe o quanto esperei por essa noite...

A ruiva falou com um certo brilho no olhar, a outra até parou o que fazia para observar a amiga. Sim, sabia muito bem o que ela pretendia. Mas não concordava, sabia o quanto podia ser perigoso.

-Greta, eu ainda acho que é loucura...

-Não pedi sua opinião. E mesmo que me importasse com ela, não mudaria em nada o que pretendo fazer.

-Você quem sabe... Em todo caso, sabe que pode contar comigo para o que precisar.

-Eu sei... Você... Bem, você é única pessoa que me resta, que sei que posso confiar.

Angel sorriu, ainda que de um jeito meio nervoso. Só esperava não ter que chegar às vias de fato, caso tudo desse errado.

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The Rouge Rose, no salão

Estava na terceira dose de uísque quando sentiu a aproximação de alguém. Levantou o olhar e o viu ali, parado à sua frente. Sem tirar a expressão de seriedade do rosto, pô-se de pé e o cumprimentou, com um aperto de mão firme e olhar penetrante, no que foi correspondido.

-Romeo Frattelli, eu suponho.

-Sim, Mestre Ancião... Ou prefere que lhe chame pelo seu nome, Dohko Liu-Chang?

-Como quiser.

Sentaram-se à mesa, e logo um homem veio até eles. O mesmo loiro que, horas atrás, supervisionava o trabalho de seus funcionários.

-O que desejam, senhores?

-Em primeiro lugar, saber por que justamente o dono do local veio nos servir, Afrodite.

-Cliente especiais merecem tratamento diferenciado, senhores... E então, o que vão beber?

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The Rouge Rose, bastidores

-Greta... – Angel chamou a amiga, estavam ambas no corredor que ligava os camarins ao grande salão.

-Diga.

-Eles já chegaram... Estão na mesa 35, o próprio Afrodite os atendeu.

-Ótimo... Logo, o show vai começar...

Angel engoliu em seco, conhecia muito bem aquele brilho quase demoníaco no olhar da amiga. Baixou a cabeça, sentindo algo pesar, preso em sua perna direita, oculto pelo longo azul marinho que usava.

-Greta?

-Sim?

-Tome cuidado... E já sabe que...

-Sim, eu sei... Se algo der errado, eu a alertarei... Mas fique tranqüila, não vou precisar de sua ajuda. Poderá curtir a noite sossegada, ao lado do seu espanhol.

A morena corou um tanto, mas assentiu e deixou o corredor, adentrando o grande salão. A outra ainda ficou um tempo nos bastidores, repassando mentalmente cada passo de seus planos para aquela noite.

-Não perdem por esperar... Todos vocês...

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Ju!!! E aí, o que achou do primeiro capítulo??? Ah, o que a Greta vai aprontar, hein?

Para variar, eu apareço aí, como inspiração para a Angel... Não tem jeito, quando uma está no meio, a outra também aparece, né? Fia, espero que tenha gostado, meus parabéns novamente!

Este capítulo foi betado por minha irmã Amanda, galáctica honorária e beta-reader quase oficial. Ela também te manda felicidades, Ju!

TE AMO, GALÁCTICA!!!